14 de maio de 2023

Caminhando- Por uma Capela que tem uma igreja


Neste bonito Sábado, o emblemático dia 13 de Maio, o habitual grupo de caminhadas rumou até ao município de Penafiel para percorrer dois bonitos e interessantes trilhos, conjugados entre si, o PR7 e o PR1, com os principais pontos de interesse em dois núcleos de moinhos de água, um deles nas margens de águas cristalinas do rio Mau,  na aldeia de Cabroelo que integra o circuito de Aldeias de Portugal e outro na freguesia de Capela , nas margens da ribeira da Drunqueira.

Mas para além desses dois principais pontos de interesse e de esplendor de contacto com a natureza, outros mais, nomeadamente a igreja matriz de S. Tiago de Capela, as capelas de S. Mateus em Cabroelo, S. Julião em Capela e o Parque de Merendas ainda em Capela.

Para o recobro habitual, uma descida à margem do rio Sousa onde no restaurante "Moinho do Moleiro" fomos contemplados com soberbas doses de cozido à portuguesa e bacalhau na brasa à moleiro.

Mais uma fantástica jornada de caminhada, contacto com a natureza e com as gentes e locais e ainda o importante e salutar convívio.

Para a semana haverá mais, ainda pelas margens do rio Sousa.

De seguida alguns olhares da jornada.





























































































11 de maio de 2023

Levantamento topográfico e terrenos que dados são caros

À custa do processo de registo online dos prédios rústicos, designado de BUPi - Balcão Único do Prédio, generalizou-se o conceito de levantamento topográfico, sendo que para muitos proprietários tal designação ainda é uma coisa abstracta, tal como estar a olhar umas pinceladas anárquicas de Picasso ou Miró e ver ali nos seus quadros algo de objectivo.

Noutros tempos, mas também ainda hoje, a medição de um terreno era realizado com recurso a fita métrica, quando não era a passo, por isso um método expedito e sem grande rigor. Pode até ser feito com um rigor apreciável mas isso exige recurso a triangulações e alguns procedimentos técnicos adequados o que é quase impossível sobretudo em terrenos florestais, muito ocupados com árvores e vegetação e também com declives acentuados. Resulta destes métodos de medição que na maior parte das matrizes prediais as áreas nelas registadas não correspondem de todo à realidade.

Com o passar dos anos as tecnologias de medição de terrenos foram conhecendo grandes progressos e com os teodolitos mecânicos já ultrapassados, hoje em dia existem estações totais sofisticadas, robotizadas, com leituras por laser e infra-vermelhos, sistemas de GPS e mesmo com recurso a drones, a fotogrametria e sensores LIDAR, nomeadamente para levantamento de edifícios e monumentos.

Em todo o caso, para os menos entendidos, fica de seguida uma descrição geral e suscinta do que é um levantamento topográfico.

Um levantamento topográfico é um processo de recolha de dados rigorosos e detalhados sobre um terreno, de maior ou menor dimensão e as características geográficas de uma área específica, incluindo as elevações, declives, contornos, dimensões e posições de objetos naturais e elementos urbanos como construções, ruas, etc. O objetivo do levantamento topográfico é produzir um mapa ou planta topográfica com modelo precisos e detalhados da área em questão. A partir do levantamento topográfico, para além da obtenção da área do terreno e da sua configuração geométrica, e dos dados de altimetria recolhidos é possível gerar perfis e secções, calcular volumes de aterro e desaterro, importante sobretudo em construção de estradas.

O processo de levantamento topográfico actualmente envolve o uso de equipamentos de medição como estação total, GPS, níveis, teodolitos, drones, entre outros. Esses equipamentos são usados ​​para medir a altitude, a posição e outras características da superfície terrestre.

Os resultados de um levantamento topográfico são usados em várias áreas, incluindo engenharia civil, arquitetura, planeamento urbano, agricultura, explorações mineiras e de recursos naturais como petróleo e gás e muitas outras áreas que requerem informações precisas sobre o terreno e as características geográficas.

