5 de agosto de 2021

Portugueses de gema

O Pedro Pablo Pichardo conquistou uma medalha de ouro olímpica na prova de triplo salto. Um orgulho para Portugal. Nada como um cubano a trazer uma medalha de ouro para a nação valente e de nobre povo.

Pichardo quando desertou da selecção cubana, a ideia de seus pais era ficarem na desenvolvida Suécia, mas entre um clima frio e um clima quente, a família acabou por escolher Portugal. Ou seja, o tempo quentinho acabou por ser determinante para Portugal conquistar uma medalha dourada. faz sentido.

Mas a delegação olímpica portuguesa está recheada de muitos outros portugueses de gema. Fu Yu, Shao Jieni, Tamila Holub, Anti Egutidze, Marta Pen, Luciana Dinis, Lorene Bazolo, etc, etc

Em resumo, o que não falta por ali são atletas portugueses de gema, nascidos noutro qualquer país. Alguém fez as contas e dizem que são pelo menos 16 atletas estrangeiros e naturalizados, para além dos relacionados com os países das nossas ex-colónias africanas.

Esta coisa da representatividade de um país já foi coisa que deu uvas e hoje em dia é apenas um grupo de atletas ao serviço da nação. Mas esta nacionalidade administrativa não é coisa exclusiva de Portugal nem ao nível das delegações olímpicas. Veja-se o caso das ditas selecções nacionais de futebol onde atletas estrangeiros nacionalizados vestem as cores dos países. Um atleta de raça negra entre louros e de olhos azuis a representar a Suécia já é coisa vulgar. Globalização e perda de identidades nacionais. Para o bem e para o mal, os tempos são outros.

Veja-se o caso demonstrativo da selecção de andebol do Qatar em que 70% da equipa são naturalizados. Mesmo no Campeonato do Mundo de Futsal, as várias selecções têm tido ao seu serviço dezenas de jogadores brasileiros, incluindo técnicos. Em resumo, está subvertida quase globalmente a questão das selecções constituídas apenas por naturais.

Percebe-se esta globalização e os interesses das naturalizações administrativas, numa certa filosofia de que basta colocar um pardal num ninho debaixo de um alpendre para passar a ser uma andorinha. É sempre apetecível para um país naturalizar e apoiar um atleta estrangeiro desde que este demonstre potencial para ganhar umas medalhas como se o mérito fosse do país.

É mais difícil e dispendioso um programa nacional de desporto escolar exigente e politica desportiva integrada. Portanto, siga-se pela estrada mais larga e plana, a das naturalizações. Além do mais, o processo de naturalização de Pichardo foi do tipo "relâmpago", não fosse escapar para outro país, num processo manhoso e sem cumprir os requisitos mínimos exigidos a outros cidadãos, nomeadamente a outros atletas, como foi o caso de Nélson Évora, Naíde Gomes e Francis Obikwelu. De resto, em parte, para além de alguma natural invejazinha, resulta daí o diferendo entre Nélson Évora e Pichardo. 

As coisas são como são, mas como já não há idades de inocência, pelo menos podia-se deixar de lado estas hipocrisias e eufemismos de enganar tolos, pois tais atletas em rigor não são portugueses e como tal não representam Portugal, mas apenas assalariados ao seu serviço, representando-se apenas a eles próprios. 

Mas neste faz de conta, Portugal, sem política de desporto escolar e nacional, sem infra-estruturas adequadas, com os chefes políticos Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, à cabeça, exulta orgulhoso com uma medalha de ouro conquistada por um cubano, que já era campeão antes de desertar para o nosso país. Até podia ser da Concochina, desde que vista a camisola da nação e se faça ouvir o "Heróis do Mar..."...será orgulhosamente português de gema.

Pena que Usain Bolt, e outros grandes nomes do atletismo não tivessem querido vir para o nosso país. Teríamos seguramente mais uma medalhas.

Gracias, Pichardo! Olé, Olé!

4 de agosto de 2021

Lista do PSD à Câmara da Feira

 


Foi já apresentada a lista candidata do PSD - Partido Social Democrata à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, concorrente às próximas eleições autárquicas que terão lugar a 26 de Setembro próximo. 

