21 de abril de 2022

Um livro ao professor Rodrigo


Ontem tive o ensejo e o prazer de oferecer o meu simples livro ao professor Rodrigo Sá Correia.

Sendo um "risco" oferecer um nosso livro a alguém que foi professor, e sobretudo de português (creio não estar enganado), certamente que a sua leitura terá sempre esse sentido analítico e admito que não faltarão por ali, no livro, algumas coisas a merecer reparos no olhar de um professor, mas como nesse aspecto tanto a publicação como seu autor não se apresentam como pretenciosos, creio que me há-de relevar.

Em todo o caso é mesmo um prazer a simples oferta, porque tenho de há muito uma natural consideração por esta figura guisandense, pela sua relevância enquanto cidadão e pela sua longa intervenção cívica na sua, minha e nossa freguesia. Desde atleta do Guisande F.C. dos primeiros tempos, bem como pela sua participação como dirigente e sobretudo como autarca, naturalmente que me merece uma natural estima e consideração. Guisande bem que precisaria e ganharia com mais pessoas com a sua bagagem cívica e intelectual.

Para além de tudo, sempre que com ele contactei, não só em contexto pessoal como inclusive em representação da Junta da União das Freguesias (nomeadamente no processo de compra/venda de um seu terreno contíguo ao cemitério), mostrou sempre ser afável, receptivo, compreensivo, dialogante e pragmático. Ora nem sempre estas virtudes abundam em muitos de nós na nossa freguesia, já que tendemos a complicar o fácil, a dificultar o óbvio e a esgrimir a importância do nosso rei na barriga.

Naturalmente que todos aqueles por quem tenho como amigos ou pessoas de estima, me merecem igualmente a mesma deferência mas penso que é de justiça realçar aqui de forma muito simples e pública a figura e pessoa do Prof. Rodrigo Sá Correia, mesmo com as naturais diferenças e posicionamentos que possamos ter.

Fica, pois, aqui esta referência.

Janela Aberta - Folha Dominical


Muitos já estarão esquecidos porque passam já quase seis anos (Junho de 2016) sobre a publicação do último número da "Janela Aberta", a folha dominical da nossa paróquia de S. Mamede de Guisande.

Por conseguinte, tem a importância que tem, mas tem já, seguramente, um lugarzinho na história ou nas estórias da nossa freguesia.

Como com todas as coisas, a "Janela Aberta" teve uma origem; Antes, pois, que fiquemos mais esquecidos vamos aqui relembrar a desta simples publicação.

Na última semana de Novembro de 2012 o nosso ex-pároco Pe. Arnaldo Farinha começou a compor e a publicar uma folha dominical para distribuição na igreja, dando-lhe precisamente esse nome "Folha Dominical". Era uma folha do tamanho A4 dobrada a meio, por isso apresentada no formato A5. Era composta pelos textos da liturgia do respectivo Domingo, algumas informações de agenda e horários e algumas imagens a ilustrar.

Este formato inicial durou seis números, referindo-se o último a 30 de Dezembro de 2012.

Nessa altura, por achar que o aspecto gráfico estava pobrezinho e que poderia ser feito de forma mais apelativa, falei com o pároco e propus-me a ajudar, ficando responsável pela composição e grafismo. Propus ainda que a publicação tivesse um outro título, que de algum modo emprestasse uma melhor identidade à publicação. O Pe. Farinha aceitou imediatamente, gostou da ideia e assim dali em diante, semanalmente, a partir do Nº 7, a folha dominical passou a publicar-se nessa nova etapa com o título "Janela Aberta", impressa em sistema laser, com muita qualidade, ao contrário dos primeiros números produzidos na impressora da paróquia em sistema de jacto de tinta.

Mas o título "Janela Aberta" não surgiu do acaso porque considerei interessante que fosse retomado do boletim informativo do Grupo da LIAM, com esse mesmo nome, uns anos antes, quando por minha iniciativa, o grupo então orientado pela saudosa D. Laurinda da Conceição, publicou mensalmente durante quase três anos esse boletim, com o primeiro número a sair em Janeiro de 2001 e que terminou no Nº 14, correspondente ao período de Janeiro/Junho de 2003.

Por conseguinte, a "Janela Aberta" enquanto folha paroquial e dominical teve o seu início quase 10 anos depois do boletim informativo do Grupo da LIAM.

