9 de novembro de 2021

Desinteresses


As Juntas passam e sucedem-se, mas na realidade parece haver um ponto em comum: o desinteresse e o desleixo pela limpeza e asseio de alguns locais tidos como salas de visita. O Monte do Viso é disso um bom (mau) exemplo.

Quando acedi a fazer parte de uma lista que concorreu e venceu as eleições e delas fiz parte do executivo como vogal, fiz constar do programa a requalificação da zona de merendas do Monte do Viso. Na realidade desde cedo percebi que por parte de quem realmente mandava e detinha o poder, tanto do presidente da Junta como da própria Câmara Municipal, não havia o mínimo interesse em honrar o compromisso assumido perante os eleitores e realizar a obra. De resto, foi precisamente durante uma visita do executivo camarário ao local, que perante o seu desinteresse demonstrado, inclusive o de considerar que o local estava bem como estava, que selei ali a minha intenção de abandonar o executivo logo que cumprisse o mandato, porque dali, daquela postura e falta de ambição e desinteresse não esperava mais nada.

Cheguei a pagar do meu bolso limpezas no próprio parque e ruas envolventes  e fazer com as minhas mãos limpezas das instalações sanitárias e recolha de lixo, mas de facto foi uma decepção total quanto ao desinteresse superior. Assim não é possível.

Passou o curto mandato, passou um segundo e nada vezes nada ali se fez, nem sequer foi dada continuidade ao processo de alargamento da Rua de Santo António, na parte nascente, que havia sido iniciado no anterior mandato, já que havia a concordância de todos os proprietários dos terrenos e colhidos documentos para o tratamento do protocolo. Pelo contrário, pese a pavimentação por parte da Câmara, a largura da rua, já por si muito estreita, ao formar-se uma ligeira valeta para escorrimento das águas, ficou ainda mais reduzida, impedindo praticamente a passagem simultânea de dois carros. Claro que em dia de eventos no Monte do Viso, na capela ou no Centro Social, o constrangimento na circulação é mais notório.

Uma miséria e desinteresse geral. Felizmente, por vontade do povo, já foi arrumada essa gente desinteressada. Ovelhas não são para mato.

Já se iniciou um terceiro mandato. Esperemos que no actual algo se faça, porque ali há muito a fazer, desde logo uma intervenção profunda nas calçadas da alameda e passeio, mas, por ora, pede-se o mais simples: A limpeza periódica.

Por ora, é lixo que não se recolhe, são candeeiros danificados, é o lago desmazelado e repleto de jacintos e matéria orgânica. Dá pena ver assim a nossa sala tão abandonada.

Importa, pois, um olhar mais cuidado e que, alguém que represente a freguesia por ali passe com mais frequência, não para fazer limpezas pelas próprias mãos ou pagar do seu bolso a jornaleiros, mas pelo menos para dar conta do seu estado. Na eventualidade de não saber onde fica, pode ligar o GPS ou perguntar a quem saiba.