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23 de dezembro de 2021

A todos um bom Natal!

 


Para todos quantos acompanham ou visitam este espaço, votos sinceros de um Santo e Feliz Natal!

28 de julho de 2021

Semana da Festa do Viso


A Festa do Viso, em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, não fosse este estado de pandemia que prevalece, teria lugar já neste próximo fim-de-semana. Assim, pelo segundo ano consecutivo, não há festa na aldeia, o que a todos entristece.

Espera-se, contudo, para além da missa que será celebrada na Capela, a ter lugar pelas 10:00 horas de Domingo, que a data seja evocada e vivenciada pelo menos em contexto familiar, esperançados que no próximo ano já seja possível a realização plena da festa.

23 de junho de 2021

Dia delas, ó João!

 

Podem ser em qualquer dia, mas diz a tradição que nesta noite é que elas sabem. É certo que o S. João anda murcho com esta coisa da pandemia, mas mesmo assim não se deve esquecer a tradição de boa sardinha a molhar o pão.

O Nóquinhas dos Anzóis aproveitou e foi de bicicleta a Mansores e comprou lá uma dúzia. Entre a dos mares de Espinho ou Peniche, o Nóquinhas prefere a de Mansores.


Neste tempo de Covid

O S. João já manda nada;

É o Costa quem decide

Por onde pasta a manada.


Faz abundante a pesca,

Ó meu riquinho S. João,

Dá-nos a sardinha fresca

Regadinha no bom pão!


A de Espinho é bem fixe,

Bem gostosa de sabores.

Não é fraca a de Peniche,

Mas melhor a de Mansores.

15 de setembro de 2020

Dia de Santa Eufêmia

 












Neste ano, pelas contingências da pandemia, a festa será apenas uma amostra. Certamente que com a celebração da Eucaristia e algumas barracas de venda de alguns produtos, mas seguramente sem a multidão habitual e sobretudo as tão famosas e populares barracas onde se aviam os "bifes à Santa Eufêmia". Eventualmente nos restaurantes próximos. Esperemos que para o próximo ano seja já possível voltar à plena fruição desta tão tradicional e popular romaria da nossa região.

2 de agosto de 2020

Festa do Viso - O assado...

 

Poderia ter vindo do "O Júlio", pois podia, mas não seria a mesma coisa. E isto porque há ingredientes que não se vendem, como o amor, o carinho e a tradição. A preparação do forno, o seu aquecimento, o embalar das assadeiras e a sua vigilância experimentada e paciente são coisas que não se aviam em cuvetes de alumínio.

O assado, de lombo de porco, de vitela, cabrito ou borrego, ou misto, preparado em forno a lenha, é de facto umas das tradições inerentes à celebração da festividade da Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António. Modernamente, porque a coisa dá trabalho e canseira, já há quem prefira fazer a encomenda num restaurante, mas de facto, por mais bem aviado que fique, não é de todo a mesma coisa. Porque, cá, está, há valores, saberes e sabores que não se compram.

Seja como for, a refeição é apenas uma parte da festa e importará sempre valorizar as demais, como a partilha e convívio familiares. Sem eles, pouco ou nada feito e tudo perde sentido.




26 de janeiro de 2020

Ao toque de clarim, é festa em Louredo





Na simplicidade, até porque o mês é avesso a festas, S. Vicente Mártir, que não o Ferreira, tem a sua festividade a 22 de Janeiro. Em Louredo, quando não ao Domingo, no Domingo seguinte, como hoje.

22 de outubro de 2019

Comissão de Festas para 2020


Foi já nomeada publicamente a Comissão de Festas para a festividade em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, para o ano de 2020 (31 de Julho, 1, 2 e 3 de Agosto).
Ainda sujeita a confirmação oficial, pois a informação chegou-me de forma indirecta.

Comissão de Festas para 2020

Carlos Santos de Almeida - Fornos
Johnny Deivis Baptista de Almeida - Quintães
Micael Silva - Leira
Xavier de Almeida Baptista - Barrosa
Juliana Alves da Silva - Cimo de Vila
Maria Inês de Jesus Santiago - Quintães

Certamente que será uma equipa dinâmica e que saberá trabalhar e honrar a função mas que terá que contar com a habitual ajuda e apoio de toda a comunidade para que a tradição se mantenha viva e dignificada. Certamente que sim.

Não nos chegou qualquer relatório com as contas fechadas relativas à edição de 2019, mas fomos informados que terá havido um saldo negativo residual suportado pelos festeiros, que para minorar o mesmo tiveram que bater à porta de quem falhou no pagamento de oferta. 
É pena que a juntar ao esforço e dedicação dos festeiro se some algum prejuízo, mas infelizmente acontece, não por má gestão ou mau planeamento do orçamento, mas porque há sempre alguém que falha nos compromisso de pagamento de ofertas. Em todo o caso, foi uma festa muito positiva nos seus diferentes aspectos pelo que a Comissão de Festas cessante honrou e dignificou a tradição. Parabéns e bem-hajam!




