8 de junho de 2023

Comunhão Solene - 2023

 





Dia de Corpo de Deus, Comunhão Solene na nossa paróquia para 6 crianças. Apesar da dedicação do pároco, catequistas, pais, familiares e outros mais que de um modo ou outro trabalharam e empenharam-se, o tempo não esteve de feição e impediu a realização da tradicional procissão solene à capela do Viso. A manhã ainda esteve razoável mas de facto a chuva guardou-se para a hora em que depois da reza do Terço deveria ocorrer.

De modo a remediar a situação, porque estava presente para a função a Banda Musical de S. Tiago de Lobão, o pároco permitiu, e bem, que a mesma actuasse dentro da igreja. Houve também lugar à descarga de foguetes que estava reservada para a procissão.

Foi pena, mas as coisas são mesmo assim e se na maior parte dos anos por esta altura está bom tempo e calor, este ano foi a excepção que confirma a regra. Não foi a primeiira vez nem será a última.

Parabéns a todos quantos trabalharam e colaboraram para esta festividade, apesar desta contrariedade.

7 de junho de 2023

O estado a que chegou o Estado

"Os certificados de aforro eram uma pedra no sapato da Banca. A sangria nos depósitos contava-se por milhares de milhões desde o início do ano, ou, dito de outra forma, 67 milhões de euros por dia. Mesmo que ainda não fosse o caso (acredite quem quiser), não tardaria que se transformasse num problema de liquidez.

Pior. O movimento massivo de pequenos aforradores, dos bancos para a dívida pública, equivalia a um grito diário de revolta contra a forma como os banqueiros conduzem o seu negócio. Os bancos cobram, nos empréstimos à habitação, juros quatro vezes superiores aos que pagam pelos depósitos. É esta usura, aliás, que explica que, mesmo depois de um ano de 2022 com lucros fora do normal, estes tenham chegado a um nível absurdo no primeiro trimestre de 2023 (quase mil milhões nos seis maiores bancos).

Confrontado com a questão, o que fez o Governo? Mostrando "zero cedência" perante os interesses dos poderosos, mas preocupado com o défice e a dívida, acabou com a série de certificados de aforro que ameaçava transformar os portugueses em milionários. Ao final de uma sexta-feira, não fosse ainda o malandro do pai aplicar a correr os mil euros da poupança do filho, não fosse algum professor, jornalista, ou empregado de escritório com a mania das grandezas levantar os cinco mil euros que tem guardados para um imprevisto ou para a reforma que se aproxima, aproveitando-se da generosidade do Estado.

Generosidade, sim, que, segundo as explicações iniciais, pagar um juro de 3,5% pela dívida pública não era racional. É verdade que, na segunda-feira, ficou claro que, descontado o IRS que cobra sobre os juros, o Estado paga mais aos grandes investidores estrangeiros do que aos pequenos aforradores nacionais. Mas isso não é caso para perder a face. É preciso pensar na previsibilidade: ou seja, o filho entretanto chega à maioridade, o tal azar acontece, ou o velhote reforma-se mais cedo. Levantam o dinheiro e deixam o Estado, pobre dele, com as calças na mão. E você, também acredita em histórias da carochinha?"

Rafael Barbosa - Jornal de Notícias

Não diria nem escreveria melhor que o Rafael. Na mesma linha do assunto, também subscrevo na íntregra a opinião seguinte de Paula Ferreira:

"Bem pode o secretário de Estado das Finanças dizer que houve zero pressão dos bancos, versão certamente confirmada pelo ministro se, eventualmente, Medina responder ao repto dos partidos e for ao Parlamento. O fim da Série E dos certificados de aforro anunciado numa noite de sexta-feira, depois da hora de jantar, aparenta ser golpe sujo perante os portugueses que amealham as poupanças e têm a veleidade de esperar algum retorno.

Até podemos com bondade, uma dose enormíssima de bondade e candura, aceitar a versão do Governo. Mesmo assim, mesmo que nos esforcemos, não conseguimos acreditar. Tinha havido sinais de que a banca não estava nada contente com a sangria dos depósitos, saídos diretamente para os cofres do Estado. Houve quem o dissesse abertamente. Foi o caso do presidente do Banco CTT. Defendeu, em público, que o Estado devia suspender a emissão de certificados de aforro; outros o terão feito, por certo, com mais discrição. Ora, não demorou uma semana para o desfecho: o Governo cedia. 

