18 de dezembro de 2022

Natal

Abaixem-se, submissos, os montes,

Aplanem-se os  vales viçosos,

As aves cantem hinos de louvor,

E amansem o trovão e o vendaval.

Fiquem límpidos os horizontes,

Alegrem-se os regatos chorosos,

Porque é nascido Jesus Senhor

No mistério de renovado Natal. 

14 de dezembro de 2022

Cavalo a trote


Sabemos que o símbolo ou logotipo dos CTT é um mensageiro montado a cavalo. E faz sentido, pois apesar de já num contexto de modernidade, do automóvel, do comboio e do avião,  e de tecnologias de informação, os nossos correios parece que ainda andam a cavalo a distribuir correspondência, tal é o atraso com que o fazem. 

Bem sabemos que a culpa não é propriamente dos carteiros, porque em todas as profissões há-os competentes e responsáveis, ou nem por isso, mas do sistema e da política da empresa.

Neste contexto, não me parece de todo aceitável que uma carta com uma convocatória para uma consulta externa no hospital ou para uma convocatória de tribunal  seja recebida em casa apenas no dia da véspera da data.  E, dizem, casos há em que já depois das datas, nomeadamente nas cartas dos serviços de águas, telefones e electricidade. Num dos casos, como me aconteceu, valeu o sistema de convocatória por SMS que já dispõem os hospitais.

Por sua vez, os carteiros, assoberbados com tanto trabalho e com tão fracas condições, tantas vezes não tocam uma nem duas vezes para recolher uma assinatura em carta registada e simplesmente optam por enfiar na caixa o aviso para a correspondência ser levantada no posto. Já me aconteceu estar em casa e o carteiro deixar tal aviso sem tocar para saber se alguém está. A lei do menor esforço.

Quem é que põe cobro a isto? Eu costumo reclamar nos sítidos adequados mas porventura a generalidade das pessoas não reclama coisa nenhuma e assim, passivamente, é responsável por este mau serviço.

É aguentar!

Andamos todos numa espécia de guerra contra as alterações climáticas e fazemos questão de, invariavelmente, as responsabilizar pelos problemas e prejuízos ocorridos sempre que S. Pedro nos brinda com umas fortes chuvadas. Queixamo-nos se não chove, queixamo-nos se chove ou se nem uma coisa ou outra. Andamos, pois, a confundir o manda-chuva celeste. E, todavia, muitos dos problemas como os agora ocorridos na grande Lisboa, em Faro e noutros locais, resultam ou são agravados tão simplesmente pela mão e intervenção humanas. Mas desta realidade pouco se fala como se fosse uma questão menor.

Em todos os aglomerados urbanos, foi-se construindo ao arrepio das leis da natureza, sobre vales de cursos de água e seus leitos de cheia e mesmo estrangulando ou suprimindo ribeiras, maiores ou menores. Em muitas das nossas cidades, são mais que muitas as ribeiras que correm sobre edifícios e debaixo de ruas. Quantas ribeiras existem a céu aberto em Lisboa ou no Porto? Poucas ou apenas uns curtos troços porque no geral estão entubadas.

Mesmo no nosso concelho da Feira, os exemplos dessa prática são mais que muitos. Veja-se no centro da cidade sede o rio Cáster a correr estrangulado em ambas as margens por entre edifícios.

Durante décadas construiu-se ao desbarato, sobre linhas de água ou à face das suas margens. Ocupam os leitos de rios e ribeiras, habitações, fábricas e armazéns. 

Só não vê quem não quer. Mesmo aqui em Guisande permitiu-se num passado recente, e já sob a égide de um PDM, que uma unidade industrial nascida de forma clandestina, cobrisse largas dezenas de metros do curso de um regato que no inverno é um rio. E, pasme-se, dizem que foi legalizada.

Agora, numa reviravolta, para se edificar um simples muro de vedação tem que se respeitar pelo menos 5 metros de afastamento, mesmo que a linha de água, em rigor, por vezes não seja mais que um simples rego de rega.  Diz o povo, com razão, que não há fome que não traga fartura. Nisto, do ir dos 8 ao 80, somos todos uns ases. 

