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26 de março de 2024

Guisande F.C. - Liga Masters AFA - Jogo 18

 


Após 18 jogos, continua em bom nível a participação dos veteranos do Guisande F.C. na Liga Masters da AFA, ocupando à condição um honroso 6.º lugar e depois de na última jornada ter recebido e vencido a boa equipa do C.D. Feirense por 1-0. 

Parabéns aos rapazes!.

23 de fevereiro de 2024

Difícil mas não impossível

Em sequência da divulgação que fiz aqui da reunião interparoquial ocorrida na Terça-Feira passada com os grupos das paróquias de Caldas de S. Jorge, Guisande e Pigeiros, sob a responsabilidade do pároco Pe. António Jorge de Oliveira, e para quem de algum modo acha importante ter em conta os valores associados à comunidade (e infelizmente cada vez são menos), considerará que as três ideias base propostas como marcas da Visita Pastoral prevista para o final do próximo mês de Junho, são importantes mas não fáceis.

Quanto à renovação/revitalização dos grupos paroquiais, não é fácil porque por um lado há um envelhecimento geral da população, os jovens são cada vez menos e apesar de com mais formação escolar e académica, no geral são poucos os que se interessam por estas coisas relacionadas à Igreja, mesmo que com aspectos positivos sob um ponto de vista de relacionamento inter-geracional, partilha e crescimento social, etc.

Por outro lado, mesmo desde há muitos anos havendo na paróquia um grupo de jovens, a verdade é que não tem sido dada continuidade geracional de modo a que os mais novos colmatem os mais velhos  que por afazeres profissionais ou familiares vão deixando. Resulta disso que esgotada a fornada, volta a haver um interregno e com isso um desligamento.

Na Catequese, também tem sido difícil a renovação e por conseguinte a actual equipa tem já muitos anos e só com esforço e sentido de responsabilidade e dedicação é que vão continuando. De resto, creio que se o número de crianças fosse maior, o que infelizmente não acontece, haveria dificuldades em angariar novos catequistas. Por outro lado, num problema que é geral e transversal à nossa sociedade, assiste-se ao desligamento e desinteresse dos pais, uma quebra no rigor da educação parental a que a escola não consegue complementar, resultando na indisciplina generalizada das crianças e daí uma dificuldade no processo de catequese mesmo que à luz de métodos mais cativantes e já não tanto ou de todo de processos tão maçudos quanto ineficientes, quanto à mensagem e valores a transmitir.

Quanto ao nosso Grupo Coral, tem muita qualidade e competência e é elemento importante e fundamental do enriquecimento das nossas celebrações litúrgicas, mas obviamente que também carece de mais gente, mesmo para não sobrecarregar os mesmo nos diferentes serviços. Mas também aqui o processo é difícil porque exige responsabilidade, dispensa de tempo para ensaios e serviços e de um modo geral ninguém tais encargos. Também aqui o comodismo ganha pontos. E sei disso porque del já fiz parte durante muitos anos e em diferentes tempos.

Em resumo, todos os grupos, catequese, coral, leitores, LIAM,  acólitos, solidário, etc, etc, têm os mesmos problemas de renovação porque à falta de pessoas de diferentes gerações, junta-se o comodismo e o esquivar a tudo o que soe a responsabilidades por amor à causa e à comunidade.

Quanto à formalização do Conselho Pastoral, parece-me que não é difícil pois em rigor bastará integrar representantes dos diferentes grupos. Depois importará, isso sim, funcionar de forma dinâmica e interessada e sem tentações de protagonismo ou rivalidades que o podem enfraquecer. Há pois que haver sentido comunitário e humildade de cada uma das peças.

Quanto ao trabalho em projectos concretos que promovam a sinodalidade, há certamente caminho a percorrer e ideias que podem ser concretizadas, envolvendo tanto quanto possível a comunidade, não apenas sob um ponto de vista de paróquia mas de freguesia, pelo que também interessa envolver os grupos e pessoas mesmo que não tanto da esfera da Igreja. Aqui, para além de todos, parece-me que o pároco, como elemento chave e orientador, tem o papel principal na promoção e agregação de todos os quadrantes.

Pode esta minha opinião e análise parecer um pouco pessimista, ou, ao contrário, pouco optimista, mas na verdade todos sabemos que as coisas são difíceis e é um problema global e não apenas da nossa comunidade. Há um alheamento geral da larga maioria das pessoas, que é cultural mas também social, a perda do sentimento de acções de cidadania. Estamos cada vez mais fechados em nós mesmos, nas nossas coisas, no nosso egocentrismo, e não somos de alinhar em tarefas que signifiquem canseiras, responsabilidades e participações que nos retirem do nosso comodismo, do nosso sofá, televisão e internet.

Pessoalmente, não querendo ser moralista nem exemplo para ninguém, tenho consciência que já fiz bem a minha parte em muitos contextos de comunidade e cidadania, tanto na parte mais civil como da Igreja. E se por um lado com esse dever de consciência limpo, foi com esse sentido de que há sempre mais um pouco a fazer, que aceitei o pedido do nosso pároco para ser delegado representante da nossa paróquia no Conselho Pastoral Vicarial e do qual existe um elemento eleito (da paróquia de Fiães) que representa a nossa Vigararia no Conselho Pastoral Diocesano. Não é nada de extraordinário este papel, nem muito trabalhoso, mas naturalmente tem responsabilidades e canseiras e algumas reuniões em que é preciso estar presente.

Em suma, seria para mim e para todos quantos integram os grupos, bem melhor e mais fácil de dizer não ao pedido e nada fazer, ficarmos somente pelo conforto das coisas a que damos mais valor, mas se ainda temos interesse e gosto pela nossa terra, pela nossa comunidade e sobretudo pelas suas pessoas, e destas as mais velhas e frágeis, então cada um de nós a chamado a fazer a sua parte mesmo que apenas na medida das suas possibilidades e talentos.

Felizmente, apesar de sermos uma comunidade pequena, e a reduzir-se de ano para ano, ainda há bons exemplos e gente dedicada e interessada e é por isso que mesmo com todas estas dificuldades ainda há gente a participar e a fazer parte de grupos e movimentos. Neste contexto, qualquer passo dado, mesmo que curto, é positivo. O esforço é de todos. O recente caso de aparecimento de gente a propor-se como comissão da Festa do Viso é um bom exemplo e que deve ser seguido, mas naturalmente com o apoio da comunidade que, neste caso concreto, parece-me que tem existido. Ainda o aparecimento de um Juiz da Cruz e com a vontade de retomar o tradicional Almoço, é também de louvar e valorizar. Também a aparente facilidade de composição de um novo Conselho Económico Paroquial, com gente nova, é de ter em conta. Ainda, há algum tempo, mesmo que noutra esfera, a regularização administrativa do nosso Guisande F.C, com corpos gerentes instalados, etc.  

Por outro lado, o  Centro Social S. Mamede de Guisande está em eleições, remarcadas já para hoje à noite, e importará que apareça gente nova para retomar a barca e conduzi-la aos objectivos. O meu lado pessimista diz-me que vai ser difícil, porque também aqui há a exigência de dedicação, canseiras e responsabilidades, mas é ver o que irá acontecer. De minha parte, quanto a isto, já o disse e escrevi, não tomarei parte porque já o fiz nos dois últimos mandatos. Venham outros.