6 de agosto de 2019

Já está!




Como se ouviu ontem várias vezes pela boca da marota da Cláudia Martins, -Já está! 

Depois de mais uma boa noitada, com boa casa e animação, incluindo pelo meio o fogo de artifício, encerraram as festividades em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António. Já pode chover.

Segue-se o arrumar da tralha, o fecho e a apresentação das contas, certamente lá mais para o final do mês, como manda a tradição.

Reiteramos os parabéns à Comissão de Festas pelo empenho e trabalho realizados e certamente pelo sentimento de dever cumprido, embora alguns de forma repetida, como o caso dos festeiros voluntários.

Como se diz na gíria, - Para o ano há mais!

5 de agosto de 2019

Orgulhosos, concerteza!


Ainda decorre a festividade em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, na nossa freguesia de Guisande, popularizada como Festa do Viso. 

O programa encerra hoje, estando prevista a actuação da banda de música popular “Minhotos Marotos”. É verdade que já actuaram em Guisande há alguns anos, poucos depois da sua criação em 2009, mas entretanto foram mudando algumas coisas, apresentando-se agora com um estilo mais incaracterístico, à laia de nem carne nem peixe, e ainda a reboque da vocalista Cláudia Martins, mais produzida, que encabeça o nome do grupo. Há coisas que começam bem e que mudam, umas vezes para melhor, outras nem por isso. Parece-me, pessoalmente que a mudança foi algo para pior, mas são opiniões.

Seja como for, não sendo uma atracção de topo, reúne a popularidade suficiente para trazer ao Monte do Viso muitos forasteiros. O dia está bom e a noite promete.

Mesmo antes de terminada a festa, arrumada a tralha e fechadas as contas, está de parabéns a Comissão de Festas, ainda que apenas com um único sobrevivente dos nomeados (António Gomes de Almeida) e os restantes na qualidade de (bons) voluntários, nomeadamente o Armando Rodrigues Ferreira, o Joaquim de Oliveira Santos e o António Azevedo da Conceição, bem como as festeiras Cátia Ferreira e Daniela Almeida.

De algum modo, perante a negação de uns, a raça e o querer de outros. Ainda bem, porque no dia em que a nossa festa não for realizada por falta de elementos na Comissão de Festas, será sinal de que algo vai mal. Não é fácil, pois não, nem sempre há o reconhecimento justo, também não, mas há uma coisa chamada orgulho naquilo que nos deve distinguir, a identidade e paixão pelas nossas tradições e raízes.

Por mim, e certamente que por muitos mais, faço votos para que as contas corram bem e se não sobrar, pelo menos que não falte. Mas se faltar, apesar do meu contributo, que, sem falsa modéstia, considero  significativo, podem voltar a bater à porta que terão novo apoio.

Devem, pois, no final do suor da testa, sentir-se orgulhosos do fazer a festa. 

20 de junho de 2019

Comunhão Solene 2019


Realizou-se nesta Quinta-Feira, Dia da Solenidade do Corpo de Deus, a Comunhão Solene na nossa paróquia de S. Mamede de Guisande. Apenas seis crianças, três rapazes e três raparigas, que vivenciaram o seu importante dia.

A festa contou com a celebração da missa solene, na parte da manhã, pelas 11:00 horas, e na parte da tarde, adoração e terço, pelas 18:30 horas, seguida da tradicional procissão solene à Capela do Viso e,  depois de uma curta cerimónia e dedicação a Nossa Senhora da Boa Fortuna, o regresso à igreja matriz onde se deu o encerramento com a cerimónia da entrega dos ramos a Nossa Senhora da Conceição e dos diplomas às crianças.
A procissão foi acompanhada musicalmente pela Banda de S. Tiago de Lobão.

Esta festa do calendário da Catequese já não tem o fulgor de outros tempos, até porque o número de crianças tem reduzido substancialmente, mas ainda assim traduz-se num dia de festa da comunidade e expressa a dedicação do Grupo da Catequese, da Comissão da Festa do Senhor e dos pais da crianças envolvidas, que se esforçam na decoração do percurso e ainda na contratação da Banda de Música.
Parabéns a todos quantos se dedicaram!






11 de maio de 2019

Procissão de Velas 2019

Realizou-se, ontem, Sexta-Feira, 10 de Maio, a tradicional Procissão das Velas na nossa freguesia. Com missa pelas 20:30 horas, de seguida a procissão percorreu o seu tradicional percurso durante cerca de uma hora e meia, pelos lugares de Igreja, Quintães, Viso, Barrosa, Fornos, Lama, Casaldaça e Igreja.
Como novidade e para uma maior segurança, a procissão foi encabeçada por um carro da GNR que assim assegurou o controlo do trânsito.
O tempo, apesar do céu com nuvens negras aguentou-se e não choveu.
Ficou cumprida a tradição e sobretudo a demonstração de fé e de agradecimento a Nossa Senhora de Fátima.

