3 de agosto de 2023

Coerência ou falta dela

Em regra sofremos todos do mesmo mal no que à coerência ou falta dela (incoerência) diz respeito. Portanto o problema é transversal e não adianta estar aqui a considerar qualquer reflexão como moralista, mas apenas como acto de penitência e num humilde auto-reconhecimento de que somos falíveis quando toca a tomar atitudes consentâneas com o que deveria ser a ordem natural das coisas.

Feita a introdução, como caso concreto falo dos largos milhares de euros que algumas comissões de festas gastam anualmente em foguetes, em bandas e artistas, tudo para puro entretenimento, quase sempre de qualidade duvidosa mas de agrado fácil, e, no entanto, e lá está, sem uma coerência de base, as capelas e igrejas de que cujos patronos motivam a festividade, estão tantas vezes com mau aspecto, a precisar de investimento em obras de conservação. 

Veja-se, como mero exemplo, o caso da bonita e honrada freguesia de Romariz que por estes dias e coincidindo com a nossa festa terá gasto, assim com umas contas feitas por alto, mais de 50 mil euros, com um naipe de artistas de renome no campeonato da música pimbó-popular, e, contudo, com a sua linda igreja matriz a oferecer uma má imagem com as fachadas a precisarem de pintura. Bem sei que a Senhora dos Remédios habita numa tão pequena quanto bonita capela, ali pela proximidade a cerca de 1 Km, mas é certo que o centro da festa ocorreu nas imediações da igreja.

Mas como dizia, este mal é geral e nós, em Guisande, não somos melhor exemplo do que Romariz ou de qualquer outra freguesia, pois mesmo que com um orçamento muito mais humilde e contido quanto aos gastos com a festa, temos igualmente a nossa capela, no exterior, mas sobretudo no interior, com muito mau aspecto, com as paredes salitradas a descascarem e a cobertura a meter água, por isso a precisar de obras de conservação urgentes, de resto já previstas realizar. E ali o probema não é de agora mas de há anos. Vale-nos, pelo menos como atenuante, que já há algum dinheiro angariado para tais obras e que resultou do saldo da festa das edições anteriores e parece-me que se sobrar dinheiro da festa deste ano (o que se espera), também terá o mesmo objectivo. E de um modo geral com a festa do Viso sempre foi assim, com os saldos positivos (felizmente na maior parte dos anos) a reverterem sempre para obras e melhoramentos na capela.

Em todo o caso, como disse, esta reflexão não pretende ser moralista porque o mal é mais ou menos geral, mas talvez devêssemos ter em consideração que tão ou mais importante que ter um artista ou banda de renome numa qualquer festa, importará haver brio, bairrismo e amor próprio com as nossas coisas comuns, como são as nossas igrejas e capelas, pela importância que representam para as comunidades em termos históricos, identitários e sócio-culturais.

Nestes casos em concreto, têm que ser as comunidades a avançar, porque mesmo e com a desculpa que são edifícios que pertencem à Diocese ou à Sé, certo é que se estivermos à espera que tais donos ou entidades do estado as conservem, como seria normal, bem que depressa cairão de ruína, sem apelo nem agravo.

Enxadas em vez de espadas


Que bom seria que estes novos cavaleiros

Vaidosos, de vestes e armaduras fingidas,

Lutassem valentes em batalhas sem setas,

Sem desígnio de lema de "morres ou matas".


Mas, que pena, meu Deus, vê-los foleiros,

Cómicos enfarruscados, de tinta nas feridas;

Nobreza, era lutar a limpar ruas e valetas

E de enxadas no campo a cavar batatas.

Dentro de nós há uma coisa que não tem nome...

José Saramago, 1922-2010,  escreveu que “dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos"

Na realidade todos nós tempos um nome, mais ou menos vulgar, mais ou menos raro e estapafúrdio, mas temos, por imperativos culturais, sociais mas sobretudo administrativos, mesmo que Teixeira de Pascoaes, 1877–1952, tenha escrito que "o nome desfigura as coisas".

