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21 de agosto de 2018

Meter água


Confesso que desconheço se existe ou não protocolo ou regulamento que definam as condições em que a Indáqua pode ou não intervir nos arruamentos públicos e se existe ou não fiscalização sobre essas mesmas obras, nomeadamente na posterior reposição dos pavimentos depois de abertas valas para redes, caixas ou ligações de ramais. Desconheço ainda se, em face desses eventuais protocolos ou regulamentos e dessas eventuais fiscalizações, resultam algumas penalizações.

Apesar de em rigor desconhecer a existência e ou aplicação desses instrumentos reguladores e fiscalizadores, parece não haver dúvidas que no geral, e pelo que é dado observar, será de alguma ou mesmo de total impunidade com que tais intervenções e sobretudo as consequentes reparações são feitas, já que são inúmeros os exemplos de valas que são abertas (por vezes em pavimentos novos acabados de fazer) e assim permanecem longas semanas, com os eventuais perigos para a circulação e prejuízos para os veículos, bem como as obras de restabelecimento de pavimentos que invariavelmente ficam mal feitas, com ressaltos e irregularidades e do mesmo modo assim permanecem indefinidamente. Tudo isto já para não falar em inúmeros casos de ruas com pavimentos abatidos e ondulados devido a uma insuficiente compactação das valas da rede. 

Em Guisande, como em muitas outras freguesias, são vários os casos flagrantes desta situação, incluindo na Rua do Cruzeiro e Rua Cónego Ferreira Pinto. À data em que escrevo, na freguesia de Louredo, no lugar de Tozeiro, na Rua João Paulo II, com pavimento novo, foi feito um rasgo profundo a toda a largura, com gravilha e terra solta a sujar a estrada e a colocar em risco quem nela circula. Já vai para semanas, ainda sem qualquer reposição de pavimento. Há dias assisti a um transeunte de automóvel que ali rebentou um pneu.  Não sei se apresentou ou não queixa. Possivelmente, sabendo das dificuldades impostas pela nossa burocracia, lá mudou o pneu e seguiu à sua vida, certamente a chamar filhos da mãezinha aos responsáveis por tão bela vala. Eu próprio, circulando de bicicleta, apanhado desprevenido por tal cratera, ali danifiquei um pneu e parti um raio e tive sorte em não cair. Também chamei pelos filhos da mãezinha aos responsáveis, mas achei uma perda de tempo reclamar ou apresentar queixa.

Creio, pois, que não havendo, devia haver fiscalização por parte da Câmara e as consequentes penalizações, mas gravosas para surtirem algum efeito. Afinal, enquanto prestadora do serviço de abastecimento de água e drenagem de esgotos, a Indáqua faz bem o seu papel, o de cobrar, mas parece que quanto a deveres em repor devidamente os estragos que faz, aqui a coisa mostra-se bem menos eficiente. Claro que sem fiscalização ou má fiscalização, o regabofe é fácil e assim torna-se a regra.

É o que temos e parece que não há volta a dar, bem à portuguesa.

9 de agosto de 2018

Festa do Viso - Guia e apontamentos


Elaborei do zero um documento a que chamo de "Festa em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António - Enquadramento, caracterização e guia de orientação de alguns dos seus aspectos organizativos e tradicionais"

Como justifico no próprio "...este documento não tem pretensões especiais nem disciplinares nem como alguma espécie de jurisprudência, mas apenas um simples resumo com a visão pessoal de alguns princípios que têm sido tradição e por isso "quase" regra.
Resulta em muito da experiência na primeira pessoa (como festeiro em 2004, com a participação no programa de duas bandas filarmónicas, José Cid, Paulo Bragança e três bons ranchos folclóricos, um deles do Alto Minho) bem como do testemunho de muitos anos, alguns deles na condição de vizinho privilegiado da festa.
Obviamente que tão importante ou mais do que este documento, é a transmissão de conhecimentos que cada comissão cessante deve legar à comissão nomeada. 
Por outro lado, a estrutura da nossa Festa do Viso não é compartimentada, mas antes dinâmica e é o resultado de sucessivos melhoramentos e introduções. Cada Comissão de Festas do passado contribuiu para a identidade da festa, sempre com algum elemento ou momento diferenciadores. Assim, tudo o que possa contribuir para preservar e enriquecer a tradição e melhorar o que nem sempre corre bem, é importante e positivo. A busca da perfeição, ou quase, deverá sempre nortear o ser humano. No futuro procurar-se-á actualizar alguns aspectos agora omissos ou ligeiramente abordados.
Se estes apontamentos à laia de guia informal a alguém puder ser útil, tanto melhor. Se não, valerá pela intenção de o ser.