Depois de realizado o levantamento de um terreno, este pode ser georreferenciado, como no BUPi, o que significa que é introduzido num certo sistema global de coordenadas que se refere ao posicionamento correcto de uma parcela de terreno no território. De resto o sitema de coordenadas e posicionamento no território, num pa´si e no globo terrestre, é o princípio base de um sistema de GPS, que em português significa Sistema Global de Posicionamento.

Por tudo isto, um levantamento topográfico bem realizado, dependendo do objectivo mas ainda que apenas confinado à obtenção da área, configuração geométrica e georreferenciação, o que interessa ao BUPi, tem sempre um custo significativo o que em muitos casos, e sobretudo tendo em conta terrenos florestais e agrícolas mal localizados, com deficientes acessos e com declives acentuados, o seu valor pode ser superior ao dos próprios terrenos medidos.

Assim, objectivamente, muitos terrenos nessas condições se dados são caros, porque ao seu baixo rendimento agrícola ou florestal, decorrente de fraca localização e difíceis acessos, somam-se as despesas de limpeza anual para além da susceptibilidade a incêndios que por estes tempos vão sendo uma praga, seja de origem natural ou criminal como é na maior parte dos grandes incêndios.

Rabiscos meus - 11052023

 

9 de maio de 2023

Internet à fartazana - Paga, tuga!

Da imprensa:

"Estado gastou 7,9 milhões de euros com cartões SIM para ligação à internet, entre 2020 e 2021, que nunca chegaram a ser usados por alunos ou professores, segundo a auditoria do Tribunal de Contas".

- Paga, tuga!

O BUPI para já é uma valente açorda



Por estes dias entrei na plataforma do BUPI para avaliar o andamento do cadastro online dos prédios rústicos, nomeadamente no nosso concelho e freguesia. Verifico que já há um interessante povoamento de prédios inseridos na plataforma. A olhómetro, talvez na casa dos 40%.

Mas para além disso constatei o óbvio, a sobreposição notória de uma grande percentagem dos prédios inseridos. Alguns, muitos, com sobreposição residual, outros desfazados com margens vazias entre eles, como corredores, mas muitos sobrepostos de forma significativa. Ou seja, em rigor há imensos prédios com áreas a serem reclamadas ou identificadas como sendo de vários proprietários simultaneamente. Um dos meus prédios está precisamente a ser reclamado parcialmente por um confinante, mesmo que a separá-los exista um regato.

Tal situação decorre da forma ligeira com que o processo está a ser efectuado, na larga maioria dos casos com recurso a marcação dos polígonos apenas a partir da fotografia aérea e tantas vezes com indicações erradas ou imprecisas por parte dos proprietários ou dos seus mandatários, para quem ver e interpretar um mapa é um exercício difícil. Conheço alguns casos em que literalmente os prédios estão a ser marcados de forma aleatória, num jogo de aproximação, sem qualquer correspondência com a realidade do prédio. Por conseguinte, o georreferenciamento a partir de levantamentos topográficos será residual quando deveria ser a totalidade. Mas isso é um notório problema pois há literalmente prédios que não valem o valor do custo de um levantamento topográfico.

Tal tarefa, porque técnica, deveria caber ao próprio Estado, como de resto já fez no passado em grande parte do território, até mesmo no nosso concelho, mas que por razões económicas parou e remete para os proprietários e autarquias essa responsabilidade. Típico de um Estado baldas!

Mas, para além disso, parece-me que ao Governo mais que o rigor de limites e áreas dos prédios interessará ter a identificação dos supostos proprietários para lhes mandar a Guarda à porta ou a coima à caixa-de-correio em caso de incumprimento nas limpezas florestais.

É certo que a regulamentação prevê estas situações de sobreposiçao de prédios, os quais ficam em estado de pendentes, mas parece-me que ajustar os limites e polígonos para uma situação real, será uma tarefa para o dia de S. Nunca, para se ir fazendo porque é uma missão quase impossível. 