Durante o período de publicação, a "Janela Aberta" teve dois formatos: Começou no formato original, no tamanho A5 (folha A4 dobrada a meio), com 4 páginas a cores e depois passou para o mesmo formato mas com 8 páginas e numa fase final, desde o Nº 117  de 24 de Janeiro de 2016 ao Nº 139 de 26 de Junho de 2016, passou para o formato A4 (folha A3 dobrada a meio) mas apenas a preto e branco de modo a compensar os gastos com o tamanho.

Depois da habitual paragem para férias, com a publicação do atrás referido Nº 139, a publicação não voltou a ser impressa. 

Importa referir que a paragem apenas se deveu à contenção de gastos pela paróquia pois a publicação, entre 80 a 100 exemplares, era distribuída gratuitamente e por conseguinte era sempre uma despesa regular a ter em conta semanalmente, apesar do baixo custo conseguido na impressão em sistema a laser. Por isso, pela minha parte, apesar do trabalho semanal de composição e impressão,  que me ocupava umas horas e naturalmente sem qualquer paga, a publicação teria continuado a ser composta e impressa.

Seja como for, é uma inevitabilidade que estas coisas tenham os seus momentos e períodos e nada dura eternamente, tanto mais quando representam custos que de algum modo não são compensados.

Na sua fase final, para além da habitual publicação da liturgia dominical, o conteúdo englobava ainda reflexões sobre a mesma liturgia, apontamentos relacionados às intervenções semanais do Papa Francisco, ainda a agenda dos serviços religiosos e alguns outros apontamentos ou informações de interessa da paróquia, particulares ou de âmbito geral. Creio que era uma interessante publicação e que por muitos era valorizada. Não sei se alguém guardou a totalidade dos números, mas quem o fez certamente que tem um documento interessante e que mais valor terá no futuro. 

Foi bonito enquanto durou e, como se disse no início deste apontamento, a "Janela Aberta" tem um lugarzinho na história da nossa comunidade paroquial. 

Abaixo deixo a reprodução de alguns números relacionados à transição das diferentes versões da "Janela Aberta", começando pelo tal primeiro número do boletim do Grupo da LIAM datado de Janeiro de 2001 em cujo texto de abertura se explicam e justificam as razões para a sua publicação.









Abaixo alguns outros números














20 de abril de 2022

Comparações


Entre uma e outra fotografia, quase 62 anos.

Aquele canteiro do lado norte da na nossa igreja matriz,  em 21 de Maio de 1960, um Sábado, acabara de ser preparado pelos trolhas, sendo feita no piso uma Cruz da Ordem de Cristo a envolver o cruzeiro ali existente. Tanto a cruz como o cruzeiro ainda existem como o demonstra a foto tirada precisamente ontem. Apenas se alterou a vegetação em redor (que já teve melhor aspecto, com os arbustos a fazerem arco, e, claro está, o tempo passado. 

Quem terão sido os trolhas? Sinceramente não os consigo reconhecer, mas certamente pessoas dedicadas à causa de fazer pela freguesia, o que vai faltando hoje em dia.

19 de abril de 2022

Contrato de telecomunicações e azeitonas


Pois é, com o meu contrato a terminar no próximo mês, têm sido mais que muitos os contactos e propostas, tanto das próprias operadoras concorrentes como de agentes comerciais em nome delas. 

O curioso é que por parte da minha actual fornecedora e de há anos, a proposta seja a menos vantajosa quanto a condições e mesmo a mais cara, ultrapassando o valor do actual contrato, para além de que, dizem, só podem fazer melhor proposta para novos clientes.

Ou seja, para os bons e velhos clientes, que cumprem os contratos e pagam sem atrasos, a política é de desrespeito e desconsideração. É o que parece.

Seja como for, isto de optar pela melhor operadora e pela melhor relação de condições /preço é um cabo dos trabalhos para além de aturar os agentes com uma comunicação agressiva que procuram que as decisões sejam tomadas na hora. 

É como num restaurante pedir orçamento para uma refeição e os preços diferem conforme o número e o tipo de azeitonas da salada ou se o ovo é ou não passado dos dois lados. 

Uma das bases para comparar preços é obviamente que as condições sejam rigorosamente iguais. Ora isso, por mais que deixemos vincado o que pretendemos a quem nos contacta, é uma missão quase impossível pois um apresenta como opção azeitonas pretas, outro azeitonas verdes e outro nem uma coisa nem outra, sendo que descaroçadas e com recheio de pimentos . 

