28 de novembro de 2022

Romaria - Variante Arouca-Feira

Nisto da curiosidade somos quase todos iguais. Também curioso, fui já experimentar a nova variante Feira-Arouca, um eufemismo para apenas um troço de pouco mais de 7 Km, entre o lugar da Abelheira- Escariz e Gândara-Pigeiros na rotunda da saída da A32, acabada de inaugurar com pompa e circunstância a merecer a visita de um ministro.

Respeitando a velocidade de 70 Km/hora, fez-se em 7/8 minutos. Já tinha experimentado a anterior alterantiva pelas estradas interiores e apenas registei uma diferença de 3/4 minutos. Assim mais do que o tempo poupado, vale a qualidade e segurança do percurso o que pode fazer diferença sobretudo como acesso ao Hospital da Feira para as gentes de Arouca. 

Não sou especialista de tráfego de trânsito e muito menos decisor, mas considero que sob um ponto de vista de retirar trânsito em algumas das ruas locais, sempre tão degradadas, talvez se justificasse uma entrada/saída intermédia, porventura na intercepção da estrada que liga Romariz a Cesar, ali na zona de Vila Nova, mas até pelas características do terreno e relacionamento das duas vias, certamente que o custo dispararia. 

Assim a via é, sem dúvida, muito importante mas, a bem dizer, apenas para Arouca, e para aqueles que de algum modo vivem próximos das entradas. Para o resto, para os aglomerados dispostos ao longo de toda a via,  e mesmo para a generalidade do concelho da Feira, o interesse é muito relativo ou mesmo reduzido.

É claro que que com uma extensão tão curta nunca poderia servir muita população, tanto mais que, como disse, prescindiram de uma ligação intermédia. Sem dúvida, reitero que é importante mas quase exclusivamente para Arouca, o que de resto é merecido. Já ouvi loas exageradas quanto ao interesse da via para o concelho da Feira, o que é manifestamente exagerado. Os de Arouca precisam da via sob um ponto de vista de rentabilidade empresarial e sobretudo de acessos das populações aos equipamentos de saúde centrais, já que se servem essencialmente do Hospital S. Sebastião. Já os feirenses, esses vão a Arouca principalmente pelo laser, à vitela e ao pão-de-ló, pouco mais.

Ainda do que vi, tal como na A32, serão ainda muitos os problemas de escoamento/drenagem de águas, sendo visível as estradas na periferia cheias de lamas. Os empreiteiros são mestres a adotar soluções espertalhonas e poupadinhas, mesmo na reposição de entradas, acessos e caminhos e com elas o prejuízo de terceiros.  A ver vamos se será mais do mesmo que se verificou na A32.

Entretanto, como era expectável, era uma romaria de carros a experimentar. Tenho dúvidas que na normalidade diária o percurso tenha assim tanto trânsito simultâneo nos dois sentidos.

27 de novembro de 2022

Raimundo José da Fonseca, meu bisavô materno



Raimundo José da Fonseca, era meu bisavô materno. Nasceu em 17 de Outubro de 1884 e faleceu em 17 de Novembro de 1929, muito jovem, apenas com 45 anos.

Era filho de António José da Fonseca e de Maria de Oliveira, meus trisavôs maternos, ambos do lugar do Carvalhal, freguesia de Romariz.

Por sua vez, era neto paterno de Manuel José da Fonseca e de Margarida Rosa de Jesus e neto materno de Manuel Ferreira da Silva e Ana Maria d´Oliveira (todos estes meus tetra-avôs maternos)

Tinha 22 anos quando casou em 9 de Maio de 1907, com Margarida da Conceição  (minha bisavó), esta filha de António Caetano de Azevedo e de Maria da Conceição, do lugar das Quintães - Guisande. Tinha 21 anos quando casou.

Este meu bisavô, tal como o seu pai,  era um afamado mestre canteiro (oficial de pedreiro) e pela nossa região são várias e autênticas pérolas de granito rendilhadas por si e por alguns familiares que com ele trabalhavam. 

Em Guisande é conhecida a capela mortuária da família da Casa do Moreira, do lugar da Igreja e ainda o mausoléu  da família do meu avô paterno. Mesmo na sacristia da nossa igreja a bonita fonte ali existente é de sua autoria.

Nas imagens abaixo, o mausoléu no cemitério em Guisande, com a imagem em mármore de Nossa Senhora e ainda um de características similares, existente no cemitério de Fermedo - Arouca, embora este com a imagem alegórica  da Saudade. 

Ainda na nossa região, são várias as alminhas por eles lavradas.

26 de novembro de 2022

No fio da navalha

O que fazem quatro jovens, em plena madrugada escura, numa época de agitação marítima, junto da linha de água de um mar conhecido por traiçoeiro?.

Terão sido arrastados para o mar, sendo que três salvaram-se e uma rapariga de 20 anos está desaparecida temendo-se naturalmente o pior.

Estes filmes de total insensatez dão nisto. Não há volta a dar. Os acidentes e incidentes estão ao virar da esquina e o mundo é demasiado perigoso. 

Podia ser em qualquer lugar e circunstância, mas o constante caminhar no fio da navalha por muitos jovens, dizem que por irreverência, e de algum modo banalizar o perigo, dá nisto, na tragédia. 

Também eu pai, que me alvoroço com a saída dos filhos, não tenho como deixar de pensar nos pais daquela jovem, porventura sossegados a dormir em casa, quando ela já senhora do seu destino, mesmo o de escolher ir com colegas, de noite e em plena madrugada, para junto da linha de água de um oceano revolto, sabe-se lá por que motivo maior ou menor, foram certamente acordados, alvoroçados, destroçados com a fatal notícia. 

