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11 de junho de 2018

Vende-se...ou dá-se


Eu sei que há por aí muitos entusiastas do ciclismo que apesar dos seus 50, 60 ou 70 anos, ainda pedalam como se demonstrassem interesse e ambição a integrar o pelotão de uma Volta a Portugal, quiçá a Volta à França. Levam, pois, a coisa à séria e pedalam como desalmados e em grupos mais ou menos extensos, percorrem as estradas da zona e mais além, quase não olhando para o lado, não dando atenção à paisagem. Quilómetros, tempos, médias, alimentos energéticos, etc, são preocupações.

Pela parte que me toca, também entusiasta da bicicleta mas talvez mais por imperativos de obrigar o corpo a algum exercício físico do que por feitos desportivos, também vou pedalando, mas de forma solitária e por montes e vales, por terras de Cambra, Arouca e Paiva, mas remetido às limitação da idade e do peso e sem falsos objectivos de pedalar ao lado dos ases do ciclismo, mesmo dos amadores. Assim sendo, guardo tempo para também olhar para o lado e apreciar mesmo a paisagem que para as bandas da serra têm sempre o condão de alegrar os olhos.

Ora nessas solitárias corridas e nessa disponibilidade para olhar para o lado, tenho verificado que desde que está na moda o assunto das limpezas florestais, têm aumentado os avisos de VENDE-SE, afixados nas bordas de muitos prédios de mato e pinhal. E percebe-se as razões, pois a maior parte deles, localizados em locais que não permitem qualquer operação de construção urbana, limitam-se ao rendimento florestal. Só que este, face à obrigatoriedade de limpeza, pelo menos uma vez ao ano, a receita da venda de árvores (com excesso de oferta no mercado) já pouco ou nada compensa as inflaccionadas despesas da limpeza, ou então as pesadas coimas previstas. Todavia, pelas mesmas razões que esses matos e pinhais estão a ser colocados à venda, os eventuais interessados e compradores fogem dos mesmos como o diabo da cruz. Creio até, nalguns casos, que se fossem dados e arregaçados seriam caros e recusados como presentes envenenados pois só seriam motivo de despesa e nenhum ou escasso rendimento. Ora, hoje em dia ninguém gosta de trabalhar para aquecer. 

Creio que uma boa alternativa, se possível, era doar essas propriedades ao Estado e ser este a tomar conta do encargo da sua limpeza a troco de....nada. Só que o Estado, habitualmente ineficaz em muitas situações, nestes casos do "venha a nós" é uma máquina oleada e assim em caso de cobrança coerciva de eventuais coimas por não cumprimento das limpezas, colocará à cabeça de bens executados certamente os mais apetecíveis, como veículos, ordenados e mesmo habitação.

Neste contexto, para além de outras conclusões, como o facto de que os matos e pinhais depois de limpos em Março, Abril e Maio, já têm vegetação da altura de vacas adultas, percebe-se que a desbastação de algumas árvores e limpeza marginal permitiram condições de espaço e luz para o rápido desenvolvimento de nova vegetação, nomeadamente os fetos, crescendo com mais vigor a ponto de nos meses de Verão cobrir os terrenos de forma densa e novamente propícia aos incêndios, sobretudo a partir de Agosto, altura em que os fetos começam a secar. Creio que todos nós temos visto essa situação. Assim pergunta-se, qual a eficácia da obrigatoriedade de uma lei que, sendo positiva, é algo fundamentalista e "cega"? Como a melhorar de forma mais realista e sem penalizar demais os proprietários?

A ver vamos, mas sendo certo que será sempre positiva a limpeza nas envolventes das habitações e nas margens das estradas, por si só o problema dos incêndios e seus efeitos nefastos não será resolvido de todo porque dependerá sempre das condições climatéricas e da sua principal causa, a criminosa. Assim, o êxito pelo menos na sua redução e limitação passará por fortes medidas ao nível jurídico e penal e também na prevenção, com acções de limpeza devidamente estabelecidas e orientadas, mas também promover a vigilância, abertura e manutenção de caminhos, construção de aceiros, reservatórios de água, etc, etc. Como se vê, as soluções são muitas e diversas sem ir apenas pelo fundamentalismo de estabelecer 20 cm para altura de vegetação, 50 cm para arbustos e outras alarvidades definidas por quem não conhece o mínimo da realidade no terreno.

Vamos indo e vendo.

4 de junho de 2018

Charadas, pensamentos e chapéus

1 - E lá se foi a salsa-burra. Está reposta a circulação nos dois sentidos. Mas há por aí mais passadiços.

2 - E é este um mês de Junho? O de outros tempos, recuando aí uns 30 ou 40 anos, morreria de vergonha.

3 - O progresso diz-nos que os caminhos passam a estradas. Ora quando as estradas, ou parte destas, passam a caminhos, algo está mal ou o conceito de progresso está invertido, como quem diz, de pernas-para-o-ar. Mas se há coisa que de pouco vale, é chover no molhado ou malhar em ferro frio, até porque, como alguém dizia, "ovelhas não são para mato". Ora há rebanhos dos quais não faz sentido fazer parte enquanto neles houver velhos carneiros que já não mudam hábitos, não fazendo nem deixando fazer, pastando apenas onde a erva lhes cheira a viçosa. Quando assim é, mais vale deixar de mansinho o redil e deixar entregue o mesmo à "carneirada", como saberia dizer o indefectível presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, também ele um mestre em muitos ofícios e outras artes, incluindo a da autocracia. 