Por outro lado, Miguel de Unamuno, 1864–1936, dizia que "o nome é em certo sentido a própria coisa; dar nome às coisas é conhecê-las e apropriar-se delas; a denominação é o acto da posse espiritual".

Hà nestas três fases e pensamentos subjacentes uma estranha contradição e complementaridade. Mas em ambos os casos é um tema interessante e com essência filosófica.

Da frase de Saramago, escrita no seu "Ensaio sobre a cegueira", leva-nos a navegar num mar de várias considerações e uma profunda reflexão filosófica sobre a essência do ser humano e sua identidade intrínseca. 

- A natureza do ser: A frase sugere que existe uma essência, uma característica fundamental dentro de cada indivíduo que é única e que define quem somos verdadeiramente. Essa essência pode ser entendida como a parte mais profunda e autêntica de nossa existência, algo que transcende nossas experiências superficiais e a própria linguagem que usamos para nos descrever.

- O inominável: Ao dizer que essa coisa dentro de nós não tem nome, pode-se inferir que essa essência é tão profunda e singular que não pode ser adequadamente expressa por palavras ou conceitos comuns. É algo que escapa à linguagem e que vai além das categorias usuais em que classificamos as nossas identidades.

- Auto-conhecimento: A frase também nos convida a questionar e a explorar quem realmente somos. O auto-conhecimento é um processo profundo de introspecção e reflexão sobre as nossas motivações, desejos, medos e valores. Procurar compreender essa "coisa" sem nome dentro de nós é uma jornada em busca de entender a nossa verdadeira essência e autenticidade.

- Identidade em constante mudança: Ao afirmar que "somos" essa coisa, a frase sugere que a identidade é fluida e está em constante evolução. Somos seres em processo, e a nossa essência pode ser moldada pelas nossas experiências, relacionamentos e escolhas ao longo da vida.

- Ligação com o universo: Essa "coisa" sem nome dentro de nós pode ser vista também como uma conexão com algo maior, com a totalidade do universo ou com uma dimensão espiritual, com Deus. É uma maneira de reflectir sobre nossa relação com o mundo ao nosso redor e sobre o nosso papel no cosmos.

Em última análise, essa reflexão filosófica convida.nos a mergulhar em questões existenciais profundas e a procurar um maior entendimento de nossa própria natureza e do significado da vida. É um convite para explorar os mistérios do ser humano e de sua conexão com o universo que o cerca. Cada indivíduo pode encontrar significados e interpretações pessoais nessa afirmação, o que torna a reflexão ainda mais rica e diversa.


A.Almeida - 23062022

2 de agosto de 2023

Colheita


Na borda daquele caminho, além,

Num terrão que o sol beija todas as manhãs,

Há uma macieira, não sei se plantada por mão ou vento.


Mas, meu Deus, como sabe tão bem,

Quando no fim do Verão colho nela as maçãs,

Em ansiada canseira em dia e hora marcadas p´lo tempo.


Há frutos assim, que se desejam colher,

Como a chegada cansada ao fim de um trilho,

Ou se no ventre  lançada a semente na mulher,

Que germine pura e, no tempo, se colha um filho.


A.Almeida - 25072023

Um mundo ao contrário


Tenho um mundo todo meu, imaginário

Por onde vagueio absorto, dormente;

Tudo nele é estranho, ao contrário:

Nasce-se da terra, morre-se no ventre.


É de nuvens macias a casa onde moro,

Os regatos e os rios nascem no mar,

As fontes são olhos em eterno choro,

As flores têm lábios e sabem beijar.


Mas nesse mundo estranho, imperfeito,

Vives a meu lado nessa igual desarmonia,

A envolver-me como amante em seu leito 

À luz do sol, porque o luar só nasce de dia.


Tenho um mundo só meu, imaginário,

Por onde corro livre, sem destino;

Sou actor de uma peça sem cenário,

Onde nasci velho e morrerei menino.


