5 de agosto de 2017

Há festa na aldeia


Há festa na aldeia. Arrancou ontem, sexta-feira, a festividade em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António. Foi o primeiro de quatro dias de festejos. Para a Comissão de Festas, que tem sido incansável, é a parte principal e final de um ano de canseiras e preocupações. 
Ontem o programa contou com os Mancha, uma banda de estilo rock. Para quem eventualmente pensava numa noite de bailarico ficou desapontado,  mas é sempre difícil agradar a todos e num programa destes há que tentar conciliar diferentes estilos para as diferentes gerações. Foi uma noite positiva já que tradicionalmente a sexta-feira é apenas um dia de aquecimento e por isso nunca se conta com casa cheia. 
Hoje há mais e o programa promete algum diferença com uma noite fados, um estilo que requer silêncio para ser bem sentido e apreciado, por isso não muito adequado para um arraial, mas certamente merecerá a atenção e interesse de quem assistir.

Eleições Autárquicas 2017 - O que se vai lendo, vendo e ouvindo II

Por estes dias, na Rádio Clube da Feira, ouvi Margarida Gariso, a candidata à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, pelo Partiudo Socialista, entre outras acusações a algumas das políticas do actual executivo camarário, liderado pelo recandidato Emídio Sousa, a abordar a questão do abastecimento de água. Disse o que considero serem algumas verdades, mas rematou dizendo que na negociação com a Indáqua a Câmara tem sido fraca, em contraponto com uma posição de força adoptada para com os contribuintes e consumidores, ou seja, "fraca com os fortes e forte com os fracos".
Nem tudo o que a candidata disse será exactamente como o dissem mas pela parte que me toca, e como muitos milhares de feirenses, tendo sido obrigado a pagar pela medida grande os ramais de ligação e agora vendo que outros deixaram de pagar, não posso deixar de estar de acordo. Mas pior do que isso, é o facto dos consumidores que pagaram os ramais serem agora penalizados com o aumento das tarifas tendentes à compensação à Indáqua por agora deixar de se encher comas taxas dos ramais. Não é novidade nem afirmado por qualquer Zé Ninguém que o preço da água no nosso concelho é do mais alto praticado na área metropolitana do Porto. Posto isto, tem razão quem o afirma e denuncia estas "mãos na carteira", seja a Margarida Gariso, o Zé da Esquina ou Toninho das Iscas. A razão é sempre ele própria.

3 de agosto de 2017

O que se vai lendo e ouvindo - Viagem Medieval

Em véspera do arranque de mais uma edição da Viagem Medieval, ouvi na Rádio Clube da Feira, o Dr. Emídio Sousa, presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, naturalmente a exaltar as virtudes do evento, da sua internacionalização e do seu impacto na economia no concelho e na região. Também referiu que o evento é uma oportunidade para muitas associações e colectividades do município para ali arrecadaram as receitas necessárias às suas actividades anuais.
No que se refere à questão das associações, certamente será verdade. Infelizmente, não custa acreditar que a larga maioria das colectividades fica de fora do generoso bolo e as que participam serão repetentes, não largando, literalmente, o osso do que sobra das dezenas ou centenas de porcos vendidos em sandes, o que não surpreende quando um dos vários critérios da selecção será o da "experiência", ou seja, quem a não tiver, nunca terá oportunidade para a vir a ter a não ser por obra e graça da divina vontade de alguns organizadores. Quando assim é, quando se sabe que a coisa gera muito muito dinheiro, está assim criada a cola que agarra alguns interesses e mesmo dirigentes.

2 de agosto de 2017

Centro de Dia do Centro Social - Esclarecimentos

Funcionamento e encargos dos utentes no Centro de Dia do Centro Social S. Mamede de Guisande.

Algumas pessoas têm colocado questões e dúvidas sobre como será o funcionamento do Centro de Dia do Centro Social S. Mamede de Guisande uma vez iniciada a sua actividade. Importará, pois, dar alguns esclarecimentos.

