28 de fevereiro de 2022

Maldito seja!



No turpor da noite fria

Avançam as máquinas da dor,

Do ódio e da prepotência.


O descanso merecido dos heróis,

Homens, mulheres, crianças,

É quebrado e a noite esturpada

Com vómitos de fogo e sons de medo.


O exército de gente indiferente

Marcha à ordem de um homem só,

Numa fúria que esmaga casas e gente,

Deixando um rasto de sangue e pó.


Um homem pequeno, pequenino,

Num elmo negro de cobardia

Com o poder na ponta do dedo

De mandar fazer trevas o dia.


Se os tanques fossem ceifeiras,

Os mísseis foguetes de alegria,

Quem dera que assim fosse,

Como chuva benfazeja.

Mas não! Que maldito seja! 


A. Almeida