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16 de abril de 2020

O que não precisamos é de Fest

Pode não ser pela cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina, mas seguramente não será pela música a esmo nas redes sociais que lá vamos no combate à Covid-19. Chego a questionar se as rádios estarão fechadas em quarentena. 

Em todo o caso, ao contrário das referidas drogas, tal como as velhinhas pastilhas Melhoral, a música nas redes sociais não fará bem nem mal, antes pelo contrário.

Mais grave seria a TV Fest,  o festival da monumental estupidez, como o classificou o João Miguel Tavares. Felizmente foi cancelado. Houve pelo menos algum decoro, sendo que a nódoa lá ficou e custa a crer que no actual contexto tenha sequer sido equacionado gastar 1 milhão de euros com alguns artistas a dar-nos música.

Portugal inteiro


De algum modo procurando compreender quem não concorda, parece-me que esta história do norte e do sul, a propósito de um legenda infeliz por parte da TVI, que num trabalho jornalístico relacionou uma maior incidência de Covid-19 no norte de Portugal com uma população "com menor educação, mais pobre e envelhecida", tem de algum modo mostrado muito do que somos, uns exagerados, para o bem e para o mal, reagindo muitas vezes de forma desproporcional e num seguidismo de "a Maria vai com as outras". Porventura, digo eu, tendo sido infeliz, a TVI não merecia tanta importância e destaque.

Criticamos os países do norte da Europa por criticarem os do sul, por os catalogarem com o cliché de apenas gostarem de "siestas", vinho e mulheres, mas quando a coisa nos toca, lá vêm posições de críticas a Lisboa e ao sul, porque o norte é que trabalha, porque Lisboa é que gasta, mouros, corruptos, etc.

Em resumo, para além da gaffe da TVI, que por ela já pediu desculpas, parece-me que muitas das reacções de um modo geral se nivelaram por baixo, desde logo porque mesmo admitindo que o fez de forma infeliz e irreflectida e sem medir as consequências e devia saber que se vivem tempos em que um peidinho nas redes sociais se torna rapidamente num trovão seguido de tempestade da grossa, a TVI não representa, de todo, o sul nem o seu pensamento quanto ao norte. E nestas coisas de ofender gratuitamente, sem procurar expor posições fundamentadas e racionais, somos todos uns ases. Em suma, mesmo acreditando na boa fé da TVI, creio que se pôs a jeito e não havia necessidade. Mas também não foi caso para reacções tão fundamentalistas e agressivas.

Por outro lado, estas aparentes divisões, que não fazem qualquer sentido 900 anos depois do estabelecimento da nação por D. Afonso Henriques e sua prole, mostram que muita gente não reconhece de que massa se faz um país, mesmo que territorialmente pequeno como Portugal. São as suas diferentes idiossincrasias, as diversas culturas e delas as características próprias, moldadas por diferenças geográficas, em suma, a diversidade, que fazem a riqueza de um país, de uma nação. 

Andamos bairristicamente a cantar virtudes de cada uma das nossas pequenas aldeias, porque os de Guisande consideram-se diferentes e melhores do que os de Lobão, das Caldas e de Louredo, e vice-versa, e depois vimos para aqui com estas reacções despropositadas e mesmo desproporcionais que em muito desautorizam quem pretende falar com alguma moralidade.

Mas haja alguma tolerância porque é disto que a casa gasta, e num tempo propício à paranóia, estas quezílias servem para alimentar os fazedores de "memes" e frases feitas.

Somos todos Portugal e este é feito, se quisermos, por Norte mas também por Centro, Sul e Ilhas. Somos e devemos ser um Portugal inteiro!

15 de abril de 2020

Dançar conforme a música

De "uma falsa sensação de segurança", a uma "recomendação de uso geral".
Quando se pensava que o Governo só sabia dançar o "Vira", afinal parece que já sabe e recomenda a dança do "Fandango". Daqui a duas semanas já saberá dançar o "Corridinho". 
Quando a coisa terminar já será mestre em danças de salão.
Não havia necessidade, desde logo porque até qualquer leigo percebia que o uso da máscara generalizado era um aspecto positivo contra a propagação do vírus. Qual o preço desta teimosia e desacerto do passo?


11 de abril de 2020

Estamos preparados...

Título principal:
Num país de optimistas e num estado de prontidão, o Carlos Abreu é um desmancha-prazeres. 
Título alternativo ao título principal: A mania de não se dar crédito às vozes da oposição.
Título alternativo ao título alternativo: Todos calados, era uma virtude.

29 de Janeiro de 2020
"A ministra da Saúde, Marta Temido, assegura que os hospitais portugueses estão preparados para lidar com uma eventual epidemia de coronavírus e que a situação está a ser tratada de forma "tranquila, mas rigorosa"."