Em resumo, vale o que vale, eventualmente pouco ou nada, mas se a alguém interessar, pode fazer o download do PDF e dar-lhe o proveito que entender. [LINK] Entretanto, quando se justificar, para corrigir gralhas ou acrescentar outros apontamento, publicarei uma versão revista.

7 de agosto de 2018

Ilustração - Paisagem - 07082018


a.almeida

Duques do pedal


Como um puro amador, de muito baixo nível, até pelo peso da idade e peso do peso, vou pedalando por aí, por algumas das estradas da zona, sobretudo do lado da serra e vou vendo a passar e ouvindo falar de outros amadores com pinta de profissionais. Levam a coisa à séria, até mesmo, alguns, com as pastilhitas a ajudar. Postura, nariz no ar, equipamento top, máquina top, rodas top, como se na realidade fizessem parte de uma boa equipa num pelotão de uma grande prova.

Apesar deste ar de importância e mania de profissionais, os nossos ciclistas, mesmo os de topo, ainda têm muito que pedalar porque não deixa de ser triste que na maior prova do ciclismo nacional, a Volta a Portugal, já de há vários anos sejam ciclistas espanhóis de segundo ou terceiro planos a dominarem e a conquistarem. De resto, basta verificar que nas últimas 15 edições 11 foram ganhas pelos nossos vizinhos e apenas 3 por portugueses. E na edição que está na estrada, a 80º, a não ser que algo corra fora do normal, será conquistada novamente pelo Raúl Alarcon, vencedor da prova do ano transacto.

É certo que uma boa meia-dúzia dos nossos melhores ciclistas têm andado por equipas estrangeiras,  o que retira competitividade à nossa prova caseira, mas mesmo assim seria de esperar que de quem cá anda houvesse mais luta, pelo menos face a corredores espanhóis de segunda ou terceira linha.

Os verdadeiros ases do nosso ciclismo, como alguns dos acima retratados na capa de uma colecção de cromos dos anos 60/70, já fazem parte do passado. Esses sim, com máquinas pesadas, sem as condições que beneficiam os actuais ciclistas, eram verdadeiros heróis do pedal e em muito ajudaram a que o ciclismo se tornasse o desporto do povo, fazendo das estradas estádios.

3 de agosto de 2018

Alerta CM - Está calor no Verão!


Falar do tempo sempre foi uma forma circunstancial de se meter ou complementar conversa, na rua ou numa sala de espera de um consultório ou de um qualquer serviço público. - Será que amanhã vai chover? - Hoje está quente! - Parece que vem aí uma chuvada forte! - Este nevoeiro que me dá cabo dos ossos... - Se viesse uma chuvinha para o meu nabal... - Se viesse um solzinho para a minha eira...

Para além disto, estar quente, frio ou a chover, nunca foi notícia porque, pelo menos no nosso clima, sempre foi normal estar frio no Inverno e quente no Verão.

Mas hoje em dia é notícia e preenche largas horas nos telejornais. Estar quente no Verão, mesmo que muito quente, parece algo extraordinariamente jornalístico e vemos repórteres a questionar simples transeuntes sobre o calor. E vão questionar quem, em princípio, está em melhores condições para do calor se refugiar ou dele gozar, os turistas e pessoas já em férias, com as pernas na água ou à sombra do coqueiro. Aqueles que realmente podem sofrer os efeitos do excessivo calor, como trabalhadores da construção civil e obras nas estradas, agricultores, etc, esses não merecem as perguntas idiotas dos repórteres pagos por tarefa.

