3 de outubro de 2019

Freitas do Amaral


Faleceu Freitas do Amaral. 

Figura mias do que conhecida e que dispensa apresentações. Com a sua morte, como disse o presidente da república Marcelo Rebelo de Sousa na mensagem de condolências, "... desaparece o último dos "pais" fundadores do nosso regime democrático, depois de Francisco Sá Carneiro, Álvaro Cunhal e Mário Soares, cada um a seu modo".

Não sei se será tanto assim, já que é restringir demasiado o leque de tanta gente que lutou e contribuiu para a democracia, e no caso de Álvaro Cunhal era bem conhecido o seu conceito de "democracia", mas de facto desaparece do mundo dos vivos uma das mais importantes figuras da nossa política do pós 25 de Abril de 1974.

Apesar de alguns "tropeções ideológicos", a propósito do seu último livro  "Mais 35 anos de democracia - um percurso singular", que abrange o período entre 1982 e 2017, editado pela Bertrand, recordou o seu "percurso singular" de intervenção política, afirmando que acentuou valores ora de direita ora de esquerda, face às conjunturas, mas sempre "no quadro amplo" da democracia-cristã.

Infelizmente actual classe política, na generalidade, já nada tem a ver com a massa e tarimba de que foram feitos políticos como do Prof. Diogo Freitas do Amaral. Mas ele foi o seu tempo e as suas circunstâncias.

Paz à sua alma!

2 de outubro de 2019

3ª Noite de Fados - Centro Social


(Nota: Sujeito a actualizações)

Plataforma Recuperar Freguesias

Tem circulado por aí um panfleto originário de uma designada Plataforma Nacional Recuperar Freguesias, na qual a nossa freguesia de Guisande terá aderido. 

Lendo o panfleto, percebe-se que há um princípio objectivo de  apelo ao voto útil nos partidos de esquerda em cujos programas eleitorais às Legislativas do próximo Domingo, 6 de Outubro constem orientações no sentido de repor a situação da extinção de freguesias decorrentes da "Lei Relvas", ou pelo menos no sentido de corrigir erros dela resultantes. 
Pelo que li, será o Bloco de Esquerda a ter uma posição mais generalista e de acordo com a vontade das populações e não de critérios e requisitos que não são mais que filtros para manter tudo na mesma. Mesmo o PCP tem uma posição semelhante.

Numa segunda versão do panfleto, talvez porque apelar a alguém de direita a votar em partidos de esquerda não venha a acolher o apoio da generalidade dos eleitores, agora a orientação da Plataforma, pelo menos no que se refere a Guisande, é no apelo ao voto em branco. 

Mesmo tendo feito parte do executivo inicial da nossa união de freguesias, fui e sou, obviamente, pela reposição das freguesias e de modo particular da de Guisande, ou mesmo, não sendo possível voltar à anterior situação, pelo menos uma correcção da composição da actual união de freguesias onde nos integramos, porque objectivamente é desequilibrada e que em seis anos, apesar do esforço, dedicação e vontade de alguns,  não mostrou o mínimo de eficácia nem resultou em vantagens administrativas nem mais valias no serviço de proximidade às pessoas. 
O saldo tem sido francamente negativo, por isso a dar razão a todos quantos de forma individual ou organizada pretendem a reposição e do respeito pelas freguesias afectadas. E quando se fala em freguesias nãos se fala de algo abstracto, mas de comunidades e de pessoas, unidas socialmente por factores e dinâmicas assentes em história e em cultura e delas em identidade.

Em todo o caso, creio que esta iniciativa e propósito da referida Plataforma, tendo o seu valor, pouco ou nenhum impacto terão Se algum impacto importa, o boicote puro e simples será mais eficaz e porventura mediático. Votar em branco, nada acrescentará ao que se pretende e tenderá a passar despercebido. 

Por sua vez, o tal voto útil, sobretudo no BE e PCP é uma opção legítima, que muitos seguirão, mas de efeitos práticos pouco prováveis já que são sempre partidos que por si só pouco peso terão nos propósitos que defendem. 

De resto, pela posição ambígua do PS, atente-se no que aconteceu recentemente com a reprovação  dos projectos de lei apresentados pelo Bloco de Esquerda na Assembleia da República, tendo os documentos sido rejeitados na generalidade com votos do CDS, PSD e do próprio PS, tendo o voto favorável de BE, PCP, PEV e do deputado socialista António Cardoso, este o promotor da petição pela desagregação de Pigeiros da União das Freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros.

Não sei se por isso ou se também por isso, certo é que o ainda deputado do Partido Socialista terá sido afastado da lista do círculo de Aveiro, o que se lamenta pois demonstrou coerência e fidelidade aos anseios da população neste processo de reposição da freguesia de Pigeiros, bem como no geral representou condignamente o nosso concelho enquanto deputado da República. É com pena que vejo que António Cardoso ficou de fora da lista. Sai, naturalmente a perder o concelho da Feira.