28 de Fevereiro de 2020
"A ministra da Saúde sublinha que o país está preparado para lidar com casos de Covid-19.
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou, esta quinta-feira, que um cenário semelhante ao de Itália, onde mais de 600 pessoas estão infetadas, “é bem possível que aconteça em Portugal” mas sublinha que o país está preparado, numa entrevista à Sic Notícias."

01 de Fevereiro de 2020
Carlos Abreu, deputado do PSD:
"Estamos preparados? Sim, tal como estávamos nos incêndios de 2017"
Ex-deputado do PSD critica a forma como Portugal está preparado para tratar um caso suspeito do novo coronavírus."

26 de Fevereiro de 2020
A diretora-geral da Saúde explicou na RTP os procedimentos em Portugal para dar resposta eficaz quando surgem casos suspeitos no país. Graça Freitas garante que os hospitais estão preparados para uma eventual escalada da epidemia.

02 de Março de 2020
O primeiro-ministro insiste que o Serviço Nacional de Saúde está preparado para "o pior cenário" que o Covid-19 apresente.

07 de Março de 2020
O primeiro-ministro, António Costa, garante que Portugal está preparado para o surto de coronavírus e reiterou a confiança no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e nos seus profissionais.

11 de Abril de 2020
Afinal não estávamos preparados mas pré parados. O recruta vai com o passo certo; O problema é o resto da companhia que vai com o passo trocado.

3 de abril de 2020

Pandemia e pandemónio

Concordando que esta é uma situação extraordinária, a que vivemos, não concordo de todo com a medida proposta pelo presidente Marcelo, com o apoio do Governo, quanto à libertação de mais de um milhar de reclusos, um eufemismo para prisioneiros. E não concordo, não por concordar com o André Ventura, mas por entender que isso pouco ou nada resolve quanto à questão da pandemia nos estabelecimentos prisionais. Os casos ali ainda são poucos e perfeitamente controláveis se desde logo forem tomadas as medidas adequadas, tanto à quarentena quanto à realização de testes de despistagem da doença, tanto nos reclusos como nos guardas e pessoal auxiliar.

É certo que imagino que as prisões estão sobrelotadas e não têm grandes condições, nomeadamente ao nível dos espaços sanitários, mas também não me parece que gente criminosa, condenada, tenha que ter condições de hotel de cinco estrelas quando a larga maioria dos portugueses, que vivem a sua vida honestamente, não têm.

Por outro lado, ainda, é sabido que uma larga maioria dos reclusos quando cumprem as penas e vão para a sociedade, ou por dificuldades objectivas de reinserção ou porque o mal lhe está no sangue e nos hábitos, acaba por voltar ao mesmo, ou seja, ao mundo da criminalidade, muitas vezes violenta. 

Assim, num contexto actual em que todas as forças da ordem e segurança públicas estão ocupadas no auxílio e controlo da pandemia da Covid-19, essa gente criminosa encontrará, querendo, caminho mais livre para fazerem o que bem sabem. E as notícias recentes dão conta de algum aumento da criminalidade e com o desemprego à porta e a natural perda ou baixa de rendimentos das pessoas, não surpreenderá que a coisa descambe no que a crimes, roubos e assaltos diz respeito.

Não posso, pois, concordar com esta medida. Que mais não fosse porque no outro lado, há vítimas dessa gente que agora se prepara para o regresso à liberdade, mesmo que supostamente um pouco condicionada e vigiada.

É, no meu entendimento, um aviso e um sinal de que o crime compensa. Vamos indo e vendo mas não auguro nada de bom neste aspecto e cada vez mais as vítimas são-no duplamente, às mãos dos criminosos e às mão do sistema que invariavelmente mostra-se fraco para com os fortes e forte para com os fracos.

30 de março de 2020

Que seja...

Isto não é coisa que agrade a todos, mas para muitos dos clubes da indústria do futebol profissional, sobretudo os que ganham milhões, pagam ordenados de milhões contratam e vendem por milhões, pagam comissões de milhões, de forma escandalosa e desproporcional à larga maioria dos comuns mortais, que têm que sobreviver com ordenados mínimos, o seu futuro é coisa que pouco me preocupe nesta crise global, de saúde e económica, chamada de Covid-19. 

Há males que vêm por bem e poderá ser uma oportunidade de ouro para descerem à terra e passar a ser normal que um futebolista ganhe o mesmo que um digno pedreiro, trolha ou funcionário da recolha do lixo. O clubismo não pode residir apenas pelo sucesso de supremacia de conquistas e títulos com base nos milhões. Se tiverem que recomeçar do zero e nivelando-se pelos demais, que seja.  A começar pelo meu clube.

26 de março de 2020

Carta bem fechada


Tempos houve em que as cartas eram como cofres, com as nossas intimidades fechadas e inacessíveis a olhares terceiros. É certo que dentro da fragilidade de um envelope de papel, mas tinha-se como adquirida essa segurança e privacidade. Confiava-se no carteiro como no padre na confissão ou no médico no consultório e a carta lá seguia, fosse perfumada para a namorada com promessas de amores, para familiares na labuta no estrangeiro, para filhos ou maridos na tropa, em paz ou guerra, para votos de feliz Páscoa e feliz Natal com o postal da praxe com coelhinhos e paisagens nevadas.