1 - Para que o Centro de Dia comece a funcionar de forma regular e oficial, está ainda dependente do despacho do acordo de cooperação realizado com a Segurança Social. O despacho deste acordo, solicitado no início de 2016, tem estado suspenso em grande parte devido à mudança de director.
Na sequência da última reunião da direcção do Centro Social com o actual director, resultou uma forte expectativa e até compromisso de que o despacho será feito brevemente.  

Este acordo de cooperação é fundamental e mesmo vital para a sustentação financeira do Centro de Dia, já que para cada um dos utentes contemplado será comparticipado um valor previsto de 50 euros mensais. A capacidade do Centro está estimada em 50 utentes, mas não é certo que o apoio abranja a totalidade da capacidade. A verba que vier a ser comparticipada pela Segurança Social servirá obviamente para pagamento dos vencimentos aos funcionários previstos (uma administrativa e uma animadora sociocultural). Do que eventualmente sobrar, e nunca será muito, podendo até ser insuficiente, bem como o apuramento de outras iniciativas do Centro Social, será obviamente para cobrir as despesas correntes com manutenção das instalações, água, telecomunicações/internet, electricidade e outras. Há também a vontade e o objectivo de aquisição de uma carrinha que permita o transporte de alguns utentes mais necessitados sob ponto de vista de mobilidade.

2 – Quanto ao que os utentes pagarão ao Centro Social:

2.1 – A cota anual da condição de associado que neste momento está fixada em 7,50 euros;

2.2 – Uma taxa única de 25,00 euros de inscrição como utente regular dos serviços e actividades;

2.3 – Para beneficiar dos lanches diários, servidos a meio da manhã e a meio da tarde, uma comparticipação entre 5 a 25 euros mensais, de acordo com os rendimentos declarados em sede de IRS.

2.4 – Para quem pretender almoçar nas instalações do Centro, evitando assim uma deslocação a casa, terá refeições fornecidas diariamente pela cantina de uma instituição social da nossa zona com a qual será estabelecida uma parceria de cooperação. O valor de cada almoço será o cobrado pela instituição fornecedora mas sempre com um valor de matriz social e bem abaixo do preço de refeições diárias praticadas na maioria dos restaurantes locais.

2.5 – Para além destes encargos, fixos ou eventuais, podem ser determinadas algumas comparticipações em eventos realizados no exterior do Centro, nomeadamente em passeios e excursões em autocarros e visitas a museus ou outras instalações privadas. Em todo o caso, para estas situações procurar-se-á requisitar autocarro e/ou carrinhas aos serviços municipais de modo a minimizar ou até suprimir os custos.

3 – Quanto a benefícios, os utentes terão acesso às instalações e às diferentes actividades ocupacionais, formativas, culturais, recreativas e desportivas que diariamente serão promovidas no Centro de Dia. Beneficiarão ainda de acompanhamento pontual de médico e de enfermeira bem como de apoio a necessidades dos utentes no que se refere ao tratamento de papeladas e burocracias quotidianas que possam ser impeditivas da presença no Centro, por exemplo ajudar um utente a tratar de um atestado ou de uma declaração de qualquer entidade ou mesmo efectuar marcação de consultas, análises e exames clínicos, etc.  Também no serviço de cozinha e de bar nas instalações do Centro terão sempre acesso a bebidas e a alimentos a preços de custo.

Outros benefícios e vantagens serão sempre tidos em conta, através de protocolos negociados e estabelecidos com entidades de âmbito social, médico, de serviços e de comércio, seja em descontos seja em condições especiais de acesso aos produtos e serviços.

Em resumo, estes são os principais esclarecimentos sobre os deveres e benefícios previstos para os utentes do Centro de Dia do Centro Social S. Mamede de Guisande, que obviamente serão ajustados em função das necessidades e realidades a cada momento, mas sempre numa perspectiva de ajuda social e benefício dos utentes, sobretudo dos mais idosos e dos mais carenciados.

Esta será sempre a conduta e a matriz do Centro Social e do seu Centro de Dia e Centro Cívico.

A Direcção do Centro Social

1 de agosto de 2017

Meu querido mês de Agosto



Meu querido mês de Agosto,
Por ti levo o ano inteiro a sonhar.
Trago sorrisos no rosto, 
Meu querido mês de Agosto,
Porque sei que vou voltar.