Com estes sinais maioritariamente positivos mesmo no meio de dificuldades intrínsecas, somos chamados a reflectir no que podemos fazer em prol da comunidade como valorização da mesma. Se somos sociedade e vivemos em conjunto, em comunidade, e não isolados e afastados de tudo e todos, então temos que ser capazes. O difícil é dar o passo primeiro. 

19 de fevereiro de 2024

Guisande F.C. - Liga Masters AFA - Jogo 13

 


No que foi o seu jogo 13 na Liga Masters da AFA, a equipa do Guisande F.C. Veteranos visitou e venceu neste último Sábado a equipa congénere do ADC Lobão, por 0-2, consolidando-se no meio da tabela classificativa. Parabéns!

5 de fevereiro de 2024

Guisande F.C. - Liga Masters AFA - Jogo 11

 

A equipa de veteranos do Guisande F.C. no que foi o seu 11.º jogo da prova, recebeu e defrontou neste Sábado, 3 de Fevereiro de 2024,  o Fiães S.C. e venceu por 3-0. Um excelente resultado contra uma boa equipa, o que estabiliza a equipa aproximadamente a meio da classificação.

Parabéns!

25 de janeiro de 2024

Guisande F.C. - Liga Masters AFA - Jornada 9

 

Após a realização da partida 9, em que no passado Sábado, 20 de Janeiro de 2024, recebeu a ADC Sanguedo, em que não foi além de um empate a zero golos, o Guisande F.C. Veteranos segue praticamente a meio da tabela com 9 pontos, o que corresponde a uma média de 1 ponto por jogo. A classificação acima mostra que há várias equipas com diferentes números de jogos o que de algum modo a torna provisória.

Considerando as maiores exigências desta prova, o nosso clube tem tido uma participação muito positiva o que é de enaltecer.

19 de dezembro de 2023

Guisande F.C. Veteranos - Liga Masters da AFA - 7

 


Após a realização de 7 jogos, a equipa do Guisande F.C. Veteranos segue numa meritória 6.ª posição na classificação, com 8 pontos (duas vitórias e dois empates), por isso acima do meio da tabela. É certo que ainda com várias equipas com menor n.º de partidas disputadas, mas de todo o modo demonstra que nesta nova experiência, numa prova mais competitiva e exigente, o nosso clube está a ter um bom comportamento, o que é de enaltecer pois revela que por ali há competência mas sobretudo organização e dedicação.

4 de dezembro de 2023

Segunda-Feira, feira da ladra...

Depois de um fim-de-semana prolongado, com um bonito dia de sol pelo meio, regresso à rotina e monotonia do trabalho. Pelo meio as coisas habituais e corriqueiras. Sondagens sobre a nossa política reveladas aos bocadinhos, como num concurso televisivo, a ampliar  o suspense e a expectativa. Mais coisa menos coisa, candidatos do plano A ou do Plano B do lado do PS, tudo indica o que todos esperamos, uma disputa entre o PSD e o PS, mas este, apesar de tudo quanto tem envolvido o Governo e que levaram à sua queda, parece manter ritmo e poder vir a vencer de novo as eleições embora, sem maioria. O que voltaria a ser surpreendente mas não totalmente.

De tudo isto, e com as constatações do estado das coisas quanto à Sáude e serviço de urgência, aumento da pobreza, aumento da carga fiscal, guerra com professores, crise de habitação, etc, etc, a quase maioria dos portugueses parece gostar destes doces e do estado de coisas e com mais arroba menos quintal em 10 de Março próximo vai dizer democraticamente que quer que tudo continue na mesma. Sintomático! Faça-se a sua vontade democrática!

Por cá, no nosso querido terrão, também tudo na mesma. O positivo voluntarismo da Comissão de Festas já trabalha com azáfama no que toca a angariar fundos para a festa que há-de ser lá para Agosto. A padaria de Fornos, voltou a abrir depois de ter fechado, depois de ter aberto e depois de ter fechado. O Guisande F.C. veteranos promoveu neste Sábado o seu glamoroso jantar de Natal, bem participado e alegre. Parabéns! O Grupo Solidário também irá organizar a Ceia de Natal Solidária, a ter lugar em 16 de Dezembro, no Centro Cívico, já com lotação esgotada, pelo que também de parabéns pela dedicação. A missa do Galo neste ano, porque alternadamente com Guisande, será nas Caldas de S. Jorge.  O Natal, esse será no dia 25, também uma Segunda-Feira. O bacalhau está pela hora da morte mas como bom amigo na vida não faltará fielmente na ceia mais saborosa do ano.

Desportiva e entretidamente um dia destes eu, o LB e o HA vamos fazer uma corrida no Epic Awsome Challanger Trail da Aletria, em Santo Isidoro do Mazouco, Queixo-de-Espada-à-Cinta, que como todos sabem fica na ilha do Faial nos Açores, ali ao lado de Sevilha. 

O Sérgio Godinho cantava que "É Terça-Feira, Feira da Ladra..." mas bem pode ser mudada a feira para um dia antes. Vai dar ao mesmo! Boa semana!

2 de dezembro de 2023

Há dias de sorte...

 


Calhou-me em sorte um bom conjunto de vinhos sorteado pelos sócios do Guisande F.C. Veteranos.

20 de novembro de 2023

31 de outubro de 2023

Manuel Rodrigues de Paiva e o Guisande F.C.


Quando uma instituição celebra aniversário é comum recordar pessoas que já partiram e que a ela estiveram ligadas e ajudaram à sua fundação ou crescimento. Por conseguinte o aniversário é um momento e pretexto para fazer elogios e enaltecer figuras.

Mesmo sabendo desse lugar comum, também entendo cá para mim que neste dia em que o clube da nossa terra celebra 44 de vida oficial, é justo que se recorde certas figuras, algumas que felizmente ainda são vivas e andam por cá e outros que já deixaram de percorrer este caminho terreno.

Assim, desde logo, e porque no acto fundador encabeçou e foi o primeiro subscritor da escritura pública do Guisande Futebol Clube, conforme o atesta o recorte publicado ao fundo, trago à memória a figura e o papel do Manuel Rodrigues de Paiva, que faleceu em 27 de Janeiro de 2021 e que à data da constituição do clube, em  31 de Outubro de 1979, tinha apenas 36 anos, completando 37 apenas no mês seguinte, no dia 20, pois nasceu em Novembro de 1942.

Manuel Rodrigues de Paiva, apesar de natural da freguesia de Romariz, foi uma figura com relevante intervenção cívica na freguesia de Guisande, tendo sido dirigente e presidente do Guisande F.C., sendo, como atrás referi, uma das figuras marcantes na fundação oficial do clube e da construção do Campo de Jogos "Oliveira e Santos". Foi secretário da Junta de Freguesia de Guisande, depois das eleições autárquicas de 16 de Dezembro de 1979, e ainda, em diferentes mandatos, elemento da Assembleia de Freguesia de Guisande, em representação do PSD e também da FJI - Força Jovem Independente no mandato de 1989/1993.

Como qualquer um de nós, a começar por mim, tinha alguns defeitos ou feitios que por vezes eram obstáculos para quem com ele colaborava, já que tantas vezes com a sua vontade de fazer depressa e avançar nas decisões e nas obras tinha tendência de contornar as etapas e não ter em conta o papel e a importância de quem tinha ao lado, isto, claro, na parte da sua intervenção cívica, abstendo-me de considerações fora dessa esfera.