É certo que temos muitos canais na televisão e podemos sempre mudar, mas esta estupidificação parece generalizada.

Santa Paciência, mas é o que temos.

1 de agosto de 2018

Aljubarrota à porta


Nota prévia: É apenas a minha opinião e até me arrisco a estar quase sozinho nesta demanda de não ser entusiasta da coisa, mas mesmo estando de passo trocado, sou apenas um soldado na companhia.

Há viagens que mesmo não tendo começado já enfadonham pela poeira da sua preparação e uma delas é a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, que hoje começa e exageradamente dura até ao dia 12. D. Pedro que me perdoe, como fez a  Diogo Lopes Pacheco (mas não a Pero Coelho e Álvaro Gonçalves) pela morte da sua bela Inês, mas já não lhe posso com as barbas.

Reconheça-se-lhe, contudo, à Viagem, a importância para a economia do concelho (de alguns e sobretudo da sede) bem como das colectividades (de algumas e dizem que quase sempre as mesmas), que ao longo de mais de vinte anos têm-se vindo a impor como um importante evento nacional e mesmo ibérico. Já não é apenas uma feira de tasquinhas concelhia e alguns figurantes trajados de serapilheira, mas um evento profissionalizado, dirigido a massas, no que isso tem de bom e, já agora, de mau.

A receita tem sido simples e parece funcionar, e de resto até resulta noutras paragens, embora aí de forma mais arejada e por menos dias. Muita temática cultural, e de qualidade,  à volta do hiato medieval, incidindo em momentos ou épocas da nossa História mas, todavia, sobretudo e principalmente,  gastronomia e porco-no-espeto. Porventura em mais nenhum outro evento em Portugal serão retalhados tantos porcos e aviados em sandes tão bem cobradas.
É certo que são duas décadas de mais do mesmo e a duração (quase meio mês de Agosto) é excessiva, mas, porra, não se mexa em equipa que ganha e receita que funciona e que assim dure muitos e longos anos, mais do que a maioria dos reinados desses tempos medievos.

Felizmente, porque não entusiasta, devo entrar de férias a 13 e se, como eu gosto, passar pela baixa da velha Vila da Feira, já não haverá ruas interrompidas nem barreiras nem multidões, embora ainda com muita poeira e relva (ou o que dela sobrar) pisada e repisada como se ali tivesse passado a cavalaria e acontecido uma frenética Aljubarrota. Só que agora, bem mais pacificamente, portugueses e castelhanos pelejam não por direitos a tronos mas por umas sandes de porco regadas com sangrias do Lidl. As espadadas, essas só acertam no lombo dos porcos.

31 de julho de 2018

Sporting sempre!



Um Domingo à tarde, em pleno Verão. Por cá já muitos emigrantes em merecido período de férias, a ajudar a encher as estradas, os restaurantes e as esplanadas. 
Nunca fui emigrante mas percebo e compreendo que esta nossa mania portuguesa dos saudosismos leva-nos a querer encher o corpo e a alma revendo pessoas, lugares e coisas mal se cruze a fronteira. Ora se o Casimiro esteve três dias a banhos no Gerês e quando chegou sentiu-se como estivesse ausente três anos, não surpreende que o Manel da Zira, depois de um ano longe de Guisande, logo que chegado à aldeia, mesmo antes de rever a família, passe por Espinho, para ver e sentir o mar e embriagar-se daquele ar salgado e sentir no rosto as frescas nortadas, as mesmas das idas à praia em solteiro. Já o Chico do Albertino, logo que arrumadas as trouxas vai direitinho à Tasca da Aida encostar-se ao balcão e beber o melhor "paralelo" do mundo e arredores, incluindo a Suiça. A Fernanda do Neves, essa faz questão de ir a Fátima agradecer a Nossa Senhora e aos pastorinhos. No regresso faz paragem na Mealhada, tão sagrada quanto a da Cova da Iria, e ver regalada na travessa um rosário de pedaços dourados de tenro leitão, seja no Virgílio, no Pedro, na Meta ou no Rocha (este já na estrada do Luso). Cá vai! Amém!

