28 de maio de 2022

Luz de Maio

Não! Não há luz como a de Maio

Porque límpida, desenevoada,

Quase um esplendor em ensaio.


Nasce na manhã fresca, solteira

Como noiva bela, perfumada

No seio em flores de laranjeira.


Ao poeta tão pouco lhe basta

Mas Maio, farto, dá-lhe tanto

Chegando a sobrar inspiração.


Então a palavra sai pura, casta,

Num devaneio de singelo encanto

E dela o poema brota de emoção.


A. Almeida