1 de agosto de 2023

Questionário para frequentadores de festas de aldeia

Um estudo de mercado é uma pesquisa sistemática e detalhada que tem como objetivo analisar e compreender o ambiente e as condições em que um determinado produto, serviço ou ideia será comercializado. Ele é realizado para obter informações relevantes sobre o mercado-alvo, os consumidores, os concorrentes, as tendências, as oportunidades e os desafios que possam afetar o negócio em questão. Essa análise é fundamental para auxiliar na tomada de decisões estratégicas de empresas, empreendedores e instituições governamentais e até mesmo uma Comissão de Festas.

Assim, importará, talvez, a quem organiza uma festa de aldeia saber o pensamento da maioria dos potenciais visitantes. Daí e com esse propósito poderá ser feito um questionário junto das populações para apalpar o pulso à coisa e para em face dos resultados ser possível tomar as melhores decisões e assim garantir o êxito da mesma coisa.

Fica, pois, de seguida, uma versão de um questionário possível, com apenas 15 questões de resposta múltipla para não se perder muito tempo a responder:


Questionário para frequentadores de festas de aldeia


1 - Costuma ir à festa anual das aldeias?

A - Sim! Eu vou a todas!

B - Mas ainda se fazem? É dinheiro fodido à toa!

C - Não! Prefiro ficar no sofá a ver a CMTV ou a Fanny.

D - Vou, mas contrariado, só porque a mulher/marido obriga.


2 - Quando vai, entre primeiro na capela ou igreja para rezar aos santos?

A - Primeiro vou à tasca mamar uma bejeca.

B - Vou sempre. Rezo uma oração e depois siga a diversão.

C - Não sei rezar, mas vou ver as flores dos andores. Tão bonitas!

D - Vou rezar, mas não ajuda quando lá fora o Quim Barreiros canta o "Chupa Teresa"


3 - Gosta mais de cantores pimba ou bandas de baile?

A- Gosto mais das bailarinas.

B- O que vier morre.

C- Gosto mais da Cuca Roseta. Aquele traseiro...

D- Prefiro os "Irmãos Leais"


4 - Gosta mais de ficar a assistir ou dançar?

A- Gosto de ficar sentado a ver a banda.

B- Festa sem dança não presta.

C- Eu é mais tasca.

D- Fico só a ver o ambiente e as cenas.


5 - Se fosse parte da Comissão de Festas, como é que gastaria o dinheiro?

A- Primeiro fazia obras na capela/igreja. O que sobrasse era para a festa.

B- Estourava-o todo em foguetes.

C- Contratava os Rolling Stones.

D- Contratava o Padre Borga.


6 - Acha importante que uma festa de aldeia tenha uma Banda Filarmónica?

A - Acho que não pode faltar, pois faz parte da tradição.

B - Dispenso! É sempre a mesma coisa e sempre a mesma banda. Pó. pó, pó, pó!.

C - Se não tiver banda não dou os meus 5 euros de oferta.

D - Adoro! A missa e a procissão solene não seriam a mesma coisa sem a banda.


7 - Se fosse da Comissão de Festas, quem contrataria entre estes 3 artistas, o José Malhoa, o Quim Barreiros e a Mónica Sintra?

A - Nem uns nem outros, antes pelo contrário.

B - Preferia o pequeno Saúl, mas ele agora está grande.

C - Você faz cada pergunta difícil...contratava os 4!

D - Se a Junta de Freguesia e o Mestre da Cor ajudassem contratava os 5 e ainda o Augusto Canário, a bomba da Ana Malhoa e ainda os 3 Carreiras.


8 - O que é que mais aprecia numa procissão solene numa festa de aldeia?

A - Os andores, tão bonitos com flores, lenha de poda, casca de palmeiras e rosas azuis.

B - Gosto de ver os homens de calção e sapatilhas a levaram bandeiras e lanternas. Ficam tão bonitos com aquelas opas vermelhas.

C - Gosto de ver as criancinhas mascaradas de três pastorinhos.

D - Gosto de ver a Banda a passar a tocar a marcha da "Transfiguração" a respirar o incenso.


9 - Costuma participar na missa solene?

A - Raras vezes, pois são sempre em cima do meio dia. Deviam ser pelas 8 horas da matina.

B - Não posso falhar. É o momento mais significativo da festa.

