13 de março de 2024

Estar na horta e não ver as couves


É velho o provérbio de que andamos sempre a aprender. Independentemente do tamanho do rei que alojamos na barriga, mais ou menos viajados, estudados ou analfabetos, somos levados a concluir que já vimos de tudo no mundo e que já nada nos surpreende na vida e muitos até garantem que já viram um porco a andar de bicicleta, uma vaca a voar ou uma bicha de sete cabeças.

Certo é que passe os exageros e os exagerados, há realmente coisas que, fora do foro da fantasia, não deixam de nos surpreender e se não de completo pasmo ou de boca aberta, pelo menos o bastante para ficarmos a matutar como tal é possível. E o que não faltam são casos ou episódios a merecerem tamanha surpresa. 

E não estou a falar de alguém que, sabe-se lá com que motivação, anda a varrer a estrada em frente à sua porta, o que nem seria descabido, mas para além dela em largas dezenas de metros. Tivesse a Junta de Freguesia funcionários assim tão zelosos e tudo andaria num brinquinho. Ou mesmo se toda a gente varresse a rua na frente da sua porta. Mas o que me prendeu mesmo a atenção com mais espanto, foi o verificar que agora as pessoas enchem literalmente contentores de resíduos sólidos domésticos, incluindo com troços das couves da horta. Atestadinho. E surpreso, porque imaginei que quem tem uma horta com couves galegas saberá que os troços depois de secos até ardem na lareira, numa fogueira ou mesmo adequados para compostagem. Mas não. Bóra lá encher o contentor!

É de facto espantoso ver o que as pessoas conseguem colocar nos contentores do lixo ou junto dos eco-pontos. Já vi de tudo mas um dia destes vamos dar de caras com um porco amarrado a uma velha bicicleta pasteleira ou uma vaca presa a uma bigorna para não levantar voo.