4 - Portugal, 2 - Tunísia, 2 ; Bélgica, 0 - Portugal, 0. A coisa promete. Afinal, no Europeu de 2016 a coisa foi mais ou menos por ali, tremida mas sem partir.

5 - O chapéu (vocábulo que deriva do francês antigo chapel, atual chapeau) é um item do vestuário, com inúmeros variantes, que tem a função principal de proteger ou enfeitar a cabeça.
Várias palavras estão relacionadas ao chapéu e seu uso, confecção e tipos. Chapeleiro é aquele que confecciona o chapéu, ao passo que a chapelaria é o local onde este é feito ou vendido. Já chapeleira é a caixa onde o mesmo é acondicionado. O hábito antigo de saudar alguém tirando-se o chapéu era denominado chapelada.
Nas casas, no comércio e em repartições públicas até meados do século XX o porta-chapéus era um móvel presente e indispensável - uma vez que as regras de etiqueta não permitiam o uso do adereço em lugares cobertos. [fonte: wikipédia]

18 de maio de 2018

Sporting

Enquanto o Titanic se afundava, um músico ria e continuava a tocar. Alguém passou por ele e lhe perguntou:
- Estás a rir de quê? Não vês que o barco está a afundar?
- Que se foda...o barco não é meu! - Respondeu o músico.

(comentário num  blogue sportinguista)

Mesmo sendo adepto benfiquista, confesso que tenho uma grande simpatia pelo Sporting. Ora toda esta situação que se tem vivido nos últimos dias, mas de há muito adivinhada, deixa-me triste porque o clube é uma importante instituição com história e honra e custa-me ver estes rios de amargura que nascem na figura e estilo patéticos de um presidente populista, apoiado e escudado por uma cambada de grunhos. 
Costuma-se dizer que cada um tem o que merece, e porventura muitos daqueles que votaram e apoiaram Bruno de Carvalho, estão agora a colher esses frutos de alguém que tem presidido de forma sistematicamente reactiva e emocional, afinal as "virtudes" de alguém que se diz ser um presidente-adepto.
Não sei como vai terminar esta situação, patética e ridícula, para além de outros adjectivos, mas vai dar muito trabalho limpar a sujeira. Quem vier a seguir terá uma tarefa bem dura.

8 de maio de 2018

Parece que o festival da Eurovisão é por estes dias...


É verdade! Será por estes dias, culminando no próximo Sábado, que acontecerá mais uma edição do já velhinho Festival Eurovisão da Canção, a ter lugar em Lisboa. Logo após o Salvador Sobral ter carimbado o evento para Portugal, alguns líricos, incluindo feirenses, sonharam que o evento poderia decorrer num Europarque ou em qualquer outro sítio que não a capital, mas cedo despertaram para a realidade de que Portugal é Lisboa e o resto é quase paisagem.

Tenho dado pouca ou nenhuma atenção ao assunto, mas parece que o festival é coisa de muitos  milhares de pessoas e milhões de euros e espectadores, e que vai mexer com a economia portuguesa (lisboeta) e que toda a gente está a ganhar dinheiro com isso. Sinceramente, nunca percebi muito bem como é que Manel de Trancoso, o Zeca de Vinhais ou a Maria de Vila Franca de Xira virão a beneficiar com este "mexer" da economia. Mas são contas dos entendidos. Por mim, fico à espera de colher os dividendos de tão mediático acontecimento, porque, parecendo que não, há literalmente milhões que ainda se interessam por este tipo de eventos.

Por mim, não ía daqui a Lourosa para assistir a uma coisa destas, quanto mais a Lisboa, mas isso sou eu que não sou fã, porque se fosse teria que ir gastar o que não ganho e aguentar horas em filas por um bilhetinho para assistir ao vivo e a cores a uma das meias-finais para ouvir umas cantigazinhas de artistas anónimos provenientes da Europa de Leste e da Europa israelita e australiana. Restará a possibilidade de ver pela RTP, a entidade organizadora, mas nem por ali espero perder grande tempo. Como na bola, será melhor esperar pelos resumos finais depois do jogo.

Mas, fora brincadeira, é mesmo uma coisa séria e importante, dizem os especialistas, uma espécie de Liga dos Campeões de Futebol, por isso muito melhor que a Liga NOS do nosso humilde Festival RTP da Canção

24 de abril de 2018

Fetos feitos


Reparei por estes dias que nos matos e pinhais onde há semanas foi efectuada limpeza, já cresceram os fetos ((Pterydium aquilinum) e estão já com alturas entre 20 a 50 cm, se não mais. Estarão, pois, os proprietários, já em desrespeito pelas "rigorosas" medidas dos 20 cm, vertidas pelos políticos  para o Decreto-Lei no 124/2006, de 28 de Junho alterado pelo Decreto-Lei n. 17/2009 de 14 de Janeiro?
Entretanto, à luz do Decreto, muitas Juntas de Freguesias estão já em nítido desrespeito com valetas por limpar com vegetação bem acima do 20 cm. 
Se não fosse um assunto sério daria para rir.