Mas na sua intervenção de cidadania em Guisande tinha de facto esse voluntarismo. Mas se é certo que por vezes arrepiava caminho de forma mais ou menos unilateral, também é verdade que noutras tantas vezes se assim não fosse as coisas, as vontades e as obras não avançavam, à espera, tantas vezes, de quem não decidia. E dessa forma, por si ou bem ajudado, e outros mais velhos saberão disso melhor que eu, certo é que contribuiu para se fazer muitas coisas, porventura grandes demais para a pequena dimensão da freguesia. O Manuel Paiva tinha essa matriz, de pensar de forma objectiva e sempre para a frente. Foi nesse espírito que no plano pessoal foi sempre um homem de comércio e negócios bem sucedido, tendo até ficado com o apelido de "Manel do Negócio" e logo bem cedo na nossa terra quando instalou a pequena "Casa Notícia", ali no Largo de Casaldaça, no que era um pequeno espaço de garagem de um automóvel. 

Por tudo isto, pela sua forma de fazer as coisas no que diz respeito à freguesia, tinha de muitos  o justo reconhecimento do seu valor mas também alguns que tinham um entendimento diferente e pouco apreciadores desse estilo muito individualizado. Disso poderá falar bem melhor e com conhecimento de causa quem com ele directamente trabalhou, sobretudo no que diz respeito ao Guisande Futebol Clube. Nesse plano, apesar de termos tido sempre uma boa relação pessoal e de consideração mútuas, não tive a oportunidade de com ele trabalhar. Mas não foi por acaso que teve o papel que teve na vida do clube e se há várias outras figuras que também deram contributos valiosos, dedicados e resilientes, ninguém de boa fé, e sobretudo com o filtro do tempo, pode negar ou apoucar o papel e importância que teve o Manuel Rodrigues de Paiva na vida do Guisande Futebol, Clube, sobretudo nesses anos que remetem para a fundação e para as obras do actual campo de jogos e da sua consolidação.

Deste modo, sem esquecer outras importantes figuras que tanto deram ao clube, como directores, sócios e atletas, parece-me justo trazer hoje e aqui à memória a figura do Manuel Rodrigues de Paiva.


Já agora e a propósito da data, relembro aqui os subscritores da escritura de fundação do Guisande F.C. em 31 de Outubro de 1979:

Assinaram Manuel Rodrigues de Paiva, Júlio César dos Santos Alves, José Pires de Almeida Saraiva, Elísio Elísio Alcino Ferreira dos Santos, António de Oliveira Bastos, José de Almeida Peixoto, Valdemar Ferreira de Pinho, Domingos da Conceição Lopes e Elísio Gomes da Mota.

Certamente que poderiam fazer parte do grupo de subscritores nesta escritura outras figuras importantes no clube, mas não constam apenas porque na data ou estariam ausentes ou impossibilitados por outros motivos. Isto para salientar que há nomes que tiveram igual ou maior importância na vontade e acto fundador do nosso clube mesmo que não constem no documento. De resto, dos que assinaram, até vejo ali um ou outro cujo papel ao serviço do clube terá sido meramente circunstancial e sem qualquer relevo na vida e obra do clube. Seja como for, constam do momento e do documento e a história por vezes também se faz destas circunstâncias mesmo que na prática tenham tido pouca relevância no fundamento.

27 de outubro de 2023

Guisande F.C. Veteranos na Liga Masters da AFA


Depois de várias épocas a disputar o Campeonato da Associação de Atletas Veteranos Terras de Santa Maria, desde 2013, o Guisande F.C. Veteranos vai iniciar a Liga Masters sob a tutela da AFA - Associação de Futebol de Aveiro.

Depois de várias épocas desligado da estrutura do futebol no nosso distrito, o clube optou pela regularização da dívida que havia ficado pendente e assim retomar o regresso a competições oficiais. Segundo o presidente da Direcção do clube, Vitor Henriques, a honra do clube será restaurada e para além disso esta competição tem uma melhor organização, com equipas de melhor qualidade e dispõe de árbitros também melhor qualificados, no que será uma mais valia.

Esta Liga Masters também destinada a atletas veteranos engloba 13 clubes. Depois da apresentação da nossa equipa que aconteceu no Sábado passado, 14 de Outubro, contra a congénere do C.D. Feirense, o Guisande vai iniciar a competição já com um dérbi contra a formação do A.D.C. Lobão. Será já neste Sábado, 28 de Outubro, pelas 15:30 horas mo Estádio Oliveira e Santos em Guisande.

Votos de um bom jogo e uma boa época e que o clube continue com a boa dinâmica desportiva para além, da não menos importante, camaradagem.

De seguida as classificações finais das participações do clube na respectiva competição. Note-se que a competição da época 2019-2020 não se disputou devido à situação de pandemia e a época de 2020-2021 foi interrompida à 20.ª jornada,  tendo sido atribuído o título ao S.C. S. João de Ver.

Analisando as competições nos diferentes anos, desde que nelas participou a partir da época 2013-2014, constata-se que o Guisande F.C. Veteranos teve um desempenho francamente regular e positivo.

Época 2022_2023

Época 2021_2022

Época 2020_2021 - Interrompida à 20ª jornada

Época 2018-2019

Época 2017-2018

Época 2016-2017

Época 2015-2016


Época 2014-2015

Época 2013-2014


14 de outubro de 2023

Trail do Viso - 29 de Outubro de 2023

Conforme já por aqui anteriormente divulgado, o Guisande F.C. e a sua secção de trail running, com o apoio do município e da Junta de Freguesia, vai organizar uma prova de trail e caminhada, designada de Trail do Viso - Guisande.

Será no dia 29 de Outubro de 2023, no Monte do Viso, na parte da manhã.

De acordo com a organização, é um evento desportivo com duas vertentes, um trail com cariz competitivo (16 quilómetros) e uma caminhada (8 quilómetros) com cariz recreativo, que permitirão aos participantes partir da capela do Viso em Guisande e percorrer vários locais da freguesia.

Neste trail e caminhada podem participar atletas individuais ou atletas inscritos em qualquer associação do país, organizações populares ou escolas cuja inscrição tem um custo, atenuado com a contrapartida de oferta dos chamados kits que no caso engloba  uma tshirt, caneta, bloco de notas, medalha, abastecimento, seguro, etc.

Em rigor é uma prova de atletismo na variante de corta-mato, a que modernamente se prefere designar de trail, já que normalmente integra alguns elementos ditos mais técnicos. 

Nestes moldes modernos será a primeira vez em Guisande, sendo que provas de atletismo já tiveram lugar na nossa freguesia, não sendo por isso novidades, então organizadas pelo Centro Cultural e Recreativo "O Despertar", sobretudo na década de 1980, tendo sido realizadas pelo menos uma dúzia de provas, algumas delas com localização precisamente no Monte do Viso e a envolver várias centenas de atletas.

Na actualidade este tipo de provas, onde se paga para participar, como é o caso, que dizem ser lucrativas, são bastante populares e concorridas e quase todas as freguesias as promovem. É, pois, positivo que a nossa freguesia também tenha a sua, pois é uma forma de mostrar as suas potencialidades de paisagem e percursos e de incentivo à prática do desporto nesta modalidade de corrida.

Os pormenores e inscrições (ainda até 25 deste mês de Outubro) podem ser consultados e realizadas no endereço traildoviso.com.


Nota à margem e esclarecimento posterior:

Já depois de publicado o artigo acima, alguém me confidenciou que alguns termos contidos no artigo acima não terão caído bem no seio do grupo organizador do evento, nomeadamente a referência ao lucro.