C - Gosto de ouvir o pregador a pregar a pregação.

D - Vou, pois gosto daquele ambiente solene com muita fumarada de incenso e foguetes a Santos. Até me vêm as lágrimas aos olhos.


10 - Costuma pagar a sua oferta à festa antes ou no dia da mesma?

A - Sou muito esquecido pelo que pago quando é feito o peditório.

B - Pago mesmo na última hora. É tradição da casa.

C - Pago só depois de ver se a coisa correu bem.

D - Se puder faço-me esquecido e não apareço para pagar, pois se o dinheiro sobrar eles já não vêm chatear.


11 - Se houver saldo positivo como deve ser aplicado?

A - Todo para o padre.

B - Deve ser gasto na conservação da capela/igreja.

C - A Comissão de Festas deve fazer uma jantarada com marisco e leitão, pois merecem.

D - Deve ser passado para a Comissão do próximo ano na condição de ser aplicado em foguetes.


12 - Na missa e procissão solenes é importante convidar pessoal da Junta e da Câmara?

A - Os da Junta vêm quase sempre a não ser quando vão para o Algarve. Já da Câmara, depende da importância eleitoral da terrinha. Mas é importante porque o respeitinho é muito bonito.

B - Não ligo a isso. Aos olhos de Deus somos todos servos inúteis.Por mim nem me incomodava a convidá-los.

C - É importante, pois são gente importante, e fico sentido quando o presidente da Câmara vai à freguesia vizinha e põe fotografias no Facebook e não vem à nossa. Lá de casa, são menos 5 votos.

D - Acho que não! No fundo é só protocolo e  é tudo uma feira de vaidades. Preferia que viesse o presidente da Confraria do Chouriço Bem Cheio.


13 - No geral o que mais gosta na festa da aldeia, a parte religiosa ou a profana.

A - A parte religiosa deve ser sempre a mais importante.

B - Por mim acabava-se com a parte religiosa. Só pimbas e comediantes a dizer asneirolas.

C - Deve haver um equilíbrio pois há lugar para ambas.

D - Já não há respeito pela parte religiosa. O povo quer é farra e comes e bebes. Uma vergonha!


14 - Acha que a Viagem Medieval prejudica as festas de aldeia quando coincidem?

A - Claro que sim. Mas o que é que se há-de fazer? Acha que isso os incomoda?

B - Não! Não faz mossa e que me importa a mim que vão para lá pagar cerveja a preço de Barca Velha, comer  sandes de porco a preço de Filé Mignon e tremoços como se fossem camarões?

C - Não aquece nem arrefece. De resto quanto mais gente mais pó e cheiro a suor e a mijo.

D - Por mim troco a nossa festa pela Viagem Medieval. Por mim aquilo duraria 13 meses por ano.


15 - Finalmente, uma só palavra que defina as nossas festas de aldeia?

A - Lindas!

B - Tradição!

C - Vaidades!

D - Pró ano há mais! (desculpe mas só sei contar até dois).

31 de julho de 2023

Onde habita o segredo


Para lá das portas onde habita o segredo

Há labirintos intrincados, imaginários;

Teu corpo é prisão que me tem em degredo

Onde vou penando por pecados solitários;


Não sei quantos quartos tens fechados

E neles quantas camas já remexidas,

Com lençóis húmidos de corpos suados

Onde se encontraram ou perderam vidas.


Mas há em mim esta constante tentação

De te ter toda aberta, acolhedora, pura,

Possuir a chave mestra da fechadura,

Aceder à profundidade do teu coração.


Não sei que segredos guardas, zelosa,

Como a mais bela pérola a rude ostra,

Como espinhos a envolver a suave rosa,

Como seguro jogador a fazer a aposta.


Não sei que segredos tens escondidos

Nem em que gavetas e cofres encerrados,

Tão pouco se os tens, porque já perdidos,

Ou se apenas, sem pena, desencontrados.


A.Almeida - 31072023

Sofreguidão


Possa eu condensar todas as histórias,

Como espremer o sumo de uma laranja,

Beberei a doçura de tantas memórias

Num trago só, quanto a sede abranja.


Vigorado nessa densa, doce frescura,

O meu ser, todo eu ficarei então assim,

Saciado de uma sede sôfrega, pura,

De condensar-me no princípio e fim.