A ver vamos, mas para já até parece divertido ver áreas de muitos prédios a serem indicadas como de dois ou mais proprietários. Em suma, uma valente salgalhada ou açorda. É o que é!

8 de maio de 2023

Pe. Francisco Oliveira - 25 anos sobre a sua partida


No próximo dia 15 de Maio, passam 25 anos, um quarto de século sobre o falecimento do Pe. Francisco Gomes de Oliveira, que foi pároco da nossa freguesia de Guisande durante quase 60 anos. Tomou posse em 23 de Setembro de 1939. Celebrou na nossa comunidade as Bodas de Prata em 15 de Agosto de 1964 e Bodas de Ouro Sacerdotais  e paroquiais em 15 de Agosto de 1989.

Pelo simbolismo da data, esperava que a comunidade fizesse a sua evocação de forma mais significativa e com alguma iniciativa paralela. Poderia ser de várias formas, como uma actividade religiosa e cultural ou mesmo uma romagem da comunidade ao cemitério onde se encontra sepultado. Eventualmente a publicação de um livreto ou pagela comemorativa.

Considerando que o dia 15 será precisamente já na próxima segunda-feira, daqui a oito dias, e tendo sido anunciada apenas uma de várias intenções integrada numa normal missa, parece-me que nada mais vai ser realizado ou evocado até lá. É pena! Pessoalmente esperava algo mais! E creio que a paróquia de algum modo tinha essa obrigação moral ou mesmo até sob um ponto de vista biográfico.

De minha parte, e já o tinha anunciado, tinha perspectivado lançar por esta altura um livro monográfico sobre a freguesia e tendo o Pe. Francisco como pedra central do mesmo. Infelizmente, apesar do conteúdo estar praticamente pronto, alguns problemas de saúde que me condicionaram nos últimos três meses do ano passado bem como os gastos pessoais a somar aos relacionados com os dois anteriores livros que publiquei, um deles de distribuição gratuita, e face aos custos mais significativos com a nova publicação e para os quais não contarei com qualquer apoio ou subsídio, fizeram-me decidir pelo adiamento da publicação que espero, se não for para depois deste Verão, venha a concretizar-se na primeira metade do próximo ano.

Em todo o caso, não me está esquecida a memória do Pe. Francisco Gomes de Oliveira e o seu papel indelével que deixou na nossa comunidade paroquial num tão largo período temporal. Aqui, ainda antes da data, evoco a sua memória à passagem dos 25 anos sobre o falecimento, e este meu espaço tem sido um repositório de algumas memórias a ele associadas.

Deixo de seguida alguns dados biográficos sobre a sua pessoa e percurso sacerdotal:


08/07/1915

 Nasceu no lugar de Vilar,  freguesia de Fiães - Vila da Feira.

1928

Entrou para o Seminário de Vilar.

1932

Mudança para o Seminário da Sé, Porto.

1937

Deu-se o falecimento do P.e Custódio, pároco de Guisande, ficando a exercer o cargo o P.e Benjamim Soares, pároco de Louredo.

1938

Foi nomeado pároco de Guisande o P.e Guilherme Ferreira.

06/08/1939

Foi ordenação como sacerdote na Sé do Porto.

15/08/1939

Celebração de Missa Nova na igreja matriz de Fiães, sua terra natal.

30/08/1939

É nomeado pároco das freguesia de Guisande e de Pigeiros.

19/09/1939

Primeira visita à freguesia de Guisande.

23/09/1939

Tomada de posse como pároco de Guisande e de Pigeiros, com residência na primeira.

24/09/1939

Celebração da primeira missa na igreja matriz de Guisande.

1938/1945

Entre esta data a paróquia de Pigeiros esteve anexada a Guisande, desde, portanto, do tempo do P.e Guilherme Ferreira.