Antes de mais, e por consideração aos elementos do grupo, sobretudo dos que tenho como amigos e melhor me conhecem, lendo e relendo não encontro objectivamente nada que em consciência veja como negativo para quem quer que seja. Reconheço que, para o bem e para o mal, tenho um sentido crítico muito pessoal no que escrevo, que pode não ser do agrado de todos, porque todos têm direito a opinião contrária, mas procuro sempre nunca desconsiderar ou ofender as pessoas, sobretudo as que tenho em boa conta.

A referência ao lucro foi meramente generalista e só por si não é negativa, pois a qualquer evento organizado espera-se que dê lucro ou pelo menos não prejuízos. Por exemplo, da nossa Festa do Viso espera-se trabalha-se para que dê lucro. Ora no caso deste evento, sabemos perfeitamente, nem foi preciso dizê-lo, que eventuais lucros serão para apoiar as actividades do grupo. Por isso por uma causa fundamentada e daí nada de censurável. Não vejo como o que escrevi pudesse colocar isso em causa.

Além do mais, sabemos todos, e sei eu por experiência própria, que o nosso envolvimento nestas causas colectivas e de cidadania em rigor só dão perda de tempo e prejuízo pessoal e não raras as vezes até ficamos com a fama e sem o proveito. Por conseguinte, ali no grupo do Guisande Trail há muito trabalho e dedicação, tantas vezes invisível, que naturalmente ficam sem qulquer compensação para além da satisfação pessoal.

Por outro lado, mesmo que não tenha dado foco ao trabalho e dedicação de alguns que têm tido, sobretudo na preparação dos trilhos florestais, porque informado, reconheço esse esforço, mesmo que o não publicite, nem é essa a questão. Quando nos metemos em qualquer causa e organização é normal que a ela nos dediquemos, sobretudo quando é algo de que gostamos e sem esperar por publicidade. Ninguém se mete em trabalhos por causas que não aprecia.

Por outro ainda, as referências às antigas provas de atletismo na nossa freguesia foram apenas contextuais e são factuais e a sua referência não reduz nem apouca em nada o mérito, diferença e até originalidade da que agora se propõe realizar. Apenas foi escrita para vincar que isto de provas de corridas em Guisande não é de facto novidade. Houve-as no passado e com centenas de participantes. Claro que dos mais novos ninguém se recorda delas (porque essencialmente nas décadas de 70 e 80) e daí a minha referência para quem tenha este próximo evento como novidade na freguesia. Quem se melindra por isto ser lembrado? A história existe para ser recordada e não esquecida.

Assim, e apesar de em consciência não ter tido qualquer intenção de apoucar ou desconsiderar a prova e os organizadores, gente que tenho em consideração e mesmo alguns como amigos, não me custa pedir aqui desculpa por eventualmente ter dado azo a qualquer má interpretação ou mal entendidos.

Finalmente, mesmo que nela não participe, como nunca participei em nenhumas outras, apenas por não ter espírito competitivo e por um princípio pessoal de que não quero pagar para correr e caminhar, seja em que lado for, a não ser por uma causa social que entenda como justificada e superior, desejo naturalmente o êxito do evento e que seja bem participado e que pelos melhores motivos tenha continuidade no futuro. 

E sim, parabéns aos organizadores e organização!

28 de setembro de 2023

Marinho Ferreira Coelho - Gente nossa

Dizem-nos na rede social Facebook, que o Marinho Ferreira Coelho está de parabéns neste dia! Pois que se repita de forma feliz por muitos mais anos junto dos seus. Dizem que faz setenta e picos pois nasceu em 28 de Setembro de 1947. Um jovem.

Filho de Maria Rosa Ferreira Coelho, e de pai incógnito, é neto materno de Joaquim Ferreira Coelho e de Maria Rosa de Jesus. Tem vários irmãos de que conheço o Delfim, a Emília, esposa do Abel Rodrigues de Paiva, o António, a Cisaltina e a Isaura, esposa do Fernando Santiago. A sua mãe veio a casar com Delfim Pinto dos Santos.

Pessoalmente, mesmo que um pouco mais novo, tenho por ele uma elevada estima e consideração porque reconheço e valorizo  o seu papel de cidadania na sua e nossa freguesia. Tem os seus defeitos, pois tem, e quem os não tem, começando por mim? mas tem mais virtudes e estas é que pesam na balança do deve e haver. 

Se não estou atraiçoado pela memória, ainda me lembro dele, novo, quando chegava com a sua mota a Casaldaça quando já namorava a sua esposa, a Felisbela (casaram a 31 de Agosto de 1974), quando ela vivia com a sua família junto ao caminho que é hoje a Rua da Fonte. Quando ali passava em recado à mercearia da Senhora Amélia, ficava eu a admirar aquela moto que na altura me parecia imponente. De resto, já com o Marinho com toda aquela altura, que ainda hoje tem, não ficaria bem em qualquer motorizadeca. Logo só mesmo uma moto. De resto, do seu porte físico, recordo-me de em algumas situações comunitárias impor o seu respeito e era homenzinho para pegar nalgum desordeiro pelas golas e pô-lo no olho da rua.

Sei que fez pela vida e esteve emigrado por terras de França, onde lá terá nascido a sua filha a Carina, que assim é francesa. Voltou passados uns anos e tomou conta do pequeno negócio do Joaquim Ferreira Coelho, que vendia adubos, sementes, rações e pesticidas, mas que logo tratou de ampliar e dinamizar e hoje é um bom estabelecimento que explora com o seu filho Filipe, servindo toda a freguesia de Guisande e não só, num apoio imprescindível ao cultivo das terras, alimentação de animais, sementes e tratamento de plantas e muito mais, numa grande variedade de produtos e artigos.

O Marinho foi sempre uma pessoa envolvida com a freguesia fazendo parte do Guisande F.C. um seu  interessado sócio, adepto e patrocinador. Para ele pintei no campo de jogos do Guisande F.C. um painel publicitário à  sua loja. Já passaram pelo menos 35 anos. Também pintei a inscrição que tinha na fachada do seu estabelecimento, no tempo em que os números dos telefones tinham 6 algarismo.

Marinho Ferreira Coelho também se envolveu na política a nível da freguesia,  tendo sido tesoureiro da Junta de Freguesia de Guisande no mandato de 1993/1997, trabalhando com o Manuel Ferreira (presidente) e o Rodrigo Correia (secretário). No mandato anterior, de 1989 a 1993 foi presidente da Assembleia de Freguesia. Não era político mas apenas um interessado no desenvolvimento da freguesia e por isso, avesso a certas coisas da política, optou por não continuar.

Por tudo isto e não só, o Marinho Ferreira Coelho, mesmo com aquele ar de quem está zangado com ele próprio e com o mundo, é uma alma generosa, e creio, a avaliar pelos sinais dos seus, um bom marido, um bom pai e avô. Ainda, como eu, adepto do Benfica. Merece o nosso reconhecimento por em diferentes tempos ter dado o seu contributo à nossa freguesia e comunidade, continuando a ser um guisandense de corpo e alma apesar de ter feito casa e estabelecido o negócio ali no limite com Lobão, o que para ele e para nós é irrelevante. 

Parabéns, pois, Sr. Marinho e que venham mais anos e bons junto dos seus e de todos nós!

29 de agosto de 2023

Trail do Viso Guisande - 2023

O Guisande F.C. e a sua secção de trail running, com o apoio do município e da Junta de Freguesia, vai organizar uma prova de trail e caminhada, designada de Trail do Viso - Guisande.

Será no dia 29 de Outubro de 2023, no Monte do Viso, na parte da manhã.