12 de abril de 2018

Leões à solta


É verdade que com os males dos outros podemos nós. Mas em jeito de comentário, creio que o que está a acontecer na grande instituição que é o Sporting Club de Portugal, resulta essencialmente de um presidente que apesar de maioritariamente apoiado por sócios e adeptos, para além dos seus evidentes méritos na recuperação financeira e mesmo desportiva do clube, tem tido uma postura e posicionamento, sobretudo comunicacional, pouco dignos com a posição que ocupa. A necessidade de guerra com o rival da capital, não justifica tudo, para além de quem tem "disparado" sobre tudo e sobre todos, mesmo para os da casa.

Os acontecimentos pós Atlético de Madrid-Sporting, em que criticou publicamente de forma contundente (e injusta, diga-se) os seus jogadores profissionais, confundindo azares e erros involuntários com mau profissionalismo, e depois destes tomarem uma posição conjunta de auto-defesa e desagrado com a crítica do seu presidente, como um bom ditador Bruno de Carvalho voltou, sempre de forma pública, a acusá-los e a suspende-los, sujeitando-os (os "meninos mimados") ao regulamento disciplinar.

Ora qualquer leigo nestas coisas do futebol caseiro, soube desde logo que Bruno de Carvalho criou uma situação insustentável e altamente danosa, para si próprio mas sobretudo para os interesses do Sporting, desportivos mas também financeiros e mesmo de imagem. Por isso seguiu-se a natural indignação e reacção de muitos sócios e adeptos, anónimos e "notáveis", não havendo outro remédio senão dar um passo atrás e "virar o bico ao prego", suspendendo-se a suspensão, porque logo de seguida (no Domingo passado)  havia um jogo com o Paços de Ferreira, ainda importante para a definição do pódio da Primeira Liga de Futebol, e logo depois o jogo da segunda mão para a Liga Europa com o Atlético de Madrid (naturalmente ainda com hipóteses de inverter o 2-0 de Madrid) e um pouco mais à frente o importante jogo da segunda mão da meia-final para a taça de Portugal com o F.C. do Porto, por isso com um título em jogo para além da recepção ao Benfica, jogo que pode decidir o título e mesmo o pódio. Ora Jorge Jesus, que tem tido uma posição de defesa dos seus jogadores mas sem confrontar publicamente o seu presidente, por óbvios motivos de lealdade institucional, certamente que teve muito a ver com a mudança de posição e rumo dos acontecimentos quanto à suspensão da maior parte do plantel. Não cedesse o presidente e teríamos o caldo entornado, com Jorge Jesus certamente a não abrir mão dos seus melhores jogadores para o embate dos jogos atrás referidos. E não surpreenderá que logo que terminada a época, com toda esta instabilidade, "dê à sola".

Assim sendo, perante toda esta previsibilidade, em nome do sportinguismo, diálogo, humildade ou acobardamento, o que lhe queiram chamar, a SAD determinou que está suspensa a suspensão e para além da luta interna e das condições que Bruno de Carvalho tem ou não para continuar a presidir ao Conselho Directivo, e muitos acham que não tem, mesmo que tenha abandonado a "metralhadora" do Facebook, está a passar-se a ideia de que afinal tudo isto foi um equívoco, uma precipitação mútua e que o presidente até estará doente e com stress por causa do nascimento da filha, etc, etc, e não passou de um "faz-de-conta". Vamos, pois, todos dormir e amanhã acordaremos com a sensação de que tudo não passou de um sonho, muito menos um pesadelo.

Mas, como dizia no princípio, com os males dos outros podemos nós. Mas não deixo de lamentar até porque, parecendo paradoxal, porque benfiquista, sempre tive muita simpatia pelo Sporting, considerando-o mesmo o meu segundo clube no que a preferência clubística nacional diz respeito.

1 de março de 2018

Limpezas e sujidades


Ainda o assunto da obrigatoriedade das limpezas florestais: É certo que a lei não é de agora e para recuperar o desmazelo de anos e face ao drama dos incêndios de 2017, está de regresso a política do 8 para o 80.
Em todo o caso, para além da reconhecida e imperativa necessidade de limpeza, porventura não de forma tão radical como está a ser divulgada, com insuficiente informação à mistura, foi sempre mais fácil para o Estado, e seus governos sucessivos, passar o ónus da (ir)responsabilidade para os cidadãos, desmazelando em muito as suas próprias obrigações, não sendo por isso modelo de virtude para ninguém. Senão, veja-se: É mais ou menos consensual que pelo menos 90% dos incêndios em Portugal têm origem em mão criminosa. Contudo, parece que ainda não se percebeu que a a falta de limpeza na floresta é obviamente um problema, porque potencia os incêndios e os seus efeitos, mas não são seguramente a sua origem. Ora o que tem feito o Estado quanto a isto? Agravamento do contexto penal e sem contemplações para os criminosos, sejam eles bêbados ou tolos (porque têm que ser tratados)? Mais polícias e investigadores específicos para esta área? Mais guardas-florestais? Mais investimento na prevenção, quiçá incentivo  activo e não coimas para as limpezas ou falta delas? Controlo de e para o Estado dos meios aéreos de combate a incêndios de modo a acabar com os obscuros interesses das empresas fornecedoras (muito interessadas em ter trabalho)? Em rigor a resposta a todas as questões será negativa. Ora quando assim é, a coisa acaba necessariamente por descambar em políticas de a torto-e-a-direito, com os exageros e radicalismos que já se estão a ver e a sobrar para os indefesos cidadãos perante os instrumentos legais que se vão criando reactivamente.

