14 de janeiro de 2023

Pausa de Facebook


Tenho já dito que a rede social do Facebook é uma plataforma excepcional se utilizada com algum critério e qualidade, sobretudo que visem o enriquecimento cultural, o debate de ideias e partilha de coisas interessantes. Mas, todavia, verifica-se que no geral é usada com banalidades, partilha e replicação de vulgaridades que pouco ou nada acrescentam. Originalidade, pouca  ou mesmo nenhuma. Os auto-elogios, os egocentrismos, as poses e as nossas coisinhas e vaidades como se fossem importantes para os outros, são também lugares comuns e recorrentes.

Para além de tudo, falta gente com qualidade que promova a partilha e debate de ideias sobre os assuntos que a todos interessam.

Não sou, de todo, o melhor exemplo e também cometo os meus pecados, mas pelo que vou vendo há de facto uma pobreza extrema e aqueles "amigos" que conheço e que poderiam acrescentar valor de intervenção e mesmo de cidadania, andam por fora e raramente aparecem ou intervêm. Porventura é o que fazem melhor. De facto, na maior parte das vezes, intervir e participar é "chover no molhado". Discussões idiotas é o que não falta e lá diz o velho ditado que "lavar a cabeça a burros é perder tempo e gastar sabão" ou mesmo, "a burros dá-se palha e não conversa".

Neste contexto, quando a corrente comum é a banalidade, faz bem entrar em quarentena, em pausa curativa até que volte a surgir uma nova vontade de participar. Pode ser daqui a semanas ou meses. Quando apetecer. De resto já não é a primeira vez que faço férias da coisa. Como excepção a esta inactividade, apenas para a partilha de alguma situação que considere importante e especial.

Para aqueles que eventualmente gostam de seguir o que vou publicando, escrevendo e opinando, podem sempre passar aqui por este espaço.

Por isso, malta amiga e habitual do Facebook, um até já!

Rabiscos

 


Um simples rabisco em arte digital com um tema clássico de paisagem de natureza com florestas de pinheiros em diferentes planos com perspectiva atmosférica. Um rio de águas calmas e no fundo uma montanha por entre neblina matinal. Um tema e composição intemporais.

13 de janeiro de 2023

Conduta de águas pluviais

É sabido de há anos que a zona do entroncamento da Rua da Igreja com a Rua de S. Mamede, conhecida como zona do Ribeiro, próximo da igreja matriz de Guisande, é um local de frequentes inundações sempre que chove com alguma intensidade. As águas da chuva escorrem de três arruamentos para desembocarem naquela zona baixa, mas os drenos ali existentes, aliados à sua obstrução com lixo arrastado pelas águas não permitem um cabal escoamento para a ribeira.

Este problema começou a agravar-se desde que as obras de instalação da rede de saneamento e abastecimento de águas levadas a cabo pela Indáqua Feira terão obstruído o aqueduto que existia desde a valeta do lado poente até à ribeira da Mota do lado nascente. 

Por outro lado, a sargeta realizada no tempo da Junta de Freguesia liderada por Joaquim Santos (2005/2009) foi muito minimalista e mostrou-se também insuficiente, sobretudo quando a pequena grelha fica obstruída.

Quando tomei parte na Junta da União de Freguesias (2014/2017) sensibilizei a Junta para resolver o assunto. Pessoalmente pretendi que o melhoramento fosse profundo de modo a resolver o assunto definitivamente e mesmo assacar as responsabilidades e despesas à Indáque, mas o presidente não foi por aí e decidiu-se por fazer mais uma sargeta paralela à então existente. Ajudou ao escoamento, mas mais uma vez sem resolver o assunto de forma plena. Pessoalmente, em alturas de inundações ali fui várias vezes levantar as grelhas, a única forma de ajudar ao escoamento, sendo que as mesmas assim levantadas e sem sinalização adequada, constituiam um perigo para quem circulasse junto à berma. Felizmente nunca se registou qualquer acidente.

Parece que agora a actual Junta de Freguesia está a procurar solucionar o problema. Ontem, Quinta-Feira, 12 de Janeiro, passei por ali e vi obras com o levantamento do pisos da rua de um lado a outro. Espero e desejo que de facto a solução seja adequada e resolva este probelma que já tem barbas. Em muito pela natureza do local e das fortes chuvas, mas em grande parte por não se responsabilizar quem danificou o antigo aqueduto e por se ter tomado soluções posteriores muito ligeiras.

A ver vamos como ficará a coisa.