Mas, para nem tudo ser mau, acena aos portugueses com a emissão de certificados do tesouro. Com uma nuance: uma taxa inferior aos 3,5% dos certificados de aforro, logo bem menos atrativos, logo menos competitivos com o setor bancário. Que faz a festa. Ontem, passou a remunerar os depósitos, ou seja, o dinheiro que os depositantes emprestam aos bancos, com uma taxa média de pouco mais de 1% - taxa inferior, na Zona Euro, só Chipre e Eslovénia.

Coincidência? Ninguém acredita. Há dados objetivos. Os bancos viram sair dos seus cofres, desde o início do ano, 67 milhões de euros todos os dias, como se pode ler nas páginas seguintes. O Governo é amigo e a medida vai com certeza estancar a sangria. Não porque a banca esteja sem liquidez. Apenas precisa de aumentar os lucros. Ao Estado, os portugueses emprestam dinheiro: nos bancos, depositam em troca de juros. Eufemismos."

Paula Ferreira - Jornal de Notícias

Não há milagres...e o karma

Amanhã é feriado, dia de "Corpo de Deus" e a nossa paróquia viverá a celebração da Comunhão Solene. Longe dos tempos em que participavam habitualmente 40 a 60 crianças, dizem que serão agora apenas meia dúzia. A festa continua a ser importante para as crianças e familiares mas já sem o envolvimento da comunidade que se sentia noutros tempos. 

Ora como vai haver festa e está programada a tradicional procissão à capela do Viso e depois o regresso à igreja, a Junta de Freguesia já está a tratar, e bem, da limpeza dos espaços envolventes à igreja, à capela e no percurso. Esta é uma situação perfeitamente natural e normal, pois se a freguesia está em festa há que haver brio no asseio. 

Apesar desta normalidade, não deixa de ser engraçado que estas coisas não se alterem e tenham que ser assim. Isto é: Quando fiz parte da Junta no primeiro mandato da nova realidade de união de freguesias, uma crítica recorrente da oposição e de opositores, era de que se fazia apenas limpeza nas ruas quando havia festas e procissões. Mas, cá está, a vida dá voltas e se os orientais dizem que há uma coisa chamada karma (*), o nosso povo mais prosaicamente diz que "cá se fazem cá se pagam". Por conseguinte, ontem crticava-se uma certa forma de fazer as coisas, mas hoje, do outro lado da barricada, as coisas fazem-se exactamente da mesma forma. 

Na verdade não há volta a dar nem outra forma de fazer estas coisas e terá mesmo que ser assim. Mas é pena que nem sempre sejamos capazes de ser coerentes. E isto calha a todos. Por conseguinte, com esta ou outra Junta, tomara que haja pelo menos disponibilidade para limpar quando é necessário, mesmo que na véspera de festa ou procissão. 

Quando fiz parte da Junta, perante a incapacidade da mesma em acorrer a todas as situações, sobretudo na nossa freguesia, paguei do meu bolso, por diversas vezes, horas de trabalho a jornaleiro para limpar o cemitério e a envolvente do Monte do Viso na véspera da festa, incluindo trabalho próprio na limpeza incluindo a das instalações sanitárias nos dias do evento. Mas, cá está, quem é que dá valor a isto? Quem é que deu por ela e o reconheceu? Tretas! Quando muito davam conta que as limpezas se faziam na véspera de qualquer coisa. Coitado do perú de Natal que morre sempre na véspera.

Por estas e por outras, é que cada vez mais, muita gente válida e voluntariosa, mesmo da nossa freguesia, se vai desligando das questões e acções de cidadania porque a crítica negativa, geralmente de quem nada fez ou faz, sobrepõe-se sempre ao empenho e dedicação de alguns poucos. Do lado de fora é sempre, mas sempre, mais fácil. 

Amor com amor se paga!