Meu querido mês de Agosto
Por ti levo o ano inteiro a sonhar.
Trago sorrisos no rosto, 
Meu querido mês de Agosto, 
e trago Deus para me ajudar.

A canção é do saudoso Dino Meira, que nos deixou já há quase 24 anos (11 de Novembro de 1993) e de algum modo contextualiza a importância tradicional do mês de Agosto para os portugueses, já que para uma larga maioria é o mês de férias e porque também é o mês por excelência em que os emigrantes, sobretudo de França e Suiça, regressam às suas terras para uns dias de descanso, convívio e ajuste de contas com as  saudades.

Em todo o caso, tanto para os portugueses que trabalham por cá como os que trabalham por lá, cada vez o Agosto é menos marcante pois as férias tendem a ser divididas ao longo do ano, sobretudo pela altura da Páscoa e Natal e ainda porque os imperativos das entidades empregadoras e do mercado de trabalho  cada vez menos permitem férias à fartazana e "à la carte". Esse tempo em que se entrava de férias com a pontualidade de um relógio já acabou há muito. E de resto faz sentido que assim seja pois, como diz o povo, alguém tem que trabalhar para que não pare o país, para que funcionem os serviços, o comércio e a indústria, sobretudo a produtiva. Para que a malta possa ir comer um "peixinho" ao Algarve é preciso que pescadores se abalencem ao mar e nos restaurantes trabalhem cozinheiros e empregados de mesa. Para que alguém possa ir comer uma postinha de vitela solteira em Lafões é preciso trabalhar o lavrador e o talhista. E por aí fora...

Por cá, este oitavo mês do nosso calendário é marcado sobretudo pela Festa em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, que será já neste fim-de-semana, no Monte do Viso. É sempre um ponto e momento de encontro de alguns emigrantes com as suas famílias e raízes. Um bom assado no forno na companhia da família ou uma sardinhada na barraca na segunda-feira da festa, ajudam a mitigar a dureza de meses passados longe da sombra da casa paterna. Por tudo isso,  por estes dias as coisas sabem melhor e Agosto ainda consegue trazer-nos um sorriso ao rosto, mesmo que nublado e sem calor que nos leve à praia.

31 de julho de 2017

5ª Feirinha Social

Questões - Os ases e as bases

Quando a estrutura concelhia de um partido político decide escolher um cabeça-de-lista candidato a umas eleições autárquicas, nomeadamente para uma Junta de Freguesia, não deveria, previamente, consultar a estrutura da base, os chamados núcleos, existindo estes, e por conseguinte os respectivos militantes? E mesmo no caso de uma recandidatura, para além dos núcleos, não deveria a mesma estrutura concelhia recolher previamente a opinião da restante equipa executiva?
Não sei a resposta de cada um, mas pessoalmente mesmo não pretencendo a nenhuma estrutura de base política, acho que em ambas as questões a resposta será sim, porque a mais natural e eticamente correcta. Deveriam ser consultados, mesmo que a jusante, na hora e no momento da decisão e formalização da escolha ou recandidatura, o resultado dessas consultas fosse literalmente ignorado, desconsiderado ou até mesmo "chutado para canto". 
Mas estes seriam os bons procedimentos que, convenhamos, nem sempre são doutrinários para quem de algum modo vive e depende da política. As boas regras e princípios não casam lá muito bem com os políticos, apesar das naturais e boas excepções.
Por conseguinte, para os ases do topo das estruturas, nomeadamente as concelhias, a malta das bases e dos núcleos só assumem algum interesse e importância na hora das convocatórias para encher salas de comícios, jantares-comícios, conferências e caravanas. Para o resto do tempo, são gente com relativa importância e interesse. Em determinadas circunstâncias e contextos os núcleos até serão elementos perturbadores para o status-quo das estruturas do topo e por isso areias na engrenagem das decisões porventura já decididas. Esta constatação é geral e mesmo transversal a vários partidos. Mas sim, ficaria bem ter alguma consideração por essa malta das bases, até por uma questão de internas pazes.