23 de abril de 2019

Compasso da Páscoa - A tradição vai andando mas um pouco a mancar

Pode parecer um lugar comum mas de facto a tradição da Páscoa na nossa freguesia, sobretudo no Compasso, já teve melhores dias. Apesar disso, e este é um mal mais ou menos geral e não apenas de Guisande, a coisa vai indo e sendo cumpridos os serviços mínimos.

Quanto ao Compasso neste ano de 2019, as habituais inconstâncias nos horários levando nalgumas situações a atrasos excessivos. Pela parte que me diz respeito, cá por casa chegou com quase uma hora de atraso relativamente ao que era tido como normal. 
Esta situação do atraso excessivo poderia ser melhorada se a missa pudesse ser celebrada um pouco mais cedo e um pouco menos demorada. Não sendo ou não podendo, e manda quem pode, quando o compasso faz-se à estrada já depois das 10:00 horas é mais que previsível a acumulação de atrasos. Mas esta inconstância está a tornar-se ela própria tradição e por isso já tem que ser encarada como normal.

Também se notou algum desfasamento no que era a tradição do alinhamento das equipas já que pela tradição o Juiz da Cruz deveria fazer o itinerário que percorre o lugar onde tem a sua habitação (neste caso por Casaldaça, Lama e Fornos). Pela mesma razão, o futuro Juiz da Cruz deveria ter percorrido lugares diferentes do que percorrerá no seu ano (2020), o que não aconteceu. Também se notou algum desacerto inicial no protocolo da visita e da ordem das coisas, com alguma atrapalhação. Uma pré-preparação para acertar agulhas não faria nada mal, porque estaremos todos de acordo que as coisas bem organizadas e orientadas funcionam bem e parecem melhor.  Uma das equipas pareceu-me demasiado jovem, faltando alguma presença de pessoas mais velhas e mais dadas a dois dedos de conversa e que comam e bebam algo do que a mesa oferece, se não por educação, pelo menos por cortesia.

Quanto à habitual pagela distribuída em cada casa, estava demasiado minimalista e sem a referência para memória futura ao nome do Juiz da Cruz. A oração de entrada, muito curta, quase inexistente pelo que o momento de alguma reflexão, silêncio e espiritualidade,  quase não se fez sentir.

Mas, em resumo, tudo está bem quando acaba bem e mesmo que com estes pequenos grãos de areia, podemos dar por cumprida a tradição. O dia esteve a jeito, com sol e calor quanto baste, o que é sempre agradável.

No fim de contas vale e importa mais o simbolismo da quadra e da mensagem da ressurreição de Cristo levada a cada casa e a cada família. Importantes, também, os momentos de partilha e confraternização das famílias que se juntam neste dia. O resto, tendo relevância, porque tradição vinda de trás e com referências cimentadas, são sempre coisas menores, mais materiais e protocolares.

18 de abril de 2019

Feliz Páscoa 2019


O Centro Social S. Mamede de Guisande, por este meio, deseja a todos os seus associados e comunidade em geral, incluindo os nossos emigrantes, votos de uma Feliz e Santa Páscoa!

1 de setembro de 2018

Cantares e cantadores ao desafio


No programa deste ano de 2018 da nossa Festa do Viso, na sexta-feira, houve, e bem, lugar aos cantares ao desafio com os conhecidos cantadores Augusto Caseiro (Sardinheiro), das Caldas de S. Jorge e o António Cante, de Carregosa - Oliveira de Azeméis. De resto, o cantador da freguesia das termas já tem marcado presença em anteriores edições.

Sendo que, infelizmente, os cantares ou desgarradas ao desafio marcam cada vez menos presença na nossa festa, apenas de forma esporádica, tempos houve em que faziam parte do cartaz musical com regularidade. Podemos dizer que nas festas e romarias desta nossa região esta tradição de fortes raízes cultural e musical tem vindo a perder terreno em detrimento de um qualquer artista ou grupo, mesmo que de fraca ou duvidosa qualidade. Infelizmente, digo, muito do nosso povo apenas vê nos cantadores um registo monótono e sem a vivacidade rítmica que se espera para uma festa moderna. Infelizmente nesta depreciação, para além da questão de gostos pessoais que se devem procurar respeitar, reside, todavia, muita ignorância cultural e musical relativamente ao entendimento de um estilo que é rico na sua forma e conteúdo.

