22 de julho de 2021
21 de julho de 2021
Mais vale tarde....
A ter em conta as movimentações (vi na Rua do Cruzeiro), parece que se iniciaram as limpezas das ruas em Guisande. É certo que estamos praticamente a dois meses das eleições e a limpeza já deveria ter tido lugar bem antes. Nalguns locais a vegetação está com uma altura que impede mesmo a circulação nos passeios (por exemplo junto à presa de Lamoso em Casaldaça.
É sabido que esta situação das limpezas não é fácil, tendo em conta a dimensão do território da União das Freguesias bem como a escassez de funcionários, mas salta à vista que pelo meio há alguma falta de critério e de sentido de gestão e o modelo adoptado já deu mostras que não resulta. Parece-me que em várias situações resultaria melhor efectuar as limpezas com mais frequência e com a vegetação menos crescida e certamente perder-se-ía menos tempo por ronda e reduziria os volumes de resíduos a transportar e a depositar.
Por outro lado, o modelo ideal seria que cada freguesia tivesse funcionários a ela alocados; certamente que em proporção, mas de tal resultaria que em cada dia estivesse sempre alguma rua a ser limpa e com a gestão a ser feita mediante as necessidades, ou de crescimento ou de impacto.
Não sendo assim, verifica-se que as rondas de limpeza, pelo menos em Guisande, são muito intervaladas e a vegetação nesse período cresce ao máximo, aumentando e amadurecendo as sementes e com isso uma maior disseminação e probabilidade de crescimento e propagação das plantas.
Mas, como diz o povo, manda quem pode.
Não sendo fácil, poder-se-ia pelo menos tentar adoptar novos modelos e novas formas, mas, também como diz o povo, o que nasce torto dificilmente endireita e parece que o que vai dando é tocar a mesma tecla.
20 de julho de 2021
Recolha de Sangue - 24 de Julho de 2021
No próximo Sábado, 24 de Julho de 2021, das 09:00 às 13:00 horas, será realizada mais uma colheita de sangue nas instalações do Centro Social S. Mamede de Guisande, no Monte do Viso.
Num período em que habitualmente são relatadas carências de sangue nas nossas unidades hospitalares, ganha uma acrescida importância a generosidade dos dadores.
É certo que os dadores têm sido desconsiderados pelas entidades estatais, o que em muito tem contribuído para um decréscimo das dádivas, mas importa não ficar indiferente a esta necessidade cívica e porque dessa generosidade todos podemos vir a beneficiar. Por isso, venha doar sangue e doar vida.
Matagal social
Já percebemos que a envolvente nascente ao edifício de Habitação Social em Casaldaça é coisa que não merece atenção, nem dos próprios moradores, alheios a tratar de algo que usam mas não é seu, nem da Câmara Municipal, nem da Junta de Freguesia. Assim, a vegetação cresce à vontade e transforma-se em silvado, desrespeitando as tais normas quanto à limpeza e gestão de faixas de combustível para precaver incêndios e suas consequências.
Depois, quando muito uma vez por ano, reactivamente lá vem alguém cortar a selva. Parece-me que a limpeza a ser efectuada pelo menos umas 3 ou mesmo 4 vezes por ano ocuparia menos funcionários e menos tempo porque mais fácil. Mas quem manda não pensará da mesma maneira e decidirá inteligentemente que não limpar de todo ocupa bem menos tempo e dispensa funcionários.
Como se tal situação não bastasse, há algumas semanas uma empresa de manutenção veio ali abater algumas árvores que estariam debaixo das linhas de electricidade de média tensão e as mesmas ali estão esparramadas, com a rama a secar e a transformar o local num potencial foco de incêndio para além do aspecto de puro desmazelo.
Custa a acreditar nos critérios de trabalho de quem faz estas coisas, mas parece claro que o normal e razoável seria que logo que abatidas as árvores o material resultante, troncos, ramos e folhagem, fosse recolhido.
Assim, vamos ver até quando a coisa se manterá nessa situação. Dias, semanas, meses?
19 de julho de 2021
Amigos, amigos, política à parte
Ainda não vi nem li documento oficial que o confirme, mas a ter em conta informações tidas como fidedignas, o representante de Guisande na lista do PS- Partido Socialista, concorrente às próximas eleições autárquicas, será novamente Celestino Sacramento, antigo presidente de Junta.
Ou seja, pelo PSD teremos Joaquim Santos e pelo PS será Celestino Sacramento. Não deixa de ser curiosa esta situação tendo em conta que ambos são amigos e fazem parte do elenco directivo do Centro Social de Guisande.
Esta conjugação pode ter outras leituras, mas para mim resulta de que a política não tem necessariamente de ser divisionista ou fracturante, e embora por vias e pessoas diferentes, os interesses de uma freguesia podem ser defendidos em diferentes lados e por diferentes visões relativamente ao posicionamento político.