Tendo nascido, crescido e vivido uma aldeia rural envolta em floresta, terei visto o primeiro incêndio cá na zona apenas e já depois dos vinte anos e sendo certo que por esses tempos os matos andavam bem mais limpos,  nunca foi preciso cortar a varrer junto a casas, estradas e caminhos. É que nesse tempo não se brincava com o fogo e nem havia empresas a alugar aviões e helicópteros.

Entretanto, com esta semana de chuva, a atrasar a já por si impossibilidade de limpeza no prazo concedido, o que é que o Governo vai fazer? Fiquemos à vontade porque António Costa, seus ministros e deputados já se prontificaram a vir dar uma mãozinha. Está, pois, o assunto resolvido.

19 de fevereiro de 2018

O seu mato vale zero, mas limpe-o


A propósito da onda obrigatória da limpeza de prédios florestais, aparte alguns exageros e radicalismos, que sempre há nestas leis reactivas, há uma coisa que deve começar a ser tomada em conta: Por exemplo, sabendo-se que o valor patrimonial de um terreno de mato e pinhal reside no rendimento proporcionado pela venda das árvores, seja para lenha, celulose ou madeira, há muitos milhares desses prédios próximos de habitações, aldeias, fábricas e estradas que, pelas suas características de localização, configuração e metragem, cumprindo-se estas regras de limpeza com rigor, vão deixar de poder produzir e de ter rendimento florestal. Ou seja, não tendo capacidade construtiva, esses prédios passam em rigor a valer zero. Ora pergunto qual o interesse de um proprietário cujo mato vale zero, ainda ter custos anuais com a limpeza? Certamente que nenhum. Por isso, mais vale que tome o Estado conta dos mesmos e que faça a limpeza obrigatória a troco de, zero. 

18 de fevereiro de 2018

Notas soltas do dia-a-dia

Luis Montenegro: Um dos meninos aziados do PSD com a vitória de Rui Rio. Vai deixar o Parlamento e de lá para a TVI onde será bem pago para fazer o que melhor sabe: Palrar. Como os abutres, voltará no tempo da carniça.

Santana Lopes: Tivessem os seus apoiantes a sua postura no que à unidade do partido diz respeito. Um dos vencedores deste 37º congresso do PSD.

Tiroteios/Massacres nos Estados Unidos: Num país onde se tem acesso a armas com a facilidade com que por cá se compram tremoços, só espanta que os dramáticos e recorrentes episódios de tiroteios e massacres não sejam ainda mais numerosos e mais dramáticos. É um problema que não tem fim à vista.

Limpeza da floresta: O Governo exige aos particulares e aos municípios o que nunca foi capaz de cumprir na parte que lhe toca. Por outro lado nunca se viram tantas limpezas como agora e as queimadas são tantas e em simultâneo que há sítios onde não se pode respirar. Fomos sempre um país de exageros e de tendência fácil para saltar do 8 para o 80.

Por cá: É verdade que passaram já quase quatro meses de nova Junta, com maioria e agora de cofre cheio, sem calotes, mas, pelo menos por aqui, não tem dado sinais de vida. E há estradas em degradação total, como a Rua das Barreiradas, Rua do Outeiro, Rua da Leira e outras. Para quem , como eu, tinha algumas expectativas de que agora as coisas poderiam melhorar substancialmente, porque com melhores condições e sem os compromissos constrangedores do anterior mandato, tem sido uma desilusão.