1945

A paróquia de Pigeiros é anexada à paróquia das Caldas de S. Jorge. O P.e Francisco passa a prestar serviço religioso na paróquia de Louredo, por troca ordenada pelo Bispo, com Pigeiros.

1950

É designado novo pároco de Louredo o P.e Romeiro.

1956

Faleceu o P.e Rufino Pinto de Almeida, pároco de Lobão, e por incumbência do Bispo, entre Fevereiro e 20 de Outubro, o P.e Francisco toma a seu cargo essa paróquia.

1962

Em 28 de Dezembro foi nomeado pelo Bispo D. Florentino de Andrade e Silva, como Vigário, substituindo no cargo o P.e Manuel Fernandes dos Santos, então pároco de Romariz.

15/08/1964

Comemoração das Bodas de Prata Sacerdotais (25 anos). O banquete foi realizado no salão paroquial de Guisande, o qual por essa altura ainda estava em obras.

1971

Entre 27 de Janeiro e 12 de Junho paroquiouLobão por doença do P.e Aurélio.

Em 21 de Dezembro foi reconduzido como Vigário da Vara para o triénio de 1972 a 1974.

1979

Foi exonerado como Vigário, sendo substituído pelo P.e Santos Silva, pároco do Vale

1981 a 1993 - Foi colaborador regular do jornal "O Mês de Guisande".

15/08/1989

Comemoração das Bodas de Ouro Sacerdotais (50 anos). Foi realizada uma grande festa com a participação geral da paróquia que culminou com um almoço convívio que mobilizou a maior parte da população.

15/05/1998

Depois de alguns problemas de saúde, que o obrigou a hospitalizações e a ser substituido nos serviços paroquiais pelo seu sobrinho Pe. Benjamim, acabou por falecer com quase 83 anos. Foram celebradas cerimónias fúnebres em Guisande, com a presença do Bispo do Porto, D. Armindo, e depois na sua terra natal, Fiães, onde foi sepultado em jazigo de família no cemitério local onde jaz  ao lado de seus pais.

7 de maio de 2023

Capela do Viso - Vai ser alvo de obras

 



É sabido que a capela do Viso está em mau estado de conservação, nomeadamente ao nível do reboco e pinturas bem como de patologias decorrentes de constantes infiltrações pela cobertura. É um dos edifícios do nosso património arquitectónico e colectivo, que nos orgulha, mas sem correspondência porque em regra algo desprezado no que diz respeito à sua conservação.

Face a esta evidência, que não é de agora, por informação do pároco Pe. António Jorge Oliveira, foi decidida a intervenção pelo que estão abertas as candidaturas a empreiteiros de trolharia que tenham interesse em realizar a obra, pelo que o respectivo caderno de encargos pode ser solicitado junto do pároco.

Pessoalmente estou algo céptico quanto a aparecerem vários interessados, uma vez que os empreiteiros são poucos e nesta altura do campeonato, regra geral, estão todos assoberbados de trabalho. Não espantará, pois, que ninguém se mostre interessado pelo que o mais certo é que o trabalho tenha que ser entregue por ajuste directo a quem ainda tiver alguma disponibilidade. Mas compreendo que numa primeira fase esta seja a acção correcta, a de convidar interessados. Presumivelmente espera-se que as obras sejam realizadas antes da próxima edição da festa do Viso.

Quanto às verbas que serão necessárias, para já será utilizado o bom saldo deixado pela Comissão de Festas do Viso do ano passado, mas mesmo assim perspectiva-se que não chegue pelo que o mais certo é que entretanto a comunidade seja chamada a comparticipar a um peditório que se poderá realizar para o efeito. Devemos, pois, ajudar e colaborar já que sendo certo que é património da estrutura da Igreja (que infelizmente pouco ou nada comparticipa para conservar o que é seu) é também património identitário de todos nós. 

Saibamos, pois, corresponder quando formos chamados a isso.