Assim, importante será que qualquer um deles, em caso de eleição e se na Junta ou na Assembleia de Freguesia, possam ter voz activa e empenhada na defesa das particularidades e necessidades de Guisande no contexto da União.
Se me perguntam quem tem melhores condições de vencer em Guisande, respondendo e deixando de lado as aprecições de estilo e personalidade, porque diferentes, mas apenas pela leitura do contexto actual que tenho por aqui analisado, parece-me que Celestino Sacramento e o PS têm todas as condições para ganhar, porque objectivamente o impacto da gestão do PSD em Guisande neste último mandato foi de facto uma nulidade, em todas as frentes. Se é certo que o primeiro mandato, porque mais curto e com as finanças condicionadas por responsabilidades herdadas das anteriores Juntas, foi difícil e mesmo com o ônus do experimentalismo face à nova realidade administrativa, ainda assim se conseguiram realizar certas obras e melhoramentos. Nos últimos quatro anos, num mandato já a expirar, paradoxalmente tem sido de facto uma nulidade, e nem mesmo nos aspectos básicos de limpeza das ruas as coisas correram bem, como o panorama na envolvente no edifício da Habitação Social o demonstra.
Creio que por este cenário será difícil ao PSD e seus concorrentes explicar aos Guisandenses que tal nulidade não terá resultado de algum ressentimento pela vitória do PS em Guisande, em contra-mão com as restantes freguesias. E não venham, como bandeira, com a lista das pavimentações porque o povo não é burro e sabe que estas foram da exclusiva responsabilidade e investimento da Câmara Municipal, a exemplo do que tem feito por todo o concelho, num esforço notório da requalificação das nossas estradas. E mesmo assim tudo indica que ainda vão ficar algumas ruas em mau estado, como a da Zona Industrial, a Rua de Estôse e Rua dos Quatro Caminhos ou mesmo parte da Rua de Trás-os-Lagos.
Vamos, pois, ver no que dá esta interessante disputa entre dois amigos em posições diferentes. Certamente que terão em comum a defesa de Guisande bem como da concretização de apoio ao processo de funcionamento do Centro Social, o qual, recorde-se, tem estado condicionado por opções políticas ao nível do Estado bem como por sucessivos entraves, para além do contexto da pandemia.
A ver vamos, sendo certo que me parecem ambos dois bons candidatos. Esperava-se, é certo, novos elementos, com outra juventude e dinâmica, tanto mais que ambos já deram o seu contributo no passado, mas isso também revela as dificuldades no contexto actual em conseguir cativar elementos mais jovens para estas coisas da cidadania e poder local. O cenário de uniões de freguesias veio afastar todos aqueles que no passado o faziam por amor à terra. Assim, como diria o outro, é o que se pode arranjar!
18 de julho de 2021
PR13 - Na senda do Paivô - Revisita
Segunda visita ao trilho do PR13 "Na Senda do Paivô". Ponto de partida na aldeia de Regoufe, encastelada na encosta sul dos montes onde noutros tempos a extracção de volfrâmio deu uma vida inusitada a esse local ermo. Terminada a Guerra, o minério deixou de ter o interesse, abandonaram-se as galerias e as máquinas e a aldeia voltou à sua pacatez de antanho, aos campos e aos rebanhos.
O complexo mineiro à entrada da aldeia, noutros tempos de paredes de branco caiadas, são agora esqueletos graníticos cinzentos, abandonados, apenas como figurantes de fotografias dos muitos forasteiros que à procura de aventura ou para matar curiosidades ou encaminhados por roteiros, ali vão parar de olhos no chão na esperança de encontrarem um resto do pesado e negro minério.
Lá em baixo, débeis pelo estio, correm os ribeiros da Várzea e da Sardeira, dando de beber aos verdes milheirais, para logo abaixo, perto do caminho que conduz a Drave, se unirem para dar lugar à ribeira de Regoufe, que por sua vez lá mais para baixo se encontra com as águas mais impetuosas do Paivô, que já traz as águas frias do rio de Frades.
O trilho segue quase todo definido por pesadas lajes de granito ali arrumadas por mãos e braços fortes de gente valente. Praticamente em plano e descida, chega-se à bonita aldeia de Covêlo de Paivô, uma espécie de irmã de sorte e destino de Regoufe, mais fresca, porque a uma menor altitude e banhada pelo Paivô.
Junto à ponte da estrada que conduz a Rio de Frades, Bouceguedim e Ponte de Telhe, oferece-nos, ao lado de um velho moinho em ruína, um local aprazível de águas cantantes, convidando à merenda antes de pôr os pés ao caminho de volta, que ao contrário da vinda, há-de agora ser em subida e por isso bem mais duro o regresso até porque o "forno" já aqueceu mais uns graus. Felizmente, dois ribeiros generosos da margem direita da ribeira de Regoufe resistem ao calor do Verão e dão as suas águas límpidas e frescas às bocas sequiosas.
