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23 de junho de 2023

À vontade e à vontadinha

O que impressiona de todo este caso relacionado à imigração ilegal, tráfico de pessoas, exploração laboral e apanha ilegal de bivalves no estuário do Tejo, na zona do Samouco - Montijo, bem como noutras zonas do país, é a indiferença e incapacidade das nossas diferentes autoridades. Pois se então toda esta situação era conhecida de há muito, a envolver várias centenas de pessoas e de forma pública, visível e descarada, como é possível que a mesma perdurasse no tempo. Para que serve o SEF, as autoridades marítimas, ambientais e policiais? Não teria sido possível acabar com aquilo logo nos primeiros dias?

Com o aparato desta recente operação que conduziu à constituição de vários arguidos, supostamente da organização criminal, em rigor depois de feitas todas as contas, daqui a largos meses, poucos ou ninguém serão criminalizados. Mesmo por parte dos pobres imigrantes, compreendendo-se a sua situação de fragilidade, mas, porra, também eles, na sua larga maioria, sabiam desde o primeiro momento que estavam no país em situação ilgal e também a exercerem uma actividade igualmente proibida. Por conseguinte, largas dezenas ou mesmo centenas são também eles ilegais e que devem, quanto antes, serem remetidos à procedência. Mas em rigor, à larga maioria isso não vai acontecer e vão ficar por cá, já não às mãos dos supostos cabecilhas das redes mas ao encargo de todos nós. Mais uma vez o Zé Tuga vai ajudar a subsidiar gente ilegal e que exercia actividades ilegais.

Somos assim uns mãos largas, uns bonacheirões que deixamos que os imigrantes ilegais e respectivas redes de tráfico e ajuda à imigração ilegal andem por aí com relativo à vontade, ou mesmo à vontadinha. Podem ser pessoas pacíficas e que apenas pretendem melhores condições de vida do que a que viviam nos seus países, mas com este à vontade por parte das autoridades, bem que podiam ser todos terroristas e criminosos de primeiro grau que à rédea solta continuariam.

Assim não! Pessoalmente sou a favor da imigração, até porque somos um povo de emigrantes, mas de forma controlada, sustentada, integrada e que se saiba o nome, origem e morada de cada um. E, claro, com visto de residência com base em contratos dignos de trabalho digno.

Para além de tudo, custa a crer que tenhamos entre nós políticos e políticas que defendem o escancaramento das portas deixando entrar tudo e todos, sem qualquer controlo ou escrutínio. Podemos ser um país acolhedor mas não precisamos de andar sem cuecas de rabo no ar a apnhar sabonetes.

Não é pedir muito!

21 de junho de 2023

Meter água...

Um cliente da Indáqua Feira paga a sua factura com 15 dias de antecedência e nada recebe de juros. Pelo contrário, atrasa-se no pagamento da factura em apenas 1 hora, e porque a referência multibanco emitida não tem qualquer dia de prazo adicional, ao contrário de, por exemplo, outros serviços como a MEO, e permite-se cobrar juros de mora, mesmo que apenas o ridículo valor de 0,01 euros.

Há limites para a falta de bom senso e acima de tudo de pouca vergonha. Não é um bom relacionamento com o cliente. Mas isto, em grande ou em toda a parte, acontece porque este tipo de empresas concessionárias de serviços exclusivos permitem-se a arbitrariedades ou a estas desproporcionalidades.

Por conseguinte, uma empresa destas só pode merecer a desconfiança e pouco apreço por parte dos clientes.

19 de junho de 2023

Factos e perguntas - Condecorações e motos


Facto: O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou esta quinta-feira o Rei Carlos III do Reino Unido, em Londres, com o Grande-Colar da Ordem da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, anunciou a Presidência. 

Pergunta: A que propósito? O que é que de relevante para o nosso país fez sua excelência o king Charles III? Não teria sido mais proveitoso condecorar um trolha ou pedreiro que por este país fora ajudam a construir casas e muros?

Facto: Um tal de Miguel Oliveira, corredor de motos, parece que ficou em 10.º lugar numa corrida de GP na Alemanha.

Pergunta: E porque é que a imprensa portuguesa continua a dar tanto destaque a alguém que ou desiste ou faz lugares longe do pódio? Bem sei que já fez umas classificações engraçadas, mas no geral e em média, parece-me, a coisa não merece notícia quanto mais destaque. Mas deve ser algo muito importante para a nação, assim como noticiar que o Al-Nassr do Ronaldo jogou com o Al-Fateh ou que o tenista português João Sousa somou a 9.ª derrota consecutiva.

Enquanto isso, o Quim da Nanda fez equipa com o Inácio dos Diluentes e venceram o 10.º Torneio de Sueca do Café Primavera e nem uma noticiazinha em roda-pé. Como dizia o Calimero: - Mas é uma injustiça, pois é!

14 de junho de 2023

Desportivismo e falta dele

Marcus Rashford, um dos bons futebolistas do Manchester United, deu os parabéns ao rival, Manchester City, pela conquista de Premier League, Taça de Inglaterra e Liga dos Campeões.

Em declarações à Sky Sports, disse:

«Não é agradável, mas o futebol é assim. A melhor equipa, que joga, consistentemente, o melhor futebol, vai conquistar a maior parte dos troféus. Eles conquistaram três, por isso, bom para eles. Temos de seguir em frente». «Cabe-nos a nós apanhá-los. Vou dar-lhes os parabéns. É o futebol. Não é nada de novo. Olhem para a rivalidade de há alguns anos entre Barcelona e Real Madrid... Eram de forma consistente os melhores e ganhavam títulos»

Façamos agora um exercício imaginando que isto ocorreria em Portugal. Estamos a ver alguém do F.C. do Porto dar os parabéns ao rival Benfica? Ou então ao contrário? Tretas!