Apesar disso, sobretudo no Minho, não há festa nem romaria, mesmo das mais afamadas como a Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, Feiras Novas, em Ponte de Lima, S. Bartolomeu, em Ponte da Barca, S. João D´Arga em Caminha, entre largas dezenas de outras que se realizam à sombra de uma igreja ou capela, que não tenha cantares ao desafio. De resto, é no Minho que esta tradição tem as suas mais fortes raízes e porventura onde proliferam os mais consagrados artistas da arte do improviso.

Origens:
Embora de origens difusas, os estudiosos da música consideram que as raízes dos cantares ao desafio remontam à civilização grega, nomeadamente às disputas poéticas de pastores a que o poeta Teócrito  (310 a.C.-250 a.C) lhes deus destaque nas sua obras.
Obviamente que o estilo ou conceito de cantigas baseadas no improviso, em monólogo ou em disputa com outro cantador, mesmo que com diferentes ritmos e estruturas melódicas, pode encontrar-se em muitos outros países e culturas, nomeadamente no Brasil onde ali os cantadores são conhecidos como repentistas. Também o acompanhamento instrumental é diversificado, desde um simples instrumento de percussão, como a pandeireta ou pandeiro (no Brasil), até um bombo ou, como em Portugal, com a popular concertina. Aqui também com instrumentos de corda, como a viola braguesa, sendo que a gênese tradicional é apenas com a concertina.

A concertina:
Dizem que as suas mais remotas origens, com o som produzido por palhetas fixas, estão referenciadas à China e ao longo dos tempos foram evoluindo para diferentes formatos e sonoridades. A sua forma mais ou menos moderna foi desenvolvida na Alemanha, país onde está implantada a Hohner, porventura a mais consagrada marca de harmónicas de boca, concertinas e  acordeões.
Em rigor, o instrumento a que em Portugal chamamos de concertina não é uma concertina, já que esta, embora com a mesma estrutura de fole e botões nas extremidades, refere-se, todavia, a um formato hexagonal, accionado pelas mãos e braços e sem elementos de suporte ao tronco. A "nossa" concertina tecnicamente falando é um acordeão diatónico de três filas, cada uma correspondente a uma escala ou afinação, normalmente em DO, FA e SOL. Mas há com outras afinações. Uma das grandes diferenças entre este instrumento e o também popular acordeão é o facto da concertina ser de teclas bi-sonoras (uma nota ao abrir o fole e uma outra diferente nota ao fechar o fole) enquanto que o acordeão, de teclas ou de botões, ser uni-sonoro (a mesma nota ao abrir ou fechar o fole). No acordeão é possível tocar qualquer música ao passo que na concertina há algumas limitações nomeadamente no modo menor poruqe lhe faltam notas de meio tom (sustenidos ou bemóis).
Pese estas diferenças fundamentais, o instrumento de excelência no acompanhamento das cantigas ao desafio popularizou-se com o nome de concertina e assim, mesmo que erradamente, continuará a ser. No Brasil, tanto concertina como o acordeão são conhecidos por sanfona ou mesmo por gaita.

Os cantares:
Os cantares ou cantigas ao desafio, ou desgarradas, conforme são tradição no nosso país, e sobretudo no Minho, traduzem-se fundamentalmente em cantar de improviso, de forma alternada com outro cantador, em jeito de disputa, despique ou função, à volta de um tema mais ou menos escolhido ou mesmo de tema livre.
Nas origens, diz-se que os desafios eram essencialmente de temática mais ou menos religiosa, por exemplo Deus e o Diabo, o Bem e o Mal, os pecados mortais, os sacramentos, ou mesmo a vida de determinados santos, como S. Pedro e S.to António. Estes temas sacros foram aos poucos sendo abandonados porque nas festas o povo exigia assuntos mais alegres, menos sérios, e tornaram-se então recorrentes as cantigas à volta de temas como os binómios Vinho e Água, Lavrador e Carpinteiro (ou outras profissões), a Noite e o Dia, a Madeira e o Ferro, etc. Nestes casos, os cantadores começam por uma série de quadras de saudação aos presentes no terreiro e a si próprios e depois vão lançando o desafio à marcação da função ou do tema e depois cada um defendo a sua parte, lá vão esgrimindo razões de enaltecimento ou depreciação de qualidades e ou defeitos.
Apesar dos temas mais clássicos, o que normalmente desperta a atenção dos apreciadores são os de carácter brejeiro e sobretudo de cariz sexual, nomeadamente quando o desafio é feito entre homem e mulher. Todavia, mesmo com a  carga de brejeirice e de cariz sexual, é importante que tudo o que se cante seja sempre de forma indirecta e que o segundo sentido e interpretação das palavras fique à consideração e imaginação dos ouvintes. Ou seja, que a suposta maldade ou malandrice seja subjectiva e não objectiva. Quando a coisa descamba para a ordinarice muito directa pode ganhar em entusiasmo mas perde seguramente na pureza da tradição.