5 de janeiro de 2018

Trapalhadas


Ontem, lá se deu o aguardado debate entre Rui Rio e Pedro Santana Lopes, os candidatos à liderança do PSD - Partido Social Democrata, cujas eleições internas directas estão marcadas para 13 deste mês de Janeiro. Apenas vi a segunda metade e pelo que agora leio na imprensa, terei perdido a parte dos ataques mais pessoais, nomeadamente os de Rui Rio em que trouxe à baila, de forma contundente, as "trapalhadas" de Santana Lopes aquando da sua efémera passagem como primeiro ministro entre 2004 e 2005, sucedendo a Durão Barroso que deu de frosques para Bruxelas para agarrar o cargo de presidente da Comissão Europeia. Quanto ao resto, para além de diferentes personalidades e estilos, o debate pouco acrescentou e as divergências, poucas, serão também elas de estilo. 
Sobre os candidatos já deixei aqui uma simples opinião e deste debate nada alterou na minha apreciação.
Em certa medida o confronto televisivo resumiu-se à declaração final de Rui Rio em que ele próprio voltou à carga com a questão das "trapalhadas" e inabilidade de Pedro Santana Lopes enquanto primeiro ministro num pressuposto e aviso de que, em consequência, não tem condições nem capacidades de voltar a almejar a ocupar o cargo uma vez que quem se candidata ao lugar de presidente do partido fá-lo com o objectivo de vir a ser chefe do governo. 
É certo que o Governo de Santana Lopes e todas as circunstâncias que o envolveram, nomeadamente na sua composição, bem como aquele inesquecível e inenarrável discurso de tomada de posse, marcaram o seu curto reinado, mas é certo que tal "cama" foi devidamente preparada, não só por muitos companheiros de partido mas sobretudo pelo presidente Jorge Sampaio. Este apenas aceitou Santana Lopes numa perspectiva de mudança que já se adivinhava. Foi apenas a encenação do acto final para a subida do PS ao poder e de José Sócrates. 
Em todo o caso, e parecendo-me que Rui Rio de algum modo foi contundente e até injusto para com o seu colega de partido, e basta lembrar que ele próprio foi um dos seus apoiantes no antes, no durante e no depois da sua governação, creio que, mesmo virando  o "bico ao prego", terá agora algumas razões de fundo, porque percebe-se que Pedro Santana Lopes até poderá vir a ser presidente do partido, mas provavelmente nunca primeiro ministro. Para má experiência chegou uma vez.
Mas a ver vamos, e por mim apenas como espectador indiferente ao resultado. De resto a política apenas interessa aos políticos e a quem, de algum modo, vive dela. 

29 de dezembro de 2017

Por esse rio acima


Parece que o PSD - Partido Social Democrata vai a eleições internas lá para meados do próximo Janeiro, concretamente a 13.
Para o lugar de Passos Coelho, estão em disputa Rui Rio e o habitual Pedro Santana Lopes.
Analisando a coisa apenas como cidadão tão independente quanto possível, e tendo em conta uma análise, meramente pessoal, dos perfis dos candidatos e pelo que tem sido dado a perceber das suas vidas públicas e políticas, parece-me que Rui Rio será a melhor opção para o partido laranja numa altura em que já se percebeu que a geringonça vai funcionando, mesmo que alimentada por alguns sapos engolidos a seco, mas a cola que a une tem provado ser mais forte. Por outro lado, mesmo que com muitas trapalhadas e erros de casting pelo meio, tudo indica que, a não ser que até lá surja algum terramoto, daqueles em que a política é farta, António Costa está em plena preparação para vencer a próxima legislatura com maioria. O povo é de memória e vista curtas pelo que na hora de votar, contarão apenas o passado recente e o presente. Ora como, admita-se, as coisas estão bem melhores que no tal passado recente, a legislatura será então muito julgada por aí.
Posto isto, sendo-me verdadeira e completamente indiferente que vença Pedro Santana Lopes ou Rui Rio, se tivesse que fazer uma aposta seria neste último, em jeito de, do mal o menos. Por cá, algumas das figuras gradas da nossa política parece que apostaram em Santana. É uma escolha legítima, certamente, mas vamos a ver se, tal como aconteceu nas eleições para a distrital, não será mais uma aposta no cavalo errado. Mas perder e ganhar faz parte desta coisa chamada democracia e no final serão todos bons amigos, ou talvez não, digo eu.
De Santana, figura que até me merece respeito e alguma simpatia, sobretudo pela forma como está sempre na luta, e desde que mandou o jornalismo da SIC à merda, aquando do famoso episódio da chegada de Mourinho ao aeroporto com destino ao Benfica (Setembro de 2007), creio, porém, que está fora de tempo e a sua infeliz passagem como um primeiro-ministro varrido por Sampaio, deixou marcas e se como diz o ditado, "nunca se deve voltar ao lugar onde se foi feliz", por maioria de razão não me parece grande ideia esta da tentativa de se pretender voltar ao lugar onde se foi infeliz.

Pernis, cerveja, cartolas e...barretes

E pronto, a ter em conta algumas das notícias da actualidade, vamos ter um fim de ano marcado pelo caso dos pernis de porco, que parecem não ter chegado à Venezuela, e a compra das cartolas pela Câmara Municipal de Lisboa para oferecer aos foliões na passagem-de-ano. Podem parecer assuntos opostos mas estes, como nos ensinam e provam as ciências, atraem-se. 
Ora se a falta da chicha na ementa dos venezuelanos, pelo vistos, se deveu à caloteirice do Governo de S. Nicolau Maduro, essa espécie de Pai-Natal de bigodaça preta, quiçá por falta de dinheiro nos cofres, já a compra das cartolas pela malta do Fernandinho Medina parece que é por haver dinheiro em demasia. 
Mas como esta malta da política e "gestora" dos dinheiros públicos é mais especialista a enfiar-nos barretes, agora parece que nos querem enfiar mais e um, e daí, num passe de mágica, parece que a Super Bock é que vai ser o bombo da festa e as ditas cartolas ficam à sua conta. Uns mãos-largas. 

Por esta e por outras é que de há muito me fico pela Sagres ou mesmo pela Imperial.
No entretanto, venham de lá uns fadinhos para animar os alfacinhas que a Ana Moura, boa mocinha, faz a coisa por uns módicos 23 mil mais IVA e outros tantos para outros tantos. 

Benditos tempos de fartura!

