20 de julho de 2021

Recolha de Sangue - 24 de Julho de 2021

 


No próximo Sábado, 24 de Julho de 2021, das 09:00 às 13:00 horas, será realizada mais uma colheita de sangue nas instalações do Centro Social  S. Mamede de Guisande, no Monte do Viso.

Num período em que habitualmente são relatadas carências de sangue nas nossas unidades hospitalares, ganha uma acrescida importância a generosidade dos dadores.

É certo que os dadores têm sido desconsiderados pelas entidades estatais, o que em muito tem contribuído para um decréscimo das dádivas, mas importa não ficar indiferente a esta necessidade cívica e porque dessa generosidade todos podemos vir a beneficiar. Por isso, venha doar sangue e doar vida. 

Matagal social

 




Já percebemos que a envolvente nascente ao edifício de Habitação Social em Casaldaça é coisa que não merece atenção, nem dos próprios moradores, alheios a tratar de algo que usam mas não é seu, nem da Câmara Municipal, nem da Junta de Freguesia. Assim, a vegetação cresce à vontade e transforma-se em silvado, desrespeitando as tais normas quanto à limpeza e gestão de faixas de combustível para precaver incêndios e suas consequências. 

Depois, quando muito uma vez por ano, reactivamente lá vem alguém cortar a selva. Parece-me que a limpeza a ser efectuada pelo menos umas 3 ou mesmo 4 vezes por ano ocuparia menos funcionários e menos tempo porque mais fácil. Mas quem manda não pensará da mesma maneira e decidirá inteligentemente que não limpar de todo ocupa bem menos tempo e dispensa funcionários.

Como se tal situação não bastasse, há algumas semanas uma empresa de manutenção veio ali abater algumas árvores que estariam debaixo das linhas de electricidade de média tensão e as mesmas ali estão esparramadas, com a rama a secar e a transformar o local num potencial foco de incêndio para além do aspecto de puro desmazelo.

Custa a acreditar nos critérios de trabalho de quem faz estas coisas, mas parece claro que o normal e razoável seria que logo que abatidas as árvores o material resultante, troncos, ramos e folhagem, fosse recolhido.

Assim, vamos ver até quando a coisa se manterá nessa situação. Dias, semanas, meses?




19 de julho de 2021

Amigos, amigos, política à parte

Ainda não vi nem li documento oficial que o confirme, mas a ter em conta informações tidas como fidedignas, o representante de Guisande na lista do PS- Partido Socialista, concorrente às próximas eleições autárquicas, será novamente Celestino Sacramento, antigo presidente de Junta.

Ou seja, pelo PSD teremos Joaquim Santos e pelo PS será Celestino Sacramento. Não deixa de ser curiosa esta situação tendo em conta que ambos são amigos e fazem parte do elenco directivo do Centro Social de Guisande. 

Esta conjugação pode ter outras leituras, mas para mim resulta de que a política não tem necessariamente de ser divisionista ou fracturante, e embora por vias e pessoas diferentes, os interesses de uma freguesia podem ser defendidos em diferentes lados e por diferentes visões relativamente ao posicionamento político.

Assim, importante será que qualquer um deles, em caso de eleição e se na Junta ou na Assembleia de Freguesia, possam ter voz activa e empenhada na defesa das particularidades e necessidades de Guisande no contexto da União.

Se me perguntam quem tem melhores condições de vencer em Guisande, respondendo e deixando de lado as aprecições de estilo e personalidade, porque diferentes, mas apenas pela leitura do contexto actual que tenho por aqui analisado, parece-me que Celestino Sacramento e o PS têm todas as condições para ganhar, porque objectivamente o impacto da gestão do PSD em Guisande neste último mandato foi de facto uma nulidade, em todas as frentes. Se é certo que o primeiro mandato, porque mais curto e com as finanças condicionadas por responsabilidades herdadas das anteriores Juntas, foi difícil e mesmo com o ônus do experimentalismo face à nova realidade administrativa, ainda assim se conseguiram realizar certas obras e melhoramentos. Nos últimos quatro anos, num mandato já a expirar, paradoxalmente tem sido de facto uma nulidade, e nem mesmo nos aspectos básicos de limpeza das ruas as coisas correram bem, como o panorama na envolvente no edifício da Habitação Social o demonstra.