Alguns afamados cantadores, como o Augusto Canário, Delfim dos Arcos (de Valdevez) e sua filha Carminda, consideram que os cantadores têm que ter alguma psicologia e saber dosear o nível de malandrice ou brejeirice de acordo com a plateia que têm à sua frente ou mesmo com o local. Têm que perceber se quem está a assistir está a gostar ou a torcer o nariz às piadas, se há muitos idosos, se crianças, etc. Por outro lado é totalmente diferente o cantar defronte de uma capela ou igreja e num contexto de festa religiosa ou se numa festa puramente popular ou dentro de um salão ou tasca. Por conseguinte, importará sempre aos bons cantadores este "apalpar" do pulso à plateia de modo a que perceba se estão a alegrar e a divertir, a enfadar ou a provocar.

Cantadores e cantadoras:
Não sendo regra, os cantadores e cantadeiras para além do seu nome próprio são também conhecidos com o nome da terra de que são naturais.
Nas origens e até há poucos anos, os cantadores eram essencialmente homens e os respectivos despiques ou desafios eram entre eles.
Inicialmente cantava-se por divertimento e a troco de uns copos de vinho mas mais modernamente os artistas começaram a ser pagos pelas suas participações e já há quem viva apenas dessa actividade artística.

Aos poucos começaram a aparecer as cantadeiras e com elas a abrir-se a oportunidade para a brejeirice de cariz sexual que obviamente não se proporcionava com cantigas entre homens.
Ainda não são muitas, comparativamente com os homens, mas já há boas cantadeiras, como as conhecidas Adília de Arouca, Irene de Gaia, Irene de Vila do Conde, Celeste de Ponte da Barca, Rosa Maria de Ponte da Barca, Carminda de Arcos (Valdevez). Também tem sido dado destaque a Natividade Vieira (Naty) de Póvoa de Lanhoso, a que se referem como a Raínha das Cantadeiras, tendo sido popularizada pelas frequentes desgarradas com o cantador Augusto Canário de Viana do Castelo, de cujo grupo fez parte até 2012, altura em que se juntou ao grupo do cantador Jorge Loureiro, de Barcelos.
Há algum tempo, em declarações públicas, a cantadora Carminda referiu que uma mulher que ande nestas coisas das cantigas ao desafio e que alinhe num estilo brejeiro, tem que ser solteira ou independente de homem ou então, sendo casada, que o marido tenha total confiança, pois caso seja ciumento e possessivo as coisas podem complicar em certas "brincadeiras" mais apimentadas.

Pela parte dos cantadores, na zona do Minho há muitos e bons de que pessoalmente destaco os mestres Delfim dos Arcos (Valdevez), Cunha de Vila Verde (um dos melhores de sempre), Manel Peta de Vila Verde, o Leiras (Manuel Araújo) do Soajo, Marinho de Ponte da Barca, Carvalho de Cucana de Cabeceiras de Basto, Domingos Soalheira, de Guimarães, Loureiro de Barcelos, Peixoto de Braga, Jorge Loureiro de Barcelos, Zé Cachadinha de Ponte de Lima, Pedro Cachadinha de Ponte de Lima, Nelo Aguiar de Barcelos, Borguinha de Braga, Augusto Canário de Viana e seu colega de grupo o Miranda de Viana. Quim Barreiros, de Vila Praia de Âncora teve fama de bom cantador, noutros tempos, mas há muito que enveredou por um registo bem diferente, mais trauliteiro e raramente entre em desgarradas.

Estilos:
Por tradição, como já se disse, os cantares ao desafio são acompanhados por concertina, que pode ser tocada pelos próprios cantadores ou por outros tocadores. A base musical assenta no ritmo de rusga e da popular modinha da "Cana Verde". Há quem adopte um ritmo e estilo de fado mas esse não é de todo tradicional.
O ritmo deve ser lento, não demasiado, mas o adequado para dar tempo ao cantador para preparar a quadra de resposta. Um ritmo demasiado acelerado para além de não ajudar à compreensão de algumas palavras ditas em modo popular, dificultará certamente a preparação e com isso eventuais falhas ou tempos mortos.