Não há lugar a qualquer moralismo extra, nem podia haver, mas assim tão gratuitamente dói! Dói muito!

[actualização] Já depois da notícia inicial pela qual escrevi, soube, por notícias mais frescas, que afinal o grupo seria constituído por 8 jovens e todos eles terão sido arrastados. Também sabe-se que fariam parte do Exército onde estariam em formação. Estiveram num bar de diversão nocturna até altas horas da madrugada, quase manhã, certamente que a beberem água e sumos. Depois decidiram acabar a noite em grande indo socializar para a zona de rebentamento do mar.

Esta actualização em nada desculpa o procedimento, antes o agrava pela falta generalizade de bom senso e  irresponsabilidade, tanto mais que haveria alertas para o perigo da agitação marítima.

Será de supor que num grupo haja sempre alguém lúcido e sereno o bastante para alertar os demais. Mas não! Em grupo tende-se a ampliar as coisas boas e más, porque há sempre uma maria a ir com as outras, a alinhar, a não querer fazer de fraca.

Infelizmente, a jovem teve mesmo o destino fatal, tendo já sido recuperado o seu corpo. Um peso que há-de acompanhar por toda a vida aquele grupo onde se inseria. Ou talvez não. Nada que não se supere com mais uma noite de copos.

Desculpem qualquer coisinha, mas estas coisas revoltam e porventura somos todos inocentes, apenas vítimas desta coisa transcendente chamada destino.

25 de novembro de 2022

25 de Novembro de 1975


Este sim, o 25  que traçou o rumo da liberdade e democracia, Até ali, apenas os desmandos de um PREC dominado pelo PCP que mais não pretendia que apenas mudar a agulha no disco da ditadura, da direita para a esquerda, cubanizando o país. 

Importa não esquecer. Quem celebra o 25 de Abril e esquece ou omite o de Novembro, diz tudo não dizendo nada.

Convém ainda não esquecer o que Cunhal disse na famosa entrevista à italiana Oriana Fallaci, publicada em 6 Junho de 1975, porque era esse o modelo de "democracia e regime que planeava para Portugal.

Dizia:  “Nós, os comunistas, não aceitamos o jogo das eleições (...) Se pensa que o Partido Socialista com os seus 40 por cento de votos, o PPD, com os seus 27 por cento, constituem a maioria, comete um erro. Eles não têm a maioria”. “(...) Se pensa que a Assembleia Constituinte vai transformar-se num Parlamento comete um erro ridículo. Não! A Constituinte não será, de certeza, um órgão legislativo. Isso prometo eu. Será uma Assembleia Constituinte, e já basta (...). Asseguro-lhe que em Portugal não haverá Parlamento (...)”.

23 de novembro de 2022

Marçal Grilo 2 - Um olhar sobre a Educação

Ainda mal comecei a leitura do anterior e já chegou o novo livro. Ainda fresco, acabado de saír da tipografia. Tem prefácio do Prof- Marcelo Rebelo de Sousa. 

"Eduardo Marçal Grilo, Professor e conhecedor profundo dos programas de ensino e políticas de educação adotadas em Portugal nas últimas décadas, apresenta neste livro uma análise lúcida e reveladora sobre a educação durante o Estado Novo e o seu duradouro legado.

Trata-se de uma visão sobre a educação durante o Estado Novo com distanciamento e sem constrangimentos políticos ou ideológicos. Numa análise lúcida e reveladora, percebemos que muitos dos problemas atuais da educação têm raízes no Estado Novo". «O autor demonstra por que razão a educação foi um dos flagrantes fatores de retardamento nacional, entre os anos 30 e 60, apesar dos esforços meritórios de alguns, visionários ou arrojados.»

22 de novembro de 2022

Centro Social - Assembleia Geral a 02/12/2022

 


Princípios

Eu sei que se fosse no contrário da barricada, também Jerónimo e os seus correligionários, com um alto grau de probabilidade, provavelmente ficariam sentadinhos. Mas há princípios que definem quem está nas coisas por eles, pelos princípios. 

Ora estes, os princípios, podem ser muitos e diversos, nomeadamente os de carácter ideológio e doutrinário, mas os do respeito pelas pessoas e pelas diferenças devem ser comuns e transversais. 

Por isso, a posição dos deputados do CHEGA na despedida de Jerónimo de Sousa da Assembleia da República, ficando sentados e indiferentes, enquanto todas as demais bancadas estavam a aplaudir em pé, em jeito de homenagem, sendo que os deputados da IL aplaudindo mas também sentados, fica mesmo mal e a roçar uma indiferença desrespeitosa. 

Mas as atitudes ficam com quem as praticam. Não é com isto, com este radicalismo, que o Chega, ganha respeito. Por mim seguramente que não. Seria uma boa oportunidade de vincarem alguma diferença positiva, senão nas ideias, pelo menos no respeito político, democrático e pessoal, mas nem isso. Fracos!

Não sou comunista, sendo que até  já votei pelo partido, e naturalmente com muitos princípios políticos opostos, mas acima de tudo tenho apreço e respeito por Jerónimo de Sousa, que de resto sempre me pareceu ele próprio respeitoso, cordial e de muita verticalidade. 

Teve uma larga maioria de respeito e consideração na hora de sair, mas merecia, parece-me, uma unanimidade.