Mas esta questão, a de quem entre ou sai das listas, é obviamente um jogo de interesses e influências e de quem está do lado certo da onda ou certeiro na aposta do cavalos certo nas corridas internas dos partidos  nomeadamente nas estruturas concelhias e distritais. É um assunto que passa ao lado da generalidade das pessoas não militantes, mas que decorre de verdadeiras lutas entre correlegionários. Há quem ganhe e há quem perca. É certo que sendo lutas internas se poderá pensar que no final ficam todos amigos e a remar no mesmo sentido, mas na prática não é assim e as cicatrizes são mais que muitas e no interregno vão sendo delineadas estratégias de assalto ao poder e afiados os punhais. 

Coisas da política.

Mahatma Gandhi


Mahatma Gandhi - 150 anos sobre o seu nascimento

30 de setembro de 2019

Malhar em ferro frio


Confesso que relativamente à campanha para as Legislativas marcadas para o próximo Domingo, 6 de Outubro, vou "consumindo" o que me é servido pelos média, televisão, rádio e jornais. Confesso igualmente que estou na casa dos duplamente  indecisos: Ir ou não votar e indo, a quem entregar a cruzinha.

Em todo o caso, o que não é novidade, com o aproximar da data e pelo facto dos números que as sondagens vão ditando não agradarem  a uns e a outros, mesmo que por motivos diferentes, o discurso tende a inflamar e de uma parte procura-se meter o dedo em certas feridas, como o caso de Tancos, na berlinda dos dias, e do outro procura-se passar pelo fogo sem qualquer chamusco.

Parece-me, todavia, que o PS tem reagido de forma dura mas algo despropositada porque as questões colocadas à sua direita fazem na realidade pelo menos algum sentido e não vejo que sejam julgamentos, apenas interrogações óbvias e legítimas num quadro político. Houve ou não conhecimento, envolvimento e encobrimento e se sim, qual a responsabilidade e ilacções políticas. 

Pois claro, nesta altura do jogo não convém ir à casa de banho sob risco de se escorregar, mas impunha-se uma clarificação com coerência e sentido de Estado e não seria difícil fazê-lo. Ao contrário, pelas obreiras Carlos César e Augusto Santos Silva, entre outros, saiu a defesa da colmeia, com respostas / ataques duros. Do ainda ministro dos Negócios Estrangeiros, não surpreende, já que está na linha da sua célebre frase de 2009 de que "Gosto de malhar na Direita". Já Carlos César, a caminho de uma reforma dourada, também está na linha do camarada Jorge Coelho quando algures por 2001 dizia que "quem se mete com o PS, leva!.

Por outro lado, Augusto Santos Silva acusa a Direita de pretender colocar as instituições do Estado na lama, o que não deixa de ser irónico já que Azeredo Lopes, ex ministro da Defesa, e um dos envolvidos no caso de Tancos, terá acusado, mesmo que em entrelinhas, o Ministério Público de "conspiração e ataque políticos" contra o partido". Esta posição de resto, mesmo que não assumida por quem anda no andor da procissão da campanha, dizem os média que, em "off", colhe a mesma opinião no PS.
Ora o Ministério Público não pode ter uma agenda em função da da política e de alguma maneira "acusar" a instituição de "conspiração ou de ataque político" é grave. Mas o Ministro dos Negócios Estrangeiros, no seu low profile, diz que a lama anda no outro lado da barricada. Efeitos de perspectiva.

Por sua vez, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa têm, e bem, procurado minimizar e passar ao lado  quanto baste da fogueira, até porque a sua assinatura no relatório final  do inquério em sede de Comissão Parlamentar ao caso de Tancos, em que branqueia o papel do Governo e de Azeredo Lopes, pode vir a fazer mossa, mas se fizer, que seja mais à frente. 

Como se vê, políticos aguerridos. Mas também é verdade que Rui Rio não tinha necessidade de mexer no cócó já que este cheirava mal o suficiente e os portugueses não militantes não são anjinhos nem mentecaptos a ponto de não perceberem os contornos e gravidade do assunto e das respectivas conclusões e consequências políticas: Se relevantes a ponto de condicionarem o sentido de voto, se apenas "lana caprina".

Assim, este clima não ajuda em nada o esclarecimento e troca de ideias e ideais e desde logo para a melhoria da imagem geral classe política, que é baixa. Não havia necessidade.

Está ainda por vir o dia em que as campanhas eleitorais não tenham estes ingredientes no caldeirão. O contrário é que seria surpreendente.

29 de setembro de 2019

As faces da moeda e outras gretas


O Azevedo considera que a adolescente Greta sueca está a ser uma revolucionária dos tempos modernos e que tem marcado a diferença pelos ideais sobre a defesa do planeta contra as alterações climáticas, ralhando em altas tribunas contra os senhores do mundo, acusando-os de inacção e indiferença.

