06/10/2025

Filmes e artistas - Fruta da época


Alguns dos momentos da actual campanha eleitoral que vou vendo em algumas freguesias próximas, e partilhados nas redes sociais, nomeadamente aqui pelo Facebook, no meu ponto de vista cheiram a ridículo. Não é natural, não é genuíno, com os candidatos a procuraram ser actores, a encenar previamente frases e poses, como se a fazer um filme.

Não havia necessidade. Os eleitores já estão fartos de filmes e de artistas. Tirando aqueles que fazem do partidarismo o primeiro factor de escolha, por isso apenas com olhos para os seus candidatos, sem qualquer outro critério, o resto do povo deve ser capaz de fazer as suas escolhas por coisas bem mais concretas, mais reais, menos artificiais e menos produzidas. Valesse o show-off e apenas ganhava quem tivesse mais bandeiras, mais outdoors, mais filmes, mais gente nas arruadas, mais barulho.

Na realidade, isso vale o que vale. Na hora da verdade pode nem valer nada. Muitos eleitores, cansados deste artificialismo, destes filmes e destes artistas, nem se dão ao trabalho de ir votar e ficam-se pela abstenção. Bem vistas as coisas, face ao artificialismo de alguns candidatos, armados em actores, até que é uma resposta compreensível: A indiferença.

Melhor, digo eu, será fazer uma escolha esclarecida, avaliando as propostas mas também a capacidade de quem, com humildade e vontade genuína de estar ao serviço, as possa realmente concretizar e resolver os problemas. Os candidatos actores, esses deviam ser penalizados. Infelizmente nem sempre assim acontece e depois no dia-a-dia a ficção bate duro no muro de betão que é a realidade. Então, perante isso, para distrair o povo, haverá sempre pão e circo, o resto, o essencial, o que não se esgota num dia, em dois ou três, que espere.