... contar azeitonas dá muito  trabalho.

Guisande Futebol Clube - Reactivação

 



Depois de alguns anos com  o clube sem corpos gerentes e sem actividade, os elementos ligados aos Veteranos reuniram esforços e condições tidas como legais para reactivar o clube.

Assim, na noite de Sábado, 16 de Abril de 2022, em reunião efectuada no polo de Guisande da sede da Junta da União das Freguesias, e com os condicionalismos inerentes a um clube com vários anos sem actividade, por isso sem corpos sociais e sem sócios regulares pagantes, foram agora eleitos os novos dirigentes distribuídos pelos três diferentes órgãos sociais:

Direção:

Presidente: Victor Henriques 

Vice-presidentes: Domingos Ferreira, André Santos, Ricardo Lopes e Alcino Almeida

Mesa da Assembleia Geral:

Presidente: Alexandre Giro

Secretario: Dinis Rocha

Vogal: André Pinho

Conselho Fiscal:

Presidente: Pedro Santos

Secretário: Paulo Serralva

Vogal: Filipe Coelho


Está assim reactivado o clube e por conseguinte é mais uma associação da freguesia e da União. Vamos todos desejar que as coisas corram bem. Por conseguinte há que restabelecer o lastro de associados e ajudar dentro das possibilidades de cada um. 

Que o clube possa agora contribuir de forma mais positiva para a componente desportiva da freguesia e que consiga envolver, tanto na actividade como nos cargos directivos, pessoas das novas gerações. 
Há que honrar aqueles que desde os seus primeiros tempos deram muito do seu esforço e dedicação ao clube.

De acordo com informações do presidente da Direcção, Vitor Henriques, para já, para além da competição em vigor relacionada aos veteranos, a ideia do clube é promover outras actividades e competições desportivas como as relacionadas às corridas, em voga designadas como running trail, havendo já um grupo de atletas.

Considerando que as instalações do Parque de Jogos "Oliveira e Santos" pertencem à Junta, terá já sido acertado o projecto de instalação de relvado sintético a financiar pela Câmara Municipal e pela Junta da União. Ficam ainda previstas obras de requalificação, tanto das instalações como do acesso envolvente.

Também para justificar o investimento e a utilização plena do equipamento, existirá um protocolo de cooperação e cedência do estádio com a Associação Desportiva e Cultural de Lobão que assim ali realizará treinos e competições com os seus diferentes escalões de futebol.

Almoço do Juiz da Cruz 2022




Depois de um interregno de dois anos (2020 e 2021) devido às restrições decorrentes da pandemia, mesmo que ainda com cuidados e algumas limitações, foi possível realizar a tradicional Visita Pascal com o Campasso dividido em três cruzes a percorrer a nossa freguesia. O dia esteve bonito, com sol e calor, no que ajudou ao serviço.

O Juiz da Cruz,  por desistência do correspondente eleito, foi Carlo Alberto de Oliveira Santos, de Linhares - Casaldaça, que se havia voluntariado para a função e que manteve o propósito apesar da pausa.

Ontem, Segunda-Feira de Páscoa, 18 de Abril, teve lugar o habitual Almoço do Juiz da Cruz. Considerando que o anterior local nos últimos anos (desde 2013) havia encerrado, o evento decorreu agora no restaurante "Pedra da Lage", conhecido como o restaurante da Júlia, no lugar do Outeiro, também na freguesia de Gião.

Foram cerca de 80 os presentes, incluindo os participantes no Compasso da Páscoa e ainda o nosso pároco Pe. António Oliveira e também do Pe. Benjamim Sousa que colaborou nos serviços religiosos do Tríduo Pascal. Inclusive ontem de manhã celebrou a missa, muito participada, pelas 10:00 horas.

A sala, numa Cave, não tinha as condições mais adequadas para o número de participantes, obrigando a uma disposição de mesas algo desordenada e com espaços de circulação exíguos. O serviço teve algumas falhas, com atraso entre os pratos, recolhimento de louça e celeridade no fornecimento de bebidas. Ainda um lapso inicial em que a canja como primeiro prato quente a ser servido acabou por não chegar para todos os comensais, como foi o meu caso e de quem me acompanhava numa mesa de 6 pessoas. Algo falhou.

Seja como for, sabemos que nem sempre estas coisas correm pelo melhor sob um ponto de vista de funcionalidade e organização, mas em todo o caso será sempre desejável que saiam tão bem quanto possível de modo a não desprestigiar o evento nem gerar descontentamentos dos participantes menos dados a tolerâncias.