A.Almeida - 01082023

1 de agosto de 2023

Uma imagem que precisa de mil palavras


É da gíria dizer-se que uma imagem vale por mil palavras, mas nem sempre a imagem só por si é reveladora de tudo quanto possa dizer. Nem sempre tem a objectividade óbvia, a leitura clara e por isso importa que o texto, as palavras, complementem tanto o que os olhos veem como o que está para além dela.

Uma imagem pode mostrar, por exemplo, um simples caminho, com pedras gastas pelo tempo e para muitos olhares não passará disso mesmo, um trecho incaracterístico já gasto por passos e rodados de outros tempos, agora pouco percorrido, desinteressante e mais ou menos similar a muitos outros. Mas as palavras podem acrescentar que é um trecho de uma milenar calçada romana, das muitas realizadas por todo o império e que ligavam cidades, províncias e regiões, da Hispânia, Gália e Britannia a Roma, segundo técnicas de construção que permitiram que chegassem sólidas aos nossos dias, quando, obviamente, não destruídas pela voragem dos tempos modernos e pela indiferença e indistinção dos valores do património histórico e cultural.

Mas adiante, porque a imagem que ilustra este artigo nada tem a ver com romanos, suas estradas ou outras façanhas de engenharia. Mas, como um caminho, ainda que metaforicamente, a imagem com a casa e o espaço onde se ergue, conduzem a outros tempos e lugares, a pessoas e a momentos, unicos e singulares.

Para quem não conhece, esta casa ali nas traseiras da capela do Viso, foi de meu bisavô paterno, Raimundo Almeida, depois de seu filho Joaquim, meu avô, que a ampliou e que já pelo fim da sua vida a transmitiu a alguns dos seus filhos, uma parte das quais a meu pai. Por conseguinte, pertence por herança e por aquisição de algumas das partes a alguns dos irmãos, a meus pais, e ainda uma parte inferior a primos. 

Pela sua antiguidade, pelas vicissitudes e efeitos de desgaste do tempo, bem como ainda por não pertencer todo o edifício a uma só propriedade, por conseguinte com os obstáculos inerentes a um edifício que é de todos e de ninguém, certo é que se tem acentuado o seu desgaste e por isso está hoje em dia com um aspecto triste e decadente, de resto como tantas outras similares construções, espalhadas pelo nosso concelho como por outros, nem sempre, ou nunca, protegidas no seu valor arquitectónico pelos organismos e instrumentos de gestão territorial, ficando assim entregues às garras do tempo e de outras vontades urbanísticas. No fundo são, em muito, umas ilustres casas de Ramires, testemunhando a decadência de homens e seus tempos, porque o tempo e as suas mudanças não se compadecem com lirismos de nobres tempos antigos e dos seus vetustos valores. O progresso e o vendaval das suas mudanças trouxeram igualmente rupturas e decadência porque quase sempre num barco a navegar sem homens ao leme.

Em grande parte, estas casas ditas de lavrador eram os solares de gente abastada mas que vivia essencialmente do seu trabalho e da vida ligada ao campo, à floresta e aos animais. Gente que no geral não nascia já rica por desígnio maior, mas que se fazia a si própria com muito sacrifício, trabalho e esforço. Por conseguinte, são estas casas uma espécie de solares minhotos ou beirões, bem mais modestos, sem brasão no cimo do portão da entrada, porque não foram erigidas sobre dinheiro de emigrantes fazendeiros arrancado lá pelos brasis, ou de condes, viscondes ou morgados, ou de qualquer outro título de nobreza de fachada, tantas vezes cimentada à custa do suor dos demais que os serviam a preço de uma côdea e água por jeira. Ainda por um oportunismo avaro da ignorância inocente de gente mal remediada. Sempre foi assim porque "em terra de cegos quem tinha um olho era rei". 