Por aqui, em grande parte devido a  uma rivalidade fanática e acicatada tanto por dirigentes como por jogadores e treinadores, o clima é precisamente o contrário: Nada de desportivismo nem reconhecimento do mérito adversário, mas antes a depreciação, a desvalorização das conquistas, e pior do que isso, a ofensa e a provocação mútuas.

Por cá somos assim, sempre a um nível inferior e com bons (maus) exemplos de comportamentos anti-desportivos. Mas há quem os siga e os tenham como doutrina e mística.

Quem estraga, paga?

Não sei quem foi nem como foi, mas não me parece correcto que alguém numa qualquer manobra ou trabalho danifique o piso de uma estrada recentemente pavimentada, o que pode acontecer, mas sem que daí assuma responsabilidades e mande reparar a coisa. 

Tal aconteceu por estes dias na Rua da Fonte, das Quintães para Casaldaça, aqui em Guisande. Pelo tipo de estragos terá sido uma máquina pesada, tipo rectroescavadora.

À Junta de Freguesia ou Câmara Municipal, esta que realizou a obra, compete, naturalmente, procurar saber quem foi e obrigar à rectificação do piso. Afinal é velho o ditado de quem estraga, paga!

A ver vamos, pois temos que acreditar que as pessoas são boas pessoas, cumprem e assumem as suas responsabilidades!

Em todo o caso, importa ter em conta que a culpa tantas vezes morre solteira. Esperemos que não seja mais um filme tantas vezes já visto.

9 de junho de 2023

A mais velha profissão do mundo tem novas concorrências.

Nos tempos que correm vai fazendo escola um puritanismo social que apesar de nos antípodas de antigos costumes e normalidades, padece da mesma doença  e cegueira, com a agravante de já não por ignorância mas porque nos carris de rumos ditos politicamente correctos como se a História possa ser mudada. Assim, há editoras a alterar histórias, narrativas, palavras e adjectivos onde o gordo não é gordo, o preto não é preto, o cigano não é cigano, e em troca vestem-lhes outros supostos sinónimos como se um cu mudasse na sua essência só porque muda de calças. 

Mas esta visão cega, que vai arrebanhando seguidores, a modos de burros que usam palas só para ver defronte, é mais ampla e há estátuas, monumentos e obras de arte a serem castradas ou arrumadas para o breu dos arquivos mortos só para não chocarem as tais novas mentalidades. Que o diga a estátua do David de Miguel Ângelo, só porque não usa cuecas a tapar aquele insignificante pénis em estado de repouso marmóreo, chocando os pais dos alunos de uma América despudorada.

Por conseguinte, quem aprova e legitima quem estabelece estes novos parâmetros de pensamento, arte e literatura, e quem o consome, não faz mais que um papel de modelo que mostra as pernas, o cu, as maminhas e tudo o que for preciso para exibir na moda as tendências, mesmo que em rigor não passem para fora da estreita passarele. Mais prosaicamente, os que dão lastro a estes absurdos em nome do novo politicamente correcto e quem os segue, por comparação, não são mais que as prostitutas que se oferecem nas montras chiques do Red Light District de Amesterdão.

É o que é! A mais velha profissão do mundo tem novas concorrências e concorrentes.

7 de junho de 2023

Não há milagres...e o karma

Amanhã é feriado, dia de "Corpo de Deus" e a nossa paróquia viverá a celebração da Comunhão Solene. Longe dos tempos em que participavam habitualmente 40 a 60 crianças, dizem que serão agora apenas meia dúzia. A festa continua a ser importante para as crianças e familiares mas já sem o envolvimento da comunidade que se sentia noutros tempos. 

Ora como vai haver festa e está programada a tradicional procissão à capela do Viso e depois o regresso à igreja, a Junta de Freguesia já está a tratar, e bem, da limpeza dos espaços envolventes à igreja, à capela e no percurso. Esta é uma situação perfeitamente natural e normal, pois se a freguesia está em festa há que haver brio no asseio. 

Apesar desta normalidade, não deixa de ser engraçado que estas coisas não se alterem e tenham que ser assim. Isto é: Quando fiz parte da Junta no primeiro mandato da nova realidade de união de freguesias, uma crítica recorrente da oposição e de opositores, era de que se fazia apenas limpeza nas ruas quando havia festas e procissões. Mas, cá está, a vida dá voltas e se os orientais dizem que há uma coisa chamada karma (*), o nosso povo mais prosaicamente diz que "cá se fazem cá se pagam". Por conseguinte, ontem crticava-se uma certa forma de fazer as coisas, mas hoje, do outro lado da barricada, as coisas fazem-se exactamente da mesma forma. 

Na verdade não há volta a dar nem outra forma de fazer estas coisas e terá mesmo que ser assim. Mas é pena que nem sempre sejamos capazes de ser coerentes. E isto calha a todos. Por conseguinte, com esta ou outra Junta, tomara que haja pelo menos disponibilidade para limpar quando é necessário, mesmo que na véspera de festa ou procissão. 