Por outro lado, a tradição é que cada cantador cante uma quadra (quatro versos) de forma alternada, mas há quem cante duas ou mais ou mesmo sextilhas (seis versos). Há ainda um estilo mais livre um pouco ao sabor da inspiração e dos caminhos de cada despique, com rimas emparelhadas e nem sempre cruzadas.
Um bom cantador é obviamente aquele que tem uma boa capacidade de improviso e riqueza de rimas, boa voz e colocação da mesma e consegue dar sequência contextual à quadra cantada pelo parceiro. Simultaneamente, porque lhe confere mais categoria e independência, bom tocador de concertina, embora não obrigatório.
Ao contrário do que se possa pensar, um bom cantador ao desafio não decora quadras até porque nunca saberá o rumo dado pelo cantador com quem estará em despique. Quando muito pode ter alguns versos mais ou menos recorrentes( "muletas") com as quais se socorre em determinadas situações e que encaixam como enquadramento ou introdução. Terá, sim, que ter uma técnica muito própria no improviso de modo a dar sequência natural ao despique ou desafio e à qualidade e diversidade de rimas. Ajudará muito ter um bom vocabulário e praticar rimas, mesmo que sozinho.
Em todo o caso, para a popularidade dos cantadores e cantadeiras contam muito o perfil e o carisma. Cantadores há que têm fraca ou vulgar voz, até mesmo mal colocada ou muito barregada, mas que despertam esse carisma, como são exemplos o Zé Cachadinha e sobrinho Pedro Cachadinha (foto acima), por sua vez filho e neto do já falecido Joaquim Cachadinha, ambos de Ponte de Lima. Na verdade, não se pode falar de cantares e cantadores ao desafio sem falar dos Cachadinhas de Ponte de Lima. Neste caso é maior a fama decorrente da tradição do velho Cachadinha do que propriamente a sua qualidade intrínseca. De resto o Zé Cachadinha tem o estilo de cantar apenas uma simples quadra e não gosta que o parceiro da desgarrada cante mais do que isso.

- Ouve cá o cantador,
Vê se cantas direitinho,
Se cantares mais c´ uma quadra
Ficas aí a cantar sozinho.

Possível resposta provocatória, porque desafiante da regra imposta e simultaneamente "ofensiva":

- Vou cantar uma, ou mesmo duas,
Conforme me apetecer,
Depois de ouvir uma das tuas,
É que vou cá arresolver.

Se me deixas a cantar sozinho,
É porque te meto medo,
Mas isso passa se no teu cuzinho,
Me deixares espetar um dedo.

Mas para isso, ó cantador,
Não precisas meter cunha,
Porque o dedo que eu falo,
É um dedo que não tem unha.


Por cá:
Confesso que, em dias inspirados, até sou capaz de manter um desafio com quem se mostre à altura. Recordo, já com saudade, alguns despiques que fiz com o Ti Zé do Coelho em alguns encontros e convívios. Na altura não era a concertina a acompanhar mas a sua guitarra e a minha viola. Poderia fazê-lo agora com a minha velhinha concertina Hohner, mas as cordas vocais do Coelho, quase com 92 anos, já não têm a frescura para as cantigas ao desafio. Seja como for, ficam para sempre as boas memórias dessas brincadeiras de cantadores sem fama e sem proveito, mas que eram divertidas e alegravam quem as ouvia.

Dito tudo isto, e não foi pouco, e porque não podemos gostar do que não compreendemos, seria bom que aos poucos déssemos o justo valor a esta tradição das cantigas ao desafio, que em muito traduzem o saber, a cultura e maneira de ser do nosso povo e que traz à memória muitas características dos tempos dos nossos avós.

9 de agosto de 2018

Festa do Viso - Guia e apontamentos


Elaborei do zero um documento a que chamo de "Festa em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António - Enquadramento, caracterização e guia de orientação de alguns dos seus aspectos organizativos e tradicionais"

Como justifico no próprio "...este documento não tem pretensões especiais nem disciplinares nem como alguma espécie de jurisprudência, mas apenas um simples resumo com a visão pessoal de alguns princípios que têm sido tradição e por isso "quase" regra.
Resulta em muito da experiência na primeira pessoa (como festeiro em 2004, com a participação no programa de duas bandas filarmónicas, José Cid, Paulo Bragança e três bons ranchos folclóricos, um deles do Alto Minho) bem como do testemunho de muitos anos, alguns deles na condição de vizinho privilegiado da festa.
Obviamente que tão importante ou mais do que este documento, é a transmissão de conhecimentos que cada comissão cessante deve legar à comissão nomeada. 
Por outro lado, a estrutura da nossa Festa do Viso não é compartimentada, mas antes dinâmica e é o resultado de sucessivos melhoramentos e introduções. Cada Comissão de Festas do passado contribuiu para a identidade da festa, sempre com algum elemento ou momento diferenciadores. Assim, tudo o que possa contribuir para preservar e enriquecer a tradição e melhorar o que nem sempre corre bem, é importante e positivo. A busca da perfeição, ou quase, deverá sempre nortear o ser humano. No futuro procurar-se-á actualizar alguns aspectos agora omissos ou ligeiramente abordados.
Se estes apontamentos à laia de guia informal a alguém puder ser útil, tanto melhor. Se não, valerá pela intenção de o ser.

