Há algumas semanas recebemos nas nossas caixas de correio um infomail todo bonito a dar-nos o recado de que "Há uma nova rede de autocarros no concelho de Santa Maria da Feira". Mais informava que "A partir de 1 de Dezembro (2023) entraria uma nova rede de transporte público rodoviário de passageiros para todos os municípios da Área Metropolitana do Porto que, finalmente, transformará a mobilidade do nosso território. Autocarros movidos a energia limpa, sustentáveis, uma rede mais eficiente, intregrada e uniformizada, e com um sistema de bilhética único". Apresentava-se como a UNIR.
Para além deste infomail fomos sendo informados no final das missas e ainda nas rádios e jornais locais. Quem, como eu, foi espreitar a plataforma digital da entidade e do serviço, ficou com uma boa ideia de que ía ser uma coisa muito bem feita e organizada.
Infelizmente, a ter em conta as reacções dos utentes e de diversas figuras, incluindo alguns presidentes de Câmara que se mostraram com as expectativas defraudadas, parece que a coisa não poderia ter começado da pior maneira, com confusões, falta de meios e recursos, supressão de linhas, atrasos e irregularidades nos horários, etc, etc.
Depois disso ouviram-se responsáveis a sossegar o povo dizendo que era natural que a coisa começasse com problemas mas que aos poucos a máquina iria ser afinada e resolvidos os defeitos, mas pelas reacções que se vão ouvindo, parece que ainda há muita coisa a melhorar e a afinar. Aos optimistas que dizem que com tempo o sistema será perfeito, contrapõe-se o velho e experimentado ditado popular que "o que nasce torto tarde ou nunca endireita".
Pela minha parte, que não tenho necessidade de transporte público, estou de fora a ver a banda a passar, mas de facto é importante que o sistema funcione e que corresponda às necessidades de quem dele precisa. Apesar de tudo, é muito nossa esta mania de lançar foguetes antes da hora e de anunciar maravilhas maravilhosas e que depois à nascença, aos primeiros passos, seja tombos e trambolhões.
Mas por agora é aguardar que a coisa, lá virá um dia, ficará (mais ou menos) afinada, até ao "patamar de excelência" prometido pelo presidente da Câmara de Gaia e da AMP, Eduardo Vitor Rodrigues.
Para já as palavras de ordem são ajustar, reformatar, reformular, adequar, reparar, acertar, etc. Tudo palavras consoladoras para quem querendo unir começou a desunir. Os utentes, esses têm que aguentar e esperar.