18 de janeiro de 2020

Catequisando...

É algo desagradável, no mínimo, estar a participar numa missa constantemente perturbado por um grupo de adolescentes da Catequese. Sempre em burburinho, em risota, sem qualquer atenção. Acontece onde habitualmente participo na missa mas creio que, com raras excepções, o mal é quase geral.

Esta situação para além de desagradável, porque mais própria de um recreio de farra e festa, revela em muito a deficiente educação que vamos dando aos nossos filhos, quase sempre sem qualquer conduta de disciplina e respeito. Obviamente que depois tanto na Escola como mesmo na Catequese,  não se podem esperar milagres no que se refere a bons comportamentos e respeito. Mas é fruta da época e dos tempos e o que antes se disciplinava, por vezes com exagerado rigor, é certo, hoje é coisa de andar livre e à vontadex. 

Nestas circunstâncias, se pouco ou nada se pode fazer para disciplinar, pergunto a mim mesmo o que é que esta gente anda a fazer na Catequese. Pouco ou quase nada, obviamente. Eventualmente, e quase na generalidade, porque felizmente  há sempre  bons exemplos, andam contrariados, e dali pouco ou nenhum proveito sai, se não em religião, pelo que se vê, seguramente no aspecto cívico. 

Mas é fruta da época e no Inverno não se pode esperar colher cerejas.

17 de janeiro de 2020

Festa do Viso 2020 - Comissão de Festas


Carlos Santos de Almeida - Fornos
Johnny Almeida - Quintães
Micael Silva - Leira
Xavier de Almeida Baptista - Barrosa
Maria Inês de Jesus Santiago - Quintães
Juliana Alves da Silva - Cimo de Vila

13 de janeiro de 2020

Nota de falecimento


Faleceu Isaura da Conceição Ferreira Fontes, de 90 anos. Natural de Guisande, vivia e faleceu na freguesia de Caldas de S. Jorge.
Cerimónias fúnebres e religiosas conforme o indicado na pagela acima.

Sentidos sentimentos a todos os familiares. Que descanse em paz!

Há tripas....

12 de janeiro de 2020

Uma copada de Castelões e um pires de moelas


Noutros tempos, não muito longínquos, o vinho verde "Castelões" era para os amantes das patuscadas e petiscadas uma espécie de elixir da eterna juventude. Em qualquer tasca, de prestígio ou rasca, pedia-se "Castelões". O acompanhamento eram os petiscos, fosse moelas, orelheira, uma isca, um prego ou churrasco. Sobretudo no Verão, pois, claro, umas copadas de "Castelões", servido bem frio, faziam valer a pena esperar pelo Sábado ou Domingo à tarde. O Nelson Ned cantava que não sabia o que fazer no Domingo à tarde, mas a rapaziada de Guisande, sabia e bem: Namorar e depois, porque o namoro faz sede, umas copadas no balcão dos bancos de pernas altas do Américo, ou em mesas de fórmica noutros locais de culto como da churrasqueira do valdemar, em Estôse.

Deixou, por isso, saudades, esta emblemática marca de vinho, engarrafada em Vale de Cambra pela empresa Bastos & Brandão, L.da. O vinho era proveniente da região demarcada do Vinho Verde, da qual fazia (e faz) parte Vale de Cambra, com base nas castas Loureiro, Trajadura e Arinto. A malta, mesmo sem perceber de castas, acreditava que sim.

A Brandão & Bastos, L.da foi fundada por Manuel Brandão e Manuel de Bastos, que morreram em 1986 e 1990, respectivamente. A empresa foi fundada em meados da década de 1950. Depois disso mudou de mãos e passou por processos de insolvência. Não consegui apurar se ainda existe e em actividade ou se mudou de nome. Certo é que a marca "Castelões" já não existe desde há alguns anos. Outras marcas engarrafadas pela empresa valecrambrense como a "Aniversário" e a "Valverde", também já desapareceram.
Para avaliar da fama do "Castelões", posso dizer que colhi a informação de que pelo final da década de 1990 as vendas cifravam-se em 6 mil garrafas por semana.

Este "Castelões", a que se refere o rótulo acima, característico e inconfundível na sua forma triangular, era considerado como levemente adamado e a exigir servir-se "muito frio".

No meu tempo de rapazola, este "Castelões" estava para a rapaziada como agora a "Coca-Cola" está para a juventude.  Também fazia arrotar, mas, ao contrário da bebida negra açucarada, o "Castelões" propiciava outras aventuras. Muitas delas poderia aqui contar, mas teria que por bolinha vermelha a classificar o texto.

Acrescente-se que por esses tempos, não havia boda de casamento que não fosse fornecida de "Castelões". A malta solteira lá conseguia passar por debaixo da mesa alguns exemplares que mais tarde serviam para refrescar conversas.

O "Campelo" e os "Três Marias" faziam forte concorrência mas a malta não trocava pelo "Castelões". De resto, alguns de nós tínhamos um lema: "Homem que tenha ...lhões, bebe "Castelões".

Aparte alguma brincadeira, o vinho verde "Castelões" é uma das marcas que a malta da minha geração associa a petiscadas e convívios de boa camaradagem. Aquela pinga generosa e esverdeada em garrafas com aquele inconfundível rótulo triangular ajudaram em muito a cimentar amizades e a fartar barrigas.

Nos tempos actuais, descobri e tenho bebido de um fantástico vinho verde também ali das mesmas encostas do Caima e do Vigues, mas convém não fazer publicidade sob pena de aumentar as vendas e daqui a nada ter que o pagar mais caro, até porque é colheita seleccionada e limitada. Basta dizer que em nada fica atrás dos melhores alvarinhos e loureiros do Alto Minho. Não se deve abrir a barriga da galinha dos ovos de ouro.

Comércio perdicional



É sabido que de um modo geral, salvo raras excepções e em localizações privilegiadas e/ou de impacto turístico, o nosso comércio tradicional tem andado pelas ruas da amargura. Mesmo que de quando em vez venham à praça autarcas e outros "especialistas"  a dar um ar de sua graça, numa espécie de "engana-me que eu gosto", a verdade é que as machadadas são mais que muitas, nomeadamente com a aprovação excessiva de superfícies comerciais, por vezes umas ao lado das outras. Claro que aí lá vem os artistas alvitrar que tal representa novas oportunidades e dinâmicas para o comércio tradicional local, mas obviamente que na generalidade dos casos é conversa para enganar lorpas.

Em todo o caso, e porque nem uma coisa terá a ver com outra, mas apenas para contextualizar as dificuldades de quem explora pequenos negócios, por estes dias soube, com pena e mesmo com tristeza, até porque cliente de há anos,  que acabou o serviço de venda de fruta ao domicilio pela Rosalina Neves, bem como o negócio a ela associado que mantinha na casa paterna, no lugar da Gândara, nomeadamente confecção de pão e doçaria, na minha opinião, de boa qualidade.

De algum modo, este era um negócio com raízes familiares de há longos anos, a que os Guisandenses se habituaram e tinham como seu património, e que por isso, face ao anúncio do seu término, não deixa de ser uma pena para quem de algum modo valoriza o que de bom a freguesia tem. Assim é uma "nossa instituição" que se perde.

Não prevendo o futuro, porque este a Deus pertence, desejamos à Rosalina boa sorte no que quer que venha a fazer. Afinal de contas, como diz o povo, na nossa vida por vezes fecha-se uma janela mas abre-se uma porta.