Creio que por este cenário será difícil ao PSD e seus concorrentes explicar aos Guisandenses que tal nulidade não terá resultado de algum ressentimento pela vitória do PS em Guisande, em contra-mão com as restantes freguesias. E não venham, como bandeira, com a lista das pavimentações porque o povo não é burro e sabe que estas foram da exclusiva responsabilidade e investimento da Câmara Municipal, a  exemplo do que tem feito por todo o concelho, num esforço notório da requalificação das nossas estradas. E mesmo assim tudo indica que ainda vão ficar algumas ruas em mau estado, como a da Zona Industrial, a Rua de Estôse e Rua dos Quatro Caminhos ou mesmo parte da Rua de Trás-os-Lagos.

Vamos, pois, ver no que dá esta interessante disputa entre dois amigos em posições diferentes. Certamente que terão em comum a defesa de Guisande bem como da concretização de apoio ao processo de funcionamento do Centro Social, o qual, recorde-se, tem estado condicionado por opções políticas ao nível do Estado bem como por sucessivos entraves, para além do contexto da pandemia.

A ver vamos, sendo certo que me parecem ambos dois bons candidatos. Esperava-se, é certo, novos elementos, com outra juventude e dinâmica, tanto mais que ambos já deram o seu contributo no passado, mas isso também revela as dificuldades no contexto actual em conseguir cativar elementos mais jovens para estas coisas da cidadania e poder local. O cenário de uniões de freguesias veio afastar todos aqueles que no passado o faziam por amor à terra. Assim, como diria o outro, é o que se pode arranjar!

18 de julho de 2021

PR13 - Na senda do Paivô - Revisita

 




















Segunda visita ao trilho do PR13 "Na Senda do Paivô". Ponto de partida na aldeia de Regoufe, encastelada na encosta sul dos montes onde noutros tempos a extracção de volfrâmio deu uma vida inusitada a esse local ermo. Terminada a Guerra, o minério deixou de ter o interesse, abandonaram-se as galerias e as máquinas e a aldeia voltou à sua pacatez de antanho, aos campos e aos rebanhos. 

O complexo mineiro à entrada da aldeia, noutros tempos de paredes de branco caiadas, são agora esqueletos graníticos cinzentos, abandonados, apenas como figurantes de fotografias dos muitos forasteiros que à procura de aventura ou para matar curiosidades ou encaminhados por roteiros, ali vão parar de olhos no chão na esperança de encontrarem um resto do pesado e negro minério. 

Lá em baixo, débeis pelo estio, correm os ribeiros da Várzea e da Sardeira, dando de beber aos verdes milheirais, para logo abaixo, perto do caminho que conduz a Drave, se unirem para dar lugar à ribeira de Regoufe, que por sua vez lá mais para baixo se encontra com as águas mais impetuosas do Paivô, que já traz as águas frias do rio de Frades.

O trilho segue quase todo definido por pesadas lajes de granito ali arrumadas por mãos e braços fortes de gente valente. Praticamente em plano e descida, chega-se à bonita aldeia de Covêlo de Paivô, uma espécie de irmã de sorte e destino de Regoufe, mais fresca, porque a uma menor altitude e banhada pelo Paivô. 

Junto à ponte da estrada que conduz a Rio de Frades, Bouceguedim e Ponte de Telhe, oferece-nos, ao lado de um velho moinho em ruína, um local aprazível de águas cantantes, convidando à merenda antes de pôr os pés ao caminho de volta, que ao contrário da vinda, há-de agora ser em subida e por isso bem mais duro o regresso  até porque o "forno" já aqueceu mais uns graus. Felizmente, dois ribeiros generosos da margem direita da ribeira de Regoufe  resistem ao calor do Verão e dão as suas águas límpidas e frescas às bocas sequiosas.

Já em Regoufe, espera-nos o restaurante "O Mineiro" e a simpatia e simplicidade da proprietária, que dividindo a azâfama entre as suas cabras e as suas hortas e o restaurante, anda numa roda viva mas no final encontra uns minutos para alguns dedos de conversa. Poucos o percebem, e da "cidade" muitos nela apenas veem uma camponesa vigorosa e simpática, a quem fazem perguntas inocentes, mas esta professora aposentada é pessoa de cultura e de boas relações e amiga de políticos e nomes grandes do concelho. 

Creio que com esta foi a terceira vez que ali retemperamos forças do desgaste dos trilhos e já está à vista uma próxima, depois de mais um trilho marcado para aqueles montes tão imponentes quanto inclinados. Havemos de descer ao Paiva, calcorrear Janarde, Meitriz, Deilão e Fragoselas, entre outros locais encrustados naquelas encostas.