(*) Quanto ao karma:

O karma é uma concepção espiritual ou filosófica que tem origem em várias tradições religiosas, como o hinduísmo, o budismo e o jainismo. É uma crença fundamental que descreve a relação entre as ações de uma pessoa e as consequências que ela enfrenta como resultado dessas ações.

Segundo a crença no karma, todas as ações que uma pessoa realiza, sejam elas físicas, verbais ou mentais, têm consequências que afetam a vida presente ou futura dessa pessoa. Essas consequências podem ser positivas ou negativas, dependendo da natureza das ações. O karma é frequentemente associado ao princípio de causa e efeito, onde cada ação gera uma reação correspondente.

Por exemplo, se alguém pratica boas ações, como ajudar os outros ou agir com bondade, acredita-se que essa pessoa acumulará karma positivo, o que poderá resultar em coisas boas acontecendo em sua vida futura. Da mesma forma, se alguém realiza ações prejudiciais ou negativas, isso acumulará karma negativo, que poderá levar a consequências indesejáveis em algum momento futuro.

A crença no karma também está frequentemente ligada ao ciclo de nascimento, morte e renascimento, conhecido como samsara, em algumas tradições. Acredita-se que o karma influencie a condição em que uma pessoa renasce após a morte, determinando sua sorte ou desventura na próxima vida.

É importante ressaltar que diferentes tradições interpretam e entendem o karma de maneiras ligeiramente diferentes. Essa é apenas uma visão geral do conceito. O karma é um conceito complexo e multifacetado, que tem sido discutido e explorado há milênios em várias tradições filosóficas e religiosas.

Festa do Viso de 2004 - Ponto de viragem


Este cartaz refere-se ao ano de 2004, em que fiz parte da Comissão de Festas, que teve a seguinte equipa (falta um elemento masculino que não assumiu):

Carlos da Conceição Santos – Fornos
Américo da Fonseca Gomes de Almeida – Casaldaça
Vasco Filipe da Mota Monteiro – Barrosa
Nilza Fernandes da Silva – Fornos
Mónica Joana Pintos dos Santos 

Este cartaz de 2004 foi elaborado graficamente pela própria Comissão e impresso na gráfica onde então trabalhava o Vasco Monteiro. Esta situação foi inédita pois até aí as comissões de festas reuniam os elementos e todo o trabalho de grafismo e composição era entregue à gráfica. Foi, pois, neste aspecto também um ponto de viragem, já que nos anos seguintes, mesmo que nem sempre, começou a haver um cuidado na parte estética dos cartazes e com alguns deles a serem tratados com cunho pessoal das comissões ou por alguém por eles solicitado. Também se começou a incorporar o elemento de logotipo associado a cada edição.

Esta edição de 2004, sem falsa modéstia, teve um excelente programa, diversificado e porventura com a participação do artista de maior renome de todos quantos desde sempre têm vindo à nossa festa. De facto José Cid é uma figura por demais reconhecida no nosso país e mesmo internacionalmente e com uma longa carreira e sucesso que dispensam grandes apresentações. Importa também referir que a sua contratação foi feita directa e pessoalmente com a Comissão de Festas, por isso sem qualquer intermediação de agentes. Pessoalmente com o Carlos Santos, juíz da festa, fomos a Mogofores ao palacete do artista onde ali assentamos o contrato, bem como ainda o do então muito prestigiado fadista Paulo Bragança, recomendado pelo próprio Cid.
Resulta desta situação que nesse ano de 2004 toda a contratação de artistas, bandas e ranchos foi trabalho directo da Comissão de Festas, de que decorreu naturalmente uma grande responsabilidade mas também alguma independência nas escolhas já que é sabido que os agentes procuram colocar ou vender artistas tantas vezes como gato por lebre para além de naturalmente acrescerem as suas margens de lucro.

De referir que apesar de não constar no programa o dia 30 de Julho, Sexta-Feira, houve festa com sessão de karaoke e oferta de sardinhada. Comeu-se e bebeu-se de borla, como agradecimento da Comissão de Festas à comunidade.

