14 de setembro de 2022

Sede

Há sedes assim, intensas, interiores,

Que deixam à míngua as raízes das emoções,

Em que não há agua que baste à secura.

Quem dera que o coração plantado a flores

Vivesse em eterna primavera, sem verões,

Com rega abundante da água mais pura.


Talvez no amor se encontre a fonte,

A frescura orvalhada de um vale,

Uma boca seca que um beijo pede.

Talvez um conto que alguém nos conte,

Num adormecimento sereno, sem mal

Para um despertar doce, sem sede.