A.Almeida - 30072023

Festa de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António - 2023 - Procissão

Tarde de Domingo da nossa festa do Viso - Guisande. Esperando não ter feito mal a contagem, creio que foram 15 os andores que integraram a procissão solene na edição deste ano de 2023, em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, sendo que repetida a imagem da Senhora de Fátima .

Mesmo que na velha ideia de que é possível fazer sempre mais e melhor, pareceu-me que a nossa procissão deste ano teve os principais ingredientes para a sua valorização, com muitos participantes, muita assistência ao longo da extensão do percurso, e como resultado da devoção, empenho e esforço de muitos, fosse de forma mais visível ou discreta. A decoração do percurso esteve interessante e muito colorida e que deveu-se ao esforço de muitos que se privaram de momentos de convívio familiar para ali estarem na sua elaboração.

Apesar disso, a procissão solene na nossa festa não é melhor nem pior do que as de outras terras, porque estas coisas devem valer sobretudo pela devoção e fé e não tanto pelo aparato das decorações, do número de andores e da riqueza dos arranjos florais ou da passadeira na rua, mas é muito nossa e como tal a todos deve orgulhar por vários aspectos, desde logo o tal cumprimento da devoção para com Jesus, Nossa Senhora da Boa Fortuna e demais santos e santas de Deus e ainda pelo cumprimento do dever de uma comunidade que se une para celebrar, comungar e partilhar. É isso que importa. É isso que deve valer. O resto tantas vezes é acessório e fogo de vista, que pode deslumbrar o olhar mas que pouco vale aos olhos de quem, superiormente julga, o Altíssimo. Mas creio e quero acreditar que nestes actos de devoção, por Ele somos perdoados por algumas vaidadezinhas e pelas nossas limitações humanas.

Parabéns a todos quantos tornaram possível esta importante manifestação de devoção, sem dúvida um dos pontos altos da nossa festa.

Foi ainda importante e enriquecedor, que tantos jovens estrangeiros tivessem experienciado esta nossa manifestação religiosa, social e cultural, identitária da nossa comunidade. De resto, as jovens que foram acolhidas na minha casa tiveram a oportunidade de também elas transportarem por algum tempo um dos andores de Nossa Senhora. Ficaram sensibilizadas por esta oportunidade de vivência e partilha. 

Ainda de registar a honrosa presença de Matthias König, bispo auxiliar da Arquidiocese de Paderborn, Alemanha, que aqui se deslocou para expressar na primeira pessoa o agradecimento à nossa comunidade pelo acolhimento dedicado aos jovens da sua diocese. 






Lista dos andores integrantes:

Nossa Senhora da Boa Fortuna

Santo António

S. Mamede

Senhor do Bonfim

Senhora das Dores

Nossa Senhora do Rosário

Nossa Senhora de Fátima - 1

Nossa Senhora de Fátima - 2

Sagrado Coração de Maria

Menino Jesus de Praga

S. José

S. Sebastião

Santa Teresinha

Santa Gema Galgani

Santa Rita

Um saldo positivo mas que poderia ter sido melhor

Terminaram as ditas pré-jornadas da Jornada Mundial da Juventude e os muitos jovens peregrinos internacionais que um pouco por todo o lado estiveram perto das nossas comunidades, nomeadamente integradas em famílias de acolhimento, foram ou estão já a caminho para Lisboa onde decorrerá o evento maior durante esta primeira semana de Agosto.

Como nota prévia, sem rodeios, pela minha parte, enquanto membro de família de acolhimento e enquanto comunidade, a experiência foi muito positva e enriquecedora.

Importará agora, talvez, fazer um pequeno resumo ou um balanço dos dias que por cá passaram, concretamente na nossa comunidade inter-paroquial de Guisande, Pigeiros e Caldas de S. Jorge. Assim, e tendo em conta apenas a minha experiência como parte de uma família de acolhimento, parece-me, e ressalvo que é somente a minha opinião em face da experiência pessoal e familiar, que o programa delineado para a semana desta pré-jornada poderia ter contemplado alguns outros aspectos que dessem ao relacionamento e partilha dos peregrinos acolhidos com os acolhedores um maior espaço e tempo e deles uma dinâmica mais pessoal. 