Por sua vez, o Tavares, sabe que a Suécia é terra de boas gretas e apesar de conhecer melhor a outra, encontra virtudes na Greta mais nova, e sobretudo pelo facto de ter despertado consciências, mas considera que é sobretudo um produto mediático e que interessa a gente manipuladora que a rodeiam. Passada a novidade e o impacto das redes sociais, tudo voltará à normalidade;

A Isabelina tem louvado nas redes sociais o papel do hacker Pinto, achando que o rapaz de cabelo à ouriço-cacheiro tem prestado um valioso serviço contra os corruptos e a corrupção, desvalorizando a forma e os meios como o "pirata" acedeu às informações privadas;

Por sua vez, o Resende considera que os meios não justificam os fins, sobretudo numa sociedade que valoriza e defende o direito à privacidade, seja na casa ou no computador ou telemóvel de cada um. E que a corrupção deve ser combatida com outras medidas mas nunca baseadas num crime menos criminoso.

O Rodrigues tem tecido violentas críticas contra um jogador de futebol adversário por um "arraial de porrada" por suposta "boa escola", que terá remetido um seu jogador para o lote de lesionados, esquecendo-se todavia, que esse mesmo "arruaceiro" poucos dias antes saíu de sua casa com a cabeça rebentada;

Por sua vez o Albino critica o Rodrigues e o seu clube por beneficiar de "cegueira" de um árbitro que não viu o suposto "arruaceiro" sair de cabeça rebentada com uma cotovelada adversária, aludindo à velhinha sentença de ser fácil ver um mosquito nos olhos dos outros e não sermos capazes de ver um camelo nos nossos.

O Moisés tem criticado a indústria da criação de vacas como uma das mais poluentes do planeta, e que o bicho entre o arrotar, peidar e cagar, polui mais que um automóvel, louvando a peregrina medida da Universidade de Coimbra de banir o consumo de carne de vaca. Por ele, irradiam-se as vaquinhas da Freita, do Gerês e do Barroso, mesmo que com isso se despovoem territórios interiores já quase desertos.

Já a Amélia considera que o Moisés até tem alguma razão, porque de facto é substancial o contributo dos ruminantes para o aquecimento global, mas critica-o por esquecer-se que o número de veículos em todo o mundo, mesmo em Portugal, é imensamente superior ao de número de cabeças de gado. Só em Portugal estima-se que existam 1 milhão e 500 mil ruminantes de grande porte enquanto que o número de veículos anda na ordem dos 6 milhões.

Por outro lado, o impacto da indústria automóvel não é o só o que sai do escape mas de toda a indústria produtiva associada. Para além disso, nos Estados Unidos, onde a criação de gado é industrial e massiva, bem como o consumo da respectiva carne, um estudo supostamente credível diz que se todos os americanos eliminassem totalmente o consumo de carne de vaca o impacto do efeito estufa associado reduzira no país apenas 2,6%. É alguma coisa mas obviamente insignificante.

Em resumo, em todas estas importantes questões, e outras que sejam, nem uns nem outros terão toda a razão nem nenhum deles terá a supremacia da verdade e da moral. Algures o bom senso diz que no meio é que está em virtude. O problema é mesmo o extremismo que há sempre nos dois lados, nos dois pontos de vista. Afinal uma moeda tem sempre dois lados e não é porque se atirada ao ar caír duas ou três vezes seguidas com a mesma face para cima, a outra deixa de existir.

Assim sendo, tudo é legítimo e tudo é discutível, mas dificilmente os nossos ideais, ideologias, clubismos, fanatismos ou fundamentalismos nos levarão a concordar com os outros. 

No caso da questão da actualidade quanto à necessidade urgente de concretizar medidas que pelo menos minorem os efeitos do aquecimento global, infelizmente poucos resultados darão e desde logo porque as acções nesse sentido têm que ser globais e coordenadas e não será por um pequeno país como Portugal que a coisa se salvará ou por uma universidade cortar no consumo de milhares de quilos de bifes e hamburguers, ou por uma criança se deslocar num luxuoso e caríssimo veleiro em vez de avião numa viagem da Europa a Nova Iorque.

Todos percebemos a verdadeira questão, mas esta necessidade urgente e extrema não é pólvora que tenha sido inventada por uma Greta, por mais louvável que possa ser na sua iniciativa e impacto provocado.

Mas a ver vamos, e oxalá que de facto pelo menos as consciências passem a ser outras, mais abertas, e que as futuras gerações de políticos sejam capazes de encontrar pontos de equilíbrio e sobretudo usar as boas tecnologias para reduzir ou minorar impactos da massificação da indústria e do consumo.
Seja como for, estes pontos de reflexão, são, também eles, apenas um dos lados da moeda.

23 de setembro de 2019

Nota de falecimento


Faleceu Margarida Elsa de Pinho, de 87 anos, da Casa do Santiago, no lugar das Quintães, onde residia.
O corpo estará na capela mortuária de Guisande neste dia 23 de Setembro a partir das 18:00 horas. O funeral será amanhã, Terça-Feira, 24 de Setembro, pelas 16:00 horas, com missa de corpo presente na igreja matriz de Guisande, indo de seguida a sepultar no cemitério local em jazigo de família.

A tradicional missa de 7º dia ocorrerá no Sábado próximo, 28 de Setembro, pelas 19:00 horas na igreja matriz de Guisande.
Os nossos sentidos sentimentos a todos os seus familiares, particularmente a seus irmãos.

Que descanse em paz!