Mas nisto de escrever cartas e mandar correspondência, em suma a forma de comunicar, as coisas deram uma volta enorme e o que vai dando são os telemóveis, a internet e com ela os emails, whatsapps, redes sociais e outras que tais, mesmo que ainda continuem a circular cartas, mas na generalidade quase apenas com assuntos cinzentos, institucionais, de facturas de serviços e bens, dos bancos, dos seguros, etc.

Apesar disso, apesar de já quase ninguém usar o envio de carta no sentido clássico, e uma grande parte nem as saberá escrever, já não como no antigamente em que a vizinha iletrada pedia à vizinha com a quarta classe que lhe escrevesse uma carta para o marido algures no ultramar, mas por um analfabetismo disfuncional, há quem se arvore em escritor e mensageiro simultaneamente, e por estes dias, em que o mundo se debate com um ataque alienígena, o que não têm faltado são cartas abertas: ao Governo, ao Primeiro Ministro, ao presidente Marcelo, aos médicos, aos bombeiros, aos homens da recolha de lixos, etc, etc. É um fartote de cartas abertas, de envelopes sem selo, descoladas, escancarados com intimidades que se querem públicas e propagadas aos quatro-ventos. Umas de incentivo, mas muitas de crítica, porque nestas coisas somos todos bons treinadores de bancada. Devíamos ser todos professores porque somos manifestamente bons a dar lições.

Tempos estes em que já começa a fazer falta algum silêncio, alguma quietude, num desejo como em outros tempos se esperava pela Páscoa para saborear amêndoas ou pelo Natal para comer aletria.

25 de março de 2020

Indignações e indignidades

Indignamo-nos, todos, de casos "maregas", porque na essência está a premissa de sermos todos iguais, nos deveres e direitos, independentemente de raça, cor, credo, ideologias, etc. Mas depois, confrontados com o actual drama da pandemia Covid-19 à escala global, esses direitos, essas igualdades, parecem ir por água abaixo quando o critério para o auxílio e cuidados médicos, é, afinal, o critério da selecção natural, dando-se primazia do mais novo em detrimento do mais velho, do mais forte em desfavor do mais fraco. 

Não importa que um homem ou mulher de 65 anos, ou mais, tenham contribuído para o país e para o Estado, durante 40 ou 50 anos, começando a trabalhar ainda em criança, suportando dificuldades, ajudando a ultrapassar crises e desmandos de governantes, sem nada receber em troca, sem um único dia de baixa médica, sem uma despesa na faculdade, na formação académica ou profissional, ou no hospital. Na hora da verdade esse mesmo país, esse mesmo Estado, não lhe garantem uma cama, um ventilador. É triste e mesmo dramático, mas já é a verdade pura e dura em Itália, também aqui ao lado na Espanha e, oxalá que não, mas virá a sê-lo em Portugal. Uma espécie de eutanásia imposta.

Pelo menos que a hipocrisia de quem nos governa deixe cair a máscara e por mais dura que seja a realidade, saibamos quais as regras do jogo e com o que podemos contar numa sociedade de coisinhas politicamente correctas, muito "frasquinho de cheiro", polvilhada de susceptibilidades, mas que na hora do "mata-mata" revela que afinal, somos todos iguais, brancos ou pretos, mas diferentes e segregados no critério da puta-da-idade e das probabilidades de vida. Afinal pouco nos distingue da selva.

20 de março de 2020

Muitas cigarras e poucas formigas


Sem pretender fazer juízos errados e injustos, e por isso sem generalizar, mas apenas como uma reflexão, percebe-se que é em tempos de dificuldades e crises, como a que extraordinariamente vivemos, que vêm ao de cima os erros e más políticas, nomeadamente na gestão de muitas empresas e mesmo no plano familiar.

Veja-se, de modo particular, o sector do turismo, como hotelaria, alojamento local e muito do tecido da restauração: É sabido que nos últimos anos tem gozado de um crescimento muito positivo, quase exponencial, com casas e espaços constantemente cheios, quintas de eventos com marcações em lista de espera, e desse cenário idílico resultou um "boom" de oferta de alojamento, nomeadamente em cidades com peso histórico, como no Porto e Lisboa, mas um pouco por todo o lado, mesmo na nossa vizinhança. Qualquer pardieiro, mesmo que incaracterístico, era vendido como se um palácio fosse. Anda bem, porque muitos e muitos encontraram ali mais do que um complemento de rendimento. A onda era alta e todos aproveitavam.