Não faltam, pois, por aí e mesmo por aqui, histórias de gente e famílias que foram salteadas em cartórios, porque quem sabia ler e escrever redigia contratos e escrituras que eram assinadas literalmente de cruz. Surripiar à luz de contratos ardilosos várzeas e soutos a gente boa mas iletrada, era como roubar doces a bébés. Assim se consolidaram fortunas, ampliaram tapadas e largas ribeiras, ao abrigo do resgate por incumprimento tantas vezes falhado, não por falta de palavra, que era lei e honra, mas por ratoeiras e estratagemas de clérigos e doutores.

Mas adiante, porque ali por aquela casa do Ti Jaquim do Viso sempre morou gente, não tica mas remediada e sobretudo honrada, e não fosse assim, o património de terras ao luar seria imensuravelmente superior. Ainda sobrou um bom naco e feita a partilha ainda em vida, cada um dos muitos filhos pôde herdar um bom quinhão composto de leiras, campos e matos, porque dinheiro vivo esse era raro, mesmo em casa dos mais abastados lavradores. Pena que apenas alcondorados em montes íngremes e ribeiras apertadas, longe das ruas que ladeiam o casario e que o progresso urbanístico valoriza. Servem agora para pasto de chamas e alfobres de giestas e tojo. E nem o raio da auto-estrada ali passou para serem expropriadas a preço de ouro. Por ali até o diabo perderia as sandálias.

Todavia, em rigor não é principal propósito deste texto falar da casa em si, embora naturalmente me entristeça assistir à sua decrepitude num misto de naturalidade e impotência. Acima de tudo,  pela sua proximidade, porque ali à sombra da capela de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, quero realçar a relação da casa com o nossa festa do Viso. 

Tanto a capela como a parte mais antiga da casa serão mais ou menos contemporâneas, por isso construídas ali pelo ano de 1869 onde naquele monte nascia apenas carqueja, esteva e alguns sobreiros. Por conseguinte, a casa e a gente que nela foi habitando, em diferentes tempos e gerações, assistiram a muitas festas, a momentos de devoção, de partilha e diversão. Gente que trabalhava no campo mas que naquele dia, no primeiro Domingo do estival Agosto, celebrava a vida na abundância de uma pipa de vinho aberta e do sacrifício de um porco ou galo subtraídos ao aido ou à capoeira. Ainda e principalmente a celebração da fé e a sua religiosidade na figura e invocação materna de Maria, sob o título de Nossa Senhora da Boa Fortuna. Também a Santo António porque por esses tempos o gado e os animais tinham valor de gente e o lisboeta que morreu francsicano em Pádua era o seguro a quem se recorria. Não surpreende que por ele e na exaltação das suas virtudes ali no púlpito da capela, em dias de festa, se tenham proclamado inflamados sermões por abades mestres da oratória, principalmente em tempos em que a importância de chamar um afamado pregador tinha a mesma que agora contratar um Quim Barreiros ou outro que tal.

Havia foguetes, bandas de música, como sardinhas em lata aninhadas em pequenos e coloridos coretos; tascas a aviar vinho e iscas de bacalhau. Na própria casa funcionou durante muitos anos uma mercearia e taberna que nesses dias de festa eram uma roda viva de forasteiros com o balcão repleto de copos de quarteirão inundados de vinho a empurrar azeitonas, iscas e pataniscas; havia à volta da capela tendas onde se vendia fruta e sobretudo melão que grupos de rapazes e namorados compravam a partilhavam em doces talhadas ali à sombra do velho sobreiro; havia concertinas, harmónicas, violas e bailaricos onde homens e mulheres, rapazes e raparigas ganhavam ali o direito e permissão para se enlaçarem ao ritmo de um vira ou malhão.

Chegava gente com promessas a cumprir, da nossa terra mas também das aldeias vizinhas, de Louredo, do Vale e Romariz, entre outras. Durante muitos anos, ainda criançola, habituei-me a ver ali as mesmas pessoas que depois da missa estendiam a toalha à sombra do sobreiro ou das austrálias e a cesta de verga paria coisas boas, como enchidos, doces e fruta.