Quando fiz parte da Junta, perante a incapacidade da mesma em acorrer a todas as situações, sobretudo na nossa freguesia, paguei do meu bolso, por diversas vezes, horas de trabalho a jornaleiro para limpar o cemitério e a envolvente do Monte do Viso na véspera da festa, incluindo trabalho próprio na limpeza incluindo a das instalações sanitárias nos dias do evento. Mas, cá está, quem é que dá valor a isto? Quem é que deu por ela e o reconheceu? Tretas! Quando muito davam conta que as limpezas se faziam na véspera de qualquer coisa. Coitado do perú de Natal que morre sempre na véspera.

Por estas e por outras, é que cada vez mais, muita gente válida e voluntariosa, mesmo da nossa freguesia, se vai desligando das questões e acções de cidadania porque a crítica negativa, geralmente de quem nada fez ou faz, sobrepõe-se sempre ao empenho e dedicação de alguns poucos. Do lado de fora é sempre, mas sempre, mais fácil. 

Amor com amor se paga!


(*) Quanto ao karma:

O karma é uma concepção espiritual ou filosófica que tem origem em várias tradições religiosas, como o hinduísmo, o budismo e o jainismo. É uma crença fundamental que descreve a relação entre as ações de uma pessoa e as consequências que ela enfrenta como resultado dessas ações.

Segundo a crença no karma, todas as ações que uma pessoa realiza, sejam elas físicas, verbais ou mentais, têm consequências que afetam a vida presente ou futura dessa pessoa. Essas consequências podem ser positivas ou negativas, dependendo da natureza das ações. O karma é frequentemente associado ao princípio de causa e efeito, onde cada ação gera uma reação correspondente.

Por exemplo, se alguém pratica boas ações, como ajudar os outros ou agir com bondade, acredita-se que essa pessoa acumulará karma positivo, o que poderá resultar em coisas boas acontecendo em sua vida futura. Da mesma forma, se alguém realiza ações prejudiciais ou negativas, isso acumulará karma negativo, que poderá levar a consequências indesejáveis em algum momento futuro.

A crença no karma também está frequentemente ligada ao ciclo de nascimento, morte e renascimento, conhecido como samsara, em algumas tradições. Acredita-se que o karma influencie a condição em que uma pessoa renasce após a morte, determinando sua sorte ou desventura na próxima vida.

É importante ressaltar que diferentes tradições interpretam e entendem o karma de maneiras ligeiramente diferentes. Essa é apenas uma visão geral do conceito. O karma é um conceito complexo e multifacetado, que tem sido discutido e explorado há milênios em várias tradições filosóficas e religiosas.

31 de maio de 2023

...Para quando der jeito

A Rua de Trás-os-Lagos aqui em Guisande esteve várias semanas condicionada com as obras de instalação de redes públicas de água e esgotos, num destapa, tapa, destapa, e até nem se compreende que as mesmas não tivessem sido realizadas há já vários anos aquando nas demais ruas, a não ser por motivos meramente economicistas da empresa concessionária.

Certo é que as ditas obras aparentemente já terminaram há várias semanas e da parte de quem tem essa responsabilidade ainda não foi reposto o pavimento. Se não de toda a plataforma da rua, como se espera, pelo menos das valas que foram abertas. E já agora limpar o resto dos materiais nas bermas.

Assim, sobretudo os moradores, vamos circulando diariamente aos solavancos, ora com poeira, ora com lama e com os carros a sofrerem nos eixos. 

Não me parece, de todo, correcta esta situação que só demonstra irresponsabilidade e uma gestão de timings sem qualquer controlo, num dolce far niente, porque são obras não para se fazer mas para se ir fazendo, quando calhar, quando der jeito, bem à portuguesa. Afinal de contas, a quem incomoda? Apenas a meia dúzia de moradores? Todos os demais estão a leste da preocupação e reponsabilidade.

Esperam-se, pois, mais umas largas semanas, quiçá meses. Estamos a contar.

24 de maio de 2023

Racismo ou mais alguma coisa?

O futebol não se livra dos casos identificados como "racismo". Agora mais um, mediático, a envolver o futebolista do Real Madrid, Vinicius Júnior, insultado por adeptos adversários no jogo com o Valência.

Sinceramente, não sei se considero isso como racismo no verdadeio conceito do termo, mas se tão somente rivalidade levada ao extremo e dela a má educação, falta de respeito, facilidade e impunidade com que ainda se continua a atingir os outros, sejam eles jogadores, árbitros, dirigentes ou adeptos. Esta cultura de ofensa gratuita já é assimilada na própria rivalidade entre grandes clubes e a questão do racismo acaba mesmo por ser menor, até porque hoje em dia qualquer clube de futebol ou de outra modalidade tem tantos brancos como negros. Não é de todo por aí.

Se quisermos, esta cultura da ofensa já nos vem de pequeninos. Nos jogos distritais as provocações e ofensas, aos árbitros e jogadores e até aos adeptos forasteiros, porque geralmente em menor número, eram consideradas normais. Assim chamava-se tudo e mais alguma coisa: Termos como, filho da puta, corno, boi, monte de merda, cabrão, animal, paneleiro, etc, etc, eram o normal. E a coisa era a eito e as consequências eram em rigor nulas porque onde havia autoridades estas não queriam incómodos e os ofendidos raramente pediam a identificação dos ofensores. 

Por conseguinte, chama-se preto ou  macaco a um negro não por uma especificidade racista de fundo mas no geral apenas ofensiva. Ora quem ofende gratuitamente fá-lo nos termos que considera serem mais duros e incisivos para os ofendidos. 