Mesmo a folga para irmos de férias para o exterior era muita e veja-se os milhares apanhados um pouco por todo o mundo com este encerrar de portas global. Nas agências de viagens os balcões estavam sempre cheios, com gente a marcar, a marcar, a marcar. Gastar, gastar, gastar!

Enfim, muita gente e muitas empresas ganharam muito dinheiro. Mas agora que estamos a lidar com algo inesperado que está a afectar toda a economia e de modo particular o sector do turismo, é vê-los, empresários e empresas já aflitos a reclamarem rápidos apoios do Estado, aparentemente mostrando-se incapazes de suportar pelo menos um, dois ou três meses de inactividade.

De tudo isto, resulta que na generalidade tanto particulares como muitas empresas não têm sabido lidar com o tempo de vacas mais gordas a ponto de não serem capazes de acumular bases e economias que possam ser usadas em tempo de crise, como lastro em barco em mar agitado. Pelo contrário, é vida boa, à grande e à francesa e as "cigarras" da nossa sociedade gostam é do "dolce far niente". Ninguém gosta de ser formiga, pois não.

Infelizmente é o que temos e não me parece que esta mentalidade de gozar à tripa farra venha a mudar depois de alguma bonança da actual tempestade. Mas a oportunidade é de ouro para rever prioridades e valores.

16 de março de 2020

Paradigmas...


A maioria dos países, nomeadamente os europeus, afectados pela pandemia da Covid-19 tem mostrado dificuldades na obtenção de artigos e equipamentos aparentemente básicos, como máscaras, luvas, ventiladores, etc. É certo que é num contexto extraordinário, numa situação de procura superior à oferta, rompendo-se as reservas e a capacidade de resposta que parece ser insuficiente, mesmo admitindo-se que os picos de propagação ainda estão longe de serem atingidos, mas a verdade é essa.

Mas dá que pensar, que países, como os principais da Europa, já nem falando de potências como Estados Unidos, Rússia e China, tenham um arsenal militar de centenas de milhares de milhões, entre Exército, Força Aérea e Marinha, tanques, aviões, helicópteros, vasos de guerra e porta-aviões e não tenham essa capacidade para ter em reserva coisas tão importantes como as ligadas à Saúde.

Porventura este vendaval à escala global poderá ajudar no futuro próximo a definir prioridades, mas temo que logo que a coisa passe e deixe ser notícia tudo voltará à normalidade e aos mesmos jogos de guerra e às mesmas prioridades.

Talvez.

15 de março de 2020

O amanhã...


Concerteza que se há-de ultrapassar esta situação, mesmo que ainda com consequências imprevisíveis.

Mas depois dos escombros, será importante que se aproveitem as lições, os ensinamentos. Desde logo ao nível do sistema de Saúde, na preparação e num estado de permanente alerta e prontidão, de stock de produtos, acessórios e equipamentos bem como valorizar todos os profissionais.

Depois que as pessoas aprendam a valorizar ainda mais as questões de saúde pública, todos os procedimentos de limpeza, tanto na nossa casa, em contexto privado ou público.

Mesmo, sobretudo para a China, que tire lições de uma absurda cultura alimentar em que se come tudo o que mexe, num comércio sem mínimas condições de higiene e controle sanitários, com contacto permanente com a vida selvagem com todos os perigos de contágio decorrentes. A revolução moderna desta grande nação também deveria passar por aí, pela mudança de cultura da higiene e da alimentação segura..

Em suma, há tanto e tanto para aprender para que depois de mitigada a crise a sociedade e humanidade em geral saia mais forte e mais preparada mesmo que tenha, e terá seguramente, mais custos.

Por ora, para além das medidas que são vão tomando em Portugal e na Europa, mesmo em todo o mundo, surpreende-me que por cima do meu quintal continuem a sobrevoar a cada minuto aviões, trazendo gente que aterra sem qualquer controlo. Nestas coisas tende a haver sempre paradoxos e Portugal é fértil neles. Não bastou tomar medidas de encerramento de escolas e outros estabelecimentos com pelo menos duas semanas de atraso, nem desvalorizar nos hospitais situações que indiciavam perigo de propagação, deixando gente livremente, para ainda se continuar de fronteiras terrestres e aéreas abertas. 

Até quando se vai continuar a facilitar?

13 de março de 2020

Reiteradamente às aranhas...


Pouco ou nada há a dizer mais sobre este filho da globalização a que chamam de Covid-19 ou Corona Vírus e que ameaça parar literalmente uma grande parte das nações, Portugal incluído.

Em todo o caso, pelo que se tem lido e ouvido de fiável por estes dias, e mesmo agora pelo que se conclui da introdução do programa "Sexta às 9", que irá passar mais logo na RTP, percebe-se que mesmo perante a inevitabilidade da propagação global, no nosso caso houve falta de bom senso e irresponsabilidade de quem leviana ou despreocupadamente foi de férias de Carnaval ou em viagens de negócios para Itália, já quando as notícias davam conta de ser um país com problemas sérios na propagação.