É claro que com o tempo foram envelhecendo, os romeiros e a casa  avoenga, esta perdendo as suas cores, atapetando-se já o musgo nas paredes e telhado, cumes levantados pelo vento, que no Viso sopra mais alto. Também as pessoas que ali passaram as suas vidas, subindo e descendo escadas, abrindo e encerrando portas e janelas, também, uma a uma, foram partindo e no que diz respeito à festa, senão radicalmente, é pelo menos diferente, mas com coisas e ritmos que permanecem imutáveis tanto hoje como há cem anos, desde logo a fé, a devoção, o amor à terra e às suas coisas. A casa e a capela, como irmãs, já velhinas, permanecem ali, de algum modo imutáveis nos seus alicerces sob a fraga do monte, na sua essência e na sua alma mesmo que desbotadas na cor e com a cal e o saibro a cairem às lascas. 

Pode mudar tudo, porque até as pedras envelhecem, mas que não se mude nem perca o mais fundamental: a alma, a nossa identidade, o sentido de pertença e o respeito por nós próprios e pelo terrão onde se implantam as nossas mais profundas raízes. Quando estes valores forem desconsiderados e mesmo esquecidos, então, mesmo que não mortos, estaremos irremediavelmente pobres, ocos e escancarados como uma velha casa sem telhado, sem portas e janelas ou se ainda com elas, já empenadas e sem gonzos. 

Há imagens que precisam de mil palavras, mas estas serão sempre escassas e insuficientes na descrição que se queira fazer sobre as visões que apenas estão presentes no mais profundo de cada um de nós.

Esta imagem, pois, para além dela própria, tem muitas outras que mesmo que invisíveis são bem mais indeléveis porque profundas.

Momentos marcantes...

Não sendo, para o caso, importante a identificação, fica aqui, no entanto, o agradecimento das jovens peregrinas alemãs de origem vietnamita, acolhidas cá em casa, em resposta ao também nosso agradecimento e despedida na expectativa de que a sua experiencia entre nós pudesse ter sido plenamente enriquecedora:

"Américo e Preciosa, nós é que devemos agradecer a vocês.

Por concordarem em nos receber sem nem mesmo saberem quem viria, por nos acolherem de braços abertos e permitirem que conhecêssemos seus amigos e familiares.

Foi fascinante aprender, comer e celebrar a cultura. É muito diferente do que estamos acostumados, mas ainda assim conseguimos aproveitar tudo graças a você.

Tivemos um ótimo tempo e esperamos visitar Portugal novamente no futuro. Seria maravilhoso nos vermos novamente.

Do nosso lado, se você algum dia quiser visitar a Alemanha, nós te receberemos de braços abertos.

Devido à nossa herança vietnamita, você também teria a oportunidade de conhecer duas culturas diferentes enquanto estiver lá, então se você quiser fazer a viagem, com certeza valerá a pena.

Mais uma vez, obrigado por nos proporcionar um lugar para descansar e recarregar as energias, por nos dar a oportunidade de conhecer e aprender sobre sua cultura.

Foi realmente uma experiência única na vida. Obrigado.

Desejamos e rezamos por sua saúde, que os momentos felizes sejam sempre longos e os momentos difíceis sejam curtos."


Em resumo, creio que este agradecimento é sincero e revelador da importância que as pré-jornadas da JMJ 2023, nomeadamente os momentos vividos com as famílias de acolhimento, tiveram para os jovens envolvidos. 

Creio ser importante este testemunho, que certamente não será diferente do de qualquer um dos mais de 100 jovens que passaram pela nossa comunidade inter-paroquial, e quiçá os que estiveram espalhados por todo o nosso país e regiões autónomas, e que em muito ajuda a perceber o que de positivo se revelou para ambas as partes, mesmo que, conforme já por aqui escrevi em jeito de resumo,  tivesse sido possível fazer diferente.