5 de setembro de 2018

Que se extinga forever


Por estes dias, quem leu, ouviu e viu as notícias, ficou a saber que no âmbito do designado processo "e-toupeira", a Benfica SAD entre outros arguidos individuais, ficou a conhecer o enquadramento da acusação e segundo o "super isento" Jornal de Notícias da cidade do Porto, noticia eufórico que o  Ministério Público pretende que a equipa de futebol profissional encarnada fique privada de competição entre seis meses a três anos (pouca coisa, digo eu, para tão hediondo crime). 

Sem mais delongas, até porque não sou jurista, nem inspector, nem magistrado, resumo toda a questão no seguinte: Mesmo sendo adepto do Benfica, embora em modo cada vez mais desligado, não só do percurso do clube como do futebol nacional em geral, se neste ou noutros casos vier a ser inequivocamente provada e fundamentada culpa que tenha contribuído directamente para a adulteração da verdade desportiva, que sim, que seja penalizado, ou que desça de divisão, cumprindo-se a lei e o que dela resultar.

Mas, já agora, a pedido de muitas famílias, que seja mesmo extinto, indo aqui de encontro ao desejo de toda a nação rival, desde logo com o F.C. do Porto à cabeça.

Que a justiça não fique por meias medidas e que não se repitam impunidades descaradas como a do famoso "apito dourado" só porque alguns procedimentos na investigação, nomeadamente as escutas telefónicas, foram consideradas como "ilegais" pelo tribunal cível, mesmo que descaradamente visíveis e audíveis a cegos e a surdos. Mas, meus meninos, lei é lei e mesmo que fosse um reles assassino a confessar um crime, tal prova não serviria para a condenação. Justiça é justiça mas tem as suas regras, dizem. Assim sendo, tudo o que se ouviu, e que ainda se pode ouvir, foi algo que aconteceu apenas de forma fantasiosa no país das maravilhas em que a Alice se chamava Carolina e os convidados eram prendados com fruta fresca e viçosa a mando do rei de copas a partir do seu castelo à beira mar plantado.

Com o Benfica extinto(ufa, finalmente), regressará a harmonia ao nosso futebol e tudo será paz e amor entre virgens e anjos e como estes não têm sexo, de tal coexistência não haverá diabo que nasça para endiabrar a mui nobre e invicta nação lusitana do futebol. O F.C. do Porto, à maneira dos bons velhos tempos, ficará assim com todas as condições para dominar, sem rivais à altura. Vencer 10 títulos seguidos será canja, até que se enfadonhe e, por desfastio e benevolência, lá permita que o Sporting (se entretanto também não for extinto), ou mesmo um Braga, um Rio Ave ou um Tondela, meta um título pelo meio, para depois voltar afanosamente a recomeçar um ciclo de mais 10 títulos sem espinhas. Nada como ninguém a incomodar a nossa vidinha, mesmo que a mesma se torne uma pasmaceira de tão fácil.

Em conclusão, que sim, extinga-se esse cancro do futebol português, o Benfica, que entre outros pecados tem o dislate de ter 38 jogadores da sua formação convocados em todas as selecções nacionais de futebol (24 do clube e 14 ex-clube), mais do dobro do que os seus principais rivais. Não é admissível que tanto profissional do pontapé na bola possa medrar nesse antro de matéria negra (encarnada). 
Vade retro satanás! Que se extinga e que comece um novo ciclo purificado porque, tirando essa corja de corruptos, todos os demais são dóceis virgens e meninas do coro.
Que se extinga!