Ora o Zé Canadas, chegado da Suiça, nesse Domingo à tarde, encheu o carrão com a mulher e os filhos e foi de abalada até Castelo de Paiva e na Rua da Boavista, apontada à praça dominada pelo austero conde lá do sítio, entrou na concorrida Adega Sporting, lugar de antigas petiscadas e pela qual, nos domingos cinzentos entre  La-Chaux-des-Fonds e Le Locle, tanto suspirou, imaginando o doce sabor acanelado das rabanadas, o picante das moelas ou o vinhadalho do bucho.
Depois de alguma espera, porque ali o espaço é pequeno para tanta fama, lá arranjou uma mesa corrida e os cinco instalaram-se. - Então, o que vai ser? Para mim quero moelas e no final uma rabanada. E para vós? Quereis uma rabanada, bucho, moelas, rojões, orelha? E tu Nandinha? Vai uma punheta de bacalhau? Não querem nada?!!! Mau...
Que nada. Nem xus-nem-mus. Nem a filharada nem a esposa, de calcinha branca, medrosa de a pintar de tinto, estranhadiços naquele ambiente de tasca, mostraram qualquer interesse na petiscada. O Canadas percebeu o recado de tantos narizes torcidos e logo esmoreceu. Envergonhado e rendido, pediu apenas uma rabanada e "uma malga" (de verde tinto). O empregado recolheu as toalhas e os talheres dos putativos comensais. Toda aquela mesa cheia de gente para comer uma rabanada, terá questionado, intrigado e surpreso.

O Canadas, comeu rapidamente e nunca uma rabanada de Paiva lhe soube tão amarga. Saiu triste e envergonhado e de tão acompanhado sentiu-se sozinho e desamparado. Já nada era como dantes e as trainadas de outros tempos que viveu na Adega Sporting com os amigos do namoro, já eram apenas uma saudade e desejo que o atormentava no pouco tempo desocupado na Suiça.

Confesso que fiquei com pena do Canadas, ainda por cima com o Tono Henriques a testemunhar tal infortúnio, sorrindo, maroto, por debaixo do bigode branco ainda bordado do grosso tinto.
Já de saída, ainda vi o Canadas a esgueirar-se ligeiro para o carrão e contornar apressado a praça, certamente a jurar para si próprio que para matar estas saudades de petiscada numa adega castiça de paredes de um granito duro, mais vale só que mal acompanhado. - E anda um homem a vir por aí abaixo apressado, a comer quilómetros e a contar horas para vir comer uma rabanada sozinho no meio de uma multidão a torcer o nariz! Foda-se!

24 de julho de 2018

Ilustração - Rosas - 24072018

a. almeida


Notas pessoais

Eu sei que depois das pessoas desaparecerem do mundo dos vivos é sempre fácil cair-se no elogio fácil. Por sinceridade ou em contexto de politicamente correcto, quase todos acabamos por nos deparar com situações destas. Mas as coisas são mesmo assim.

Neste contexto, já depois de iniciado o luto com o inesperado desaparecimento do Sr. vereador da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o Arquitecto José Manuel Oliveira, também tomo a liberdade de publicamente tecer algumas palavras e não como alguém que o conheceu e com ele conviveu com proximidade e frequência, mas apenas por contactos circunstanciais e em face de testemunhos vários, isso sim, de quem com ele foi contactando mais amiúde, pessoal ou profissionalmente no âmbito da sua actividade política e autárquica.

No âmbito profissional estive algumas, poucas, reuniões técnicas com ele enquanto vereador do urbanismo a discutir assuntos relacionados a processo de obras particulares. Dali pareceu-me sempre uma pessoa de trato fácil, conhecedora e muito objectiva e activa na solução dos problemas que se colocavam.

