5 de janeiro de 2023

Nota de falecimento


Faleceu Emília Correia de Pinho Silva, viúva de António Alves da Silva, de 88 anos [11 de Janeiro de 1934-04 de Janeiro de 2022].

Residia no lugar da Lama - Guisande.

Cerimónias fúnebres na Sexta-Feira, dia 06 de Janeiro de 2023, pelas 11:00 horas, na igreja matriz de Guisande, indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7º Dia na Sexta-Feira, dia 13-01-2023, às 18:30 Horas.

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular aos filhos Avelino e Júlia Amélia.

Paz à sua alma! Que descanse em paz!

4 de janeiro de 2023

Pornografia

 O comportamento de um certo funcionário de um clube, depois de regressar do Mundial do Qater insuflado de ego com o que dizem ter sido uma revelação, com comportamentos disciplinares que prenunciam um "esticar da corda" com a sua entidade patronal e com a qual tem contrato de trabalho, é sintomático dos valores que nos tempos actuais regem o futebol: Cobardia, desrespeito e falta de ética e profissionalismo. 

No fundo não passam de meros mercenários onde o dinheiro e a fama ditam as leis. Para além disso, há a outra parte da vergonha, os clubes que aliciam estes rapazolas levando-os a desrespeitarem os clubes com os quais têm contratos e sem qualquer regulamentação.

E no fim de contas conseguirá o fulano o que pretende, saír na primeira "janela de oportunidade", mesmo que o clube receba o pornográfico valor da cláusula de rescisão. 

Um comportamento destes implicaria que o jogador fosse remetido para a prateleira da insignificância e fosse obrigado a cumprir o contrato até ao final na equipa B, ou nem isso, mas é certo que o clube não pode permitir-se a esbanjar tão grande valor que terceiros estão dispostos a pagar por ele. Por isso vai ser despachado,  até porque maçãs podres nunca passarão disso.

Em resumo, estas situações ligadas oa futebol são por demais banais e deveriam servir de reflexão a quem tanto interesse dedica a acompanhar estas coisas, mas em rigor é destas telenovelas que vive a indústria. 

É mau de mais, mas é disto que o nosso povo gosta e faz chorar de orgulho, nos estádios, quando esta gentalha beija o emblema. Todavia, é só surgir a oportunidade e o motivo para se revelarem na sua pequenez.

Guerra de quintais

Da moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal e que amanhã Quinta-Feira, 05 de Janeiro, será debatida e votada na Assembleia da República, bem sabemos que está condenada ao fracasso porque o Partido Socialista dispõe de maioria absoluta. De resto, se uma maioria absoluta não é garantia de uma boa governação, é pelo menos uma salvaguarda quanto à rejeição de moções de censura apresentadas pela oposição.

Apesar disso, do desfecho previsto, estas moções servem apenas para confirmar que na realidade os portidos estão divididos não por politicas mas por ideologias. Assim, mesmo com os partidos da esquerda a criticarem a acção do Governo, já disseram que vão cotar contra a moção. E seria exactamento igual se fosse ao contrário, ou seja os partidos da direita a votarem contra se a moção partisse da esquerda.

Assim sendo, face a este tipo de política pequenina, em que cada um defende apenas o seu quintal, pouco há a esperar dos nossos fracos políticos, porque as divergências ideológicas são mais fracturantes que as políticas ou necessidades do país. 

Antes partir que torcer.

3 de janeiro de 2023

Buracos e pedreiras

João Galamba, ex-secretário de estado da energia, que foi investigado no âmbito dos obscuros e manhosos processos das concessões das pedreiras de lítio e do hidrogénio verde, ganhou experiência em buracos e pedreiras e por isso faz todo o sentido que o primeiro ministro o promova a ministro das infraestruturas, ficando assim com a tutela da TAP, de todos o maior buraco, a maior pedreira do país.

Vamos a ver no que dá, mas ao contrário de uma boa pedreira em que dela se extrai qualquer coisa de valor, que mais não seja, calhaus, provavelmente continuará a ser mais do mesmo, um enorme buraco onde o erário público ali enterra ouro, em que uma boa parte dele é para distribuir em prémios e carrões por malta porreiraça que ali vai de vez em quando marcar o ponto.

A ver vamos como é que a coisa vai aterrar!

1 de janeiro de 2023

Saúde, paz e bem.

São estas as primeiras três palavras que escrevo neste início de novo ano.

Sabemos o que ficou para trás; Desconhecemos o que nos espera. Provavelmente daqui a 365 dias estamos a concluir que foi mais do mesmo. No fundo tudo é mais do mesmo porque a vida é assim mesmo, a rodar num movimento perpétuo. 

Vamos conhecer alegrias, tristeza, coisas boas, momentos trágicos e dolorosos. Gente que nasce e morre, gente boa que parte, gente má que fica.

Aspiramos, é certo, a uma vida baseada na trilogia da saúde, paz e amor, mas a mesma vida ao longo dos tempos e da nossa história enquanto humanidade, sempre nos mostrou os seus altos e baixos, momentos de paz, progresso e prosperidade mas igualmente períodos de guerras e mortandades. Nestes tempos é de guerra que se fala e desconfiamos que a coisa é para continuar e agravar.

Seja como for, o comboio está em marcha e só percorrendo o caminho daremos conta do que nos espera no virar de cada curva.

31 de dezembro de 2022

Incertezas

Quando chegamos a uma certa idade, em que já podemos dizer a alguns, muitos, que poderíamos ser seu pai ou avô, uma das coisas a que não conseguimos fugir é o reviver de momentos, episódios, situações com que algures, em tempos mais viçosos, fomos confrontados.