Comparativamente ao actual executivo, há a registar saídas importantes e naturalmente entradas para as colmatar. Da equipa do atual executivo PSD, registam-se as saídas de Cristina Tenreiro, Helena Portela, António Topa Gomes e Teresa Vieira. Apesar de se ter falado nas suas saídas, mantêm-se Vítor Marques e Gil Ferreira. 

Com o Dr. Emídio Sousa à cabeça, o segundo lugar da lista será ocupado por Amadeu Albergaria, advogado, de S. João de Ver. Em terceiro lugar, surge a economista Sónia Azevedo, natural de Lourosa. O atual vereador do Pelouro da Proteção Civil e Ação Social, Vítor Marques, surge na quarta posição, seguindo-se Gil Ferreira, atual vereador do Pelouro da Cultura. 

A arquiteta paisagista, Ana Osório e o empresário Mário Jorge Reis, que cumpre ainda o seu último mandato enquanto presidente da Junta de Freguesia de Rio Meão, Beatriz Silva, natural de Argoncilhe, gestora de empresas, Alexandra Rocha, assistente de direção, e André Coelho, de Santa Maria de Lamas, advogado, completam a lista.

[fonte: Jornal N]

2 de agosto de 2021

Visitas e visitantes

 



Mesmo sem o empurrão do Facebook, ainda dispensado de serviço, este nosso espaço continua  a ser bem frequentado e no dia de ontem, Domingo, registamos 1061 diferentes visitas.

Naturalmente que não sendo nada transcendente, é óbvio que o espaço continua a interessar a muitos guisandenses, incluindo os da comunidade emigrante dos quais recebemos ecos positivos como espaço de ligação à sua terra. 

Um obrigado pelo vosso interesse e agradecemos que vão partilhando de modo a chegar a mais guisandenses.

Afinal havia outro....

A propósito das Eleições Autárquicas marcadas para 26 de Setembro próximo, há dias noticiamos aqui que Joaquim Santos, ex-presidente de Junta da Freguesia de Guisande e actual presidente do Centro Social de Guisande, tinha sido escolhido para integrar a lista concorrente pelo PSD na União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, como candidato ao cargo de tesoureiro. Uma situação normal e esperada e que certamente, em caso de eleição, corresponderia a um bom representante para Guisande, porque dela conhecedor. Tomou parte, inclusive, na sessão de apresentação das listas do partido a nível concelhio e foi mesmo tirar as fotos oficiais para a campanha.

Pois bem, ainda sem conhecer oficialmente o alinhamento definitivo da lista, parece que as coisas deram uma reviravolta e, "chamando os bois pelos nomes", o Joaquim Santos foi "afastado" da lista, de tesoureiro para vogal e pouco depois foi mesmo "encaminhado" para a porta de saída. Mesmo admitindo a a sua eventual concordância ou um "encolher de ombros" face a este saneamento, para, compreensivelmente num sentido de responsabilidade para com o partido, não levantar ondas nem agitar as águas numa fase crucial, todo este filme é exibido com um mau argumento num misto de drama e comédia.

Falta confirmar oficialmente o que se sabe oficiosamente, mas esperemos que não se confirme a saída do Joaquim Santos, pois para além de "um tiro no pé", esta situação pode ser interpretada pelo eleitorado como um desrespeito que, a somar ao quase total ostracismo a que foi votada a freguesia neste mandato, trará óbvias dificuldades à lista do PSD em justificar esta situação. Mais do que justificar, convencer.

Vamos aguardar pela confirmação desta estranha situação, mas numa primeira impressão parece haver contornos no mínimo "estranhos" e a carecerem de boas explicações. O eleitorado, particularmente o do PSD, merecerá isso. É que a confirmar-se, nem quem afastou nem quem foi afastado ficará bem nesta fotografia.

Na eventualidade da "saída" se confirmar, espera-se que o lugar seja preenchido por alguém bem conhecedor da freguesia e, naturalmente, candidato à função de secretário ou tesoureiro. O contrário, será piorar ainda mais a situação e acentuar a desconsideração para com a  freguesia, tão ostracizada neste último mandato.

Figuras

 


Pedro Ferreira, de 35 anos, nosso conterrâneo (Rua das Quintães - Guisande), foi o escolhido pelo Bloco de Esquerda para liderar a lista concorrente à Junta de Freguesia de São João de Ver, nas próximas Autárquicas.

Votos de sucesso!