Por outro lado, tal como o recentemente falado caso da jovem diagnosticada com simples gripe no nosso Hospital de S. Sebastião, por várias idas à urgência, comprova-se que os serviços médicos reiteradamente desvalorizaram situações que no mínimo mereciam tratamento e análise. Não surpreende que esses casos desvalorizados tenham permitiram que os vários infectados, nomeadamente de Felgueiras, levassem a sua vida social com normalidade quase durante quinze dias, tornando-se até ao momento as principais fontes de casos no norte e que tendem a aumentar progressivamente. De quem é a responsabilidade? Dos serviços, das pessoas?

Em resumo, mesmo com o aparelho de Estado a papagaiar desde o início de que estávamos preparados, a verdade é que cedo se demonstrou que não, e mesmo com o problema ainda longe de ser mitigado, já não há capacidade de resposta e o serviço Linha 24 é disso exemplo.

Não tarda que, infelizmente, estejamos mergulhados num salve-se quem puder e cada um entregue a si próprio, quase à semelhança da peste negra na Idade Média. 

Neste aspecto, sempre que surgem estas tragédias vêm ao de cima as incapacidades e incompetências de quem nos vai governando.

Mas oxalá que toda esta reflexão não passe de um exagero e que a malta ache por bem aproveitar o fecho das escolas e universidades para dar um saltinho à praia..






9 de março de 2020

Isto é uma vergonha...


O que arrelia no discurso da maioria dos treinadores de futebol quando as coisas não correm bem, é um estilo do politicamente correcto alicerçado nos chavões do "manter o foco", "vamos trabalhar mais", "pensar jogo a jogo" e outros que tais, nomeadamente o de continuarem a falar como se dependessem apenas deles quando por vezes já não.

Esta situação, creio, está a acontecer agora com Bruno Laje, no Benfica, como antes aconteceu com Rui Vitória. Falo destes  mas poderia falar de outros que bons (maus) exemplos é que não faltam.

Em resumo, falam como se estivessem a falar para criancinhas ou mesmo para mentecaptos. Preferível seria mesmo admitir que "estamos a jogar um futebol de merda", "temos sido incompetentes", "pedimos desculpas aos adeptos porque isto é uma vergonha", e ou "não temos justificado os milhões que ganhámos e vamos indemnizar o clube e os adeptos". 

Seria tudo mais directo e honesto. O resto sabe-se que é futebol e mesmo quanto aos treinadores sabe-se que passam de bestiais a bestas num piscar de olhos. Eles sabem disso mas no fundo não se importam porque na generalidade mesmo um despedimento significa milhões e receber. Que o diga Mourinho.

Quanto aos adeptos, na generalidade e ressalvadas as devidas excepções, não se pode esperar grandes reflexões, muito menos lúcidas e independentes e o grau de formação não é filtro porque tanto desbocam o trolha e o agricultor, como descambam o doutor e o engenheiro, sem desprimor pela comparação. O fanatismo turva o pensamento e desfoca o bom senso e não há como rescaldos de êxitos ou descalabros para perceber isso. Neste aspecto as redes sociais são bons barómetros. Também no café, dá sempre para perceber isso, com alguns falando em tom de comício, invocando com tanto ou mais vigor o André Ventura na proclamação do "...isto é uma vergonha".

8 de março de 2020

A Lira cumpriu o seu destino


Morreu a Lira. Neste Domingo de Março, quando na cerejeira já despontam as flores de uma primavera anunciada. 
Jaz próximo da Chica, na cova onde um azevinho tão teimoso quanto viçoso também decidiu morrer e emprestar-lhe a sepultura. Em breve estará coberta de cidreira  e erva-de-s. roberto e a laranjeira vai-lhe fazer sombra nos quentes dias de Verão.

Uma gata branca, a Lira, que não era da casa mas andava por casa como se fosse a sua, porque a sua, onde chegou a ter dono, nunca encontrou poiso porque também não via qualquer migalha de comida muito menos um afago. 
Na casa que não a sua, nunca lhe faltou comida sempre que se aproximava da porta. Mesmo assim aquela presença insistente, era como se fosse da casa, não sendo.
Ainda ontem, sábado, comeu sôfrega um naco de comida húmida, destinada a um seu filho que, à hora marcada ainda não tinha aparecido.

Há uns dias que se adivinhavam os dias finais, porque magra e suja, já sem capacidade da auto-limpeza, tão características destes felinos.

Hoje de manhã estava à porta, numa nítida prostração que já não lhe permitiu comer nem beber. Foi colocada numa caixa quente, coberta, em local abrigado, para pelo menos morrer com dignidade e com um último afago, que  em vida não teve muitos, ou mesmo nenhuns.

Mas morreu essencialmente de velhice porque andava por cá há uma quase eternidade e foi mãe de  ninhadas a perder de conta, avó de netos e raiz de netos de netos.