Politicamente, foi ele, acompanhado de outra figura do PSD concelhio, que me convidou a integrar a lista do PSD concorrente às eleições intercalares de 2014 para a Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande. A par de alguma prévia vontade de dar o meu contributo na defesa da freguesia de Guisande no contexto da futura Junta e da nova realidade administrativa, foi de facto o poder de argumentação do José Manuel que me fez reflectir e depois, não sem a habitual pressão, aceitar integrar a lista. Depois foram algumas reuniões preparatórias do programa e da campanha e uma vez mais, entre todos, destacava-se pela sua objectividade e sentido prático e demonstrando uma enorme sagacidade na leitura de todos os momentos e ritmos necessários à campanha. 

Durante os momentos em que já no âmbito da Junta contactei com ele, continuou a parecer-me muito objectivo e assertivo nas decisões e de facto destacava-se entre os parceiros e creio que todos, mesmo os mais chegados, respeitavam-no e consideravam-no como alguém com espírito de liderança e de experiência. 
Ainda no contexto da Junta ajudou a resolver e a negociar o sério imbróglio decorrente das dívidas transitadas do anterior executivo de Guisande. No geral, contribuiu positivamente para que os problemas judiciais com os empreiteiros, já em curso, fossem resolvidos e negociados com alguma vantagem para a Junta, facilitando o pagamento em prestações ou em condições bem mais favoráveis do que aquelas que acarretariam para outro cenário de esgrima judicial.

Da figura política do José Manuel Oliveira e da relação partidária e no contexto da Junta, apenas guardo alguma ligeira mágua (obviamente já sanada e esquecida) pelo facto de no momento de se decidir uma eventual recandidatura não me ter procurado pessoalmente a saber da minha posição e da minha opinião quanto ao exercício e mandato de três anos que iria terminar. Em resumo, sendo certo que a minha resposta seria a mesma, a de não me recandidatar, por manifesta desilusão com o mandato terminado e por me sentir incapaz de mudar a direcção dos acontecimentos, pela falta de poder objectivo e por um rumo de gestão muito centralista, muito longe do que eu inicialmente preconizava e pensava ser possível enveredar tendo em conta o contexto da União, a verdade é que esperava que as mesmas figuras que me convidaram três anos antes tivessem pelo menos a consideração e a objectividade de me abordar e ouvir a versão de quem esteve por dentro, até para, sendo útil, limar arestas e ajustar objectivos para a lista e campanha que iria começar. Certamente que iriam ouvir algumas das "boas". Mas não foi assim e ninguém da concelhia, incluindo o José Manuel, me procurou para saber se sim, se não, como e porquê. Por um lado ainda bem, porque assim foi mais fácil dizer não e de resto seria muito difícil dizer sim a um modelo que no meu entender falhou redondamente, pelo menos à luz do que tinham sido as minhas expectativas e as que em campanha transmiti ao eleitorado guisandense, a ponto de ter vencido com larga  maioria.

As coisas são o que são, e mais do que as pessoas devem valer os projectos e as dinâmicas e a sua predisposição para o serviço, eu entendi que em ambas um segundo mandato seria demasiado penoso pelo desenquadramento de modelo de gestão que certamente não iria mudar no essencial, embora num contexto financeiro já bem mais dasafogado. Daí, com toda a naturalidade, uma vez o dever cumprido o melhor possível, face ao eleitorado guisandense que no geral saiu defraudado com a actuação da Junta da União, ficou também o  dever e a obrigação de dar o lugar a outros e desejar que estes fizessem (façam) mais e melhor, porque no final o que é importante é o que se possa fazer pelas pessoas e não quem o possa fazer.

Com tudo isto, sendo apenas a minha simples opinião sobre o José Manuel Oliveira, creio que perdeu-se uma importante figura política e autárquica do nosso concelho e, no geral, isso tem sido e será reconhecido pelos diversos quadrantes do município. Infelizmente a vida tem de continuar e o cemitério está cheio de insubstituíveis. 