Espécie em extinção

Segundo a nossa imprensa, foi já  publicado nesta sexta-feira, em Diário da República, o questionário de verificação prévia a preencher por nomeados para cargos de ministro ou secretário de Estado. Dizem que são 36 perguntinhas que abrangem os últimos três anos de atividade dos hipotéticos convidados, alargando-se ao agregado familiar. 

O questionário reparte-se por cinco áreas: atividades atuais e anteriores; impedimentos e conflitos de interesses, situação patrimonial, situação fiscal e responsabilidade penal. Os partidos da oposição no geral encaram o mecanismo aprovado em Conselho de Ministros como uma inutilidade. 

Pessoalmente concordo com a posição de João Cotrim de Figueiredo da IL que considera o documento "uma mão cheia de nada". Na realidade, tal como argumenta o deputado da Iniciativa Liberal, em rigor não há nada no questionário que o primeiro ministro ou ministro, querendo e fazendo o trabalho de casa (e para isso têm gente e meios) não possam procurar saber por outras vias ou mesmo dos próprios elementos convidados à nomeação. O que tem faltado até aqui, e com os resultados conhecidos de um vai-e-vem de entradas e saídas no Governo da maioria, é uma falta de escrutínio básico, pelo que as nomeações têm sido feitas de forma ligeira e a envolver gente com relações familiares ou do aparelho político.

Parece-me, pois, que este estratagema de António Costa é apenas uma subterfúgio para não ficar mal em próximas fotografias e de algum modo passar também essa co-responsabilização para o presidente da República que, neste aspecto, tem estado muito mal, alinhando na trapeirice de Costa.

A ver vamos! Em todo o caso, não há perspectiva da coisa melhorar porque toda esta gente relacionada a cargos públicos e políticos de um modo geral vai navegando e vivendo de esquemas de interesseses e influências com muita promiscuidade. Os recentes casos são disso ilucidativos.

Ainda sobre este questionário, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, disse em recente entrevista ao Expresso, reconhecendo que estas balbúrdia de nomeações e demissões tem desgastado o Governo, que deve haver algum cuidado nesta matéria e neste questionário sob pena de aumentarem as dificuldades futuras em nomear e contratar quadros qualificados para a administração pública. Grosso modo, do que disse pode-se concluir que não deverá ser apertada a malha do crivo sob pena de ninguém passar. Em resumo, gente honesta, impoluta, sem rabos de palha ou interesses que se cruzam com imcompatibilidades, são cada vez mais umas preciosas raridades, uma espécie em extinção.

Assim vai a república!

9 de janeiro de 2023

Cristina, a popularidade é fundamental

Pobre que sou, não viajo, pelo que não sei se noutros países isto também acontece, mas em Portugal é certinho e direitinho, por exemplo: Se uma figura pública entrar num restaurante com a sua comitiva, o mais certo é que seja principescamente tratado, com recomendações à cozinha e pessoal de mesa, e no final o dono nada lhe cobre a troco de uma sorridente selfie conjunta que depois exibirá orugulhosamente num local visível do seu estabelecimento, para que todos comprovem que o sítio é bem frequentado. Em resumo, alguém que por princípio poderia comer e beber bem e pagar melhor, provavelmente comerá à borla. Por oposto, uma qualquer Zé Ninguém, de mau aspecto e mal vestido, mesmo que não impedido de entrar terá que ir para um canto, comer rápido e pagar por inteiro.

Este tipo de situações, paradoxais, são comuns e leva a um ciclo em que os mais ricos, mais importantes e famosos, levam sempre a melhor e são beneficiados. Ou seja, quem tem reconhecimento público é mais reconhecido. E isto acontece em muitas áreas de extractos da sociedade no nosso Portugal. O recurso à cunha, à influência de um amigo, está-nos no sangue. 

Outro exemplo, um qualquer desconhecido com pretensões a escritor, mesmo que com grande qualidade, tem um longo, penoso e custoso percurso até se tornar notado nas editoras e circuitos comerciais e depois almejar a viver da escrita. Já um outro, conhecido, com títulos que se vendem como pãezinhos quentes, tem todas as portas escancaradas e é disputado por editoras e orgãos da comunicação social. Está e aparece em todas!