1 de agosto de 2021

Paróquia de S. Mamede de Guisande - Novo ciclo

 


A coisa já era sabida há algum tempo, mas foi agora comunicada à paróquia por ele próprio: O Pe. Arnaldo Farinha vai regressar a Angola e à sua Diocese de Benguela, onde às ordens do seu Bispo, D. António Francisco Jaca, irá fazer parte da estrutura da Curia Diocesana local.

Assim, 7 anos depois de tomar posse como pároco de S. Mamede de Guisande (12 de Outubro de 1914), regressará às origens. Deixa igualmente a paróquia de Pigeiros, para a qual tinha sido nomeado há escasso tempo (apenas um ano), depois de ter deixado a paróquia do Vale.

O Bispo da Diocese do Porto nomeou para o lugar do Pe. Farinha o sacerdote António Jorge Correia de Oliveira, que para além de Guisande e Pigeiros assumirá a paróquia das Caldas de S. Jorge, já que o anterior pároco, Pe. José Carlos, deixará essa função.

É certo que os bispos encontram sempre uma justificação justificadamente justificada, mas, em boa verdade, este constante saltar de paróquias pode procurar resolver imbróglios e ajustar as peças no tabuleiro e escassez de sacerdotes, mas em nada ajuda à sedimentação das comunidades que tendencialmente se desagregam com cada recomeço e isso porque inevitavelmente cada novo pároco traz novas ideias e novas formas de ser, e nem sempre afinadas às dinâmicas já criadas, dos usos e costumes ligados a cada paróquia. 

Será, por tudo isso, uma espécie de lotaria ou um tiro no escuro o que se espera do novo ciclo. Ademais, com três paróquias ao seu serviço e com a terra natal apelativamente mais próxima, não é de esperar melhorias no aspecto de disponibilidade, pelo que se aguarda um regime de serviços mínimos e um "dividir o mal pelas aldeias". Depois, é normal que num ninho, a cria mais pequena é débil seja posta de lado, porque há bicos maiores e mais abertos.

Esperemos, pois, que o Pe. António Jorge, que entretanto tomará posse, se integre de forma positiva e que seja dinamizador e congregador de toda a comunidade e de todos os movimentos a ela ligados, e procure reunir o que do rebanho tresmalhado tem andado. Não será tarefa fácil, mesmo para quem exercia o múnus de Vigário, por isso conhecedor das diferenças de paróquias, suas necessidades e singularidades.

Quanto ao Pe. Arnaldo Farinha, certamente que encarará o seu novo ciclo com sentido de obediência ao seu Bispo e missão à Igreja e apesar das dores da separação e do adeus a uma comunidade onde naturalmente se afeiçoou e criou laços, saberá encontrar forças que o animem no seu caminho. No geral ficamos agradecidos pelo seu esforço e dedicação ao longo destes anos, mesmo que nem sempre do agrado de alguns.

O Pe. António Jorge Correia de Oliveira tem 52 anos, sendo natural de Cepelos - Vale de Cambra. Era pároco de S. Pedro de Ataíde, S. Romão de Carvalhosa, S. Paio de Oliveira e Santa Eulália de Banho (Marco de Canaveses) e Vigário da Vara da Vigaria de Amarante – Região Pastoral Nascente. 

Fazemos votos para que, uma vez empossado, tenha êxito na sua missão e encontre em Guisande uma paróquia unida e em prontidão para um novo ciclo. Que também saiba compreender e interpretar as suas particularidades e que delas tire o melhor no sentido de união e dinamismo, não só no contexto estritamente do serviço religioso mas nos diferentes factores que a ele se interligam..

Senhora da Boa Fortuna



Pois claro! É hoje o dia dela, mas pela tortuosidade dos caminhos desta nossa sociedade mascarada que nem foras-da-lei de um qualquer oeste selvagem, a coisa fica reduzida a serviços mínimos, com a celebração da missa que há-de ter lugar daqui a nada. 

O resto serão memórias, mais ou menos recentes, numa esperança fundada de que para o ano havemos de nos recolher nos braços da normalidade como filhos pródigos fartos de surripiar bolotas e alfarroba aos porcos e regressar aos braços do pai que há-de mandar abater o vitelo gordo num sacrifício redentor. Assim seja!

Num "salve-se quem puder", pelo menos já maiores e vacinados, havemos de, lá mais para a hora do almoço, celebrar o dia, mas também celebrar a vida.