O Macedo, já na casa dos sessenta, mas feliz com o que a vida lhe deu e tem, não encontra nela grandes remorsos ou arrependimentos tão simplesmente porque convencido está que isso em nada lhe acrescentará. Mas de quando em vez, como quem faz rewind numa velha cassete do tempo, recorda alguns namoricos e casos sentimentais, ou oportunidades deles, que teve antes de, cansado deles, decidir-se a enlaçar-se com aquela que lhe pareceu ser mais parte de si, a sua Fátima.

Numa dessas viagens ao passado, em que tudo se vê de olhos cerrados, viu-se fresco e viçoso, mesmo na altura em que fora convocado ao serviço militar por onde lá pelas lisboas marchou durante dois anos certinhos. Travara, por essa altura, conhecimento com a Celeste, ainda mais fresca do que ele, quase a transpor a maioridade mas ainda menor.

Durante alguns poucos meses encontravam-se e namoravam sem o saber, em longas ou curtas conversas, em que por vezes falavam mais os olhos que as bocas, o olhar que as palavras. Pelo meio, algumas cartas trocadas, sem subterfúgios ou ideias disfarçadas na semântica. De tão ingénuas e transparentes, poderiam ser cartas de irmãos. E se o Macedo enredava na escrita uma qualquer segunda intenção, só a Celeste a poderia decifrar.

Apesar disso, o Macedo era um rapaz na força da vida e tinha naturalmente desejos de poder colher e saborear aquela frescura rubra de cereja a baloiçar no ramo, que se lhe oferecia, e também o percebia nas feições e palavras da Celeste. Mesmo naquela ocasião em que se viram sozinhos na casa da tia dela, numa tarde de chuvinha macia, ficaram tão perto que o silêncio os cobriu e as mãos tocaram-se numa tímida hesitação. O Macedo, jovem mas maduro o suficiente para saber de como as coisas se complicam, sabia da diferença de idades e do facto dela ser menor e quando lhe passou pela cabeça aproximar os seus lábios dos dela, que lhe pareciam convidativos e serenos como porto seguro, estremeceu e recuou enquanto disse uma qualquer banalidade sobre o tempo. A Celeste enrubesceu e respirou fundo como que a acordar de um sonho de segundos.

Continuaram amigos por mais algum tempo e pouco depois cada um seguiu o seu rumo. Ela emigrou, casou, dizem que ainda não teve filhos. Viam-se, esporadicamente, pelo verão, uma ou outra vez, por circunstância, mas a ele parecia-lhe já distante aquele Celeste, maneirinha, fresca, cabelo comprido, olhos negros e lábios de cereja que ele poderia ter saboreado. 

Ele cumpriu a tropa, casou e teve filhos. Sente-se pleno e feliz e nem esta ou outras parecidas situações, lhe trazem angústias. De resto, para além do medo das consequências, no fundo hesitou e recuou porque jamais poderia lidar com a recusa. Pareceu-lhe que naquele passado momento a Celeste também o convidava, mas nunca se sabe o que vai na alma das mulheres e até mesmo uma rapariga naquele silêncio morno  poderia despertar e dizer, não!

Se de tudo aquilo algum dissabor deixou ao Macedo, apenas a incerteza. Como teria sido se deixasse o corpo seguir o seu instinto? Com que consequências para si, para a Celeste ou para ambos?

Não! Não importa imaginar cenários e desfechos. Afinal, a incerteza é sempre um essência da nossa vida. Porque atalhamos pela esquerda e não pela direita ou porque não recuamos ou seguimos em frente? Se formos a dar palco às incertezas, a nossa vida ficaria de tal modo assoberbada que não restaria tempo para a viver. E tão curta que ela é….

29 de dezembro de 2022

Voando e aterrando

O ministro das infraestruturas e habitação Pedro Nuno Santos, finalmente, depois de um longo e atribulado voo, aterrou, e já não faz parte do instável Governo da maioria. 

Depois de vários casos que o debilitaram, nomeadamente o puxão de orelhas do primeiro ministro a  propósito da localização do putativo aeroporto, e agora da recente escandaleira com uma tal de Alexandra Reis, a juntar a outros tantos, só tinha mesmo essa saída. 

Foi a decisão que se impunha mas já vai tarde, quase três anos. 

Quanto à TAP, nem deveria existir porque é uma empresa ruinosa que desbarata milhões e milhões de todos nós contribuintes e, contudo, continua a ter uma gestão milionária, como se vivesse de forma independente e altamente rentável. Negociar prémios chorudos à administração, contratar frotas de automóveis de luxo, e dar euromilhões a quem sai, é no mínimo de bradar aos céus, o que faz sentido sendo uma companhia aérea.

Assim, sendo, há ainda muito a fazer, desde logo demitir a actual administração, a custo zero, e logo que possível privatizar o que resta desse buraco negro antes que continue a absorver fundos e dinheiros que, está visto, não temos.

Claro está, que António Costa, vai-se esgueirando por entre os pingos da chuva, mas ele próprio tem muitas responsabilidades e só por isso se justifica que um governo de maioria, que deveria ser estável, já vá  numa dezena de saídas e outras tantas entradas.

Como bem comentou João Batalha, da Frente Cívica, exigia-se ao primeiro ministro mais qualidade e escrutínio em quem mete no Governo e saber do seu passado ético e político de modo a evitar estes contratempos que o desgastam. Não o fazendo e, pior do que isso, enredando-se numa teia de nomeações, interesses e ligações familiares ou partidárias, põe-se a jeito.