Ainda agora, por estes dias, dei comigo a constatar que a artista musical Midus Guerreiro, compositora, baixista e vocalista, que actualmente trabalha em Londres, mas que se tornou conhecida a partir da década de 1980 quando fazia parte da banda Roquivárius, com temas que se tornaram populares como "Ela controla" ou "Cristina, beleza é fundamental" tem estado em tudo quanto é rádio, televisão, jornais e revistas, promovendo o seu último trabalho, o álbum "Minhas Canções, Meus Amigos". Só na rádio já a ouvi a dar entrevistas em pelo menos 3 estações, e ainda agora num jornal de âmbito nacional mas igualmente em plataformas digitais. Não vejo muita televisão mas presumo que tenha passado pelos Gouchas ou similares. Mas isto acontece não apenas com a Midus, de resto uma excelente artista e que aprecio, mas com muitos e muitas outras Midus, tanto na música, como no desporto, entretenimento, politica, etc, etc.. 

Em suma, nada é fácil para quem é desconhecido. Para os outros, para quem já tem estatuto, tudo é caminho aberto. E surpreendem-se alguns quando os indicadores dizem que cada vez mais os ricos são mais ricos e os pobres mais pobres. Tudo anda anda ligado a esta cultura diferenciadora em que o sermos iguais, com os mesmos direitos e  oportunidades é apenas uma treta escarrapachada numa qualquer constituição ou livro de regras politicamente correctas. A prática diz-nos que a coisa é bem mais dura e selectora.

É o que é! Por isso, para a Cristina e muitos outros, a beleza, mas sobretudo a popularidade, é mesmo fundamental.

Uma terra de todos e de ninguém

Contando por alto, mesmo com gente natural da freguesia mas que estava fora, mais coisa menos coisa foram mais de uma dúzia os falecimentos de guisandenses neste ano que terminou. E o mês de Janeiro do novo ano ainda está na primeira semana e já foram duas pessoas a partir. A última delas vai hoje a sepultar.

Costumamos dizer que isto é uma roda e que uns morrem e outros nascem. É certo! Mas também tomamos como adquirido que é normal que os nascimentos sejam mais que os falecimentos para assim haver crescimento da população e cumprir-se a velha regra divina do "crescei e multiplicai-vos". 

Todavia, há anos que esta regra está virada do avesso e não só na velha Europa, como em Portugal e Guisande, os nascimentos estão em redução e por isso as populações estão a reduzir e a envelhecer. E se em Portugal a coisa não tem sido mais dramática tal só acontece porque uma parte substancial dos nascimentos, sobretudo na área da Grande Lisboa, são filhos de pais estrangeiros. De resto, parece que os três primeiros nascimentos em 2023 cá em Portigal, foram precisamente de pais não portugueses.

Em Guisande o mesmo problema que já vem de há anos. Face a a essa dúzia de falecimentos no ano de 2022 quantos nascimentos ocorreram? Três, dois, um? Nenhum? 

Por mim já tenho falado e escrito sobre o assunto e pouco importa perder tempo com explicações e justificações. Elas são por demais evidentes, desde logo pelo nosso estilo e padrões de vida bem como pela falta de políticas sérias e consistentes de apoio às famílias, nomeadamente à natalidade. Hoje o conceito de família anda virado do avesso e até mesmo vandalizado ao abrigo de modernos paradigmas pelo que pouco ou nada há a fazer. Fica o dilema de continuar a assistir à redução da população e ao esvaziamento do já euxaurido interior ou então, como muitos defendem, abrir as comportas para o país ser inundado de gente proveniente do terceiro mundo para de novo povoar esta terra de velhos e passarmos a ser não uma pátria mas um ninho de vespas, uma  arca de noé com uma miscelânia de gentes de diferentes raças, culturas e credos com todos os riscos inerentes e decorrente dos extremismos e fundamentalismos. Parece-me, que se formos por aí, sem regras nem rei nem roque, deixaremos de ser uma pátria mas antes um acoradouro, uma terra de todos mas de ninguém. 

7 de janeiro de 2023

Nota de falecimento


Faleceu Manuel Flávio de Oliveira Santos, de 71 anos [30 de Setembro de 1951-06 de Janeiro de 2023], marido de Maria Adelaide Francisca da Conceição. Vivia no lugar de Casaldaça, no edifício de habitação social.

Cerimónias fúnebres na próxima Segunda-Feira, 9 de Janeiro pelas 16:00 horas, na igreja matriz de Guisande, indo no final a sepultar em jazigo de família.

Missa de 7.º Dia no próximo Sábado, 14 de Janeiro pelas 17:30 horas.

Sentidos sentimentos de pesar e luto a todos os seus familiares, de modo particular à esposa e aos filhos.

Que Deus o tenha em eterno descanso! Paz à sua alma!