19 de julho de 2023

Já não será tempo a mais?

Já manifestei pessoalmente ao Sr. presidente da Junta da União de Freguesias a preocupação pela situação da Rua de Trás-os-Lagos a qual, já depois de ter demorado demasiado tempo na abertura de valas e colocação das redes de águas e saneamento, já vai em pelo menos três meses com a falta de reposição de pavimento nas zonas intervencionadass, nomeadamente e de forma mais premente, nas valas transversais. Não é pedir muito, nem se pede a pavimentação geral da rua, mas pelo menos essas valas e a zona junto à rotunda deveriam ser remendadas mesmo que de forma ainda provisória.

Parece-me que estas obras quando começam deviam acabar e não ficar a meio de forma indefenida numa aparente indiferença. Parecendo que não, quem ali tem que passar várias vezes ao dia, como eu, é penalizador. A conta na oficina aumenta mas, quem sem importa? De resto, não sei se este tipo de situação ocorre noutros paises ditos desenvolvidos. E não vejo isso acontecer numa estrada nacional.

Penalizante é esta situação e de forma mais agravada para os moradores mais afectados, no troço entre a rotunda e a Rua Nossa Senhora de Fátima, do lado poente, os quais para além de terem a vala defronte das portas, têm que lidar ora com o pó ora com lama.

Eventualmente estará na perspectiva a instalação das ditas redes também na rua perpendicular, a Rua da Zona Industrial, mas parece-me que uma não é impeditiva de outra. Todos percebemos, e sobretudo quem já passou pelas Juntas, que estas coisas não são ao ritmo e da forma como todos desejamos, e que têm a sua complexidade, nomeadamente nos concursos de adjudicação, mas tem que haver alguma razoabilidade e, como disse atrás, quando se começa uma obra deve a mesma ser concluída. Ficar a meio por largos meses e sem garantia de quando será concluída é que já não parece muito bem. Se não era para acabar, que não se começasse para ficar a meio.

Ficamos a aguardar e a contar os meses, na expectativa de que a Junta estará atenta e naturalmente também preocupada. 

Entretanto, nota-se que alguns repórteres do passado para o alerta público deste tipo de situações, têm estado menos atentos ou mesmo fora do activo.  A imparcialidade não é para todos.

18 de julho de 2023

Festa do Viso - 2023 - Quase, quase

 


[cartaz não oficial]


PROGRAMA:

28 de Julho - Sexta-Feira

21:30 - Duo João Carlos e Fábio André

23:00 - João Dantas - Comédia

24:00 - DJ Sérgio Miranda

29 de Julho - Sábado

21:30 - Pedro Piaf

22:30 - Banda Remember

30 de Julho - Domingo

09:00 - Entrada da Banda Marcial do Vale

11:00 - Missa Solene na capela acompanhada pela Banda do Vale

15:00 - Actuação da Banda Marcial do Vale até ao sol-pôr

17:00 - Reza do terço

17:45 - Saída da magestosa Procissão Solene pelo percurso habitual

21:00 - Rancho Regional da Vila de Lobão

22:00 - Rancho Folclórico Santa Eulália - Sanguedo

31 de Julho - Segunda-Feira

11:00 - Missa na capela

21:30 - Grupo Free Dance

22:00 - Sorteio de rifas

22:15 - Fogo de Artifício

22:30 - Actuação dos "Sons do Minho"

Dor, angústia


Será mais dolorosa a angústia

Ou angustiante a dor?

Que poder tem uma sobre a outra?

Complementam-se, antagonizam-se?

A dor e a angústia são experiências humanas profundas e complexas, e é difícil determinar qual delas é mais intensa ou dolorosa. Cada pessoa pode vivenciá-las de maneira única, de acordo com sua história, personalidade e circunstâncias individuais.

A dor pode ser física, causada por lesões, doenças ou traumas, e também emocional, proveniente de perdas, desilusões ou sofrimentos psicológicos. Ela se manifesta como um alerta, um sinal de que algo está errado, e pode ser avassaladora, exigindo cuidados, tratamentos e tempo para a cura.