28 de julho de 2017

Brincar aos títulos

Foi o jornal "Terras da Feira", um semanário de prestígio no nosso concelho durante pelo menos três décadas  e que de semanário cresceu até chegar ambiciosamente a tri-semanário.  No entanto, normalmente quando se dá passos maiores que as pernas, os tropeções são consequência e daí o jornal ter recuado novamente a semanário, numa descida que não augurava bom desfecho. Assim, num enredo de interesses de propriedades, de proprietários e de títulos, comum a tantas empresas em dificuldades, de um dia para  a noite passou a ser o "Terras Notícias" e passados poucos meses a coisa voltou a dar uma volta e já é o "N-Notícias da Terra". Não tarda terá outro título qualquer e eventualmente a pertencer a outra qualquer empresa. Em muitos casos semelhantes, na imprensa ou em outras áreas de negócios, estas alterações consecutivas não são mais que o princípio do fim. Fosse eu anunciante, assinante ou mesmo leitor assíduo e não me agradariam de todo estas mexidas e as consequentes perdas de identidade e referência, por mais que se apregoe o contrário com promessas de renovada imagem e dinâmica.
Felizmente, e como contraponto a este vai-e-vem, vamos tendo por cá, no concelho, um jornal centenário, o "Correio da Feira" que apesar das naturais alterações de estrutura social-empresarial e exigências de mercado, vai continuando fiel a si próprio e a prestigiar a imprensa regional concelhia e até nacional, já a caminho dos 130 anos. 

21 de junho de 2017

UF Caldas de S. Jorge e Pigeiros - Elsa Costa, a candidata do PS


Com alguma polémica à mistura, está escolhida de forma oficial a candidata pelo Partido Socialista à Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros, que irá a votos nas eleições Autárquicas em 1 de Outubro próximo. Trata-se da empresária local Elsa Costa, que certamente disputará o lugar de presidente da Junta com o actual presidente, José Martins, embora deste ainda não seja conhecida oficialmente a decisão de recandidatura pelo PSD.

A polémica no processo de candidatura instalou-se depois de Joaquim Almeida ter sido escolhido e apresentado como candidato pela secção partidária das Caldas, sendo posteriormente recusado pela concelhia.  De acordo com a Rádio Clube da Feira, em nota divulgada posteriormente pela secção local, "esta penitencia-se com o sucedido e, sustenta que, “depois de analisar os argumentos apresentados pela concelhia, foram forçados a levá-los em consideração”. Esclarecem ainda que, nada têm de pessoal contra  Joaquim Almeida, mas apenas se aperceberam que não seria a melhor opção para defender a  credibilidade do partido.

Ainda segundo a Rádio Clube da Feira, em resposta, o ex-candidato Joaquim Almeida, "veio esclarecer que, efectivamente, já não será o candidato, acusando a secção de ter o “único objetivo de denegrir a sua imagem como cidadão de forma vergonhosa”.
Joaquim Almeida esclarece que, foi convidado e nunca se “ofereceu para ser candidato” sublinhando que, pensava estar “perante um grupo de pessoas sérias e não com um grupo de garotos”, lê-se na missiva, acusando a concelhia de ser “um grupo de ”Fantoches”.

Com todos estes ingredientes, adivinha-se um Verão quente para os lados da União de Freguesias nossa vizinha. Mas, afinal, num contexto geral, sempre foram assim as lutas partidárias e inter-partidárias. Nada de anormal, nada de espantar. Importante será que pelo meio haja sempre respeito pelas pessoas e pelas estruturas locais.

Incêndio na fábrica de plásticos na Gândara



Ontem, terça-feira, 20 de Junho, ao final da tarde  ocorreu um incêndio na instalação do Sr. Domingos Lopes, no lugar da Gândara, na qual se dedicava ao fabrico de artigos de plástico (sacos). 
O incêndio causou estragos e prejuízos mas felizmente sem outras consequências graves, não se registando quaisquer danos pessoais, bem como não se propagou à habitação do próprio ou de vizinhança. 
A GNR e Bombeiros ocorreram ao local e estes dominaram rapidamente o fogo, o qual pelas características dos materiais consumidos provocou sobretudo um fumo espesso e tóxico o que obrigou ao uso de máscaras e equipamentos especiais de respiração.
 
Esta ocorrência lembra-nos que o perigo de incêndio está sempre presente, seja na floresta, seja nas habitações ou indústria pelo que importa ter todos os cuidados e tomar todas as medidas que evitem ou reduzam as possibilidades de ocorrências. A precaução e a prevenção não devem ser descuradas. Igualmente importante é a existência de um contrato de seguro para os nossos bens. Pode parecer um investimento inútil mas perante o fatalismo de um incêndio é sempre uma porta de esperança na recuperação ou redução dos danos patrimoniais.