Cumpriu o seu destino, a Lira, digna até ao fim, bem ao contrário de muita gente.

Foi merecida a lágrima teimosa.

6 de março de 2020

Nem tudo é a cores...

Admitindo e correndo o risco de algum exagero, pelo que vou lendo, vendo e ouvindo das notícias sobre os casos confirmados e suspeitos em Portugal do Covid-19,  parece-me que em algumas das situações houve um correr de risco desnecessário com pessoas a viajar para Itália, quando já se sabia que era uma zona de risco. Ora em férias, ora em trabalho, certo é que quase todos os casos remetem para o relacionamento de estadia nesse país.

Em todo o caso, para os apologistas da plena globalização, do que ela tem de melhor e positivo, e tem, importa também ter em conta o outro lado da moeda e que esta situação da propagação do Covid-19 é apenas um dos efeitos negativos. E não é de menor importância porque é a saúde pública global que está em causa.

As situações ocorridas nos últimos anos dizem-nos que este é apenas um episódio mas virão mais no futuro e cujas repercussões em concreto não podemos determinar, apenas suspeitar, até mesmo num contexto de terrorismo. Espalhar meia dúzias de kamikazes infectados com algo desconhecido no meio de uma multidão poderá ser mais eficaz que muitas bombas e atentados. O resto, fica por conta da globalização.

Mas isto sou eu a exagerar...

5 de março de 2020

Estamos todos de boa saúde e "descansados"...

Logo após o primeiro ministro António Costa ter visitado o serviço Linha Saúde 24, louvando e elogiando a sua acção, eficiência e capacidade, hoje sabe-se que por esta semana mais de 25% das chamadas ficaram sem atendimento e resposta.

No programa "Prós e Contras" da RTP, a directora da Direcção Geral de saúde, Graça Freitas, resvalou, sem graça, para a informação de que tinha esgotado a capacidade dos hospitais de S. João e Santo António, numa altura em que apenas dois casos tinham dado positivo. Pelos vistos, falhas de comunicação, tão normais quando as coisas não batem certo.

Assim, sendo, a juntar às notícias de encerramento de urgências pediátricas e outras que tais, estamos todos "descansados" para enfrentar este filho da globalização, o Covid 19.

26 de fevereiro de 2020

Coisas do ambiente



Salvas as devidas importâncias, distâncias e impactos, de algum modo o assunto do futuro aeroporto previsto para a margem sul do Tejo, no Montijo, nomeadamente a polémica da sua localização de sensibilidade ambiental, tem algumas semelhanças com o que aconteceu no nosso Monte de Mó. Ou seja, as questões do território e do ambiente só são importantes para as coisas pequenas, porque quando há necessidade de ali implantar as coisas grandes e impactantes, estas têm via aberta. Porque tudo em nome do interesse público.

Veja-se, por comparação, mesmo que pobre, a situação do nosso (também de Louredo e Romariz) Monte de Mó: Veio o PDM e toda aquela grande mancha florestal, pontilhada de alguns elementos agrícolas, sobretudo nas encostas, foram, e bem, classificadas como Espaço Florestal e pontualmente, com elementos de Espaço Agrícola. Por conseguinte, no geral ali não se podia edificar habitações, muros ou mesmo currais para ovelhas ou galinhas. Era um prejuízo para a coisa.

Mas depois veio a necessidade de ali se implantar um reservatório para a rede pública de abastecimento de água: Faça-se! 

Depois veio a necessidade de ali fazer passar um auto-estrada de seis faixas, gerando um enorme impacto ambiental e topográfico, com movimentos de terras gigantescos, construção de viadutos, gerando desequilíbrios óbvios na topografia natural e deles os consequentes problemas na drenagem de águas, tanto mais que, nas alternativas, optando-se sempre pelas vias do mais fácil e mais barato, e invariavelmente ao arrepio dos interesses dos proprietários. Foram feitas cagadas um pouco por todo o lado. É certo que para alguns foi um totoloto, mas para outros, menos expeditos, foi o prejuízo. Mas, faça-se e fez-se.

Depois veio a necessidade de ali instalar uma sub-estação eléctrica: Faça-se e fez-se. Bem no coração do monte, novamente com enormes movimentos de terras e desequilíbrio nas drenagens de águas e toda a zona ficou sob um tecto electro-magnético de torres e cabos em várias direcções. Uma espécie de árvore de natal permanente.

Em resumo, por todas estas questões e opções, que por um lado compreendem-se face ao interesse público, nacional e ou municipal, a questão do ambiente tem sido sempre preterida. Por outro lado os estudos de impacte ambiental não servem para coisa alguma, apenas para dar cumprimento a um mero formalismo. Umas recomendações, uns pózinhos de perlim-pim-pim aqui e ali e a coisa ultrapassa-se.