De acordo com a organização, é um evento desportivo com duas vertentes, um Trail com cariz competitivo e uma Caminhada com cariz recreativo que permitirá aos participantes partir da Capela do Viso em Guisande.

Neste Trail e Caminhada podem participar atletas individuais ou atletas inscritos em qualquer associação do país, organizações populares ou escolas.

Em rigor é uma prova de atletismo na variante de corta-mato, a que modernamente se prefere designar de trail. Nestes moldes modernos será a primeira vez em Guisande, sendo que provas de atletismo já tiveram lugar na nossa freguesia, não sendo por isso novidades, então organizadas pelo Centro Cultural e Recreativo "O Despertar", sobretudo na década de 1980 e 90, tendo sido realizados pelo menos uma dúzia de provas, algumas delas com localização precisamente no Monte do Viso.

Na actualidade este tipo de provas, onde se paga para participar, são bastante populares e concorridas e quase todas as freguesias as promovem. É, pois, importante que a nossa freguesia também tenha a sua, pois é uma forma de mostrar as suas potencialidades e de incentivo à prática do desporto nesta modalidade de corrida.

Os pormenores e inscrições podem ser consultados e realizadas no endereço traildoviso.com.

18 de abril de 2023

Reflexão - O estado da nação

Eu não sei se alguma da massa crítica da nossa freguesia de Guisande tem pensado e reflectido no assunto, mas creio que pelo menos algumas personalidades certamente que já se deram a contas com algumas questões e constatações quanto ao estado actual da nossa "nação", como quem diz, da nossa freguesia de Guisande. Mas se sim, não se sabe em que termos, pois em rigor muito se pensa e teoriza mas pouco se admite e testemunha de forma pública.

A verdade é que a reforma administrativa e a agregação de Guisande numa União de Freguesias incaracterística e desproporcional, em nada veio melhorar a situação. Bem pelo contrário, e será mais ou menos concensual a opinião de que quase ao fim de um década dessa nova experiência e realidade, nada mudou no sentido de uma valorização, proximidade, defesa e respeito das diferenças identitárias. Na componente de obras e melhoramentos, nada correspondente aos anteriores orçamentos. Antes, gerou-se um maior distanciamento entre eleitos e eleitores e em face disso o aumento de uma notória erosão do tal valor da proximidade. De resto o slogan de fazer mais com menos só resulta nos filmes. Depois, eleitos que não cohecem de todo os eleitores e a própria freguesia, também não ajuda à coisa.

Dizem que está em curso um processo de pedido de desagregação e que Guisande, como as freguesias de Gião e Louredo, mostrou interesse formal em saír da actual união de freguesias e voltar ao anterior estado. Esta intenção foi já formalizada e sufragada pelas assembleias de freguesia e municipal e por isso estará na Assembleia da República a aguardar o desfecho. Há quem acredite que a coisa será para ser deferida e há quem não acredite e que eventualmente, para além da inconstância dos políticos e das políticas, sempre a mudar, os tais critérios para a eventual desagregação podem não ser totalmente considerados.

Seja como for, e supondo que a desagregação será aprovada e que Guisande retomará as rédeas do seu próprio destino, o que, todavia, não acontecerá antes do final do actual mandato, por isso apenas e na melhor das hipóteses só lá para o final de 2025, importa reflectir sobre o tal estado da nossa "nação" e de que forma a freguesia estará preparada para fazer a retoma ou o recomeço, como o engrenar de um veículo que foi obrigado a desligar-se e enferrujado tem estado parado. Assim, talvez seja de ter em conta as seguintes constatações:

1 - A freguesia tem vindo a perder população, ano após ano, e bastará fazer umas contas por alto, calcular o diferencial entre falecimentos e nascimentos para constatar que Guisande em cada 10 anos estará a perder perto de 100 habitantes. Se a actual tendência continuar, e considerando que pelos Censos de 2011 a freguesia tinha uma população de 1237 habitantes, actualmente seremos 1137 pelo que é de supor que daqui a 5 décadas (50 anos) seremos metade deste número, ou menos. É certo que este problema demográfico não é só nosso, mas transversal a todo o país, sobretudo do interior, mas obviamente que se nota mais em núcleos populacionais reduzidos. A nível nacional a coisa só não é mais grave porque vamos contando com os nascimentos de filhos de imigrantes. Em breve, para o bem e para o mal, não seremos mais que uma França descaracterizada e afogada numa mistura de raças e culturas.

2 - A freguesia tem vindo a desagregar-se e não se sente nas novas gerações um interesse especial pelas coisas da terra. Pela catequese vão andando poucas crianças e, admitamos, sem grande interesse delas próprias e sobretudo dos pais e logo que terminadas as etapas tradicionais, feita a comunhão solene, a boda e a festinha, termina essa ligação com a igreja e os que mantêm a caminhada por mais alguns anos na adolescência serão sempre poucos. 

Depois o Grupo de Jovens como factor de agregação não tem tido uma continuidade geracional desde há décadas e vai alternando entre pausas e recomeços e com o curso normal das suas vidas pessoais e profissionais são poucos os que por cá ficam a dar frutos à comunidade. Há, por outro lado, jovens que pura e simplesmente não têm qualquer actividade ou vivência paroquial e comunitária. Estão totalmente alheios à realidade sócio-cultural da sua terra e alguns, para lá do universo doméstico e familiar, nem conhecerão a vizinhança. Por conseguinte, mesmo ao nível da paróquia onde apesar das dificuldades se tem procurado transmitir valores cristãos mas também comunitários e inter-geracionais, as coisas já tiveram melhores tempos. Mas, todavia, ainda se mantém alguma esperança em quem por lá vai andando nos diferentes grupos.

3 - Ainda ao nível da paróquia, desde há 25 anos, após a partida de Pe. Francisco Gomes de Oliveira (em Maio de 1998) que a mesma, por opções da Diocese e falta de sacerdotes, não tem havido uma liderança de continuidade e por isso as diferentes fases de paroquilidade não tiveram tempo para se sedimentar e a verdade é que, para além de tudo, algumas mudanças nem sempre contribuiram para o reforço da agregação, antes pelo contrário. Estamos desde há quase dois anos numa fase de novo recomeço, mas os sinais ainda que positivos não têm sido capazes de melhorar o reencontro da comunidade e  pelo caminho algumas coisas já se perderam. O caso da eleição do Juíz da Cruz e da tradição do  almoço a ele ralacionado é um dos mais recentes exemplos.

4 - O associativismo na freguesia praticamente não existe. Para além do Centro Social com as suas especificidades próprias, vai andando o renascido Guisande F.C., em grande parte retomado pelo interesse e dinamismo de alguns elementos e em muito decorrente de um interesse comum de um grupo de pessoas que já se juntavam para disputar uma competição de futebol veterano, mas que está longe de ser transversal ao envolvimento da freguesia. A já falada obra de colocação de relvado artificial no campo de jogos "Oliveira e Santos", para além da questão de se saber se isso é de extrema necessidade e se se justifica à actividade e abrangência do clube, poderá ser um motivo de alavancamento para o crescimento da colectividade e envolvimento de um sector da população, nomeadamente os mais jovens (cada vez menos), mas também poderá ser coisa passageira e daqui a algum tempo a coisa poderá voltar à estaca zero e não passará de um equipamento para terceiros usar.