16 de junho de 2017

Comunhão Solene - 2017





Realizou-se ontem, 15 de Junho, Dia de Corpo de Deus, a cerimónia da Comunhão Solene ou Profissão de Fé na nossa paróquia. Foram oito crianças, duas raparigas e seis rapazes, que viveram de modo especial este dia, certamente marcante nas suas ainda curtas vidas e que mais recordarão.
A cerimónia decorreu dentro dos esquemas tradicionais, começando pela concentração na parte da manhã, junto à capela do Viso e descida em simples procissão até à igreja matriz onde pelas 11:30 horas decorreu a celebração solene da Eucaristia.
Já na parte da tarde, pelas 18:00 horas, a reza do Terço com Adoração ao Santíssimo, seguindo-se a procissão solene até à Capela do Viso onde decorreu uma simples cerimónia de agradecimento e dedicação a Nossa Senhora da Boa Fortuna, finda a qual regressou a procissão à igreja matriz onde se fez o encerramento com a tradicional oferta dos ramos a Nossa Senhora da Conceição e distribuição dos diplomas.
A acompanhar a procissão esteve a Tuna Musical Mozelense, que com muita qualidade emprestou pompa e circunstância à festividade.
Parabéns a todos os envolvidos neste  importante dia para a paróquia, desde as crianças, pais, pároco, catequistas, grupo coral, acólitos, ministros, Comissão Fabriqueira, Comissão de Festas e a todos quantos contribuíram e se empenharam na realização e organização deste dia cerimonial.

12 de junho de 2017

V Mosaico Social - 2017





Terminou neste Domingo, 11 de Junho, no recinto da "Feira dos Quatro", na freguesia de Arrifana, a 5ª edição do Mosaico Social, uma mostra da rede social do município de Santa Maria da Feira.
A União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande fez-se representar pelo respectivo Fórum Social de Freguesias, do qual fazem parte o Centro Social de Guisande e Grupo Solidário de Guisande.

Os Fóruns Sociais de Freguesia e de União de Freguesias, ao reunirem no seu seio todos os atores locais de primeira linha, assumem um papel relevante no desenvolvimento concelhio e na promoção e reforço da Rede Social, essencialmente pela proximidade aos territórios e aos cidadãos.
Os Fóruns Sociais de Freguesia / Uniões de Freguesias são órgãos locais de dinamização, articulação de parcerias, apreciação e análise dos problemas e das propostas de solução, em articulação com o Conselho Local de Ação Social de Santa Maria da Feira (CLAS).

7 de junho de 2017

Cães - Tantos e tão poucos


A acção de vacinação anti-rábica e identificação electrónica para canídeos, para Guisande está marcada para o dia 23 de Junho, a partir das 16:30 horas no Adro da Igreja.
 
Recorde-se que pela lei é obrigatória a identificação electrónica (chip) para todos os cães nascidos depois de Julho de 2008, sendo igualmente obrigatórias a vacinação, o registo (uma única vez) e a licença (uma vez por ano). 

Pelo que me tenho apercebido ao serviço da Junta da União das Freguesias, sendo esta a entidade com responsabilidade pelos registos e licenças, os cães na União das Freguesias, e por conseguinte em Guisande, na sua larga maioria não estão vacinados, nem registados, nem com a respectiva licença anual. É certo que muitos até estão vacinados e com chip de identificação mas não estão registados nem com licença. Outros até estão registados mas sem a actualização anual das licenças.

Ora estas são situações obviamente desmazeladas pelos proprietários dos animais, mas, todavia, as autoridades, como a GNR, têm competência para verificar do cumprimento da lei e no desrespeito da mesma aplicar contra-ordenações e depois as consequentes coimas, que começam nos 25 euros por animal podendo chegar ao máximo de 3.740 ou 44.890 euros, consoante se trate de uma pessoa singular ou colectiva. 
 
Ora esta situação não devia ser desleixada até porque na freguesia de Guisande já há donos que foram alvo de contra-ordenações e a coisa começará a doer na carteira daqui para a frente. Por conseguinte, chama-se a atenção para esta situação de incumprimento e da importância de se regularizar, até por uma questão de saúde pública no que se refere à falta da vacinação.

5 de junho de 2017

CDS-PP já tem candidato à U.F. de Lobão, Gião, Louredo e Guisande



Pela imprensa escrita do nosso concelho, ficamos a saber que já está definido o cabeça de lista pelo CDS-PP às próximas eleições autárquicas para a Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande. Será Domingos Correia, 47 anos, natural de Lobão. Sucede assim a Fernando Almeida, de Gião, cabeça de lista nas eleições intercalares de 2014.

Pela mesma imprensa do concelho, mas a falada, a Rádio Clube da Feira, ficamos a saber que apesar desta escolha, em Março deste ano o mesmo Domingos Correia, membro da direcção do núcleo da União de freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande "bateu com a porta do Núcleo do CDS de Lobão"  pedindo a sua demissão, justificando que...

“É lamentável e muito triste o que está a acontecer no CDS de Santa Maria da Feira”. Segundo a notícia da RCF, "As razões para esta tomada de posição, prendem-se com questões de “falta de confiança politica na actual comissão politica concelhia”, de traições e daquilo a que chama de “inqualificável postura para com Alferes Pereira”.

Independentemente das questões internas do partido, da concelhia e do núcleo, o CDS-PP da Feira antecipa-se positivamente na definição do cabeça de lista, tanto na nossa União de Freguesias, o que ainda não aconteceu com os demais partidos, como também em várias outras freguesias do nosso concelho.

