3 de março de 2021

Rua de Trás-os-Lagos a escoar


Em meados de Fevereiro último, publiquei neste espaço uma nota sobre a situação de problema de escoamento de águas pluviais no fundo da Rua de Trás-os-Lagos, em Casaldaça, a qual comportava problemas na circulação de veículos e pessoas e sobretudo para a habitação confrontante já que a água ali se depositava num grande lago e por excesso entrava na Cave com os naturais prejuízos e incómodos. 

Não creio que a publicação de tal nota tenha tido qualquer efeito, mas certamente por alguma diligência da proprietária. Certo é que, creio que na semana passada, o pessoal da Junta da União de Freguesias pôs mãos-à-obra e procedeu à limpeza e desassoreamento das respectivas sargetas, pelo que por enquanto, à falta de mais chuva para testar, a coisa parece ter ficado remediada e a água está a ser encaminhada para a ribeira ao lado.

É pois, positiva e de realçar a intervenção da Junta, mas é pena que estas coisas funcionem reactivamente e não activamente. A limpeza das sargetas sobretudo em pontos críticos, que são conhecidos porque recorrentes, deveria ser feita todos os anos e com regularidade e não apenas pontual e tardiamente já depois de muitos inconvenientes.

1 de março de 2021

O senhor que se segue...


A notícia é de meados do passado mês de Fevereiro. A Comissão Política do PS - Partido Socialista, de Santa Maria da Feira, escolheu o jovem advogado Dr. Márcio Correia, sw 42 anos e actual presidente da estrutura concelhia, ex-vereador, como cabeça-de-lista às próximas eleições (em Outubro) para a Câmara Municipal.

Da parte do PSD - Partido Social Democrata, que tem governado a Câmara há mais de quarenta anos, ainda não se sabe oficialmente qual o candidato, mas tudo indica que o actual presidente, Dr. Emídio de Sousa será novamente o cabeça-de-lista, propondo-se àquele que, a ser reconduzido, será o seu último mandato por força do limite regulamentar. Recorde-se que há quatro anos a sua apresentação oficial ocorreu no início do mês de Maio. Não nos parece, pois, que oficialmente, tal anúncio se dê antes do próximo mês de Maio, até porque por ora a pandemia vai marcando outras urgências.

A quatro anos de distância, todavia, já se adivinha quem estará alinhavado para tentar a sua sucessão, mas até lá muita água correrá na Ribeira de Cáster.

Pessoalmente, para mim, o Dr. Márcio Correia é um quase desconhecido, para além de episódicas escutas da sua intervenção politica no programa de debate "Câmara Aberta", em que participa na Rádio Clube da Feira, juntamente com Alferes Pereira (CDS-PP).

Das poucas vezes que o escutei, pareceu-me ser conhecedor da realidade do concelho, pelo menos dos seus principais dossiês, e com um discurso deveras ponderado. Mas não passa de uma mera impressão colhida no palco mediático, quase sempre pouco revelador do valor de alguém. 

De resto, o Partido Socialista feirense tem tido sempre esta dificuldade crónica em apresentar uma figura consistente como cabeça-de-lista, como se em todos os ciclos eleitorais para o município tenha que recomeçar sempre do zero, já que enquanto oposição, o protagonismo dos líderes tem-se esvaziado ou mesmo dissolvido durante o mandato, quando seria expectável um crescimento, uma sedimentação, notoriedade e peso político e de intervenção no eleitorado do município a ponto de uma natural recandidatura. Ora como isso não tem acontecido desde António Cardoso, com os anteriores candidatos (Alcides Branco, Strecht Monteiro e Margarida Gariso), a coisa torna-se sempre complicada. Mesmo quanto a Margarida Gariso, recorde-se, a mesma abandonou a vereação, por motivos pessoais é certo, mas que de algum modo reafirmam esta dificuldade sistémica do PS em apresentar recandidaturas. Pessoalmente creio que uma recandidatura amadurecida pela tal experiência de oposição seria positiva.

Por todas estas questões, e pela qualidade intrínseca do candidato Dr. Emídio Sousa e sua experiência cimentada por dois mandatos, bem como do peso de uma máquina oleada que se tem perpetuado, a tarefa do Dr. Márcio Correia afigura-se como muito difícil, mas é um caminho que tem que percorrer e uma disputa a travar.

[foto: diariodafeira.com]

24 de fevereiro de 2021

O Senhor Malato

O Senhor Malato é figura conhecida do público, principalmente daquele que assiste na nossa RTP a programas de entretenimento, de enchimento de chouriços e de venda de chamadas telefónicas de custo acrescentado. Ele é polivalente e pau para toda a colher. Ele tanto apresenta feiras de enchidos como natais dos hospitais como a festa das vindimas. Em resumo, goste-se ou não, ele é popular. 

