18 de julho de 2021

PR13 - Na senda do Paivô - Revisita

 




















Segunda visita ao trilho do PR13 "Na Senda do Paivô". Ponto de partida na aldeia de Regoufe, encastelada na encosta sul dos montes onde noutros tempos a extracção de volfrâmio deu uma vida inusitada a esse local ermo. Terminada a Guerra, o minério deixou de ter o interesse, abandonaram-se as galerias e as máquinas e a aldeia voltou à sua pacatez de antanho, aos campos e aos rebanhos. 

O complexo mineiro à entrada da aldeia, noutros tempos de paredes de branco caiadas, são agora esqueletos graníticos cinzentos, abandonados, apenas como figurantes de fotografias dos muitos forasteiros que à procura de aventura ou para matar curiosidades ou encaminhados por roteiros, ali vão parar de olhos no chão na esperança de encontrarem um resto do pesado e negro minério. 

Lá em baixo, débeis pelo estio, correm os ribeiros da Várzea e da Sardeira, dando de beber aos verdes milheirais, para logo abaixo, perto do caminho que conduz a Drave, se unirem para dar lugar à ribeira de Regoufe, que por sua vez lá mais para baixo se encontra com as águas mais impetuosas do Paivô, que já traz as águas frias do rio de Frades.

O trilho segue quase todo definido por pesadas lajes de granito ali arrumadas por mãos e braços fortes de gente valente. Praticamente em plano e descida, chega-se à bonita aldeia de Covêlo de Paivô, uma espécie de irmã de sorte e destino de Regoufe, mais fresca, porque a uma menor altitude e banhada pelo Paivô. 

Junto à ponte da estrada que conduz a Rio de Frades, Bouceguedim e Ponte de Telhe, oferece-nos, ao lado de um velho moinho em ruína, um local aprazível de águas cantantes, convidando à merenda antes de pôr os pés ao caminho de volta, que ao contrário da vinda, há-de agora ser em subida e por isso bem mais duro o regresso  até porque o "forno" já aqueceu mais uns graus. Felizmente, dois ribeiros generosos da margem direita da ribeira de Regoufe  resistem ao calor do Verão e dão as suas águas límpidas e frescas às bocas sequiosas.

Já em Regoufe, espera-nos o restaurante "O Mineiro" e a simpatia e simplicidade da proprietária, que dividindo a azâfama entre as suas cabras e as suas hortas e o restaurante, anda numa roda viva mas no final encontra uns minutos para alguns dedos de conversa. Poucos o percebem, e da "cidade" muitos nela apenas veem uma camponesa vigorosa e simpática, a quem fazem perguntas inocentes, mas esta professora aposentada é pessoa de cultura e de boas relações e amiga de políticos e nomes grandes do concelho. 

Creio que com esta foi a terceira vez que ali retemperamos forças do desgaste dos trilhos e já está à vista uma próxima, depois de mais um trilho marcado para aqueles montes tão imponentes quanto inclinados. Havemos de descer ao Paiva, calcorrear Janarde, Meitriz, Deilão e Fragoselas, entre outros locais encrustados naquelas encostas.