Em resumo, vale o que vale, eventualmente pouco ou nada, mas se a alguém interessar, pode fazer o download do PDF e dar-lhe o proveito que entender. [LINK] Entretanto, quando se justificar, para corrigir gralhas ou acrescentar outros apontamento, publicarei uma versão revista.

6 de agosto de 2018

Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António - 2018 - Procissão



Mesmo que com algumas "novidades", nomeadamente a do horário, bem como o facto de ter sido o Santo António a fechar a lista de andores, ao contrário do tradicional, que seria o de Nossa Senhora da Boa Fortuna, a procissão solene saiu à rua e cumpriu-se a devoção. Eventualmente com menos forasteiros a assistir, mas decorreu de forma que aos guisandenses deve orgulhar.

Pessoalmente, lamento que o Mártir S. Sebastião, um dos santos representativos da paróquia, tenha ficado sem participar. Não fica bem, e alguém (da paróquia ou da Comissão de Festas) deveria ter-se responsabilizado ou empenhado em arranjar uma solução.

A questão da coordenação da procissão, nomeadamente no que aos andores diz respeito, gestão de promessas e responsáveis (particulares, grupos, Comissão de Festas ou paróquia), é um dos aspectos que ainda continua a precisar de muita afinação. A organização a este nível tem sido gerida um pouco ad hoc, o que propicia algumas confusões que não ajudam. Certamente que com uma melhor gestão, o mártir teria feito parte da procissão, com a veneração e devoção que lhe é devida pelos guisandenses. É certo que tem a sua festividade própria (20 de Janeiro), mas creio que todos concordarão que deveria fazer sempre parte da procissão da festa maior da freguesia.

Será, pois, de melhorar e definir bem esta situação no futuro.

30 de julho de 2018

Festa do Viso - O passado é lá atrás



Já chegara no início da semana a pista de carrinhos de choque. A custo, os camiões lá subiram a rampa do Monte do Viso e despejaram à sombra das acácias e do velho sobreiro todas as peças desse puzzle que, montadas uma a uma à força de braço, dariam lugar a uma espécie de tenda de circo onde o palco era uma pista de asfalto de chapa metálica, sem princípio nem fim, nivelada numa estrutura de barrotes e pranchas de madeira. O carrinho número 1, branco, que todos queriam pilotar, porque dizia-se ser o mais rápido, lá estava pronto a “faiscar” num cenário kitsch adornado com pinturas reluzentes de animais e paisagens.

Lá pela quarta-feira ao fim da tarde também chegava a "Almeida Rádio", com os seus altifalantes cinzentos que eram colocados no alto do sobreiro, apontados para os quatro cantos da freguesia, em que por alguns dias haviam de esganiçar as melodias da moda. No átrio da entrada da Escola do Viso montava-se a cabine de som, com gira-discos e torres de discos, onde se misturavam o Rancho Folclórico de Santa Marta de Portuzelo e Conjunto Típico Maria Albertina ou “Pais e Filhos” com José Cid, Amália Rodrigues, António Mourão, Fernando Farinha, Demis Roussos, The Nazareth ou The Rubetts, entre muitos outros que pela época eram sucessos da rádio. Quase sempre os agudos do “Sugar Baby Love” abriam as hostilidades musicais e o grego que cantava inglês, o Demis, actuava logo de seguida.

Entretanto a Comissão de Festas já começara a delimitar, com postes de eucalipto e arames, o espaço reservado à elite à qual havia de cobrar bilhetes para sentarem o cu em bancos macios e corridos. Podiam assim ver mais de perto “Os Marinheiros de Ovar”, os “Estrelas Incomparáveis” ou os “Peles Vermelhas”. Pagavam, mas dava-lhes estatuto, sobretudo quando estava em causa causar boa impressão às namoradas. Os outros, para quem o dinheiro era para queimar em quarteirões de branco com açúcar ou em lambarices, ficavam de fora, encostados aos arames num KO de indiferença.
Por esses tempos não havia dinheiro para mais folguedos musicais e os “pimbas” ainda estavam para nascer. Mesmo quando por ali passou a Ana Malhoa e a a Filipa Lemos (dos Santamaria) eram ainda crianças em início de carreira.

Um a norte e a outro a sul, à sombra das mimosas, estavam já montados os pequenos coretos de madeira vindos empoeirados da Casa da Quintão e do Sr. Gomes do Reguengo, juntamente com os mastros embandeirados com a vermelha Cruz de Cristo. Os coretos eram pequenos mas as filarmónicas também e como passarinhos lá se acomodavam em tão pequeno ninho. As festeiras e a raparigada, há semanas que, entretidas, vinham a entrelaçar cordas com papel recortado e a tecer delicadas flores coloridas que a qualquer chuvisco murchariam mas que engalanavam a dura rampa do monte até às Quintães por onde haveria de passar a procissão solene no Domingo à tarde.