Para além da oferta de sardinhada na Sexta-Feira da festa, caso inédito na festa de Guisande, por exigência de José Cid, foi instalado o maior palco até então. Também pela primeira vez recorreu-se a um gerador para garantir a potência eléctrica necessária. O fogo de artifício superou tudo o quanto até ali se fazia e não me recordo de nas edições seguintes ter sido superado em diversidade e duração.

A festa contou ainda musicalmente com a presença de duas bandas filarmónicas, o que já não acontecia há várias dezenas de anos, vindo actuar a Sociedade Musical Vouzelense - Vouzela  e  a Filarmónica Boa Vontade Lorvanense, de Lorvão - Penacova, cujos almoços em restaurantes da zona foram suportados pela Comissão de Festas. Foi desde essa data que se inicou a tradição de arruada, tocando em diversos pontos da nossa freguesia. Creio que no ano ou dois anos seguintes ainda se conseguiu trazer duas bandas mas depois voltou-se à forma económica de apenas uma banda.

A Comissão de Festas tomou ainda a seu encargo o enfeite de vários andores, que de outro modo não sairiam à procissão.

A qualidade do programa estendeu-se ainda a três ranchos folclóricos, dois deles prestigiados do Alto Minho, o Rancho Regional das Lavradeiras de Carreço - Viana do Castelo e o Grupo Folclórico de Santa Marta de Serdedelo - Ponte de Lima, e da nossa região o excelente Grupo Folclórico de S. Miguel de Azagães - Carregosa - Oliveira de Azeméis. 

Perante esta qualidade, a comunidade colaborou de forma condizente, aumentando significativamente a oferta e no final ainda resultou um excelente saldo positivo que foi entregue à Comissão Fabriqueira para o aplicar na capela quando entendesse ser necessário. Recorde-se que em 2004 a capela havia sofrido obras de vulto pelo que não havia necessidade imediata de ali fazer mais despesa.

A edição de 2004, em pleno ano do Europeu de Futebol em Portugal, mostrou que era possível realizar-se uma festa com muita qualidade artística, sem um centavo de apoio da Câmara Municipal, apesar de ter sido solicitado pela componente cultural da vinda de duas bandas filarmónicas. 
O êxito da festa nos seus diferentes aspectos resultou sobretudo do trabalho, espírito de equipa e envolvimento da comunidade. 

De algum modo esta edição tornou-se modelo e ponto de viragem para as festas seguintes. Pena que de há alguns anos para cá, com óbvias dificuldades económicas e com os patrocinadores a reduzirem-se e menos generosos, apesar da dedicação das comissões de festas com várias iniciativas ao longo do ano para angariação de fundos, a qualidade geral no programa musical tem decaído. Já não se contratam duas bandas filarmónicas e invariavelmente está de serviço a Banda de S. Tiago Lobão e de quando em vez a Marcial do Vale. São boas bandas mas convenhamos que sempre a mesma receita desincentiva. Mesmo a diversidade folclórica é pouca ou nenhuma, quase sempre com os mesmos ranchos da vizinhança, quando o que não faltam por aí é bons ranchos de outras regiões do país, desde logo e à cabeça pela fama a prestígio, os ranchos do Alto Minho.

Em resumo, a festa de 2004 teve muitos aspectos positivos, pioneiros e marcantes e tornou-se de facto um ponto de viragem e acréscimo de qualidade da nossa festa de Guisande como uma das mais importantes no concelho, situação que durou vários anos. Como já ficou dito, parece-me que as últimas edições, sem desprimor porque com contextos de dificuldades, cairam em muito na qualidade geral, mesmo realçando a competência e dedicação das diferentes comissões de festas. Talvez porque a fasquia tivesse sido colocada demasiasdo alto em edições anteriores tendo em conta a realidade da nossa freguesia e porque os apoios são cada vez menores, mas é a realidade. 

Importa, pois, preservar e procurar manter a tradição de pé e sempre que possível de forma prestigiante para a nossa comunidade. E no geral, mesmo que nem sempre com muita qualidade, isso tem sido conseguido. Mas importa manter o estatuto e isso não se consegue contratando sempre os mesmos ranchos vizinhos e a mesma banda filarmónica e introduzir conceitos novos como DJs e supostos comediantes a debitarem umas caralhadas e que em nada acrescentam de valor artístico numa festa com as características da nossa.