15 de maio de 2017

Adaptação, conhecimento e respeito

 
Na edição desta segunda-feira, 15 de Maio, o semanário feirense “Terras Notícias  num especial dedicado a Caldas de S. Jorge, dá voz ao presidente da Junta da União de Freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros.
José Martins, entre outras considerações relacionadas ao território que gere, refere que “…nunca fazemos aquilo que gostaríamos de ter feito, mas também temos a noção de que em três anos tivemos uma nova realidade com a agregação de freguesias e isso obrigou-nos a alterar os nossos pressupostos.”.
 
Esta constatação é óbvia e reflecte uma realidade que por enquanto o grosso da população certamente ainda não assimilou e por conseguinte ainda não a compreende. Ora se isto é verdade para uma união de duas freguesias, como Caldas de S. Jorge e Pigeiros, ainda é mais notória  quanto às dificuldades inerentes para uma união com três freguesias, como Canedo, Vale e Vila Maior ou, ainda mais, para quatro freguesias, como a nossa, com Lobão, Gião, Louredo e Guisande.
 
Num sentido geral às diversas uniões de freguesia do nosso concelho,  nestes primeiros tempos de uma nova realidade decorrente de uma atabalhoada reforma administrativa, em que ainda há muito caminho a arrepiar e mentalidades a mudar,  não surpreende que exista a tentação de predominância por parte da freguesia que encabeça qualquer união sobre as demais e que em face disso, de um modo geral, se perceba nas populações das freguesias integradas um sentimento de  desconsideração e descontentamento, sendo que este muitas vezes alheado das reais dificuldades financeiras das respectivas Juntas e das consequentes dificuldades em ampliar os quadros de pessoal ou contratar serviços para poderem dar resposta a necessidades tão básicas como a limpeza regular das ruas e jardins, para além de reparações e pequenas obras do dia-a-dia.
 
José Martins, mais refere que “…Tivemos de conhecer bem a outra freguesia e criam-se dinâmicas diferentes numa e noutra freguesia. Estas coisas levam o seu tempo. Para muita gente, três anos é muito tempo, mas para quem está numa nova realidade, é pouco tempo. Foi uma fase de adaptação.”.
O presidente da União de Freguesias das Caldas de S. Jorge e Pigeiros, diz aqui uma verdade indesmentível, mas na forma como a diz sub-entende-se que Caldas de S. Jorge teve que “conhecer bem” a freguesia de Pigeiros. Ora não teria que ser assim, porque este conhecimento deve ser mútuo porque uma não tem que ser predominante nem adaptar-se em relação a outra. Enquanto este sentimento de predominância se mantiver, seja em que união de freguesias for, a coisa não funcionará e as populações, porque não são tolas nem cegas, perceberão, e quem não adoptar uma postura e mentalidade de verdadeira união, mais cedo ou mais tarde não terá lugar nos órgãos de poder local.
 
José Martins, no entanto está certo na essência da questão, porque de facto uma verdadeira união de freguesias exige por parte de quem a comanda, um conhecimento de todas as freguesias mas também um respeito pelas particularidades sociais, culturais e históricas de cada uma e que isso naturalmente se traduza no relacionamento institucional e pessoal com a população, grupos e associações. Creio pessoalmente que a mais valia e riqueza de uma qualquer união de freguesias, a duas, a três ou a quatro unidades, como a nossa, é precisamente a diversidade das características de cada uma, geográficas ou humanas. Uma qualquer Junta ou um qualquer presidente que não percebam esta realidade nem tenham uma actuação condizente, nunca terão sucesso nem nunca serão bem acolhidos.
 
No caso da união de freguesias presidida por José Martins, sendo uma opinião de quem apenas está e olha de fora, até penso que tem havido um respeito mútuo e têm-se feito coisas interessantes no que diz respeito à dinâmica social e cultural entre ambas as freguesias. É claro que dificuldades e críticas existirão sempre e nem tudo tem sido positivo ou fácil, mas creio que esta União de Freguesias unidas pelo rio Uíma, passada a fase de adaptação, tem todas as condições para funcionar de forma muito positiva e inclusiva.
 
Em resumo e não dizendo nenhuma novidade, é fácil perceber que um qualquer presidente de Junta para uma qualquer união de freguesias, para além das qualidades inerentes à sua competência e da sua equipa , ainda de um estilo dinâmico, objectivo, determinado e não hesitante, inclusivo e agregador, tem que compreender e respeitar as características de cada uma das freguesias e não fazer contas em cada obra ou iniciativa em função do grau de importância eleitoral de cada uma delas ou, sendo natural de uma, não tratar as demais como enteadas ou filhas ilegítimas. Um qualquer presidente de Junta de uma qualquer união de freguesias tem que ser mais que um presidente da sua própria freguesia. Tem que saber ser e estar em consonância com as exigências e contribuir em todas as acções e momentos para o sucesso de cada uma das uniões, contribuindo para uma união plena e mesmo encurtar distâncias e assimetrias de desenvolvimento quando existam.
 
Se não for assim, não valerá a pena o esforço e a malfadada reforma administrativa, para além de muito mal ataviada, não terá, nem no presente nem no futuro, qualquer crédito a seu favor, para além de trazer à memória um mau político como o Sr. Relvas, e de fazer  poupar uns cobres ao Estado.