12 de setembro de 2022

Aceleras

Há umas semanas atrás, seguia com a patroa numa estrada nacional no centro do país. Pouco depois surgia de trás um grupo de meia dúzia de motards. Rápidamente foram ultrapassando, sempre em desrespeito pelas elementares regras de trânsito. Um deles colocou-se na minha frente e a estrada tinha linha contínua dupla. Em jeito de desafio disse á companheira de viagem: - Vamos ver quanto tempo demora a transgredir. Ainda não tinha acabado a frase e já o motard ultrapassava o veículo à sua frente, "cagando" literalmente nas duas linhas contínuas.

Eu, que até tenho alguns como amigos, sei que nem todos os ditos motards são assim, mas, vá lá, optimistamente, em 10, 8 serão incumpridores reiterados e quando andam em grupos, para não se separarem, se um desrespeita, os outros seguem o exemplo. Se cada episódio de testemunho de desrepeito por parte de motards me rendesse 5 euros, já tinha a reforma assegurada

Ainda ontem, no lugar da Gândara, quando iniciava uma volta de bicicleta, passaram três motards em alta velocidade, que estimei em pelo menos 100 Km hora, numa estrada de localidade em que já ocorreram vários acidentes e, tragicamente, pelo menos um mortal. Ainda há poucos dias ali nesse local ocorreu mais um acidente.

É de facto um absurdo a forma ligeira e irresponsável com que muitos condutores, não só de motos, obviamente, conduzem,  todos armados em pilotos de fórmula 1 e miguéis oliveiras. 

E se há zonas em que parece que o limite é baixo face à qualidade das estradas, há locais em que de facto se justifica, desde logo no interior de povoações.

Posto isto, este número avançado pelo JN parece curto. Se a coisa não vai lá com civismo no cumprimento das regras e bom senso, alguns só mesmo com pesadas multas, pelo que os radares são mais que justificados. Alguns mereciam um radar em cada curva.

Todos nós, uma vez ou outra, temos os nossos incumprimentos e excedemos o peso do pé no acelerador, o que já é mau, mas convenhamos que no geral o desrespeito é grande e reiterado, colocando-se os próprios em risco bem como aos outros, e tantas vezes quem caminha ou circula de forma conscienciosa e respeitadora.

A segurança na estrada não é brincadeira, embora para muitos pareça.