Conforme foi programado e executado, parece-me que os momentos exclusivamente familiares, senão poucos, foram pelo menos curtos e basicamente circunstanciais. Os jantares (no nosso caso apenas por 3 vezes) foram sempre condicionados pelo horário, porque entre o momento de recolher os jovens depois dos eventos do dia, dar-hes tempo para tomarem banho, comerem e de novo levá-los aos locais dos eventos da noite, tiveram manifestamente pouco tempo. Foi uma correria constante entre refeições e eventos. Ainda, no grupo Whatsapp criado para o efeito, alguma descoordenação na informação de horários, a várias vozes e com informações por vezes contraditórias ou confusas. Chegou mesmo a anunciar-se que a missa de Domingo na capela do Viso seria transmitida pelo Porto Canal. Obviamente que um inocente lapso já que a transmissão se referia à celebração da missa na cidade do Porto, no Sábado. Também quanto a transportes, o que foi informado que inicialmente era uma desobrigação, para além de facilitar a básica deslocação para os pontos de recolha em cada paróquia, acabu por se tornar quase um imperativo e não fosse assim não sei como seria para muitos dos peregrinos ir ou regressar dos eventos.

Sendo certo que alguns momentos programados para as noites eram abertos às famílias e comunidade, em rigor e pela dinâmica própria de diferentes gerações e ainda porque alguns dos acolhedores (como nós) estavam em período de trabalho, com horários a cumprir, não podemos dizer que o contexto tenha sido o ideal a essa interactividade. Por conseguinte, apesar da experiência globalmente positiva e de nossa parte tudo fazermos para que houvesse uma plena partilha com as peregrinas acolhidas, em rigor, analisadas as coisas, sobretudo pela limitação de tempo e circunstâncias da programação, fomos, em certa medida,  famílias de alojamento e não tanto de acolhimento. Com quem na mesma situação de família de acolhimento fui falando, a percepção era semelhante.

Creio que uma forma que poderia contribuir para esse melhoramento das condições, seria que os momentos após os jantares ficassem exclusivamente reservados por conta das famílias que assim poderiam levar os peregrinos a outros pontos e experiências. Mas não foi assim! Parece-me que por parte dos programadores, mesmo que com a melhor das intenções, houve uma preocupação em dar divertimento aos jovens, com boas doses de concertos, música e dança, como se no fundo e em grande medida as suas necessidades se resumissem a isso. Parece-me que no contexto de uma jornada com cariz ecuménico, é certo, mas também e sobretudo católico, os momentos de diversão poderiam ser um bocadinho menos expressivos a favor de outros que privilegiassem o tal espaço, tempo e contacto alargado com as famílias de acolhimento, porque estas foram peças fundamentais não só logísticamente como nas vertentes social e cultural da dinâmica da semana.

Mas, isto sou eu a falar com os meus botões e, passe esta impressão e sensação de constante correria, conforme disse na nota prévia não deixo de considerar a experiência globalmente muito positiva e merecedora de enaltecimento ao empenho e dedicação de muita gente nas diferentes comunidades, como o pároco, os grupos de jovens e não só, que trabalharam e coordenaram toda esta dinâmica.

A todos, nomeadamente aos da nossa paróquia, bem hajam!.

Quanto aos jovens estrangeiros que passaram por cá esta semana, um desejo de que a mesma tenha sido positiva e enriquecedora e que levem de Portugal e dos portugueses uma imagem positiva da sua forma de estar e acolher. Nós sabemos, queremos e gostamos de acolher, não a qualquer preço, mas de gente com vontade de também dar contributos e desde logo o respeito e esforço de integração na cultura e identidade do país que acolhe. Quem cá chega em contextos de mero mercantilismo, oportunismo de um certo laxismo ou facilitismo das entidades públicas e do estado social, impondo e fazendo querer prevalecer os seus hábitos e culturas, não são bem vindos, porque nada acrescentam. 

Como cantava o Zeca Afonso, quem vier por bem, traga outro amigo também!

30 de julho de 2023

Festa do Viso 2023 - Noitada de Sábado

 


Excelente noitada de Sábado na nossa Festa do Viso, em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António. Um excelente músico, Pedro Piaf, seguindo-se a Banda Remember, de tributo à música das décadas de 80 e 90 com passagem pelos 70. Surpreenderam-me pela positiva, pela qualidade dos músicos e do vocalista. Conseguiram envolver num clima contagiante diferentes gerações com músicas que já são intemporais. 