Em resumo, eu próprio me considero anti-racista mas entendo que há nesta classificação muito exagero porque o que de facto está em causa é um mal muito mais amplo e generalizado que, como disse, é de má educação, fundamentalismo no conceito de adversário e rival e em muito pelo tal sentimento de impunidade porque, sobretudo nas bancadas de um jogo de futebol, quem ofende sente-se anónimo e protegido entre uma multidão composta pelos da sua facção. Quem é que como adepto não é ofendido no meio da claque adversária? Experimente um portista ir equipado com as cores do seu clube para o meio da claque dos "No Name Boys" ou um adepto benfiquista ir equipado de encarnado para dentro da claque dos "Super Dragões". Serão ambos respeitados na sua diferença? Tretas! No extremo poderão ir para o hospital. Se o adepto em questão  for negro no meio de brancos será racismo? E se for branco entre maioria de brancos será o quê? 

Assim sendo, ou não, vamos andando nisto e casos como este em Espanha é apenas mais um, como já foi em Portugal, na Itália, França, Inglaterra ou em qualquer país ou sítio onde haja adeptos em jogos de futebol e mesmo de outras modalidades.

E não pensem que estes maus exemplos acontecem a um nível profissional e mediatizado, mas até mesmo em jogos distritais e amadores e já nas camadas mais jovens. Insultos entre adeptos, pais e treinadores, são coisa comum.

Podemos ter irradiado ou controlado a violência física nos estádios, chamada de hooliganismo, mas a violência verbal ainda continua bastante activa, nomeadamente no meio de algumas claques. É pois necessário combater a violência como um todo e a verbal é igualmente condenável.

Mas lá vamos batendo na tecla do racismo porque dá jeito a algumas agendas.

23 de maio de 2023

Memória selectiva ou falta dela

À recente intervenção do ex-primeiro ministro e presidente da república, Cavaco Silva (por quem não nutro especial simpatia quanto ao estilo político), em que tece duras críticas ao actual governo de António Costa, alguns membros do Partido Socialista vieram a terreiro considerar essa posição como uma postura anti-democrática. O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que de brilhante apenas tem o apelido, acusou o ex- chefe de estado de utilizar uma “linguagem ofensiva e antidemocrática” nas declarações que fez sobre o Governo e o PS.

Acontece que a classe política, e calha a todos, tem nestas coisas uma memória selectiva e esquece-se que há sempre o verso da medalha e que até um velho single de vinil tem sempre o lado B.

Assim, veja-se que num relativamente passado recente, há coisa de uma dúzia de anos, em 2012, o Partido Socialista veio a público e numa carta aberta subscrita pelo então ex-presidente da república Dr. Mários Soares, desancar nas políticas do Governo PSD-CDS e pedir a demissão do primeiro ministro Dr. Pedro Passos Coelho. Veja-se de seguida a transcrição da notícia para perceber a tal falta de memória ou memória selectiva do PS ou mesmo falta de vergonha para agora virem fazer papel de moralistas e de virgens ofendidas como se o direito à crítica política seja coisa para meninos de coro.

- Da imprensa em 2012:

Um conjunto de 70 personalidades entregou em São Bento uma carta aberta em que é pedida a demissão do Governo, segundo apurou a Antena1. O documento, cujo primeiro subscritor é o antigo Presidente da República Mário Soares, acusa o primeiro-ministro de encaminhar o país para o abismo.

Outros subscritores da carta são deputados do PS e do Bloco de Esquerda, mas também figuras de outros quadrantes da sociedade portuguesa, como é o caso do escritor Valter Hugo Mãe. Este documento foi entregue em São Bento, com o conhecimento do Presidente da República.

A missiva considera que “o crescente clamor que contra o Governo se ergue como uma exigência para que o primeiro-ministro altere urgentemente as opções políticas que vem seguindo, sob pena de, por interesse nacional, ser seu dever retirar as consequências políticas que se impõem, apresentando a demissão ao Presidente da República, poupando assim o país e os portugueses a mais graves e imprevisíveis consequências”.

Em resumo: Onde é que ficamos? O que diz a isto o fosco Brilhante? 

18 de maio de 2023

Andar às notas e aos galambuzinos

Eu bem sei que a maioria da malta ontem preferiu assistir na TVI à segunda-mão da meia final da Liga dos Campeões em futebol, um jogo entre o Manchester City e o Real Madrid. Todavia, como nestas coisas tenho uma costela masoquista, passei a maior parte dessa hora e meia a assistir à CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP, onde era inquirida a chefe de gabinete do ministro das Infra-Estruturas, Dr.ª Eugénia Cabaço. No jogo anterior tinha sido ouvido na mesma Comissão o Dr. Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro, figura central na novela mexicana a que temos vindo a assistir, o tal que depois de exonerado terá tentado levar o computador das instalações do ministério contra as directrizes do pessoal presente incluindo a tal Dr.ª Eugénia, certamente boa pessoa e que até tem o nome da minha mãe.

Em resumo, do resumo do que vi e ouvi da parte destes dois intervenientes bem como do que já amplamente foi focado pela imprensa nas últimas semanas, é ponto assente que esta CPI é definitivamente uma telenovela mas igualmente uma espécie de Liga dos Campeões do descrédito da classe política e depois das meias-finais, hoje lá por volta das cinco da tarde terá início a grande final com a audição do ministro Galambuzinos das Infra-Estruturas. Ainda há-de ser chamado o ex-ministro Pedro Nuno Santos, mas esse, como já deu de fresques, já pouco terá a dizer que não se saiba.

