20 de dezembro de 2022

Vazio



Não! Talvez já não valha a pena

Esperar do homem epifanias

Que o levem a mais humanidade;

Foi-se a esperança na última cena,

Sala e cadeiras ficaram vazias;

E nada sobrou dessa veleidade.


O poeta assim não sente remorsos

Porque o homem já não o inspira,

Sombrio jardim onde nada medra;

Lamenta-se, vencido de esforços

Por ver na alma, cheia de mentira,

Menos poesia do que numa pedra.