5 - Em sequência do anterior ponto, veja-se a actual realidade do Centro Social: Com empenho de alguns e de uma boa parte da população associada, e mesmo apesar de algumas vozes e posições dissonantes, conseguiu a freguesia a proeza de edificar um bom equipamento, o Centro Cívico, polivalente para várias actividades comunitárias, mas apesar disso e de já terem decorrido alguns anos sobre a sua construção, ainda continua sem a aprovação do contrato programa com a Segurança Social que permita uma actividade plena e financeiramente sustentável. Na actual situação, de indecisão e sem um fundamental empenho das entidades com responsabilidades, a começar pelo Governo sempre ao sabor das políticas e dos políticos, a coisa vai andando mas nem a meio gás e muito à custa do empenho e dedicação do actual presidente da Direcção, Joaquim Santos. Mas terminado o seu actual mandato, em Dezembro deste ano de 2023, e não podendo recandidatar-se à luz dos estatutos, para além do desejado e merecido descanso, pergunta-se: Quem é que irá assumir a liderança do Centro Social? Quem?  De minha parte já respondo que não contem comigo e é meu desejo também deixar o actual cargo de secretário da Mesa da Assembleia. O meu contributo nos dois últimos mandatos, mesmo que pouco significativo, em Dezembro de 2023 também terminará. Neste estado de coisas, não contem, pois, comigo.

Mas mais se pergunta: Que papel terão a Junta de Freguesia e Câmara Municipal a esse plano quando se colocarem na ordem do dia as eleições e se a elas não surgirem listas e candidatos? Quem assumirá então? Será encerrado o equipamento e abandonados os pressupostos que levaram à sua construção, o de servir e apoiar no dia-a-dia uma população cada vez mais envelhecida?

6 - Com a agregação na União de Freguesias, a componente política na freguesia também se desmoronou e os partidos já não têm qualquer estrutura ou pontos de referência. Por isso, nas vésperas de eleições lá vêm os senhores importantes das concelhias, sorridentes, tentar pescar candidatos mas uma vez feitas as listas com o que aparece na rede, voltam a remeter as freguesias e as pessoas à sua indiferença. Não surpreende, por isso, que cada vez mais  seja difícil convencer alguns incautos a tomarem parte de listas e a candidatarem-se a lugares e a eventuais cargos que, excepto a figura de presidente,  não passarão de moços de recados e a terem que suportar da sua carteira, tempo, combustível e telemóvel.  Enfim, tempo e dinheiro perdidos  para o exercício de uma cidadania que no final de contas, ao contrário de ser considerada e apreciada, ainda é alvo de criticas e tantas vezes considerações injustas e imerecidas.

7 - As pessoas com competência e capacidade, dinamismo e interesse por exercer cidadania e pré-disposição para estarem ao serviço da sua terra e dos seus concidadãos, fazendo parte de uma Junta e Assembleia de Freguesia ou mesmo de grupos e associações, são cada vez mais raras e não espanta que as listas acabem por ser preenchidas apenas como pró-forma e tantas vezes sem qualquer motivação. Por isso, se Guisande vier a recuperar a sua independência, pergunta-se, quem, com capacidade e vontade de liderar e fazer parte da Junta de Freguesia, fará parte das listas eleitorais? Os mais velhos? Quem? Os mais novos? Quem?

Resumindo: - Esta é, obviamente, uma mera reflexão pessoal, de quem considera que já fez bem a sua parte de cidadania ao longo de mais de 40 anos. Até admito que possa ser pessimista e desfazada e que outros guisandenses possam ter uma visão diferente e mais optimista e que em caso de necessidade para liderar grupos, associaçõese e mesmo uma Junta de Freguesia, sejam os primeiros a dar a cara e a avançar, acompanhados de boas tropas. Pode ser! Por agora ninguém tem avançado convicatamente seja para o que for. De resto, alguns elementos escolhidos para as comissões da Festa do Viso têm desistido, elementos escolhidos para juízes da Cruz têm desistido, etc, etc. A tendência será esta.

Mas oxalá que sim! Oxalá que sim!

17 de fevereiro de 2023

Era uma vez uma bonita tradição

A tradição da Páscoa na nossa paróquia e o papel do Juiz da Cruz no contexto da mesma, está em agonia ou mesmo já sepultada. Abandonada que foi a velhinha tradição do processo de eleição ou escolha, foi solicitado de forma reiterada à comunidade que alguém se voluntariasse para tal cargo. Não sei se apareceu alguém e quem, mas tudo indica que ninguém, pelo menos reunindo os critérios que pautavam a escolha, desde logo pelo critério de nunca ter sido juiz.

Pode-se assim dizer que a paróquia e mesmo a freguesia aos poucos está-se a descaracterizar no que de tradições se orgulhava e parece não haver volta atrás. É certo que as coisas têm que ser adaptadas aos novos tempos e circunstâncias mas parece mais que evidente que essa adaptação é mais no sentido de atenuar os estragos e de ajustar as coisas às limitações do que propriamente uma renovação com enriquecimento e valorização.

Todos somos responsáveis desta letargia porque desde a morte do Pe. Francisco, já há 25 anos, que a paróquia nunca encontrou um rumo certo, congregador e agregador. Foi meio século de descaractrização, de erosão e perda dos valores tradicionais de que nos orgulhavam enquanto comunidade. Parece-me, repito, que responsáveis somos todos nós, mas em muito também pelos critérios da Diocese e suas autoridades que olham para estas coisas das paróquias apenas como fontes de receitas.

No que respeita a esta tradição da Páscoa e do Juiz da Cruz, a coisa foi-se e já nada será como dantes. Os caminhos que vinham a ser seguidos só podiam dar a este destino. Desvalorizamos as coisas, desleixamo-nos e até alguns de nós andamos a mandar cartas registadas dirigidas à Comissão Fabriqueira a demitir-nos dessas responsabilidades como se nada tivéssemos a ver com elas. E não por razões de fundo mas tão somente por não gostarmos de assumir compromissos, de canseiras, de responsabilidades. Quem assim pensa e age não tem qualquer sentido de vivência em comunidade. É um direito legítimo de cada um, certamente que sim, mas que em muitos aspectos empobrece uma comunidade. É uma filosofia de "cada um por si".

Assim vamos indo e andando e esta freguesia não tarda a não ter ponta por onde se lhe pegue no que diz respeito à sua antiga e forte identidade e personalidade. Certamente que por sinais dos tempos, num contexto e realidade de estagnação em que damos conta que por ano morrem uma dúzia de pessoas (e só nos últimos 2 meses foram metade disso) e quanto a nascimentos apenas ou ou outro como amostra. Já se adivinha onde vamos parar. 

Numa altura em que se aguarda pelo desfecho do processo de pedido de desagregação da nossa freguesia da actual união, é de questionar que caso a coisa seja concretizada, quem é que dará a cara e o corpo ao manifesto e ao exercício de cidadania para liderar e defender os interesses da freguesia e da sua população? Porventura os mesmos que mandaramn cartas a demitir-se de outras responsabilidades? Quem apenas vive para si, como se a responsabilidade de cidadania e serviço público seja um dever e obrigação apenas dos outros? Mas quem são os outros? Os outros não serão também cada um de nós?