É ainda uma certeza que no meio desta grande trapalhada alguém está a mentir ou, simpaticamente, a dizer meias-verdades. E mesmo sem qualquer apreciação clubista, parece-me que independentemente de quem tenha mais razão e capacidade de drible, ficam todos muito mal na fotografia. E são muitos, desde o pessoal da TAP até à malta das Infra-Estruturas e até mesmo do SIS, este serviço já com tiques de autoritarismo como se estivéssemos na Rússia ou China.

No meio desta açorda, o país cansa-se desta baixa qualidade de quem vai a jogo, exercendo cargos de governação ou da esfera do Estado. O presidente Marcelo, que por vezes fala mais que um papagio, teve razão na apreciação ao assunto do Galamba e companhia, mas o primeiro ministro não lhe fez a vontade e manteve no cargo um político medíocre e infectado com toda esta questão. Como bem disse um comentarista, João Galamba não passa de um cadáver político. Mesmo que na audição de logo não lhe façam definitivamente o enterro, nunca terá grandes condições para o exercício do cargo.

Toda aquela estrutura está a precisar de uma desinfestação e já agora, muita estruturação pois ficamos a saber que todos os documentos relevantes e importantes referentes à TAP estavam num único computador. Haverá por aí algumas tascas de comes-e-bebes bem mais organizadas informaticamente. 

Também achei curiosa a alegação da Dr.ª Eugénia Cabaço a dar ênfase aos documentos importantes e classificados e com informação priveligiada sobre a TAP, essa empresa "estratégica para todos os portugueses". Poupe-me, Dr.ª Eugénia e tire-me da lista dos portugueses interessados em meter milhões na TAP. Além disso, "documentos com informação relevante para a TAP"? Ui, ui! Podiam cair nas mãos da concorrência e estes ficavam a saber (como se não soubessem) os contornos de tão deficiente gestão ao longo das últimas décadas. O que é que dali podiam retirar? Lições e exemplos de como não se deve gerir uma transportadora aérea? Pode ser! Informações dessas se vendidas pelo "terrorista" Frederico aos concorrentes da TAP podiam valer milhões! 

Perante versões tão contraditórias a envolver um alegado furto, ameças de dois murros, agressões, agarranço de mochila, barramento de portas, 4 chamada para o 112 e para as polícias e ainda refúgio nas casas de banho, como se o Frederico, até ali uma pessoa de confiança, fosse um terrorista fanático do Estado Islámico armado até aos dentes e disposto a mandar meia Lisboa pelos ares, tudo parece realmente deplorável e mesmo irreal. Até houve idas ao hospital porque isto de apanhar alegados murros é coisa de partir costelas e fracturar o cránio. Terão recebido pulseira laranja ou vermelha no serviço de urgências?

Eu não sei como há-de terminar este jogo porque um empate numa final tem que ir a prolongamento ou mesmo a penalties. Vamos lá a ver quem falhará menos e possa cantar vitória mas perante este triste espectáculo o mais certo é que não haja taça para ninguém. O melhor mesmo é à primeira oportunidade substituir a equipa toda, desde o treinador ao roupeiro e ao homem que fecha o balneário.

Vamos lá aguardar para ver o desfecho desta telenovela e da tal Comissão de Inquérito, que está visto que o Governo quer terminar quanto antes, antes que surjam novos episódios.

...Já agora, o Real Madrid, tão habituado a ganhar o caneco da coisa, levou uma valente cabazada!

15 de maio de 2023

Maus hábitos e piores comportamentos

Uma pessoa reles é sempre uma pessoa reles. Isto para não usar um eufemismo mais condizente com a terminologia vernácula popular. 

Assim, parece-me que alguém que deposita lixos na berma de um caminho ou num barroco, seja resíduos e entulhos de obras de construção, electrodomésticos, colchões, sofás, ou mesmo restos de limpeza florestal e de jardins, etc, não merece outra classificação. Podem até ser boas pessoas em muitas questões, estudadas e bem formadas e até estarem devidamente integradas na sociedade, como  se diz agora nos tribunais para amenizar comportamentos criminosos e reduzir as respectivas penas, mas em em rigor quando adoptam comportamentos destes, tanto mais que censuráveis nos tempos que correm, perdem muito daquilo que podem valer como cidadãos.

Infelizmente, estes maus comportamentos continuam a ter palco um pouco por todo o lado e basta um caminho que permita o acesso de um carro ou carrinha para que pela calada da noite, ou nem por isso e mesmo de forma descarada, se faça a descarga e tantas vezes de maneira que até seja difícil e remoção pelas entidades competentes.

É certo que os ecocentros são poucos e tantas vezes não passam de meras inutilidades porque no geral não garantem na totalidade os propósitos para os quais foram criados, mas mesmo assim não há necessidade destes atropelos porque bem ou mal vão existindo alternativas adequadas para dar sumiço ao lixo, nomeadamente quanto aos ditos "monos", havendo um serviço de recolha que pode ser solicitado. 

Um dos mais descarados atropelos ocorrre em pleno centro da freguesia num dos troços da Rua das Fogaceiras, entre Casaldaça e Gândara. Mas há mais, como na zona do campo de futebol e zona dos Corgos entre o lugar de Estôze e Azevedo. Até ali uma sanita se via, no que de algum modo é simbólico da coisa.