Por outro lado, a angústia é um estado emocional caracterizado pela ansiedade, pelo desconforto e pela sensação de apreensão. Ela pode surgir diante de incertezas, dilemas morais, conflitos internos ou diante do vazio existencial. A angústia não possui uma causa direta e tangível como a dor física, mas é igualmente impactante e debilitante.

Dessa forma, a dor e a angústia podem entrelaçar-se e influenciar uma à outra. A dor física intensa pode gerar angústia, levando-nos a questionar a própria existência e a lidar com a limitação imposta pelo corpo. Da mesma forma, a angústia prolongada pode desencadear dores físicas, como tensões musculares, dores de cabeça e distúrbios do sono.

Embora possam parecer opostas, a dor e a angústia muitas vezes se complementam e se entrelaçam. Ambas são experiências humanas que nos desafiam, nos colocam em contato com nossa vulnerabilidade e nos convidam a refletir sobre nossa condição. Através delas, podemos desenvolver resiliência, empatia e um maior entendimento de nós mesmos e dos outros.

Porventura, em vez de buscar respostas e determinar qual é mais dolorosa ou angustiante, é importante reconhecer e acolher ambas as experiências como partes integrantes da jornada humana. Ao enfrentar a dor e a angústia com coragem e compaixão, podemos encontrar caminhos de superação, crescimento e transformação. Mas, claro, não é fácil.

17 de julho de 2023

Meter a foice na (poda) seara alheia...

A propósito do assunto da poda dos arbustos e limpeza realizadas por elementos da Comissão da Festa do Viso - 2023, na envolvente da nossa linda igreja matriz, que veio à baila no Facebook, meti a foice na seara alheia, isto é, também me meti na conversa mas num objectivo de serenizar.

Diz a minha experiência e a minha idade que quase sempre nestas coisas e conversas travadas no espaço mais ou menos público, como é uma rede social, quase todos saem chamuscados porque nem sempre travadas com equilíbrio, sensatez e respeito pela opinião de todos. Assim, como na velhinha fábula da luta entre o padeiro e o carvoeiro, que aprendemos noutros idos tempos pelos livros da escola primária, ficaram ambos os intervenientes sujos. Nem o padeiro se manteve branco e imaculado como a farinha, saindo enfarruscado, nem o carvoeiro negro como o carvão, saindo empoeirado. Por conseguinte, quem se mete em conversas alheias, mesmo que no fórum público, arrisca-se a sair chamuscado.

Mas também diz a experiência que se somos pessoas livres e com opinião, se valorizamos e respeitamos ambos os pontos de vista, devemos então dar o nosso contributo com opinião num sentido positivo, mesmo correndo esse risco, sob pena de condicionarmos a nossa própria consciência, numa atitude fácil de não desagradar a Deus nem ao diabo ou o contrário. Ora por vezes é difícil conciliar esta neutralidade. Talvez por isso é que muitos preferem intervir de forma lateral e não pública, atirando a pedra e escondendo a mão.

Por conseguinte, a mesma experiência de uma vida aconselhava que devia deixar prosseguir a discussão e assistir descontraído no alto da bancada, como se constuma dizer. Mas intervi e ali deixei o meu comentário, a minha opinião, pela justa razão de que acho que mesmo com pontos de vista diferentes, e uma ou outra consideração menos medida e mais contundente, todos demonstram paixão e interesse pelas coisas da nossa freguesia e paróquia.

Para quem não seguiu a conversa, devo dizer que grosso modo o nosso estimado André Silva, que todos conhecem pelo amor e interesse pelas coisas da paróquia, de algum modo expressou o seu descontentamento com a forma como foi feita alguma da poda, nomeadamente, no seu dizer, por não serem respeitados os modelos que já existiam do passado e provenientes da mão do saudoso Pe. Francisco e achando que com isso foi "destruído" o trabalho de muitos anos.

Assim, porque tenho uma elevada estima a carinho pelo André, e partilho com ele muitas considerações sobre as coisas da paróquia, mas também valorizo quem de forma desinteressada trabalha com qualidade pela freguesia, como é o caso de qualquer Comissão da Festa do Viso, e do trabalho desta de modo particular no caso da limpeza e poda, acabei por comentar, compreendendo o seu ponto de vista mas achando-o um pouco injusto face ao trabalho que foi feito.

