18 de agosto de 2021

Qual é a lei?

Há dias li no jornal "Correio da Feira" uma nota de comunicação do Bloco de Esquerda em que este denunciava uma intervenção "aberrante" da Indáqua em Fiães, referindo que  “A Indaqua Feira, como é prática comum da empresa, assume uma atitude de quase impunidade total perante a população de todo o Concelho. No início de julho, a empresa fez uma reparação relativa a uma fuga na Rua Luís de Camões, no centro da cidade de Fiães. Esta é uma rua bastante movimentada que dá acesso a uma das estradas mais centrais da freguesia. Após a reparação, a Indáqua Feira deixou a estrada num estado lastimável, criando um constrangimento enorme para a vida da freguesia e, acima de tudo, para a população daquela zona”. 

Eu não sei se as intervenções da Indáqua, sendo obviamente necessárias, são "aberrantes", tal como esta em Fiães,  como a classifica o BE, mas vêem-se por todo o lado e parecem ter algo em comum, o facto de quase nunca o pavimento das ruas ficar devidamente regularizado. Ora depressões, ora lombas, ora recortes rebaixados e com arestas salientes, não raras vezes em toda a largura da rua. Mas pior do que isso é perceber-se ou constatar-se que tais remendos ficam definitivamente por remendar. Em Guisande são dezenas desses bons "maus" exemplos.

Ora esta situação leva-nos a questionar, tal como o Bloco de Esquerda, qual a legislação ou regulamentação que legitima esta aparente impunidade da empresa concessionária das águas e esgotos no nosso concelho?

E a somar a estes remendos mal remendados provisoriamente definitivos, há ainda graves problemas por resolver no que diz respeito a abatimentos do piso das ruas decorrente da instalação das redes. Em Guisande, por exemplo na Rua dos Quatro Caminhos.

Pergunta-se, pois, qual a lei que legitima estes abusos e falta de respeito ao não reparar devidamente o que é estragado?  E qual tem sido a postura da Câmara Municipal perante estas situações? Actua, fiscaliza, multa, manda reparar e mete a conta? Se sim, não parece, ou não dói, porque as situações perpetuam-se.

14 de agosto de 2021

Viver o Douro

 

























Estava marcado de há muito, mas só agora foram postos os pés ao caminho. O trilho "Viver o Douro", bem perto de nós, em Castelo de Paiva. Início junto à Praia do Choupal em Pedorido e ida até aldeia de Midões com passagem por Raiva e Gondarém. 

O regresso estava marcado por caminhos alternativos, mas porque o calor apertava optou-se pelo regresso invertido. De resto a boca da mina era um ar condicionado irrecusável e os rabiosques agradeceram aquela frescura natural e impregnada de carvão. Bem melhor que Halibut.

Pena que parte do trilho, por culpa de burros que montam cavalos, estivesse à altura da melhor banca de venda de castanhas da Padrela de Valpaços. Um patrocínio da Dodot poderia resolver a coisa. Mas como burros é coisa que nunca há-de faltar...

Interessante trilho, quase todo pela margem esquerda do Douro e com Rio Mau, Sebolido e a Serra da Boneca a seguir-nos na outra margem.

O lanche, no cais de Midões. O retempero, na fresca margem do Arda, que vindo lá das encostas de Arouca já ali ao Douro chegava cansado.

O próximo já está marcado.

12 de agosto de 2021

Sinais de fumo...


A pouco mais de um mês das próximas eleições autárquicas, os partidos concorrentes aos diferentes órgãos, nomeadamente para as Juntas/Assembleias de Freguesia, têm já definidos os candidatos e listas e estas já entregues no Tribunal.

Por conseguinte, estamos em tempo de plena pré-campanha. Mas de um modo geral, e particularmente cá pelo nosso concelho e União de Freguesias, nem parece. Tudo ainda muito pouco divulgado e para além de alguns cabeças-de-listas, alguns apenas de forma oficiosa, pouco ou nada se sabe. 

Mesmo fazendo uma pesquisa pela internet e pelas redes sociais, ferramentas indispensáveis a quem nos tempos actuais pretende comunicar e transmitir ideias e programas, a coisa é quase inexistente e por isso quase totalmente desaproveitada. 

Mas este alheamento das forças políticas e alguns candidatos às redes sociais tem razão de ser: É que muitas das figuras que agora são candidatos não gostam de se expor porque se as redes sociais são uma ferramenta poderosa, são, em sentido proporcionalmente inverso, um foco de críticas, ofensas e mal-dizer, muitas vezes a roçar o ataque pessoal. E isto ainda é mais duro quando alguns dos candidatos têm atrás de si heranças de que pouco se possam orgulhar e de missão quase impossível justificar o marasmo. Assim fogem desse confronto social como o diabo da cruz.