De muito positivo, as presenças do nosso pároco Pe. António Oliveira e do Pe. Benjamim, bem como o facto da tradição ter sido cumprida, tanto mais que depois do tal interregno forçado e indesejado. 

Também de enaltecer o voluntarismo e o esforço do Sr. Juiz da Cruz em ter tomado a responsabilidade da função e com ela o arcar das consequentes responsabilidades e canseiras. Parece fácil mas só por quem por elas já passou é que as compreende totalmente.

Quanto à tradição propriamente dita, a do Almoço do Juiz da Cruz, sabemos todos que já teve melhores dias no que respeita à importância e valor que lhe dávamos e que tem sofrido diversas adaptações ao longo dos anos, por um lado devido a algumas inevitabilidades, como a mudança do local do banquete (durante muitos anos na própria freguesia de Guisande e que assim deixou de ser desde 2013), mas também porque enquanto comunidade fomos descurando o interesse da coisa. Mesmo o processo antigo da eleição está praticamente perdido e por desistências e manifestações prévias de não desejarem entrar na escolha, por parte de potenciais candidatos, o certo é que neste momento não há juizes eleitos, quando, dentro da normalidade, deveriam existir pelo menos dois adiantados.

Confesso que não sei qual o modelo que virá a seguir e nem isso me preocupa face à situação de erosão aqui chegada, mas provavelmenete será idêntico ao já praticado em muitas paróquias em que não há propriamente um Juiz da Cruz.

Pessoalmente sinto alguma pena porque apesar de algumas vicissitudes do próprio sistema de eleição, que durante anos chamei à atenção para a necessidade de melhoramento, a tradição tinha alguns aspectos positivos e provinha de raízes que eram muito nossas, muito particulares e que ao fim de todo este tempo, por algum desmazelo e mesmo alguma desconsideração parece estar irremediavelmente perdido. 

Teria sido fácil, parece-me, que no devido tempo tivessem sido feitas as alterações que valorizassem e dignificassem o precesso da escolha e eleição, mas nunca foram por aí aqueles que de algum modo tinham responsabilidades. Assim, bem ou mal, eis-nos chegados à situação actual.

Vamos ver no que dá para o futuro e oxalá que pelo menos o espírito pascal se mantenha inalterado e que continue a ser um importante elemento agregador da nossa freguesia e paróquia enquanto comunidade. 

Oxalá que sim!

16 de abril de 2022

Cuidado com o cão, ou talvez não.


Quantas vezes não rotulamos as pessoas com considerandos menos positivos mas que na realidade não correspondem aos seus verdeiros valores? Por conseguinte, nem sempre somos justos nessas apreciações de carácter. Mas também é verdade que algumas pessoas se comportam nem sempre de acordo com a sua verdadeira natureza: Se são maus como as cobras fingem ser bons, mas se são bons fingem ser maus. Outros, porém, não enganam mesmo, nem a si próprios nem aos semelhantes e mesmo à distância já se identificam. 

Neste contexto, algumas pessoas são como aquele cão que habitualmente vejo nas minhas caminhadas ao final das tardes, num certo sítio da nossa freguesia. O sinal afixado ao portão com o clássico aviso de "Cuidado com o cão" parece ter correspondência com o animal ali confinado dentro dos portões, sempre numa atitude raivosa como quem, com oportunidade,  quer marcar todos os seus dentes nas nossas nalgas, mas que, afinal poderá ser apenas fogo de vista. E isto porque um dia destes, dei com o tal cão, longe do seu território, à solta, mas que quando passei por ele, afinal nem fez chus nem mus, e pouco depois acompanhou-me durante uns trezentos metros como se eu fosse o seu dono, e mesmo na sua casa, com o portão escancarado, passou e andou não sem antes levantar a perna a marcar o território que, afinal, já era o seu.

Em resumo não lhe ouvi um único latido nem lhe vi um único dente e nem parecia o mesmo cão raivoso e barulhento dentro de portas. Ainda bem, porque se fosse perigoso à solta como preso, poderia dar mau resultado, para as vítimas, para o dono e para ele próprio.

Mas, antes assim. Afinal dispensava-se o tal sinal com o aviso "Cuidado com o cão", porque parece ter apenas um objectivo de bluff. Ali mora um cão raivoso mas que na verdade é um paz de alma.