4 de janeiro de 2021

Notas dos primeiros dias de um ano

Todos os dias morrem dezenas de pessoas devido à irresponsabilidade politica e incapacidade de gestão do Serviço Nacional de Saúde. Morre o pedreiro, o trolha, o pescador, o mineiro. Todos com uma vida de trabalho, dignidade e serviço ao país. Mas para esses não há luto nacional. Há luto nacional para um artista, que por mais importante que tenha sido, não deixou de ser um artista que levou a vida a cantar, a fazer o que mais gostava, e vivendo bem dessa carreira.

Em Portugal somos assim. Não fazemos por menos. É o nosso fado.

Mais uma trapalhada do Governo com o caso das informações falsas informadas sobre currículo de José Guerra, prestadas no âmbito da nomeação do Procurador Europeu, tudo para colocar de fora outra candidata que não era do seu agrado. O que mais custa é ver uma ministra a justificar o injustificável. Deve pensar que somos todos uma cambada de idiotas e que nos distraímos com jogos de palavras e emaranhados de semântica. Mau demais.

Volta-se a falar do significativo aumento da média de mortes em Portugal, comparativamente aos últimos anos e mesmo últimas décadas. A Covid só justifica uma pequena parte desse aumento. O resto continua a passar ao lado das contas do Governo. As vagas de calor e de frio são ainda a melhor justificação como se os milhares de actos médicos, consultas, análises, exames, tratamentos e cirurgias adiadas e canceladas devido à exclusividade da Covid sejam coisas menores na equação.

Apesar de todas estas trapalhadas, o Governo está em alta nas sondagens o que pode querer dizer que enquanto portugueses gostamos é de apanhar umas valentes surras. Quanto mais nos batem mais deles gostamos. Mais umas mortes e umas boas trapalhadas e chegará à maioria. Nisso, mesmo que politicamente incorrecto de se dizer, Rui Rio tem razão.