6 de junho de 2023

Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António - Cartazes e programas

Os cartazes desempenham um papel significativo na divulgação de eventos, pois são uma forma eficaz de transmitir informações e atrair a atenção do público que se pretende cativar. Eles podem ser encontrados em sítios estratégicos, como ruas movimentadas, universidades, escolas, cafés, espaços comerciais e outros pontos frequentados pelo público em geral.

Os cartazes podem reunir em si mesmos diferentes aspectos mas ligados entre si, nomeadamente:

1. Visibilidade: Os cartazes têm o potencial de alcançar um grande número de pessoas, especialmente quando são colocados em locais estratégicos. Quando visualmente atraentes podem cativar a atenção das pessoas que passam por eles, aumentando a visibilidade do evento.

2. Informação rápida: Os cartazes fornecem informações essenciais sobre o evento, como data, horário, local, programa, ingressos e outras informações relevantes. Essas informações podem ser transmitidas de forma clara e concisa, permitindo que as pessoas tenham uma compreensão imediata sobre o que está acontecendo.

3. Apelo visual: Um cartaz bem projetado pode ter um impacto visual significativo. Elementos gráficos, como cores vibrantes, imagens cativantes e tipografia atrativa, podem despertar o interesse do público e criar uma conexão emocional com o evento. Um design atraente aumenta as possibilidades de as pessoas pararem e lerem o cartaz.

4. Alcance: Os cartazes têm a capacidade de alcançar pessoas que talvez não estejam ativamente procurando informações sobre eventos. Ao contrário de outras formas de divulgação, como anúncios na internet ou nas redes sociais, os cartazes podem chamar a atenção de pessoas que estão passando pelo local, mesmo que elas não estejam especificamente procurando por eventos.

5. Tangibilidade: Os cartazes são materiais físicos que as pessoas podem tocar e ver de perto. Isso dá uma sensação tangível ao evento e pode criar uma sensação de urgência ou importância. As pessoas podem tirar fotos dos cartazes e elas próprias tornam-se divulgadoras ao partilharem essas informações nas redes sociais ou até mesmo colecioná-los como lembrança, o que ajuda na promoção de pessoa a pessoa.

6. Segmentação: Os cartazes podem ser direcionados a públicos específicos com base no local onde são colocados. Por exemplo, se um evento é voltado para estudantes universitários, os cartazes podem ser exibidos nas áreas próximas às universidades. Essa segmentação geográfica ajuda a atingir o público-alvo com mais precisão.

7. Custo-benefício: Comparado a outras formas de publicidade, como anúncios de televisão, rádio ou online, a produção e a distribuição de cartazes podem ser relativamente acessíveis. Isso os torna uma opção viável para eventos de diferentes tamanhos e orçamentos.

Apesar de todas estas considerações positivas sobre os cartazes em suporte de papel, no entanto, é importante considerar que no mundo digital de hoje eles não devem ser a única forma de divulgação de eventos. A combinação de estratégias de marketing online e offline pode ajudar a maximizar o alcance e a eficácia da divulgação. As redes sociais, sites, e-mail marketing e outros meios digitais podem complementar os esforços de divulgação dos cartazes, alcançando um público ainda mais vasto. Claro está que nem sempre as organizações, sobretudo amadoras e ad-hoc, estão capacitadas ou sensibilizadas para estes esforços e técnicas de divulgação, mas quando sim os resultados podem ser interessantes.

Neste contexto de importância, também nas festas ou romarias locais que por todo o país decorrem ao longo do ano, os cartazes desde há muito que são elementos fundamentais e por isso assumem-se já como meios com uma características de tradição associadas a cada evento. É certo que até há poucos anos não se dava grande importância aos aspectos de design e arte, características que devem fazer parte de um bom cartaz, mas com o crescimento e generalização dos meios tecnológicos ao nível da edição e da impressão, os cartazes têm vindo a tornar-se não só veículos de informação como também de arte gráfica.