Parece-me que este é um bom exemplo de que é possível fazer boas noitadas com qualidade e a preços justos. Nem sempre colocar como cabeça-de-cartaz um qualquer popular cantor pimba, resulta numa festa de arromba. Para lá da multidão,  música vulgar e recheada de ordinarices camufladas ou de segundas intenções, está uma coisa que deve ser sempre tida em conta, a qualidade da própria música e dos seus intérpretes.

Eu não sei como foi na freguesia vizinha, onde terá actuado um certo Malhoa, que há quase 60 anos anda a malhar em mais do mesmo em música de qualidade duvidosa mas de gosto fácil, a apertar com elas, a ajoelhar para rezar e com as 24 rosas já murchas. Mas veste umas roupas coloridas, mete gel no resto do cabelo e faz de conta que ainda tem a idade que tinha quando passou na nossa Festa do Viso há pelo menos 40 anos. Não me custa acreditar que tenha tido por lá o dobro ou triplo da assistência que por cá tiveram os fantásticos Remember, mas ainda bem, porque assim a coisa ficou filtrada e mais limpa. De resto há tempo e lugar para todos os estilos e gostos. A nossa noitada, essa foi memorável, com casa quase cheia, gente a divertir-se, mesmo que com muitos apenas a ver, mas ficou o bom clima. De nossa parte ficou a pena de ter que deixar o bonito arraial pela meia noite para ir apanhar as peregrinas da Jornada Mundial da Juventude que chegavam cansadas da jornada de ontem no Porto.

Por conseguinte, a noite de ontem foi bem melhor do que a de Sexta-Feira já que para além do tempo menos agradável, a meu ver algo não funcionou nas opções do programa, ao colocar-se, e repetir o mesmo erro do ano passado, um comediante a debitar umas merdas e umas caralhadas em frente à capela, quebrando o ritmo musical à festa. Foi pena, e quando alguém no palco lá pela meia noite começou a meter discos já meia casa tinha dado de frosques. Ainda bem que por lá ainda estavam muitos dos jovens que pelas nossas paróquias estão em pré-jornadas da juventude. Salvou-se assim parte da noite.

Ainda bem que neste Sábado foi reposta a normalidade e equilibradas as coisas. Parabéns à Comissão de Festas por esta boa surpresa e aposta da Banda Remember. E já agora, pela excelente barraquinha repleta de boas opções para além da tradicional cerveja. Bem hajam e a todos quantos ali ajudavam numa azáfama constante.








29 de julho de 2023

Moinhos de Jancido - Nova visita

 


O Sábado, já numa quase mania, nasceu com ares de chuva macia mas como aqueles cães de colo que encostadinhos ao peito morno das donas mostram os dentes mas que tomara que não venha vento. Assim, o grupo reduzido regressou aos já populares moinhos de Jancido, na freguesia de Foz do Sousa, concelho de Gondomar. 

O ribeirinho que os movimenta e lhes dá vida, mesmo que agora só a moer e a remoer máguas, corria como correm os regatos no Verão, mas ainda assim a ponto de cantar ao despenhar-se na bonita cascata do Caiágua já na borda do senhor Sousa, este um rio mais rio. 

Seguimos então Sousa acima, pela sua margem esquerda até ao parque de Covelo e regressamos ao ponto de partida. 

No retempero, porque amanhã há carniça da boa em Guisande, fomos no bacalhau nas variantes de com broa e à Freitas (tipo à Liberdade). Em rigor bastaria uma das doses para saciar o grupo de quatro mas lá se empurrou e pouco sobrou. Deliciosos ambos pelo que nem valeu a pena perder tempo na dança da boca com as sobremesas que a empregada anunciou como se fora uma cantiga.

Boa jornada, apesar de para além da carreira dos velhos moinhos (do Quintas, do Alves, do Sousa, do Capela, do Almeida e do Crestina) com formas peculiares e em negra  pedra de xisto, não ter o trilho pontos de muito interesse, tal é a eucaliptização e o desmazelo das margens do Sousa. Fosse há 100 anos e outro galo cantaria, mas por agora, como para apanhar batatas, ninguém aparece ao trabalho.

De seguida alguns olhares.