É caso para se dizer que o ambiente deve ser preservado não para minudências, coisas pequenas,  mas para coisas importantes e em grande. Apesar disso, toda a gente com poder de decisão continua com os discursos, na generalidade hipócritas, de que o ambiente é coisa importante e a valorizar.

Pois, pois...

18 de fevereiro de 2020

Notas do dia

Indignações.

As notícias de hoje dão conta de um homem de 60 anos que morreu na sala de espera das urgências do hospital de Beja depois de três horas e meia sem ter sido atendido.
Junta-se a um caso recente e em tudo similar que ocorreu em Lamego. 

Todavia, temo que a reserva de indignação tenha sido toda desbaratada com o recente caso de racismo num contexto de um espectáculo desportivo.

Estes casos de Lamego e Beja deviam igualmente correr mundo e inundar as redes sociais e merecer autos de fé de indignação, mas cheira-me que não. Em todo o caso vou ficar atento aos Costas, Marcelos e outros profissionais da indignação, mesmo os do nosso terrão.

Seremos todos Beja e Lamego?


Caixas de Pandora.

Confesso que não tenho posição vincada sobre a questão da despenalização da Eutanásia. Em ambos os lados encontro razões e justificações válidas.

Porém, de algum modo, perturba-me que possa ser um grupo de pouco mais de uma centena de deputados, numa certa matriz ideológica, contra a posição da Ordem dos Médicos, a decidir algo que se sabe de antemão ser fracturante da sociedade portuguesa. Hoje poderá ser a esquerda a fazê-lo, amanhã a direita a desfazê-lo ou vice-versa. A toque de caixa de ideologias. Porventura não haverá outra forma de o fazer, porque, lá está, é a democracia, mas fica sempre muito por fazer, no caso quanto à insuficiente e ineficiente rede de cuidados de saúde, sobretudo os destinados a casos terminais. 

Passos Coelho terá dito, mais coisa menos coisa, para que os desempregados mudassem de país. Por agora, de algum modo, vai-se criar condições para que os doentes se possam matar.

Abertas algumas caixas de Pandora, onde é que isto irá parar?

17 de fevereiro de 2020

Racismo e anjinhos

Todas as formas de racismo devem ser, obviamente, condenadas. Mas devem igualmente ser condenadas todas as acções e princípios que para elas possam concorrer. E se num jogo de futebol ou num qualquer evento desportivo de competição entre duas partes, os actos provocatórios e arrogâncias susceptíveis de "incendiar" a despoletar reacções de violência, nomeadamente os dirigidos às massas adeptas, devem igualmente ser condenados, tanto mais se por parte de actores que se devem pautar pelo respeito mútuo para com os adeptos, mesmo que adversários e para quem, afinal de contas, lhes pagam os normalmente chorudos proventos.

Por outro lado, não os desculpabilizando, importa perceber e distinguir os insultos ou actos racistas num contexto de futebol, já que todos percebem que no antagonismo e rivalidade de grupos e tribos o racismo não é mais que uma das extensões da ofensa e da provocação gratuitas. Muita da massa adepta do fenómeno do futebol teve a sua escola nas competições regionais onde os insultos gratuitos aos adversários e árbitros, e às mãezinhas e filhas destes, foram sempre a tónica, quase sempre sob a indiferença e impunidade de dirigentes e autoridades. 

Os que agora, perante os episódios de Guimarães, vêm a terreiro mostrar a sua indignação não se mostraram tão indignados com as recentes e habituais manifestações de "carinho" com que os jogadores e adeptos do S.L. Benfica foram recebido para o lado do Porto, com recados intimidatórios, sicilianos e inaceitáveis de bonecos enforcados, e bancadas em uníssono com cânticos patrióticos de "SLB, filhos da pu...", e outros mais mimos dignos de pessoas civilizadas. Mas, diga-se, quase sempre de forma mútua, porque nestas coisas do irracional não há, por regra, exclusividades. Nem os do Porto são diabos nem os do Benfica anjinhos, e vice-versa. Esta podridão e carência de cultura de respeito mútuo é mais ou menos generalizada e de resto em consonância com a falta de valores cívicos na sociedade, que vai sendo regra e pasto para os populismos e demagogias da esquerda à direita.

Assim, sendo, para além do sempre muito politicamente correcto, que pelos tempos que correm, começa a tresandar tanto quanto o populismo, convém que se dê a devida importância a ambos os fenómenos e que quem exercita a indignação fácil o faça pelo menos com algum equilíbrio e menos facciosismo, que no caso clubístico ou político, é também ele perigoso e condenável.


14 de fevereiro de 2020

Fé e esperança pela caridade


Vamos já a caminho de dois anos sobre a aprovação da re-delimitação das Àreas de Reabilitação Urbana - ARU, no concelho de Santa Maria da Feira.
As ARU têm o seu enquadramento no Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, na redação que lhe confere a Lei n.º 32/2012, de 14 de Agosto, Regime Jurídico da Reabilitação Urbana e estão publicitadas pelo Aviso n.º 15661/2018, de 30 de Outubro. Em suma, passaram já dez anos sobre as linhas orientadores, ainda do tempo do inefável José Sócrates.

