20 de dezembro de 2021
18 de dezembro de 2021
It´s raining likes, hallelujah
Parecendo que não, o Alcininho entrou nos sessenta. Parecendo que sim, está já na reforma. Assim, com todo o vagar do mundo, num destes dias, bem cedo, encheu o alforge de bananas, besuntou a próstata de Halibut, montou a bike a toca a subir até Arouca. Partindo das Caldas, aos 40 minutos já passava ao Júlio. Num ritmo vivo, numa hora e um quarto e picos estava à sombra do Convento.
No regresso, já embananado, mais ou menos outro tanto. Verdade, verdadinha, e uns trocados, acabou por fazer uma média de 25. Orgulhoso e vaidoso, lá deu a noticia ao mundo na sua página do Facebook e Twitter. Mas, com pena e desilusão, os likes contaram-se pelos dedos de uma mão.
Lamentou-se à cara-metade pelo desinteresse dos amigos, ele que noutros tempos dava um peido digital e choviam likes e que agora, que se esforçava, era ignorado. A Alzira, desbragada como de costume, disse-lhe: - Ó home, tens de subir ao Camouco, caralho! E um dia deste vais comigo ao P.I.T.O. Vais ver o que é chover likes!
17 de dezembro de 2021
Zero
Portugal deu neste ano um importante passo rumo à descarbonização com o encerramento da Central Termoelétrica do Pego, deixando assim de produzir energia a partir do carvão.
Todavia, estas coisas nem sempre são o que parecem já que, não sendo auto-suficiente, terá que compensar a perda de produção comprando a países europeus como a vizinha Espanha, França ou Alemanha. Para além de tudo, vamos comprar energia em grande parte produzida por esses países precisamente a partir do carvão, em que o continuarão a fazer pelo menos até 2030, já que não se comprometeram a abandonar este tipo de produção até essa data.
Resumindo, o nosso contributo em benefício do clima com o encerramento das instalações em Abrantes junto ao Tejo, por ora vale zero. Deixamos de poluir por aqui, é certo, mas alguém polui na justa medida e por nós noutro lado.
Ademais para trás ficou um enorme investimento que não durou 30 anos, bem como centena e meia de trabalhadores que para já parece que vão continuar a receber o salário e a entreter-se com formação, paga pelos contribuintes, no que se prevê que aconteça até ao final do próximo ano, mas depois o seu futuro será de todo incerto.
16 de dezembro de 2021
Novelas à portuguesa
Os advogados de Rendeiro propõem uma caução de 2 mil e picos euros para o seu pobre cliente ficar em liberdade. Que tem poucos recursos, que a esposa vive às custas da generosidade do motorista que lhe empresta a casita e que a fuga em avião privado, compra de tecnologia de ponta aos hebreus para proteger comunicações e o hotel de luxo onde se alojava, bem como a molhada de cartões bancários encontrados em seu poder, serão, afinal, de um amigo de infância de um ilustre ex político português, também ele um pobre coitado, constantemente a precisar do auxílio do Robin dos Bosques e do bondoso amigo para lhe dar guarda em apartamento de luxo em Paris. E que não há perigo de fuga, coisa que nunca fez nem sabe fazer.
Já quanto a Pinho, vamos fazer um peditório na paróquia para o ajudar, já que diz, pelo advogado, não ter os seis milhões para a caução, nem coisa que lhe pareça. Mas onde é que o juiz de instrução tinha a cabeça para determinar tão astronómico valor? Estará a pensar nas claúsulas de rescisão dos craques da bola?
Por sua vez, o cirurgião que "mexe" profissionalmente nas maminhas das famosas em Portugal, e aspira gorduras das barrigas aos machos do jetset lusitano, o Dr. Ângelo Rebelo, que dizem milionário e conduz um Porsche Cayenne, entre outras bombas de muita cavalaria, de acordo com a investigação do CM TV, lá conseguiu um apoio da Segurança Social, de 600 e picos euros, para o ajudar, pobrezinho, a pagar as custas de tribunal, num processo em que se diz ser caloteiro por não pagar as respectivas rendas. A generosa Segurança Social, que, de acordo com o referido canal, para o mesmo pedido de ajuda judicial, feito por um bombeiro gravemente ferido no exercício da sua missão, recusou.
Começamos bem o dia!
15 de dezembro de 2021
E os outros?
De acordo com a informação na plataforma governamental de contratações públicas, a anterior Junta da União da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, já na fase final do seu mandato contratou por 4.270,00 € a instalação de ar condicionado na Capela Mortuária de Lobão. Certamente um melhoramento necessário e por isso uma boa decisão.
Em todo o caso, e porque estas coisas nem sempre dão para todos da mesma forma, e há-se ser sempre assim, recordo-me que quando da Junta tomei parte, levei dois meus aquecedores de casa para a Capela Mortuária de Guisande, tendo os mesmos por lá ficado até ao final do mandato. Era uma forma de aliviar o frio que ali se fazia sentir em período de Inverno.
É certo e compreensível que Lobão, tendo uma maior população, tem necessidade de uma utilização mais frequente da Capela Mortuária, e daí justificar-se plenamente a instalação de equipamento regulador do ambiente, mas convém não esquecer que nas demais freguesias as pessoas também sentem frio e calor.
Rendeiros e Pinhos
Não partilho, de todo, da opinião de Rui Rio quanto à suposta politização da descoberta e captura do bandido João Rendeiro. E chamo-lhe bandido porque estamos a falar de um condenado pela Justiça, e dela fugitivo com todos os requintes de prévia premeditação e preparação. Quase o argumento perfeito de um filme de mafiosos e conspiração.
Mas dizia, não corroboro do que escreveu o presidente do PSD, e acho até que para além de um grande disparate e falta de sentido de Estado, foi um tiro no próprio pé.
Em todo o caso, e considerando que a Justiça não faz fretes aos políticos (e se por vezes até somos levados a pensar que sim, não é correcto nem sensato, sem provas, afirmá-lo), por vezes a coincidência dos timings pode dar um jeito do caraças. Veja-se que toda a imprensa, de malas e bagagens, está concentrada no caso e na casa do bandido Rendeiro e como numa novela temos sido bombardeados com todos os pormenores e a toda a hora. Um autêntico massacre para uns e uma delícia para outros.
Claro está que, e lá vem o tal jeito para alguns políticos, não se tem falado nem dado o merecido destaque a outros importantes assuntos. Alguém fala da vilanagem dos contratos com as concessões mineiras de lítio? Alguém fala dos desmandos com a TAP? Alguém fala de muitas outras coisas mais importantes do que os Rendeiros, os Linos e os Pinhos e suas estimadas e riquinhas esposas? Há sempre alguém que fala, mas como "gato por brasas", "en passant".
O turbilhão, esse anda lá para o sul de África. E continuará pelo menos até ser confirmado o que se espera num país ainda muito sujeito à corrupção, que o dinheiro fale mais alto, até porque lá, como cá, quem tem dinheiro consegue percorrer todos os meandros da Justiça, entretê-la com todos os recursos e expedientes possíveis e imaginários e assim adiá-la e mesmo evitá-la, até que o mediatismo se dissolva e a horda de jornalistas levante âncora.
A ver vamos!