Fica a dor e o sentimento de vazio e perca para os familiares e também, acredito, para toda a estrutura do PSD local e da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, de modo particular para o seu presidente Dr. Emídio Sousa, mas a vida continua e acredito que o executivo camarário saberá encontrar uma solução de substituição mas de continuidade, fazendo ocupar o cargo certamente alguém com conhecimento e competência, e se não com muita experiência, certamente que bem assessorado.

Paz à sua alma!

21 de julho de 2018

Teatro no Monte do Viso
















Pelo Grupo Cénico de Lourosa, o Centro Social S. Mamede de Guisande trouxe o teatro até ao Monte do Viso. Foi ontem, pelas 21:30 horas. A peça "Flor da Aldeia", uma história divertida e bem disposta, que nos transportou ao tempo dos nossos avós, onde se mostra que a riqueza e a pobreza têm lugar para o amor, principalmente quando a riqueza é de sentimentos e a pobreza é de humildade, pureza e despreendimento. Os interesses de um casamento de conveniência nem sempre resistem às patetices de um filho e da "cegueira" de qualquer pai importante da terra, lavrador, regedor ou sr. doutor. Mas no final, os tolos são quem mais se riem e fazem rir. Assim foi.

A plateia estava bem composta mas a peça e o momento de cultura mereciam mais gente. Infelizmente muitos não são de teatros de comédia e preferem os dramas do dia-a-dia.  A vida é mesmo assim, máscaras que choram rindo e máscaras que riem chorando. É o teatro da vida onde todos, sem excepção, vivemos representando.

Já podemos tirar as botas...

19 de julho de 2018

Em dia de Santo Arsénio já a pensar no Natal

Parece que, entre outros, hoje é dia de Santo Arsénio, mas já se vai rabiscando a pensar no Natal.

Arsénio, “o Grande” nasceu em Roma no ano de 354, no seio de uma família de senadores. Foi tutor dos filhos do imperador Tedodósio em Constantinopla e ordenado sacerdote pessoalmente pelo Papa Dâmaso.

Em 394 deixou o seu cargo de tutor imperial para se retirar no deserto egípcio. Foi aqui que conheceu Santo Antão e se recolheu a uma vida eremítica contemplativa. Santo Arsénio seria então procurado pela sua sabedoria por pessoas que faziam grandes peregrinações só para o ouvirem.

Em 434 foi forçado a deixar a região do seu retiro espiritual devido a ataques por uma tribo da Líbia aos eremitas, mudando-se para Troe, Egito. Foi neste local que viveu isolado e faleceu em 445. [link]

18 de julho de 2018

Tshirts Guisande 2




Há bocado pedi orçamento numa loja de personalização: Para uma única Tshirt, com grafismo a cores, custo 13 euros + 4 euros para portes. Claro que se for em quantidade o preço reduzirá significativamente.

Silêncios falados e ruídos escritos


Pelos vistos o jornal semanário "O Correio da Feira" foi contemplado com a atribuição do Prémio Gazeta – Imprensa Regional, "considerado "o maior galardão nacional para o sector da Comunicação Regional". De nossa parte, parabéns!

Na sequência, o Partido Socialista feirense propôs na última reunião de Câmara um Voto de Congratulação. Tal facto mereceu da direcção do semanário um agradecimento público (pode ser visto aqui).

Em simultâneo, e fica-se sem saber, ou talvez não, se o pretexto serviu para o puro agradecimento ou se para a critica à suposta postura de "silêncio tão ensurdecedor" da Câmara Municipal da Feira, seu presidente e vereadores da Educação e Cultura, face à distinção obtida, já que no agradecimento a crítica é "disparado" de rajada: "...se tivessem decoro e alguma decência, sentir-se-iam envergonhados, mas vergonha é um sentimento que vivenciam os livres da grave doença Partidarite, (mal que afecta todos os que cegamente priorizam determinado partido, ao compromisso assumido com os seus concidadãos.)
Se este silencio deixou desde sempre muito mal colocado o dr. Emídio Sousa, na falta de uma palavra de um gesto seu demonstrando satisfação pelo prémio atribuído a um órgão de comunicação social do Concelho a que preside, falta-nos palavras para descrever a atitude vergonhosa dos vereadores da Cultura e Educação. Mostraram que não estão à altura do historial e dos valores do Concelho, que estão muito para além das suas capacidades de avaliação e interpretação das sinergias culturais e educacionais.
O Silencio é a maior confirmação. Da mensagem transmitida por esse silêncio permitimo-nos recomendar ao vereador da cultura muita educação e à vereadora da educação muita cultura. Ao presidente da Câmara, muita Educação e Cultura, sem esquecer Cultura Democrática."