Debaixo das frondosas austrálias, o Alcides da Casa Neves já montara a tasca onde se serviriam cervejas, pirolitos, gasosas e laranjadas da Gruta da Lomba a acompanhar suculentas fatias de melão e sardinhas do mar de Espinho, bem assadas. Mais tarde fazia-lhe companhia e na concorrência o saudoso Neca dos Santos.
Depois eram as tendas de brinquedos, da fruta, da regueifa, doces e outras lambarices como pacotinhos de bolachas de baunilha, torrões de amendoim em caramelo e chupas em forma de guarda-chuva ou de bolacha. Os brinquedos, para os quais a criançada andava um ano a juntar tostões, eram ainda de chapa ou de madeira pintada com cores garridas. O plástico era ainda novidade. Os rapazes compravam uma carrinha ou um taxi e as meninas uma máquina de costura ou um conjunto de cozinha com fogão, ferro de engomar, ou mesmo uma boneca despida para a qual faziam vestidinhos com as sobras dos trapos.

Era assim a nossa Festa do Viso lá pelos idos anos 60 e 70. De lá para cá as coisas foram mudando e a magia foi-se reduzindo conforme o palco ía crescendo e o orçamento aumentando. É certo que ainda continua a ser marcante, motivo e pretexto para reencontro de famílias e emigrantes com saudades matadas numa boa e farta mesa onde não falta o assado caseiro de vitela, carneiro ou cabrito e o melão da época mas, verdade se diga, já não é a mesma coisa. Mudaram-se os tempos e com eles as modas , os gostos e as dinâmicas e até mesmo o arraial. Já não há espaço para pistas, carroceis "8 "ou "zero", cestas ou aviões. Mesmo que algo ali se acomodasse com jeitinho, os empresários destes divertimentos só querem festas bem graúdas e barulhentas como a de Canedo, Lourosa, Arrifana e outras mais. Por cá, já foi chão que deu uvas e cascas de melão.

É verdade que a génese da nossa festa, a religiosa, está ainda quase intacta,  porque a mais genuína, mas a componente popular, à imagem de quase todas as festas e romarias da zona, há muito que deram lugar a manifestações incaracterísticas onde o sucesso das mesmas se mede pelas figuras e figurões dos cartazes musicais e do nome ou prestígio da pimbalhada. Os aspectos puramente tradicionais foram perdendo muito da sua autenticidade e terminarão quase definitivamente com o desaparecer das gerações mais antigas.

Apesar de tudo, mesmo que as coisas já não sejam o que foram, e até nós próprios, porque já não vemos as coisas com os olhos da infância, onde tudo nos parecia mágico e deslumbrante, ainda há muito de positivo nas festas das aldeias, incluindo a nossa, e são ainda um elemento agregador e identitário. Por isso, que continuem por muitos e bons anos e que no final da mesma, que cada Comissão de Festas continue a sentir-se orgulhosa do trabalho desenvolvido, na certeza de que, não agradando a todos, fez por isso e à causa dedicou-se com empenho e compromisso com os valores da nossa freguesia. Bastará isso para que valha sempre a pena.

2 de julho de 2018

Festa em honra de Nª Sª da Boa Fortuna e Santo António - Programa de 2018

Dias 3,4,5 e 6 de Agosto de 2018

Programa:

Sexta-Feira, 3 de Agosto
22:00 Horas
- Cantadores ao desafio com Augusto Caseiro (de Caldas de S. Jorge) e António Cante (de Avanca)

Sábado, 4 de Agosto
21:30 Horas
- Baile com Nelson Marto
22:30 Horas
Espectáculo musical com Xico à Portuguesa (do Got Talent)
23:30 horas
- Espectáculo musical com a actuação do cantor Clemente

Domingo, 5 de Agosto
8:30 horas
- Entrada da Banda Musical de S. Tiago de Lobão. Para além da actuação no palco, até ao pôr-do-sol, participação musical na missa e na procissão solenes.
10:30 Horas
Missa Solene em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António
17:00 Horas
- Reza do terço
18:00 Horas
- Majestosa Procissão Solene
21:45 Horas
- Noite de folclore com o Rancho Etnográfico "Os Pinhoeiros" de Lobão e
Grupo Folclórico de S. Tiago de Azagães - Carregosa - Oliveira de Azeméis

Segunda-Feira, 6 de Agosto
10:30 Horas
Missa na capela em memória e por intenções de festeiros já falecidos
21:30 Horas
- Espectáculo musical a cargo do grupo Novasom
23:30 Horas
- Fogo de artifício
23:50 Horas
- Espectáculo musical com David Antunes & The Midnight Band com participação especial de Simone de Oliveira
01:00 Horas
- Encerramento