Pessoalmente, nesta matéria, não dou lições de moral a ninguém mas também as dispenso receber de outros porque creio que já fiz a minha parte no que diz respeito a participação na comunidade e na cidadania: Fiz parte de Grupo de Jovens, fiz parte do grupo de Leitores, só não fui Ministro da Comunhão porque a seu tempo alguém não quis, fiz parte do Grupo Coral, fiz parte da LIAM, fiz parte das comissões de festas de todas as festas religiosas, fiz parte da Comissão de Festas do Viso, fui Juiz da Cruz, fiz parte de duas associações culturais e da direcção do Guisande F.C. Colaborei com as diversas Juntas de freguesia em diversos momentos e acções e participei em eleições e fiz parte de uma Junta de Freguesia, mesmo que em condições difíceis. Apesar disso, sempre que posso e sou solicitado, procuro ajudar e contribuo para as despesas e eventos religiosos ou outros.

Como disse, não é nada de mais e muitos mais guisandenses também tiverem e têm este tipo de participação cívica e comunitária, mas tomara que todos, tanto os que ainda nada fizeram como os mais novos, tenham pelo menos alguma desta intervenção. Mas sabemos que tendencialmente não é este o caminho que as pessoas de um modo geral tomam nos dias de hoje. Isso dá trabalho, canseira,  perda de de tempo pessoal e até mesmo despesas e, para mal dos pecados, quase sempre sem reconhecimento público e até com críticas, na maior parte das vezes injustas e injustificadas.

Por todo este conjunto de coisas e situações, é que estamos neste estado. Como diria alguém conformado com a situação, "é o que é!" . A ver vamos no que dá mas as perspectivas e expectativas são baixas. Estamos em crise!

5 de dezembro de 2022

Nascimento do rio Uíma e outras questões - Rio Ul e rio Antuã

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Há dias, a propósito de uma publicação no Facebook pela Junta de Freguesia de Arrifana, em que nela era referido que ali nascia o rio Uíma (posteriormente alterada ou corrigida para ...aqui nasce o afluente do rio Uíma), gerou-se, naturalmente, uma reacção, alguns comentários e daí alguma celeuma sobre a legitimidade da paternidade deste importante curso de água que nasce e percorre grande parte do concelho de Santa Maria da Feira, até que, a norte, depois de percorrer terras do concelho de Vila Nova de Gaia, ali desagua na margem esquerda do rio Douro, na localidade de Crestuma, ligeiramente a jusante da barragem de Crestuma-Lever.

Confesso-me um interessado em matéria de hidrografia e dos rios e ao assunto dedico algum tempo e atenção. E do muito que sei e procuro saber, verifico que a questão do nascimento dos rios e até dos seus nomes, é pano para muitas mangas e por isso para muitas confusões, discussões e controvérsias. Algumas vêm de tempos imemoriais, outras mais ou menos recentes. 

Uma destas questões que ainda não tem consenso nem decisão pelas estâncias oficiais nesta matéria, que serão o Instituto Geográfico Português e ou o Instituto Hidrográfico, prende-se com a confusão entre os rios Ul e Antuã. ACâmara Municipal de S. João da Madeira decidiu em determinada altura (2004) mudar o nome do seu parque da cidade, inicialmente baptizado de Parque do Rio Antuã, para Parque do Rio Ul, porque depois de ter solicitado a alguém um parecer sobre o assunto, considerou que o rio Ul é o que passa pela cidade e pelo parque. Assim, nesta versão adoptada pelos sanjoanenses e por muitos outros defendida, o Ul é o rio que nasce próximo da aldeia de S. Mamede, lugar da freguesia de Fajões, do concelho de Oliveira de Azeméis e que depois segue pelos lugares de Monte Calvo e Vila Nova da freguesia de Romariz, passando ainda por Milheirós de Poiares, S. João da Madeira, a poente da cidade de Oliveira de Azeméis e vai precisamente confluir com o rio Antuã entre as freguesias de Ul, Travanca e Loureiro, de Oliveira de Azeméis, um pouco abaixo do actual Parque Temático Molinológico de Ul. 

Por conseguinte, os defensores desta versão em contraponto defendem que por sua vez o rio Antuã é o que nasce na encosta da Serra Grande, junto ao lugar de Alagoas, freguesia de Escariz, do concelho de Arouca, e que depois desce por Fajões, passando por Carregosa e ainda por outras freguesias de Oliveira de Azeméis e pelo poente desta cidade, até então recolher as águas do seu afluente Ul, seguindo o seu curso passando pelo concelho e centro da cidade de Estarreja para logo depois finalmente desaguar na ria de Aveiro perto da localidade de Salreu.

Defendendo esta versão do rio Antuã que também nasce em Escariz - Arouca, por sua vez este rio recebe pela sua margem esquerda ainda um importante afluente, o rio Ínsua, que nasce também em Escariz na encosta poente da Serra Grande, entre as aldeias de Coval e Caçus. Dali desce pela baixa do lugar de Nabais e já no vale de Carregosa encontra-se com o rio Antuã. Mas msmo aqui, há elementos cartográficos que confudem o Ínsua com o Antuã, como no caso do mapa acima. Ou seja, a somar à principal controvérsia, soma-se uma segunda confusão.

Como se disse, esta questão sobre o rio Antuã incide apenas sobre os dois troços a montante do ponto de confluência entre ambos,  já que depois dele para jusante o nome é concensual e não oferece dúvidas. Para quem defende o rio Ul como o que passa por S. João da Madeira, invocam documentos antigos, onde surge tal designação, logo no séc. XII, em 1177, no documento de doação do Couto ao Mosteiro Cucujães, por D. Afonso Henriques, mas também o facto de passar pela freguesia de S. Tiago de Riba Ul, o que parece justificar-se. Todavia, é muito comum que os rios tenham um nome associado a uma determinada terra ou aldeia mas que por vezes passem bastante ao lado o que por si só não servirá de justificação.

Por outro lado, os que defendem o rio Antuã como o que passa por S. João da Madeira, invocam tambem documentos antigos que invocam esse nome anteriormente, no tempo do período da ocupação romana. Ainda esgrimem o princípio internacional que estabelece que quando dois rios se juntam o nome que se dá ao rio após a junção é a do rio mais comprido desde a nascente ao ponto de confluência. Ora por esta regra o troço do rio com maior extensão até à confluência de ambos é o que passa por S. João da Madeira (18 Km contra 17 Km), de resto como é descrito nas cartas oficiais do Instituto Geográfico do Exército nas suas populares cartas militares.

Esta velha questão do Ul e do Antuã, será, pois, para continuar, e mesmo que venha a ser tomada uma decisão oficial, a controvérsia há-de manter-se porque com diferentes argumentos e ambos válidos.

Quanto ao rio Uíma e a questão do seu ponto de origem ou nascimento de que falei no início: Tenho também para mim, do que conheço, que principia no lugar de Duas Igrejas, na zona de aplainamento da encosta poente do Monte Crasto, por sua vez este uma extesão do Monte de Mó. O lugar onde nasce o seu troço principal, porque outro há que vem da zona mais a norte do vale do lugar de Duas Igrejas, é conhecido como Fintuma, ou seja, Fonte do Uíma, já que em tempos antigos o rio era também conhecido como Uma, daí a origem do nome dos lugares associados de Tresuma (Trás do Uma), em Pigeiros e Crestuma (Crasto do Uma). Esse local onde dizem que antigamente brotava num forte bolhão superficial, fica muito próximo da zona também conhecida por Valos, um pouco a norte/nascente do campo de futebol do Romariz F.C.

Assim sendo, não nos parece crível nem ajustado que a freguesia de Arrifana o considere como nascido no seu território. É certo, que de Arrifana o Uíma tem um pequeno afluente, o Ribeiro do Regueirinho, mas de muito inferior extensão e caudal, mesmo intermitente, a ponto de ser considerado como fonte de nascimento. Parece-me, pois, excessiva tal pretensão e por isso e daí a tal publicação ter sido posteriormente corrigida ou actualizada fazendo então referência ao afluente, que deverá ser o tal ribeiro do Regueirinho.