O Senhor é tão popular que até em Monforte, sua terra de nascimento, no Alentejo, à falta de melhor motivo, deram-lhe nome de uma praça. Mas o Senhor Malato parece que é mal agradecido, e indignado por uma grande parte do povo alentejano ter votado no Senhor André Ventura, na eleição para as presidenciais, vai daí e reagiu histericamente dizendo que "...O Alentejo é uma vergonha. Gente sem memória! Sou lisboeta, a partir de hoje”.

Mas sem memória porquê? O que mudou de substancial para que invoque a perda de memória. Não terá sido o contrário, o recuperar da memória de uma povo e de uma região que 50 anos passados sobre a revolução de Abril continua com os mesmos problemas? Em que continua a ser a terra dos montes e das quintas onde os senhores malatos, resolvidos nas suas vidinhas, ali regressam numas escapadinhas das lisboas nuns fins-de-semana para umas festarolas e tainadas?

Ora, a propósito, um seu conterrâneo, indignado por este despeito, lançou uma petição online para requerer na Câmara local a retirada do seu nome da praça. A Câmara apreciou a coisa e apesar dos milhares de assinaturas, optou por manter a praça com o nome de tão ilustre celebridade mesmo que esta se tenha envergonhado do seu povo e que passe a ser um genuíno alfacinha. Antes não desagradar a um que agradar a milhares, terá entendido.

Em resumo, o Senhor Malato é daqueles que se mostra contra o preconceito, defende a democracia, os seus valores e o direito ao ser diferente e ao pensar diferente, e não porque seja homossexual assumido, mas porque tem esse direito. Mas, em contrapartida, na realidade, o Senhor Malato indigna-se com quem pensa diferente, com quem não vê só à esquerda, com quem vê para além do politicamente correcto.

Com tudo isto o Senhor Malato borrou a escrita. Não havia necessidade, se bem que, lá diz a publicidade,  "o algodão não engana".

22 de fevereiro de 2021

Passeio higiénico

E pronto!...O que antes era uma simples caminhada, coisa que deve ser tão natural ao humano quanto o respirar, na semântica dos tempos modernos está classificada como de "passeio higiénico". Para muitos, este "higiénico" refere-se à higienização da mente, do lado psicológico, para outros, mais à letra, é a possibilidade de aproveitar o ensejo para libertar uns valentes peidos e se, em local adequado, arriar um substancial cagalhão, seja em forma de rosca ou de fogaça, atrás de uma qualquer mouta. Claro que depois convém lavar o "olho" e as mãos ou a higienização ficará comprometida.

São, pois, tempos modernos estes em que de facto importa higienizar porque mais do que o vírus que por aí anda, temos que nos desinfectar de bactérias e parasitas como mamadous e ascêncios, bem mais perigosos que pulgas e piolhos. Para estes a coisa já não vai lá com Quitoso. 

19 de fevereiro de 2021

Centro Social - Assembleia Extraordinária - 05 de Março de 2021

 

Sessão Extraordinária marcada para 05 de Março de 2021 pelas 20:30 horas nas instalações da associação no Monte do Viso.

Pretende-se a alteração a alguns dos artigos dos estatutos da associação de modo a coaduná-los com as exigências regulamentares relativamente a IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Particular).

16 de fevereiro de 2021

Porque amanhã, peixinho

 


Carnavaladas

Há coisas que comentadas e analisadas num contexto próprio, ganham mais substância. Ora como hoje é dia de Carnaval, e parece que nele ninguém leva a mal, será justo recordar aqui alguém, no caso a Sr.ª Directora da Direcção Geral de Saúde, Dr.ª Graça Freitas, que há cerca de um ano, quando a pandemia se instalava em Portugal, dizia taxativamente que era contraproducente o uso de máscara e que agora, com um sorrisozinho algo idiota, venha a aconselhar o uso de não de uma mas de duas, ou seja, dose dupla.

Este paradoxo, a juntar ao "estamos preparados", chavão então repetido pelo Governo e pela ministra da Saúde,  ficarão para a História como sinais de muitas decisões e considerações erradas e errôneas e que em muito ajudaram a explicar que o país tenha passado de exemplo "milagroso" ao top dos países com piores resultados no lidar da pandemia.

Diz-se que o positivo dos erros é a possibilidade de aprendermos com eles, mas no caso, infelizmente, parece que somos todos fracos alunos, a começar por quem nos vai liderando.