16 de julho de 2021

Cidadania, desenvolvimento e...carteiristas

(...) A relação entre o indivíduo e o mundo que o rodeia, construída numa dinâmica constante com os espaços físico, social, histórico e cultural, coloca à escola o desafio de assegurar a preparação dos alunos para as múltiplas exigências da sociedade contemporânea.

A complexidade e a acelerada transformação que caracterizam a sociedade contemporânea conduzem, assim, à necessidade do desenvolvimento de competências diversas para o exercício da cidadania democrática, e, por isso, a escola tem um papel importante na construção de práticas de cidadania.

Com efeito, os valores da cidadania encontram-se consagrados nos princípios da Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.º 46/86, de 14 de outubro), estabelecendo-se que o sistema educativo deverá ser organizado de modo a contribuir para a realização dos alunos, através do pleno desenvolvimento da sua personalidade, atitudes e sentido de cidadania. Deste modo, os alunos são preparados para uma reflexão consciente sobre os valores espirituais, estéticos, morais e cívicos, no sentido de assegurar o seu desenvolvimento cívico equilibrado. (...)


O texto acima, coisa bonita, é parte do enquadramento curricular da disciplina "Cidadania e Desenvolvimento" nas nossas escolas.

Tão bonito e profundo, ficamos com a ideia que já estamos numa sociedade onde predominam os exemplos de boa cidadania.

É claro que os valores inerentes às antigas disciplinas de "Educação Cívica, Moral e Religião", como vírus pandémico, foi para o caixote, porque a escola quer-se laica.

No entanto, a qualidade da nossa cidadania pode medir-se por alguns exemplos práticos. Ainda há dias soube que um amigo, por descuido, acabou por perder a sua carteira, com documentos vários, como cartão de cidadão, carta de condução e cartões bancários, para além de uma bonita quantia de dinheiro em notas.

Pergunta-se: Qual a probabilidade da carteira ser encontrada por alguém e que a devolva intacta? Alguém arrisca dizer que em cem pessoas talvez duas ou três? Mesmo assim, com duas ou três já será optimismo demasiado e cega confiança na humanidade. 

De facto, a carteira que acabou por ser encontrada por alguém, porque perdida e não furtada, foi arremessada para uma qualquer valeta a cerca de 10 Km do local onde foi perdida, felizmente, e do mal o menos, com os documentos, mas obviamente sem o dinheiro. Ou seja, este tipo de desfecho é hoje em dia o mais expectável, porque podemos obrigar as nossas crianças à tal disciplina de "Cidadania e Desenvolvimento" que na prática e na boa formação, isso vale quase rigorosamente "zero".

Assim sendo, a norma, a normalidade, é a desonestidade, a falta de valores e sentido de humanidade. O outro, é um ser abastracto, a quem se surripia com toda a naturalidade e sem qualquer peso na consciência, algo que lhe pertence. 

Assim sendo, vamos fazendo de conta que o jardim está cheio de flores radiosas e perfumadas e que  "...os alunos são preparados para uma reflexão consciente sobre os valores espirituais, estéticos, morais e cívicos".

Tretas! E tretas porque a par disso bem sabemos como andam os valores da disciplina e responsabilidade. Tretas!

Em suma, os dias de hoje não são dados a deixar portas abertas e a descuidos com carteiras. Na casa, alarmes, cercas electrificadas e pitbulls sem açaimes a mostrar os dentes ao portão poderão ter alguma eficácia no combate à "boa e moderna cidadania". Confiar na cidadania da gente que anda a ser formada, é fazer figura de anjinho.

Não generalizando, pois, claro, porque em cem haverá dois ou três, da velha guarda, que aprenderam a coisa pela boa educação e melhor disciplina, mas as coisas são como são.

13 de julho de 2021

Fora de jogo

Um dos nossos direitos inalienáveis é o da liberdade de expressão, sendo que, obviamente, no respeito pelos outros. Desse direito, entre outras coisas, emana o da livre opinião. 

Mas nem sempre o exercício da opinião, sobretudo em contexto público, como neste espaço, por exemplo, é fácil. E isto porque de algum modo nos vincula e até compromete. É certo que uma boa e legítima opinião pode mudar a jusante, nomeadamente quando certos pressupostos que a fundamentaram mudaram ou se alteraram. De resto a nossa percepção das coisas ou dos factos pode mudar. Quantas vezes temos uma apreciação negativa de uma pessoa, mas posteriormente, porque com ela se proporcionou um outro contacto e uma outra vivência ou convivência, ficamos com uma opinião contrária? 