Em todo o caso, e isto só reforça a realidade das confusões que são de origem antiga, a ter em conta as respostas do pároco de S. Jorge ao inquérito que em 1758 veio dar lugar à compilação designada de "Memórias Paroquais", quando é feita a referência ao rio Uíma, este é indicado como nascendo em Milheirós de Poiares.  Ora pelo que atrás ficou dito, também soa a tremenda asneira, já que sendo certo que passa pela freguesia de Milheirós de Poiares, na zona onde se desenvolve a curva pronunciada que inflecte o seu sentido de curso de norte/sul para sul/norte, e também recebe dois pequenos afluentes na margenm esquerda, um deles o ribeiro do Casal e outro vindo dada zona da Espinheira, não é de todo razoável atribuir ali a sua nascença, já que de facto o troço principal vem precisamente de norte para sul do lado de Pigeiros e já com caudal forte e regular.

Como se vê, estas questões com os rios, suas origens, seus traçados e seus nomes, é coisa para muita confusão e diferentes versões. Ademais, quanto aos nomes, é muito comum, e aceite, que um mesmo rio tenha diferentes nomes consoante os lugares, terras e aldeias onde passam. Como exemplo, no caso da ribeira que nasce em Guisande e passa por Gião, Louredo, Vale e Canedo, até desaguar no rio Inha, tem diferentes nomes. Oficialmente é descrito como ribeira da Mota, e há motivos para isso, de que noutra altura falarei, mas popularmente também é conhecido por rio da Lavandeira (há uma acta da Junta de Freguesia dos anos 1940 que o menciona por esse nome) e já na zona de Louredo é mais conhecido por rio Cascão. Mesmo na zona do lugar de Serralva, da freguesia do Vale, na sua margem direita, era conhecido noutros tempos, e talvez ainda nos actuais, como rio Fajouco, um topónimo que remete para o sentido de lugar baixo ou fundo.

Hão-de, pois, durar no tempo este assunto e estas questões. Apesar disso, os rios não são de niguém em particular, mas de todos e por isso e como tal devem ser preservados, limpos e valorizados como um bem comum pela riqueza ambiental e paisagística que oferecem. Com a onda e moda dos passadiços, que se generaliza por todo o país, por vezes até com aparatos despropositados, os rios e ribeiras e as suas margens vão sendo oferecidas à fruição de caminhantes. Mas mais rios e ribeiras no nosso concelho continuam esquecidos e mesmo desprezados sem qualquer limpeza regular. Há, pois, ainda muito a fazer pela sua requalificação e criação de acessos pedestres marginais.

16 de setembro de 2022

Gente nossa - O José Almeida está de parabéns!



Porra! Anda um homem a escrever coisas bonitas e sentidas para os de fora e não as há-de escrever sobre alguém da família? 

Mas olhem que não é fácil, porque nestas coisas de enaltecimentos, os famíliares são sempre os mais poupados, não porque esquecidos ou menosprezados, mas um pouco como o pai do filho pródigo no tratamento para com o seu primogénito: - Filho, tu estás sempre comigo, e as minhas coisas são as tuas!

Mas a verdade é que esta parábola é mesmo difícil de mastigar, ao alcance  de poucos na sua aplicação, mas por isso, por quase impossível ao entendimento pelos olhos da nossa frágil humanidade, é que Cristo a contou como exemplo. Mas, retomando, nestas coisas de falar dos outros, estes são os filhos pródigos e os da casa, os filhos mais velhos. Creio estar desculpado ou pelo menos justificado.

Mas, hoje, a propósito do seu aniversário, e nem importa saber quantos, quero dar uma palavrita ao José Almeida, meu primo por parte dos nossos pais, o meu, o António, o dele, o Joaquim.

O José Almeida, o Zé ou o Zé da Glória, está naturalmente mais mole porque com o peso dos anos, os ensinamentos da vida e as artimanhas dos ossos. Mas mesmo que ainda com uns arrebates dos velhos tempos, já não é o que era de impetuoso, e por isso para melhor. Tinha um temperamento de mar do norte, ora calmo e sereno, ora a levantar ondas e tempestades. A bem dizer, fervia em pouca água, mas com a particularidade de apenas quando sentia que estava a ser desrespeitado ou desconsiderado.

Perdoar-me-á, mas só para atestar esta fácil fervura, partilho um episódio testemunhado na primeira pessoa: Houve uma altura em que o acompanhava à lota a Matosinhos onde comprávamos peixe congelado. Ao chegar, no parque de estacionamento estava ali um lugar disponível, mas ele precisava de dar a volta com a sua carrinha e então pediu-me que ficasse a guardar o lugar enquanto manobrava. Assim fiz, mas entretanto chega de rompante um chico-esperto, que mesmo contra a minha indicação de que o meu primo já ali vinha estacionar, ignorou e estacionou. Pois, bem! Ali chegado e posto ao corrente, o meu primo enfrentou o tipo com impropérios, sacou de uma espécie de bacamarte de partir queixadas, que tinha algures na carrinha, e o condutor espertalhão, perante aquela tempestade vulcânica não teve outro remédio senão, com o rabo entre as pernas, esgueirar-se a ir procurar abrigo. É que se não fosse isso, e a propósito do local, ele iria apanhar umas valentes solhas, congeladas, porque mais duras. Mas felizmente, a coisa resolveu-se, senão iria ser ali uma peixeirada. E num instante o Zé já estava outra vez envolto em bonança, calmo, sereno, a encher a carrinha de peixinho do mar do norte.

Mas apesar desta sua característica, o Zé é uma pessoa com uma enorme bondade e disponível para ajudar. É certo que esse seu temperamento por vezes dificulta as coisas, para ele e para quem com ele convive, mas, porra, quando um homem se sente com razão, não há força que o cale! Fosse a jogar uma sueca, a ver ou ouvir um jogo do seu Porto, convinha não agitar as águas com o Zé.

O José tem uma vida pacata e certinha, que vive ao lado da sua Adelaide de sempre, boa e fiel companheira, mesmo a aturá-lo na fervura. Bom marido, bom pai, e bom avô. Criou filhos e já com netos, e creio que bisnetos. Casou cedo, porque apesar de viver numa família onde nada faltava, tinha uma educação austera e por esses tempos as mãos maternas, porque calejadas, eram pesadas. Assim casou novo e e a lua-de-mel não tinha aquecido e já marchava para o serviço militar em África. Depois emigrou para França, regressou, trabalhou na Câmara Municipal da Feira e, finalmente, na merecida reforma, já há uns anos.

Mesmo com esse seu tal feitio que não é defeito, foi sempre participante da vida comunitária, exercendo, e bem, a sua quota parte de cidadania. Integrou corpos directivos do Guisande F.C., fez parte da política, do associativismo, até do Grupo Coral, e desde há alguns anos que é ministro da Comunhão cá na paróquia. Não se pode exigir mais. Há quem, literalmente, nunca tenha mexido uma palheira pela terra e pela comunidade.

Por tudo isso, e bastaria o ser gente, tanto mais boa gente porque familiar, faço votos de um feliz aniversário e que por cá ande muitos mais, mesmo que de vez em quando chateado com os ossos. É a vida!

Parabéns, primote, e desculpa qualquer coisinha por te expor assim publicamente!