1 de agosto de 2017

Meu querido mês de Agosto



Meu querido mês de Agosto,
Por ti levo o ano inteiro a sonhar.
Trago sorrisos no rosto, 
Meu querido mês de Agosto,
Porque sei que vou voltar.

Meu querido mês de Agosto
Por ti levo o ano inteiro a sonhar.
Trago sorrisos no rosto, 
Meu querido mês de Agosto, 
e trago Deus para me ajudar.

A canção é do saudoso Dino Meira, que nos deixou já há quase 24 anos (11 de Novembro de 1993) e de algum modo contextualiza a importância tradicional do mês de Agosto para os portugueses, já que para uma larga maioria é o mês de férias e porque também é o mês por excelência em que os emigrantes, sobretudo de França e Suiça, regressam às suas terras para uns dias de descanso, convívio e ajuste de contas com as  saudades.

Em todo o caso, tanto para os portugueses que trabalham por cá como os que trabalham por lá, cada vez o Agosto é menos marcante pois as férias tendem a ser divididas ao longo do ano, sobretudo pela altura da Páscoa e Natal e ainda porque os imperativos das entidades empregadoras e do mercado de trabalho  cada vez menos permitem férias à fartazana e "à la carte". Esse tempo em que se entrava de férias com a pontualidade de um relógio já acabou há muito. E de resto faz sentido que assim seja pois, como diz o povo, alguém tem que trabalhar para que não pare o país, para que funcionem os serviços, o comércio e a indústria, sobretudo a produtiva. Para que a malta possa ir comer um "peixinho" ao Algarve é preciso que pescadores se abalencem ao mar e nos restaurantes trabalhem cozinheiros e empregados de mesa. Para que alguém possa ir comer uma postinha de vitela solteira em Lafões é preciso trabalhar o lavrador e o talhista. E por aí fora...

Por cá, este oitavo mês do nosso calendário é marcado sobretudo pela Festa em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, que será já neste fim-de-semana, no Monte do Viso. É sempre um ponto e momento de encontro de alguns emigrantes com as suas famílias e raízes. Um bom assado no forno na companhia da família ou uma sardinhada na barraca na segunda-feira da festa, ajudam a mitigar a dureza de meses passados longe da sombra da casa paterna. Por tudo isso,  por estes dias as coisas sabem melhor e Agosto ainda consegue trazer-nos um sorriso ao rosto, mesmo que nublado e sem calor que nos leve à praia.