Não surpreende, pois, que não se veja páginas nas redes sociais associadas à maior parte dos candidatos e respectivas listas, ou mesmo às forças partidárias por quem concorrem. Por exemplo: O Facebook do PSD-Feira tem a última actualização em 10 de Junho último, o que se espanta tendo em conta que o partido não costuma brincar em serviço no que às campanhas eleitorais diz respeito. Por sua vez o PS - Feira tem-se mostrado mais activo, com uma linha orientadora e tem conteúdos mais recentes e publicados com alguma frequência, mas mesmo assim pouco dinâmico para quem quer "assaltar" o poder. 

Cá pelas proximidades, as páginas do PSD no Facebook são aves raras ou mesmo extintas como o dódó da Maurícia. Já o PS, sem deslumbrar, parece ter mais presença e marca pontos na rede social Facebook, nomeadamente na União das Freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros, com uma lista forte encabeças pelo ex-deputado da Assembleia da República, António Cardoso e Pedro Castro Silva. que sob o slogan "Mudança Segura" prometem tomar o poder nessa União de Freguesias. Quanto ao Facebook do PS - Lobão, nos últimos quinze dias apenas uma imagem de slogan com os candidatos (À Junta e Câmara) David Neves e Márcio Correia. É pouco, mas mais que o PSD local de que não se vislumbra qualquer sinal.

Pela "nossa" União de Freguesias, salvo o caso do Facebook do PS - Lobão, ainda não consegui descortinar páginas pessoais relacionadas aos candidatos, suas campanhas ou aos seus partidos. Para além dos motivos atrás expostos, há ainda entre alguns candidatos muita iliteracia no uso das ferramentas tecnológicas e de modo particular nas redes sociais.

Assim sendo, na era do foguetão e das viagens espaciais, e no imenso mar de ferramentas tecnológicas de comunicação e informação, parece que maioria dos nossos candidatos e forças politicas preferem comunicar com sinais de fumos. Sempre é menos arriscado andar pela calada da noite a enfiar propaganda nas caixas de correio ou, então, ao monte, a distribuir programas com esferográficas e outros brindes a propalar a "mais proximidade com as pessoas" e "fazer mais obra"

Rabiscos

 

11 de agosto de 2021

Amor e conhecimento da terra? Já foste!

Entre todos os aspectos negativos relacionados à criação das Uniões de Freguesias, há um que, mantendo-se este esquema de uniões, se torna notório e tende a agravar-se com o decorrer dos mandatos, e que se traduz na integração de elementos cada vez mais desligados e desconhecedores das suas freguesias.

As pessoas com capacidade, amor à terra e com conhecimento dela, estão obviamente a afastar-se deste tipo de exercício de cidadania e em face disso são colmatadas por gente mais nova, muitas vezes empurrada para as listas sem quaisquer referências de identidade, de ideias, propósitos e mesmo de vontade própria. Em rigor, apenas para encher chouriços.

Assim, cada vez mais, teremos representantes que não conhecem de todo a freguesia, suas características geográficas, sociais e culturais, nem os seus cidadãos e por conseguinte não podem exercer, mesmo querendo, um serviço cabal e pleno.

Assim, quando em campanhas se esgrimem slogans relacionados à proximidade com os cidadãos só podem estar a fazer dos mesmos cidadãos mentecaptos, pois na realidade já quase ninguém das listas conhece quem quer que seja pelo seu nome próprio e conheça o lugar onde vive. Isto na própria terra, porque esperar que alguém de Lobão, Gião ou Louredo conheça plenamente a freguesia de Guisande é acreditar no Pai Natal. Já foste!

Por tudo isto, reconhecendo a importância do poder local ao nível das freguesias, reconhece-se igualmente um cada vez maior afastamento dos eleitores com os eleitos e vice-versa. Não há mesmo volta a dar! 

A reversão ao anterior sistema, ainda poderá atalhar o prejuízo, mas a cagada está feita e será quase milagre que venha a ser desfeita. E mesmo que, esperançadamente tal possa vir a acontecer, os estragos de tão profundos já são quase irreparáveis.

Faz, assim, parte do passado, uma estirpe de eleitos conhecedores das suas freguesias e que a elas se dedicavam com amor à terra e bairrismo.