É nas pequenas coisas que descobrimos as grandes, como que a partir de uma pequena chave abrirmos a porta de uma gande sala, repleta de surpresas, boas e más.
Tantas vezes, na poeira dos dias e das coisas mundanas, superficiais, procuramos significado apenas nos grandes acontecimentos, nas conquistas, sucessos e mudanças marcantes. Mas, na verdade, são os detalhes que levam às grandes descobertas, como a centelha de fogo, a faísca que despoleta a explosão.
Simulteaneamente, por detalhes, descobrimos que afinal muitas das coisas que temos como certas, fidedignas, inabaláveis, afinal não passam de embarcações de noz, que ao primeiro teste, ao primeiro sopro do vento, à exigência do primeiro teste, baloiça, vira-se e afunda-se.
É assim nas coisas do dia-a-dia, mas também com as pessoas, com as relações, em que temos de perceber pelas pequenas coisas, pelos ínfimos sinais, de que é tempo de ajustar a bússola, ajustar a mira para o que de facto interessa. Não surpreende, por isso, que cheguem ao fim tantos casamentos, seja por grandes questões ou conflitos insanáveis, mas quase sempre por coisas pequenas, por pintelhos, por grãos de areia que incomodam o andar.
Em resumo, a vida é uma constante lição onde sempre aprendemos. É como um inventor a caminho da grande descoberta, em que, por tentativa e erro, vai afinando, ajustando, deixando de lado a peça que parecia ter sentido e perfeito encaixe mas afinal desnecessária, redundante, até ao clique final, até ao momento Eureka!.