Em resumo, nesta questão de civismo e urbanidade ainda há um longo caminho a percorrer e das autoridades nem sempre se pode esperar grandes acções  de vigilância e intimação, porque as prioridades vão para o que dá nas vistas. Já os espaços mais escondidos, os caminhos menos utilizados, esses são pura e simplesmente abandonados na sua manutenção e limpeza, permitindo-se e facilitando estas atitudes de gente pequena.

Assim vamos andando!

9 de maio de 2023

Internet à fartazana - Paga, tuga!

Da imprensa:

"Estado gastou 7,9 milhões de euros com cartões SIM para ligação à internet, entre 2020 e 2021, que nunca chegaram a ser usados por alunos ou professores, segundo a auditoria do Tribunal de Contas".

- Paga, tuga!

4 de maio de 2023

Diário de Bordo - 04/05/2023

Meu querido diário: A nossa imprensa e os muitos comentadores da coisa política são unânimes a dizer que entre o primeiro-ministro e o presidente da república está aberta uma crise. Uns até lhe chamam mesmo de "guerra".

Dizem ainda que o António Costa brindou o país com uma telenovela fazendo concorrências às ditas. Que o tal de Galamba afinal só apresentou o pedido de demissão já depois de saber pelo seu chefe que não iria ser demitido. O António Costa não aceitou a demissão que havia combinado não aceitar e por isso a responsabilidade de ambos nessa  deplorável situação, como a classificou o Costa, vai morrer solteirinha. O presidente da república ficou amuado por Costa não lhe fazer a vontade e pelo governo continuar na "corda galamba" e o país ficar a apanhar galambuzinos". Irá reagir hoje, talvez a meio do telejornal. Se fosse o totobola jogava numa tripla.

Meu querido diário: Creio que, apesar de tudo, vou mais pela tese disto não passar de uma novela porque nesta altura do campeonato, com o mundo envolvido em guerras a sério, já não haverá quem forneça munições a S. Bento e a Belém. 

Por mim a coisa resolvia-se como na La Tomatina, essa festa espanhola de guerra de atirar tomates uns aos outros em Buñol - Valência. A coisa até sairia em conta pois parece que o tomate está até Outubro isento de IVA. Uma alternativa aos tomates, para esta luta em concreto, seria utilizar melões. Numa guerra de vegetais seriam uma espécie de mísseis hipersónicos.

2 de maio de 2023

Diário de Bordo - 02/05/2023

1 - Querido diário: - Muitos de nós achamos que por estes tempos a coisa já bateu no fundo do poço e do que vai acontecendo um pouco por todo o mundo já pouca coisa tem a capacidade de nos surpreender. Mas quando se espera isso, aparece sempre algo ou alguém a provar que afinal o poço não tem fundo e é possível continuar a escavar e a descer até às profundezas do núcleo da coisa.

Deste vez li que dois irmãos, espanhóis, um homem e uma mulher, vivem juntos como um normal casal, já têm filhos, dos quais são pais e tios simultaneamente e os filhos entre si são sobrinhos, irmãos e primos, ou seja, uma autêntica salsada de uma relação incestuosa.

Apesar disso e dessa anormalidade, mesmo que em Espanha o incesto já não seja crime (porque, querido diário, é um país desenvolvido e prá-frentex) o casalinho ainda vem a público a reclamar a mudança da lei, ou seja lá o que isso for, para poderem casar legalmente. Com jeitinho e dentro desta açorda, pode vir a seguir a possibilidade legal de um pai casar com a filha, o filho com a mãe, e por aí fora, até um deles poder casar com o cão, com o gato ou com o porco ou boi do vizinho, salvo seja!.

Para além de tudo, surprende, ou talvez não, que a imprensa dê cobertura a esta anormalidade. Se a coisa vai arder porque acende, então a coisa vende!

- Com tudo isto, à falta de paciência, apetece gritar: - Carregem nos botões vermelhos, ou abram-se as comportas do céu para um novo dilúvio!

2 - Continua a saga da TAP e dos artistas nela envolvidos. Da comédia ao drama, não falta ali enredo para novelas, sejam elas brasileiras ou mexicanas. Com esta qualidade de argumentistas Portugal pode muito bem ser um fornecedor de enredos para este tipo de entretenimento. Podemos até sugerir alguns títulos: - "Galamba Jones e o portátil secreto";  "O Bom, o Mau e o Galamba"; "Galamba no País das Taparilhas"; "O Costa do Castelo de Cartas".

3 - O F.C. do Porto continua a defender com unhas e dentes o notável primeiro lugar no número de penalties a seu favor. Nesta semana foi mais um decisivo. Assim, com esta garantia de galinha de ovos de ouro e com o Benfica a não se aguentar nas canetas, está à vista o próximo campeão!

4 - Terminou o prazo para a realização das limpezas florestais. Com o BUPI em velocidade cruzeiro, já há uma interessante lista de proprietários identificados e identificáveis pelo que pode começar a caça à multa! E alguns, pela total disciplicência e laxismo, como quem diz "caguei p´rá cena!" merecem! Bendito BUPI que nos ajudas a identificar os incumpridores! Amém!

5 - Por cá, continuam a ser substituidos postes da rede eléctrica que aos poucos têm sido abalroados por adeptos do "Velocidade Furiosa" na Rua Nossa Senhora de Fátima, adorada pelos aceleras. Ficamos à espera do próximo.

6 - A Rua de Trás-os-Lagos continua a aguardar a  repavimentação. Está a amadurecer e a compactar à custa dos amortecedores de quem nela circula!  Há duas semanas o meu carrito foi à inspecção e teve que levar dois amortecedores. O imposto de circulação do meu carrito vai ser pago este mês. Deve dar para tapar um buraco. Com sorte, lá para o Verão!