Deste contexto, o do comprometimento, resulta que se perceba que muitos dos nossos "pensadores" e "cagadores de postas de pescada" sejam de faladura e julgamento fáceis na mesa do café ou em conversa de amigos, mas fogem como o diabo da cruz quanto ao carácter perene das suas palavras, escritas ou faladas. Afinal, é sempre mais fácil atirar a pedra e esconder a mão.

Por tudo isto, reconheço que nem sempre é fácil para alguém que fez parte de uma qualquer entidade, vir posteriormente comentar ou opinar de forma menos positiva contra essa mesma entidade, mesmo que dela já não faça parte nem tenha qualquer ligação. E isto porque por vezes se confunde o conceito de lealdade. A lealdade pode e deve ser institucional mas não de todo motivo para castração do direito à opinião e ao pensar contrário. Ademais, a lealdade não deve ser clubista nem fundamentalista a ponto de se perpetuar em nome da nada. 

Passada esta introdução, mesmo que em abstracto, devemo-nos sentir todos na plena liberdade e legitimidade para falar e escrever eventualmente coisas menos positivas sobre instituições, mesmo que delas já tenhamos feito parte, sobretudo quando temos a consciência que enquanto por lá andamos demos o nosso melhor, porventura acima do que se exigia, mesmo que em nome da tal lealdade resultasse um esforço acrescido por se perceber que as coisas nem sempre eram dirigidas da melhor forma, de modo insuficiente ou inadequado face ao que exigia. 

Esta é a questão base e primordial. Se a experiência de uma nossa passagem por um qualquer cargo ou função não foi a esperada, mesmo que por responsabilidades ou incapacidades terceiras, devemos saber ter este sentido de auto-crítica da parte que nos toca, de modo a que a nossa liberdade de expressão não possa ficar condicionada. 

Em resumo, no jogo das palavras e no exercício da liberdade de expressão e opinião, será sempre bem mais fácil para quem está de fora, na bancada. Se em campo, será sempre bem menos difícil marcar golos fora de jogo. Como se diria nos jogos da bola no recreio da escola, não faltam jogadores que "...só sabem jogar à mama!".

PS - David Neves encabeça lista à União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande


Como não há duas sem três, David Neves concorrerá pela terceira vez ao cargo de presidente da Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo Guisande, encabeçando a lista do Partido Socialista. 

Nas últimas eleições, em 2017, só não venceu porque a par da falta de comparência do CDS, que serviria de fiel de balança, Manuel Oliveira Leite (agora cabeça-de-lista pelo PSD) teve de facto um excelente resultado em Gião. Não fora isso e o candidato socialista teria conseguido.

Não é muito normal que um candidato se submeta a um terceiro escrutínio depois de ter falhado duas eleições consecutivas, mas, pela parte que me toca, parece-me que o PS apostou bem, porque percebe-se que o David Neves é uma figura capaz de reunir consensos e produzir a cola que poderá unir as diferentes freguesias da União, coisa que de todo tem faltado até aqui devido a um modelo e filosofia desajustados, excessivamente presidencialista. Desde logo o respeito e compreensão pelas diferentes identidades sócio-culturais das quatro freguesias. Não basta reunir representantes das quatro unidades. É preciso mais que isso, como descentralizar e distribuir poderes e competências por quem realmente as conhece. Uma figura de um qualquer presidente que do alto do seu ego olhe apenas para o seu umbigo e para a sua freguesia, não deve ter lugar neste modelo de uniões.

A ver vamos se será desta, mas creio que o David tem a tarefa mais facilitada, dado que do actual executivo do PSD a herança é muito pobre porque pouco ou nada se fez.  No caso de Guisande, mesmo nada, e mesmo o básico da limpeza (mais do que necessária) que se venha a fazer será já em período de pré-campanha. Bastará, pois, apenas fazer balanços.

Não será fácil, desde logo porque a população está obviamente decepcionada e desmotivada, percebendo que tem sido surripiada da tal proximidade e respeito pelos seus valores, mas dos candidatos apresentados até agora, parece-me que o David Neves será aquele que melhor percebe a dinâmica que de algum modo poderá tornar a nossa União de Freguesias um pouco melhor que um projecto de todo falhado.