Por conseguinte, os aspectos associados à imagem de um evento têm vindo a ganhar extrema importância, tanto nos cartazes como no desenvolvimento dos elementos e simbologia associados, como logotipos, etc. Há, de resto, eventos que já promovem concursos para a elaboração do design dos cartazes, como é bom exemplo a popular Festa da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, mas várias outras. Por outro lado, dentro dessa lógica do cartaz enquanto elemento importante e de arte, são frequentemente motivo de arquivo e exibição em exposições, retratando épocas, estilos e tendências gráficas.

No que toca à nossa festa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, popularmente entre nós designada de Festa do Viso, infelizmente nunca houve por parte da paróquia nem das diferentes e sucessivas comissões de festas, nem a tradição nem a organização, nem a sensibilidade de arquivar exemplares dos diferentes cartazes que têm sido produzidos ao longo dos tempos. Uma pena!

Resulta desta situação, que em rigor não existe qualquer arquivo. Podem existir por aí, eventualmente na posse de alguns ex-festeiros, um ou outro exemplares dos anos em que realizaram a festa, mas de forma sequencial e organizada nada existe. A partir da altura em que se generalizou o uso de máquinas fotográficas digitais, telemóveis com câmara e ainda as ferramentas electrónicas como a internet e redes sociais, tornou-se possível a divulgação dos cartazes das diferentes edições da festa e daí, com maior ou menor dificuldade, é possível repescar as imagens de alguns cartazes, mas fora isso, em suporte papel é tarefa quase impossível.

Posto isto, deixamos de seguida alguns cartazes da nossa Festa do Viso, do que foi possível "pescar", e expressa a vontade e o propósito de aqui ir publicando o que de futuro for produzido. 

Dos que lerem este artigo e tiverem conhecimento da existência de antigos cartazes, agradeço que me façam chegar essa informação para aqui partilhar.


Cartaz da edição de 1949

Este será o cartaz mais antigo conhecido da nossa festa. Não tem indicado o ano, mas pela pesquisa da data e cruzamente de informações sobre alguns elementos participantes, nomeadamente a extinta Banda dos Bombeiros Voluntários de Vila da Feira, será legítimo considerar que será referente ao ano de 1949.

Importa referir que este tipo de cartaz, apenas com informação escrita e normalmente em papel colorido com texto a preto, e de reduzido formato, era o tipo corrente e em uso por essa época.  Nas décadas seguintes houve uma evolução tanto no tamanho do cartaz como no grafismo mas a introdução de imagens e sobretudo coloridas, só se começou a generalizar a partir da década de 1980.


Programa da festa - Edição de 1982

Contas da festa na edição de 1982


Programa e contas - Edição de 1983



Programa de 1984


Contas da festa de 1984



Programa da festa - Edição de 1985

Programa de 1988 
Em 1988 a grande atracção do cartaz musical foi a artista ANA

Programa em 1989 
Foram festeiros Arménio Costa, Delfim Henriques, Manuel Sousa e António Costa. Quanto ao cartaz muscal marcaram presença no Sábado o Conjunto Típico "Irmãos Leais". No Domingo houve folclore. Na Segunda-Feira programa de variedades com os artistas Nelo Silva, Fernanda Paula e outros.


Contas da festa de 1989



Programa em 1991
Neste ano foram festeiros Manuel Tavares, Alcino Alves, César Santos e Rui Giro.
Do cartaz musical participaram no Sábado o conjunto típico "Gaivotas do Sousa". No Domingo actuaram a Banda Musical de Angeja - Aveiro, o Rancho Folclórico de S. Romão do Coronado - S. Tirso, e o Danças e Cantares de S. João de Ver. Na Segunda-feira o destaque para o cantor TOY, antecedido da actuação do duo Tony Lemos e Marlene, que vieram anos mais tarde a fazer parte da banda "Santa Maria".


Programa da festa - edição de 1992


Programa da festa - 1993


Cartaz da edição de 1996


Cartaz da edição de 1998


Cartaz da edição de 1999


Cartaz da edição de 2003

Cartaz da edição de 2004

Este cartaz refere-se ao ano em que fiz parte da Comissão de Festas. Foi elaborado pela própria Comissão.