Já em Regoufe, espera-nos o restaurante "O Mineiro" e a simpatia e simplicidade da proprietária, que dividindo a azâfama entre as suas cabras e as suas hortas e o restaurante, anda numa roda viva mas no final encontra uns minutos para alguns dedos de conversa. Poucos o percebem, e da "cidade" muitos nela apenas veem uma camponesa vigorosa e simpática, a quem fazem perguntas inocentes, mas esta professora aposentada é pessoa de cultura e de boas relações e amiga de políticos e nomes grandes do concelho.
Creio que com esta foi a terceira vez que ali retemperamos forças do desgaste dos trilhos e já está à vista uma próxima, depois de mais um trilho marcado para aqueles montes tão imponentes quanto inclinados. Havemos de descer ao Paiva, calcorrear Janarde, Meitriz, Deilão e Fragoselas, entre outros locais encrustados naquelas encostas.
16 de julho de 2021
Cidadania, desenvolvimento e...carteiristas
(...) A relação entre o indivíduo e o mundo que o rodeia, construída numa dinâmica constante com os espaços físico, social, histórico e cultural, coloca à escola o desafio de assegurar a preparação dos alunos para as múltiplas exigências da sociedade contemporânea.
A complexidade e a acelerada transformação que caracterizam a sociedade contemporânea conduzem, assim, à necessidade do desenvolvimento de competências diversas para o exercício da cidadania democrática, e, por isso, a escola tem um papel importante na construção de práticas de cidadania.
Com efeito, os valores da cidadania encontram-se consagrados nos princípios da Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.º 46/86, de 14 de outubro), estabelecendo-se que o sistema educativo deverá ser organizado de modo a contribuir para a realização dos alunos, através do pleno desenvolvimento da sua personalidade, atitudes e sentido de cidadania. Deste modo, os alunos são preparados para uma reflexão consciente sobre os valores espirituais, estéticos, morais e cívicos, no sentido de assegurar o seu desenvolvimento cívico equilibrado. (...)
O texto acima, coisa bonita, é parte do enquadramento curricular da disciplina "Cidadania e Desenvolvimento" nas nossas escolas.
Tão bonito e profundo, ficamos com a ideia que já estamos numa sociedade onde predominam os exemplos de boa cidadania.
É claro que os valores inerentes às antigas disciplinas de "Educação Cívica, Moral e Religião", como vírus pandémico, foi para o caixote, porque a escola quer-se laica.
No entanto, a qualidade da nossa cidadania pode medir-se por alguns exemplos práticos. Ainda há dias soube que um amigo, por descuido, acabou por perder a sua carteira, com documentos vários, como cartão de cidadão, carta de condução e cartões bancários, para além de uma bonita quantia de dinheiro em notas.
Pergunta-se: Qual a probabilidade da carteira ser encontrada por alguém e que a devolva intacta? Alguém arrisca dizer que em cem pessoas talvez duas ou três? Mesmo assim, com duas ou três já será optimismo demasiado e cega confiança na humanidade.
De facto, a carteira que acabou por ser encontrada por alguém, porque perdida e não furtada, foi arremessada para uma qualquer valeta a cerca de 10 Km do local onde foi perdida, felizmente, e do mal o menos, com os documentos, mas obviamente sem o dinheiro. Ou seja, este tipo de desfecho é hoje em dia o mais expectável, porque podemos obrigar as nossas crianças à tal disciplina de "Cidadania e Desenvolvimento" que na prática e na boa formação, isso vale quase rigorosamente "zero".
Assim sendo, a norma, a normalidade, é a desonestidade, a falta de valores e sentido de humanidade. O outro, é um ser abastracto, a quem se surripia com toda a naturalidade e sem qualquer peso na consciência, algo que lhe pertence.
Assim sendo, vamos fazendo de conta que o jardim está cheio de flores radiosas e perfumadas e que "...os alunos são preparados para uma reflexão consciente sobre os valores espirituais, estéticos, morais e cívicos".
Tretas! E tretas porque a par disso bem sabemos como andam os valores da disciplina e responsabilidade. Tretas!
Em suma, os dias de hoje não são dados a deixar portas abertas e a descuidos com carteiras. Na casa, alarmes, cercas electrificadas e pitbulls sem açaimes a mostrar os dentes ao portão poderão ter alguma eficácia no combate à "boa e moderna cidadania". Confiar na cidadania da gente que anda a ser formada, é fazer figura de anjinho.
Não generalizando, pois, claro, porque em cem haverá dois ou três, da velha guarda, que aprenderam a coisa pela boa educação e melhor disciplina, mas as coisas são como são.