Entretanto, claro está, como dizia por estes dias o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Carlos Moedas, não se pode mudar a geografia da cidade. Pois não! Nem de Lisboa, nem de Faro, nem de Águeda, nem do Porto nem da Feira e por aí fora. Por isso, não se queixem apenas das alterações climáticas mas das muitas asneiras e burrices que tantos autarcas permitiram sem qualquer veleidade. 

É caso para se dizer: - Fizeram merda, agora é aguentar!


[foto: O Observador]

12 de dezembro de 2022

Era bom que chovesse

Era tão bom que hoje chovesse,

Esta míngua de tudo inundasse

Até que o céu de novo rompesse

E lá de cima o sol espreitasse.

11 de dezembro de 2022

Grupo de Jovens de Guisande - 1.º aniversário

 


O Grupo de Jovens de Guisande celebrou ontem, 10 de Dezembro, o seu 1.º aniversário. Tal como o fez o nosso pároco, Pe. António Jorge, endereçamos os parabéns e que o grupo possa ser frutífero  em todas as frentes da sua acção na paróquia, na amizade, na partilha, nos relacionamentos humanos, no crescimento e amadurecimento da fé, mas também inclusivo e integrador de muitos mais jovens que andam deslocados destas coisas da igreja, da comunidade e da paróquia.

Em rigor, este primeiro aniversário refere-se em concreto a esta geração de jovens, já que na realidade a paróquia mesmo que com interregnos, em diferentes tempos foi tendo diversos grupos de jovens, num dos quais fiz parte pelo início da década de 1980. Um dos pontos fracos a todos eles foi a incapacidade de ser dada continuidade geracional. Por conseguinte, a experiência tem mostrado que estes grupos mais cedo ou mais tarde, acabam por ser interrompidos quando não há uma renovação que permita colmatar com entradas de novos elementos  aqueles que por motivos diversos, incluindo a idade, vão saindo. Em todo o caso, mesmo nesta realidade de algo que não tem perdurado, é sempre positivo enquanto dura e por isso é importante que haja uma entreajuda e colaboração entre o grupo e a comunidade para que no fim das contas o saldo seja sempre positivo.

Bem hajam e votos de boa continuação na caminhada, nomeadamente na etapa que será a vivência da Jornada Mundial da Juventude no próximo ano em Lisboa.

9 de dezembro de 2022

Assembleia de Freguesia - 22 de Dezembro de 2022

 


Dar ao radar


Acho piada quando pelas redes sociais há malta bondosa a informar onde há radares de detecção de velocidade. Na mesma onda, a todos quantos criticam a "caça à multa".

Bem vistas as coisas, não há dúvida que o Estado é um caçador nato e tanto é assim que parece que acabou de investir milhões em mais armas pesadas que tanto detectam a velocidade máxima como a média.

Mas, por outro lado, a ter em conta o que em cada dia vamos vendo nas nossas estradas, em que as velocidades definidas são totalmente desrespeitadas, o que até é criminoso dentro das localidades, como acontece, por exemplo, na Rua Nossa Senhora de Fátima, da Leira à Gândara, em boa verdade devia haver um radar para cada português ou então os próprios veículos terem incorporados sensores de velocidade que em tempo real forneceriam os dados ás autoridades. Talvez aí fosse possível que as nossas estradas locais deixassem de ser autoestradas.

Ainda no Domingo passado, circulava eu pela nova variante no sentido Escariz-Pigeiros e alguém atrás de mim "cagou" na velocidade máxima indicada e ultrapassou-me a alta velocidade transpondo não uma mas duas linhas contínuas, quando o poderia fazer de forma adequada 200 metros mais abaixo. Pergunta-se: O que é que um caramelo destes merecia? Deve ser avisado da proximidade de um radar, ou dar-lhe sinais de luzes a avisá-lo que à frente está a patrulha da GNR a mandar parar?