28 de maio de 2019

A carvão

Seria de esperar que no próprio dia, ou seguinte, e logo que descortinados os resultados das eleições de Domingo, estes, em nota informativa  fossem publicados e divulgados pelas Juntas de Freguesia, nas suas páginas oficiais ou mesmo nas do Facebook. No fundo seria um serviço de informação e divulgação, certamente do interesse de muitos. Cá pela nossa União de Freguesias, como em quase todas, nada vi.

Infelizmente, pelo que vou constatando, este é um mal geral e muito desaproveitado pela maioria das plataformas relacionadas ao poder local de base, ou seja, das Juntas de Freguesia, muitas vezes com gente impreparada nestas coisas da comunicação digital, ou mesmo desinteressada. Juntas há que não têm qualquer plataforma de comunicação digital.

Pessoalmente, a mim, faz-me alguma confusão que numa era de boas ferramentas e plataformas de comunicação e redes sociais, disponíveis e ao alcance de um clique da maioria da população, as mesmas não sejam devidamente usadas para dar respostas e  informações à comunidade em tempo útil. Uma página oficial desactualizada nalguns aspectos e com a última publicação datada de Agosto de 2018 não me parece sinal de eficiência e objectividade no que diz respeito à proximidade e transparência. Mas ainda há quem prefira assim, dar destaque e ênfase a cartazes de uma qualquer festa, do que tornar disponível online uma acta de Assembleia de Freguesia ou de reunião de Junta, ou mesmo um contrato de adjudicação de obras ou serviços, ou algo mais substancial, mesmo que susceptível a escrutínio e eventualmente a críticas, mesmo que nem sempre justas. Neste aspecto, as Juntas de Freguesia têm a aprender com as Câmaras Municipais, normalmente mais comprometidas com os valores da transparência e na disponibilidade de consulta e divulgação de documentos deliberativos e outros.

Em suma, de um modo geral e pelas diferentes juntas de freguesia ainda há quem ache preferível que certas coisas continuem a trabalhar a carvão porque ainda vigora a apologia de que mais vale omitir do que revelar e que a população e os contribuintes não precisam de saber tudo. Ora enquanto esta mentalidade não mudar, nem que seja por decreto, a coisa não vai lá.