Cartaz da edição de 2005


Cartaz da edição de 2006

Cartaz da edição de 2008


Cartaz da edição de 2009


Cartaz da edição de 2010


Cartaz da edição de 2011

Nota: Este cartaz foi por mim desenvolvido a solicitação da Comissão de Festas. Não sendo nada de extraordinário, não deslustrou e marcou um ponto de viragem na importância estética dos cartazes. Já anteriormente, em 2004, quando fiz parte da Comissão de Festas, também elaborei o cartaz.

Cartaz da edição de 2012

Cartaz da edição de 2013

Cartaz da edição de 2014


Cartaz da edição de 2015

Cartaz da edição de 2016



Cartaz da edição de 2017


Cartaz da edição de 2018


Cartaz da edição de 2019


"Santinho" da edição de 2020 que, tal como a de 2021, não se realizou devido às contigências da pandemia Covid 19, situação que naturalmente suspendeu a organização de muitas festas similares por todo o país.


Cartaz da edição de 2022



Cartaz oficial da edição de 2023


Cartaz não oficial -  Edição de 2023

Cartaz oficial da edição de 2024


5 de junho de 2023

Segunda-Feira, dia de S. Bonifácio

Não fui ao evento das colectividades da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, designado de "Corga da Moura" que decorreu neste fim-de-semana em Gião. Diz quem foi, que esteve muito bem participado e a coisa estava mais bem arranjada e enquadrada do que na primeira edição do ano anterior. O tempo não esteve nada a condizer com o que se espera para estes eventos, sol e calor, mas nunca pior.

É bom que a União tenha assim um evento amplo e concorrido e que sirva para mostrar e apoiar o associativismo e grupos do território. Por uma questão de igualdade, seria interessante que em cada ano ocorresse numa das diferentes quatro unidades da União, mas já se percebe que a coisa não vai por aí e vai ficar por ali. Mas reconheço que há vantagens no local e permite rotinar aspectos da organização e logística de edição para edição.

Do programa musical parece-me excessivamente talhado para os mais jovens e que de resto parece ter absorvido o evento "Young Fest". Nada contra por princípio, mas para os mais velhos, como eu, para além de depararem com nomes que não conhecem e representativos de estilos que porventura não apreciam, terão que levar todos os anos com os mesmos ranchos e as mesmas concertinas. Por mais valor que queiramos dar ao que é nosso, "comer" sempre do mesmo enjoa.

Em alternativa fui de visita ao renovado parque das Termas das Caldas de S. Jorge. No geral, como já escrevi no artigo anterior, gostei do resultado. Musicalmente não cheguei a saber o nome de quem ali actuava, mas num registo acústico e muito intimista sem dúvida que tinha muita qualidade e a demonstrar que não é de todo preciso muito aparato de luz, som e palco gigante para bons espectáculos. A assistência não era muita mas percebia-se que estava a gostar. 

Quanto a São Bonifácio, também conhecido como São Bonifácio de Mogúncia ou São Bonifácio, o Apóstolo dos Germanos, foi um missionário cristão e mártir que viveu no século VIII. Terá nascido pelo do ano 675 na Inglaterra e recebeu o nome de Wynfrith. Ingressou na vida monástica e foi ordenado padre.

Bonifácio é conhecido por seu trabalho missionário na Europa continental, especialmente entre os povos germânicos. Ele viajou para a Germânia (região que englobava a Alemanha atual) com o objetivo de converter os pagãos ao cristianismo. Ele estabeleceu várias dioceses, fundou mosteiros e organizou igrejas, desempenhando um papel fundamental na cristianização dessas regiões.

Bonifácio também foi um reformador da Igreja e um defensor da disciplina eclesiástica. Ele trabalhou para erradicar práticas pagãs e unificar as diferentes tradições cristãs da época. Além disso, Bonifácio foi nomeado arcebispo de Mogúncia e desempenhou um papel importante na reforma da Igreja na França e na Alemanha.

São Bonifácio foi martirizado em 754 durante uma missão na Frísia, região que compreende atualmente partes da Holanda e da Alemanha. Ele foi assassinado junto com 52 de seus companheiros por um grupo de pagãos enquanto realizava uma cerimônia de confirmação. Ele é considerado um mártir e um dos principais santos padroeiros da Alemanha.

Boa Segunda-Feira!