Mas voltando ao cerne da questão, era notório que os elementos arbustivos que adornam o nosso adro e a nossa igreja, estavam numa situação de desmazelo, a reclamar uma intervenção de limpeza e poda. E aqui nem importa reclamar de razões ou atribuir culpas do desmazelo. Em última análise somos todos responsáveis. Por conseguinte, mesmo que possamos discordar de alguns aspectos, porque há sempre vários pontos de vista, e diferentes formas de intervir, e cada cabeça sua sentença, é de justiça valorizar o que foi feito, tanto mais, como no caso, com um propósito de melhorar e zelar.

Esperemos que de facto os arbustos regenerem, e deve haver algum cuidado na rega nestes meses de Verão, e se componham para voltarmos a ter um adro ajardinado de modo a que não desmereça a nós próprios, paroquianos, como a quem nos visita. O adro e envolvente da nossa igreja sempre foram um motivo de orgulho, um postal vivo, e para que isso se mantenha é preciso trabalho e dedicação. Ao longo dos tempos foram muitos. Ora as plantas também precisam de cuidados, quer na poda quer na rega e o abate ou cortes radicais e muitas vezes a sua substituição apenas por pavimentos, nunca serão boa solução a não ser por motivos maiores e devidamente justificados como doenças das plantas ou quando impeçam outras situações como circulação e acessos.

Em resumo, importa nestas como noutras coisas de interesse colectivo, haver discernimento, bom senso e razoabilidade e nunca decisões unilaterais, precipitadas e radicais que só contribuirão para desunir a comunidade. Ora o que importa verdadeiramente aqui, parece-me é unir, é congregar. Tudo o que for feito nesse sentido será sempre de enaltecer.

Diz que em Romariz...festa de arromba e de arrombar


Diz quem segue e anda atento a estas coisas, e o cartaz não mente, que a festa grande da freguesia de Romariz, nossa vizinha, vai ser de arromba e de estourar. Ainda por cima, e para mal dos nossos pecados, coincide com a nossa modesta Festa do Viso, que, como se sabe e pelos motivos igualmente conhecidos, foi antecipada uma semana relativamente ao que era a velhinha tradição.

E porque parece que hoje em dia o êxito e importância das festas são medidas pela popularidade de quem vem animar musicalmente a coisa, teremos  a seguinte ementa:

27 de Julho:

Banda de tributo aos "Scorpions".

28 de Julho: Quim Barreiros, o mestre da culinária e de mamar nas tetas da cabritinha.

29 de Julho: José Malhoa, o mestre dos clichés dos bailaricos a envolvar gajas boas e padres e sacristães a darem uma ajuda a apertar com elas.

30 de Julho: Mónica Sintra, que depois de constatar que afinal havia outra, continua a cantar que não é uma qualquer. Acredito, pelo que o cachet certamente será a condizer.

31 de Julho: Banda Santamaria, que já actuaram em Guisande em 2009. Apesar da partida inesperada de Tony Lemos, que era a alma criativa da banda, continua com os ritmos tecnos e  a voz da já pouco fresca e quarentona Filipa Lemos. Mas parece que ainda continuam a ter assistências devotas e enchem plateias.

Ainda a excelente Banda de Música de S. João da Madeira e  uma tal de  Brasil A 1000, e pelos vários dias, uma catrefada de DJ´s, que parece que agora pegaram moda na arte de meter discos. Ah, e o fogo de artifício, não podia faltar para despedida.

A Nosse Senhora dos Remédios, figura maior da festa, aparece com a imagem discreta, ali envolvida pelo cacho de artistas, à sombra do chapéu e bigode farfalhudo do Quim. Merecia um outro destaque e plano, mas os cartazes modernos desvalorizam o que é de valorizar. Já agora, faltam ali os horários pelo que quem quiser ir à missa e à procissão solenes, e esta certamente meterá cavalos, é consultar outras fontes que não o cartaz. Cartaz com horários? Coisa antiga...