Os objectivos inerentes às ARU estão definidos no art.º 3º do Decreto-Lei. A saber:

A reabilitação urbana deve contribuir, de forma articulada, para a prossecução dos seguintes objectivos:
a) Assegurar a reabilitação dos edifícios que se encontram degradados ou funcionalmente inadequados;
b) Reabilitar tecidos urbanos degradados ou em degradação;
c) Melhorar as condições de habitabilidade e de funcionalidade do parque imobiliário urbano e dos espaços não edificados;
d) Garantir a protecção e promover a valorização do património cultural;
e) Afirmar os valores patrimoniais, materiais e simbólicos como factores de identidade, diferenciação e competitividade urbana;
f) Modernizar as infra-estruturas urbanas;
g) Promover a sustentabilidade ambiental, cultural, social e económica dos espaços urbanos;
h) Fomentar a revitalização urbana, orientada por objectivos estratégicos de desenvolvimento urbano, em que as acções de natureza material são concebidas de forma integrada e activamente combinadas na sua execução com intervenções de natureza social e económica;
i) Assegurar a integração funcional e a diversidade económica e sócio-cultural nos tecidos urbanos existentes;
j) Requalificar os espaços verdes, os espaços urbanos e os equipamentos de utilização colectiva;
l) Qualificar e integrar as áreas urbanas especialmente vulneráveis, promovendo a inclusão social e a coesão territorial;
m) Assegurar a igualdade de oportunidades dos cidadãos no acesso às infra-estruturas, equipamentos, serviços e funções urbanas;
n) Desenvolver novas soluções de acesso a uma habitação condigna;
o) Recuperar espaços urbanos funcionalmente obsoletos, promovendo o seu potencial para atrair funções urbanas inovadoras e competitivas;
p) Promover a melhoria geral da mobilidade, nomeadamente através de uma melhor gestão da via pública e dos demais espaços de circulação;
q) Promover a criação e a melhoria das acessibilidades para cidadãos com mobilidade condicionada;
r) Fomentar a adopção de critérios de eficiência energética em edifícios públicos e privados.

As ARU de Santa Maria da Feira integram entre muitas outras, duas na freguesia de Guisande, uma delas designada de Área Central de Guisande abrangendo grosso modo a Rua de Fornos e os troços poente da Rua 25 de Abril e Rua do Cruzeiro, e a segunda designada de Lugar da Igreja/Guisande, englobando os lugares da Igreja, Quintães e Viso.

Todo o programa vertido no referido Decreto-Lei, para além dos bonitos objectivos, é de algum modo complexo e, salvo algumas excepções mais centrais e marcadamente urbanas, quer-nos parecer que a maioria nunca sairá do papel, não passando de um leque de boas intenções.

Desde logo, antes das intervenções nos espaços e edificados privados, e da implementação de medidas que levem os proprietários a aderir ao programa, este deverá assentar numa estruturação viária e requalificação dos espaços públicos e estes obviamente andarão ao ritmo de vontades políticas mas sobretudo das finanças do município, até porque não nos parece que as Juntas, por incapacidade ou por inacção, venham a ser as locomotivas destes processos de requalificação urbana.

Algumas das obras que se vão vendo pelo concelho e que se possam enquadrar nas ARU são quase sempre resultado de esforço e investimento da Câmara. Se não forem as Juntas e a Câmara, não se espere que sejam os proprietários a dar grandes passos até porque a dinâmica imobiliária pode até estar num ciclo positivo mas é sempre imprevista e instável.

Pela parte que toca a Guisande, será surpreendente que alguma coisa aconteça de concreto nos próximos tempos. Basta dizer que o mandato da actual Junta já passa da sua metade, quase dois anos e meio, e de uma receita que em números redondos no anterior sistema administrativo podia equivaler a 250 mil euros para os cofres da Junta, está quase todo por aplicar. Nada de substancial foi feito quanto a obras e melhoramentos para além de algumas limpezas episódicas. Espera-se pelo último fôlego do mandato.

A ser assim, estes planos como as ARU devem ser vistos com a devida distância e não será de esperar grandes obras nos tempos próximos. Mesmo os espaços centrais, como Fornos, Monte do Viso e Igreja, zonas caracterizadoras da freguesia estão ambos num estado lastimável, com pisos  das ruas degradados, passeios inexistentes ou em péssimas condições, mal iluminados, sujos, enfim, desprezados e sem perspectivas de obras dignas de nome.

Mas vamos ter fé e esperança nalgum assomo de caridade de quem realmente pode e deve impulsionar as ARU. Pode parecer um trocadilho com as três virtudes teologais, mas nestas coisas temos mesmo que esperar alguns milagres.