Como se vê, a crítica é contundente e não sei, de todo, se corresponde à verdade tal "silêncio" e se a existir se dele decorrem alguns comportamentos menos adequados por parte do semanário feirense relativamente à edilidade a ponto desta "ignorar" o prémio. Não sendo propriamente um Prémio Nobel, e não havendo razões de queixa por parte a Câmara, mereceria desta certamente pelo menos um voto de louvor ou de reconhecimento, ou pelo menos uma nota escrita de satisfação endereçada aos responsáveis do semanário.

Do que como cidadão e ocasional leitor vou constatando, se o jornal "Terras da Feira" em determinada altura era e foi durante muito tempo uma espécie de "voz do dono" (da Câmara), e se com as posteriores mudanças de periodicidade e de nome foi perdendo a identidade e personalidade que angariou, certo é que o "O Correio da Feira" depois de alguns solavancos na sua longa história, em tempos mais ou menos recentes ficou algo conotado com o Partido Socialista local. Isso pareceu evidente durante algum tempo. Pode-se sempre invocar, como invocou o Clube de Jornalistas  que o CF "... preza a pluralidade da abordagem noticiosa, sem abdicar da defesa e promoção dos valores regionais." mas nem todos poderão ter essa mesma leitura ou interpretação. Como talvez, suponho e especulo eu,  não tenha tido a Câmara Municipal.

Em resumo, o agradecimento de "O Correio da Feira ao Partido Socialista, travestido de crítica à Câmara Municipal,  parece-nos esta algo contundente e daí nem sei se fica bem a um jornal que se pretende isento, plural e representativo do concelho. Dar-se a estas "dores" desta forma tão agressiva, pode deixar marcas que não serão boas para as partes e podem conduzir, aí sim, a uma postura de confronto e parcialidade que não será benéfica. Como numa luta de padeiro e limpa-chaminés, ambos sairão enfarruscados/enfarinhados. Porque de um jornal independente se espera pluralidade e isenção, e mesmo o respeito para com as instituições e pessoas, e porque de uma Câmara se espera comportamentos e procedimentos de espírito democrático.

Em todo o caso, podendo daí não residir a génese de algum distanciamento, parece-nos que a imprensa escrita feirense já teve melhores dias. Todavia, penso que neste momento e de há algum tempo, o "O Correio da Feira" é de longe melhor jornal que o concorrente  "Jornal N", este um suposto herdeiro do herdeiro do Terras da Feira. Mas é apenas uma humilde opinião.

Do que conheço do Dr. Emídio Sousa, tenho-o como uma pessoa competente, dinâmica, aberta, atenta e defensora do prestígio do município e das suas pedras vivas ou de património, pelo que custa-me a acreditar que de tal "silêncio ensurdecedor" resulte de algum despeito injustificado para com a instituição "O Correio da Feira".
Todavia, mesmo que esse "silêncio" da edilidade tenha existido, por despeito, razões de queixa ou mera distracção, sendo compreensível a mágoa do CF, parece-nos, todavia, desajustada ou desproporcional a contundência da crítica feita de forma pública e plasmada em letra de forma.

Mas, como disse, é apenas a minha simples opinião, porventura desconhecedor de outros grãos de areia.

Tshirt - 180720181


Tshirt personalizada com temática alusiva a Guisande - Acabada de encomendar.
Se alguém pretender um grafismo exclusivo para mandar personalizar, é só pedir.

Ilustração - 18072018


a.almeida