7 - Eu que não sou fiscal municipal, tenho observado que pelas redondezas têm sido feitas construções em terrenos classificados como Espaço Florestal, Reserva Agrícola e Reserva Ecológica. Apesar disso, dessas ilegalidades, convenhamos que são amendoins quando comparados com a A32 que passou literalmente por cima de todas essas bonitas classificações do nosso território. Nesta questão como noutras, e como diz a cantiga, "ou há moralidade ou comem todos".

30 de abril de 2023

Obrigações sem deveres

 



Para quem edifica, quando a operação urbanística é um loteamento ou com impacto semelhante a loteamento, os promotores têm que cumprir parâmetros regulamentares e legislativos quanto a cedências obrigatórias para o espaço público. Assim, tem que ceder espaço para alargamento das ruas, para passeios de peões e ainda para estacionamento, jardins e zonas para equipamentos. Tal está definido pela Portaria n.º 216-B/2008 de 3 de Março.

Em certas situações, quando não há possibilidade de garantir certas cedências, os operadores têm que pagar elevadas taxas de compensação aos municípios. E tantas vezes paga-se um, dois ou três lugares de estacionamento em frente da nossa porta para depois qualquer um ali estacionar.

Apesar de tudo, apesar de cumprimento dessas normas regulamentares e de por uma ou outra forma os proprietários ou promotores cumprirem o estipulado, o certo é que depois de cedidas essas áreas ao domínio público, é que "a porca torce o rabo", porque invariavelmente as entidades que têm a obrigações de gerirem e cuidarem desses espaços públicos na maior parte dos casos demitem-se dessas responsabilidades. Logo o que não falta por aí, nomeadamente no nosso município, são espaços públicos desmazelados e deteriorados, jardins transformados em selvas e passeios rebentados, a merecerem requalificação, mas que na maior parte dos casos mantêm-se sem qualquer acção de conservação ou requalificação, constituindo, em tantos, até um perigo objectivo para quem neles circula. E se olharmos para a coisa sob um ponto de vista de acessibilidades, então é melhor nem perder tempo porque as ratoeiras e obstáculos são mais que muitos.

É o que é! Temos uma cultura e normas regulamentares e legislativas que até são rígidas no aspecto de exigências e cumprimento de obrigações aos contribuintes e promotores, mas, infelizmente,  já quanto aos deveres de cuidar da coisa pública, por parte do próprio Estado e das Autarquias, é uma miserável desgraça.

13 de abril de 2023

A tomada de Ceuta e o Sr. Silva


Sejamos claros: Lula da Silva é tão presidente do Brasil como o é um político condenado em três estâncias judiciais do seu pais, por corrupção e cuja liberdade só se deveu a uma (como se diz?) especificidade técnica do Supremo Tribunal de Justiça. Além de uma ou outra absolvições, há ainda processos suspensos, outros arquivados e alguns prescritos contra o antigo dirigente do PT - Partido Trabalhista. Estão em causa crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução à justiça, tráfico de influência, organização criminosa. Ou seja, o Sr. Inácio Silva tem todos os ares e lastro de um corrupto e como tal está acusado, com a agravante de que mesmo nessa condição está de novo a governar os brasileiros.

Apesar disso, a nossa esquerda tem por este velhinho com ares de pai-natal enfrascado um devoção ideológica inolvidável, tão grande na justa medida contrária à que nutria pelo ex presidente, outro bronco, o Bolsonaro. O Brasil, para além doutra meia dúzia de jaquinzinhos mais ou menos da mesma laia, não teve grande opção de escolha e por isso entre um acusado de corrupção e um bronco extremista optou pelo primeiro, mesmo que com um resultado que vincou ainda mais a divisão da sociedade brasileira.

Espanta, pois, ou talvez não, que neste nosso Portugal a classe política que nos governa com uma estável maioria que se vai divertindo com novelas mexicanas como a da TAP, tenha tido a tão nobre ideia de convidar o Sr. Silva a discursar na sessão solene do 25 de Abril, envolto em cravos vermelhos. Fosse vivo, seria justo que em igualdade de direitos e de não discriminação, Salazar também fosse convidado a enaltecer a democracia, liberdade e justiça. Felizmente, alguns ainda tiveram o decoro de separar as águas, mesmo contra a ideia do nosso presidente, muito dado a dar a mão ao Governo.

Passem o sarcasmo e a ironia, de facto a nossa classe política não tem emenda e só vai andando ali pela larga gamela porque o nosso povo sempre foi e será de brandos costumes. Marquem novas e futuras eleições que lá estaremos todos a dar-lhes essa legitimidade, se possível com maioria, para o "fartar vilanagem" como se ali todos os dias fosse a tomada de Ceuta, investindo à "espadada" sobre cidadãos indefesos que apenas seguem o ritmo tranquilo do seu quotidiano.

Ontem como hoje, a bandidagem é sempre bandidagem e com as portas escancaradas da nossa Ceuta há sempre caravelas a abarrotar, a aportarem lá para os lados do Tejo.

12 de abril de 2023

Necessidade ou modo de vida?