Perante isto, Guisande fugiu da concorrência costumeira da Festa de Fiães mas meteu-se na boca do lobo da festa maior de Romariz. O nosso cartaz musical, bem mais modesto e comedido, reconheça-se, vai ter que remediar e valer-se de outros atributos e têmo-los bons e fortes..

Aparte estas coisas do entretenimento musical, que a meu ver são a quota menos importante e valorativas das nossas festas de aldeia, porque há valores identitários bem mais distintos, seja na nossa festa seja na de Romariz, de Pigeiros ou de qualquer outra, apetece perguntar, onde é que se consegue tanto dinheiro para pagar a todos estes artistas? Tantas vezes as terras com necessidades bem mais substanciais ao dia a dia, bem como a carecerem de conservação dos espaços e património comum, estradas e caminhos em mau estado, e no entanto, em três ou quatro dias, pumba! estoura-se uma porrada de dinheiro em foguetes e cantorias. Somos, no geral, uns exagerados e as festas são disso um reflexo. Mas são eventos populares e que rendem popularidades e juntam-se aos exageros as câmaras municipais e juntas de freguesia. Um por todos e todos por um, como no Dartacão.

Sempre se disse que quem quer festa sua-lhe a testa, mas a avaliar pelos cartazes das festas aqui à volta da nossa, parece que é fácil angariar 50 mil euros e anda tudo a nadar em dinheiro. Estamos, pelos vistos, novamente em tempo de vacas gordas. Ainda bem! Afinal temos que ajudar esta gente dos palcos, que tanto se queixaram de fome e miséria no jejum da Covid, e que, mesmo que com qualidade duvidosa, nos dão música e mostram-nos bailarinas com todas as curvas do caminho. Ajudar quem precisa!

Vivam as festas, a nossa e as dos outros!

Santo facilitismo

O Conselho de Ministros aprovou por estes dias um diploma que estabelece perdão de penas e amnistia de crimes e infrações praticadas por jovens entre os 16 e 30 anos, a propósito da vinda do Papa a Portugal aquando da Jornada Mundial da Juventude que decorrerá em Lisboa na primeira semana do próximo mês de Agosto..

Sem saber ainda em que moldes a coisa vai ser promulgada, até porque não é concensual entre os partidos, bem como se colocam questões como o de direitos de igualdade e benefício de uma faixa ectária, pessoalmente sou contra. E sou contra porque num estado, regime e sistema penal muito permissivos, já com uma elevada percentagem de crimes resolvidos com penas suspensas, multas irrisórias e aplicação de serviço comunitário, que na maior parte dos casos não é cumprido, este perdão e amnistia são mais uma prova de forrobodó e de facilitismo neste país de bananas. Uma mensagem errada para a criminalidade de que certos crimes compensam. Por outro lado, tantas vezes se pretende vincar o cariz de Estado laico e depois alinha-se nestas acções decorrentes de uma jornada de âmbito religioso.

Ademais, em que ponto ficam as vítimas de uma grande parte dos crimes abrangidos? Sendo certo que uma grande parte deve-se a dívidas fiscais e administrativas ao próprio Estado e à sua máquina de caça à multa, os lesados somos todos nós, jovens, adultos e velhos.

Mas, enfim! Nada a fazer! Nestas coisas pouco ou nada podemos fazer a não ser manifestar o nosso ponto de vista. E o meu é contrário a essa decisão. 

É caso para se dizer que, passe o trocadilho, os criminosos ou incumpridores são os beneficiados e os outros, os certinhos e direitinhos, que cumprem os seus deveres, são os papados.

16 de julho de 2023

Não venhas tarde

Não! Não venhas tarde,

Como alguém diz a cantar;

Em meu corpo um fogo arde

Que só tu, amor, podes apagar.


Vai, pois, mas vem depressa

Bem antes, amor, do fim do dia.

Não vá que, por maré,  aconteça

Chegares e a cama estar vazia.


Mas se vieres tarde demais

Juro que vai haver sarilho,

Porque não sou dos pardais

Que se contenta com o milho.


Não! Não venhas tarde,

Não procures o contratempo;

Com muito ou pouco alarde

Importa que venhas a tempo.


A.Almeida - 16 Julho 2023