Quem frequenta com regularidade os espaços comerciais da freguesia de Canedo, nomeadamente o Continente-Bom Dia, já terá reparado que anda por ali um indivíduo jovem, supostamente de nacionalidade romena ou marroquina, a pedir junto ao parque de estacionamento. De forma insistente e recorrente. Já o vi à porta do estabelecimento "Alvorada", também no Intermarchê, mas mais frequente no Continente. E isto já há mais de dois anos. Quando alguém o questiona e procura saber porque é que está ali naquela situação a pedir, utiliza vários argumentos, conforme a situação. Já foi um irmão entre 10, órfão, pai de filhos doentes, quando começou a guerra na Ucrânia era um pai que pedia para trazer a mulher e as filhas para Portugal, etc, etc. Pessoalmente já lhe ofereci trabalho de pedreiro ou trolha, porque todos os empreiteiros têm falta de mão-de-obra, mas naturalmente não mostrou interesse. Porque será?

Ainda nesta Sexta-Feira, feriado, estava novamente no Continente. Pois bem, espantem-se, ou não, no dia seguinte, no Sábado, estava junto à porta do Pingo Doce no centro de Arouca, novamente de mão estendida.

De facto não dá para perceber como é que estes indivídos, continuam durante anos neste esquema de incomodar as pessoas a pedirem de forma insistente e recorrente sem que, aparentemente, sejam incomodados pelas autoridades. Está em Portugal de forma legal? Tem passaporte e contrato de trabalho? Onde e com quem vive? É apoiado por que instituições? 

Não sei se as autoridades saberão responder e espanta este aparente estado de indiferença porque se percebe claramente que é um modo de vida parasita e oportunista, eventualmente parte de uma rede e só assim se percebe que hoje em Canedo, amanhã em Arouca e depois, porventura em Castelo de Paiva ou outro qualquer local. Por isso, vai andando neste esquema de vida que deve ser rentável.

Faz parte da nossa formação sermos caridosos e ajudarmos quem precisa, mas neste e noutros casos percebe-se que há ali apenas um modo de vida parasita de quem realmente não quer trabalhar. Veja-se que ainda há poucos dias, em Braga, alguns indivíduos marroquinos, alguns ilegais e outros em situação de precariedade, quando confrontados pelo segurança do espaço onde pediam,  ameaçaram-no com faca. Um dos "pedintes" terá sido detido e supostamente remetido à procedência. Supostamente, porque no entretanto não espantaria que por cá fique ainda a viver à custa dos contribuintes. 

Em resumo, tanto ou mais que por este tipo de situações, espanta principalmente a indiferença das autoridades de segurança e da Justiça, porque vê-se que as situações continuam por resolver e com elas gera-se naturalmente alguma insegurança para além do inconveniente das pessoas serem constantemente abordadas.

5 de abril de 2023

Ainda a TAP

Continua a paródia à volta da TAP. Na sequência da audição parlamentar no dia de ontem da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, esta não poupou críticas ao Governo PS, acusando-o de ter levado avante um "despedimento ilegal" e de a transformar em "bode expiatório".

Todas estas coisas, mais o que se vai sabendo, como uma certa reuniãozinha "secreta", realizada antes da audição parlamentar de Janeiro, entre a CEO da TAP e alguma malta do Governo, certamente para "limar" arestas e "condicionar" a francesa. Faz-me lembrar aqueles jantares da malta das direcções dos clubes distritais com os árbitros na véspera de jogos decisivos.

Para além de tudo, toda esta água suja vai desembocar à piscina dos milhões. É disso que se trata sempre que se fala da TAP, de milhões e milhões. Neste caso, a francesa não quer abrir mão do que diz ter direito, como um prémio de 3 milhões de euros pelo bom desempenho. Também eu queria, com a  diferença que ela acabará por receber mesmo, com mais ou menos processos judiciais, mais ou menos de "lavar de roupa suja". E parece-me bem, pois se uma certa senhora só porque foi arrumada de uma cadeira para outra, recebeu meio milhão...

Ó malta boa, isto já não vai lá com bom senso e senso comum porque há muito, precisamente desde que o Governo PS reverteu a privatização, que agora quer voltar a fazer, anda o país ali a enterrar milhares de milhões dos contribuintes sem qualquer decoro e em nome de não sei de quê de interesse estratégico nacional.

Como contribuinte que nunca pôs o cú num avião da TAP, e se quando o tiver que fazer terá que pagar, custa-me perceber que isto aconteça com o maior dos desplantes, mas as democracias são assim e o Putin já anda por demais ocupado a delinear a forma como vai rebentar com isto tudo. Bem vistas as coisas, porventura está na hora de um novo cataclismo bíblico que volte a fazer um "reset" nesta coisa dita humanidade..

3 de abril de 2023

Pau-de-marmeleiro, precisa-se!

 


Noutros tempos estas coisas resolviam-se com um pau-de-marmeleiro. Mas por agora o normal das notícias é os agentes da autoridades serem agredidos, e quando as notícias nos dão conta que Sindicato dos Profissionais de Policia queixou-se de "sentimento generalizado de impunidade" no que diz respeito às agressões a agentes, com o seu presidente a lamentar-se que não exista, ao nível da tutela, quem censure publicamente as agressões "que ocorrem diariamente". Tem potes de razão, mas que fazer? Derrubar o Governo, sendo que ainda há dias o nosso povo lhe deu a maioria? Portanto, a coisa está como a maioria quer que esteja. 

Neste laxismo e "dolce far niente", a foto com que ilustramos a nota é típica de quem vai considerando ser fixe sujar os lugares que são de todos, abandonando o lixo como troféus. Um dia destes, à falta de melhor, lá terá o povo que organizar umas milícias armadas com paus-de-marmeleiro e dar uma voltinha para confratermizar com "Beirão".