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2 de setembro de 2023

Um pastel de nata e um reggateon


Pequeno almoço num qualquer sítio por aí, e na televisão um qualquer canal dos muitos de clips de vídeos de música. Em quase todos eles, nos vídeos, artistas afro-latino americanos, com ares de carnavais, com carrões, roupas extravagantes ou mesmo sem elas, mulheres peitudas, traseiros a condizer em ondulações, danças e gestos ditos sexy.

Se quanto ao estilo de música e clips há consumidores, e para isso é que há vários canais e cada um só vê o que lhes agrada, interrogo-me, todavia, quanto à razão para que nos referidos espaços onde, ainda mal acordados,  se comem umas torradas, uns croissants, entre cafés e meias de leite, se leve a pensar que é disso que os clientes gostam. Talvez a considerem uma fórmula para abrir apetites. Talvez. 

Poderia sugerir outro tipo de música ambiente, sem imagem e com menos decibéis, mas seria perder tempo. Há quem não dispense um pastel de nata sem um reggaeton. 

Foge Quim!

1 de setembro de 2023

Vamos malhar no Benfica

Desenterrar uma situação, com mais de 10 anos (2011), de um evento particular (festa de aniversário do próprio), mesmo que caricata e ordinária, mesmo sendo com pessoas amigas e convidadas pelo próprio beijoqueiro e todas e uns e outros já com uns valente copos a mais, e relacionar essa situação ao Benfica, de que foi director de comunicação, dez anos antes (entre 2000 e 2003) e pretender compará-la em gravidade e contexto ao caso Rubialles, é no mínimo, doentio. 

Mas se explicada à luz de um certo fanatismo igualmente doentio, a coisa percebe-se, mesmo que continue a ser reprovável. Devia haver limites para a doença da clubite.

Já agora, o próprio admitiu numa entrevista, que fez amor no beliche de um comboio numa viagem entre Moscovo e Kiev. Vamos lá meter o Benfica na embrulhada porque esta nem lembrava ao macho espanhol. Pode lá ser? Então um adepto do Benfica a fazer destas coisas? No mínimo o Benfica devia ser castigado em 15 pontos no campeonato ou até mesmo descer de divisão. Vamos lá a isso!

Dança de cadeiras


Num restaurante com vista para a ria, acomodei-me com a esposa numa mesa de quatro. Entretanto chegam dois casais, com ares de finesse,  a palrar "franciú". 

Ora como a mesa em que se preparavam para sentar-se tinha só três cadeiras, entendeu ela, a madame francesa, que era natural pegar numa das cadeiras vagas da nossa mesa e sem qualquer sinal ou pedido de "autorisation" levá-la para sua.

O empregado percebeu a indelicadeza e disse-lhe que não podia fazer isso. Pediu-nos, por ela, desculpa, e foi arranjar outra cadeira.

Claro que a madame continuou sem nos dar qualquer palavra ou gesto e, acomodada, dali a pouco enfardava à grande e à francesa um boa dose de "sardines".

Ele há coisas e há disto. Andamos para aqui com a ideia feita que os portugueses é que são gente de baixa laia, grosseirões e indelicados e depois damos com estes exemplos  de finesse.

...oui, mais la chaise est-elle la vôtre ou celle du restaurant ? Quel est le problème?

Toujours entrain d'apprendre.

21 de agosto de 2023

Sem sangria e cabidelas

Com os melhores atletas da modalidade a rolar fora de portas e os batoteiros do costume apanhados e arrumados das sangrias e cabidelas, a nossa voltinha a Portugal em bicicleta ficou entregue aos estrangeiros que, mesmo que desconhecidos, triunfam facilmente. Um terceiro lugar no pódio, é pouco, mas é o que se arranja para os naturais lusitanos.

E custa a crer, pois quem, como eu, pedala por aí apenas para queimar calorias, vai vendo e percebe que são mais que muitos os investidos em campeões, daqueles que passam sem saudar, como se estivessem em pleno Giro ou Tour de França. Ah, campeões! Força!

Em suma, nesta modalidade temos de facto alguns, poucos, bons atletas, mas no geral é só bazófia e sem sangrias, cabidelas e pastilhitas, não vamos lá. Mesmo nas corriditas a brincar se aparecer alguém de surpresa a examinar o xixi, será uma miséria e os charlatões desmascarados e até o Strava se envergonhará.

9 de agosto de 2023

Escolher feijões


E sabem lá os mais novos o que isso é! Escolher feijões? Quando muito pensarão que é, nas prateleiras das grandes superfícies de distribuição, escolher entre as diversas opções de latas ou sacos de branco, preto, vermelho, fradinho, de manteiga, catarino, etc, etc. E se possível já cozido, pronto a misturar com um arroz, massa ou sopa.

Realmente, para quem nunca passou por isso, apesar de, com a internet, não faltar informação disponível na ponta dos dedos, haja vontade e interesse, é certo e sabido que uma grande parte dos mais novos não têm noção do caminho, dos processos que passam os alimentos até chegarem às nossas despensas e depois à mesa. Não custa acreditar que ainda haja gente que não sabe a proveniência de um ovo, de uma salsicha, do fiambre ou do queijo. A ignorância ainda é muita e com o afastamento das pessoas das realidades do campo, tudo é possível. Daí que ainda se veja criançada surpreendida quando visitam uma qualquer quinta com animais domésticos, como galinhas, ovelhas e burros, a que agora pomposamente se designa de pedagógica. Vejam só!

Pois bem! Se é certo que os mais novos pouco perceberão da poda, os mais velhos sabem perfeitamente o que é isso de escolher feijões. Actualmente já nem tanto, apenas umas amostras de feijão de vagem, ou rasteiro, nas nossas hortas, mas ainda há algumas dezenas de anos eram habituais as sementeiras em larga escala, ou como monocultura ou misturado com o milho. Ora, algumas vezes por mistura acidental, outras vezes propositadamente, até porque as sementes recolhiam-se de ano para ano, quase sempre na colheita e depois da debulha, que ao contrário do milho, era em grande parte manual, mesmo que ligeiramente batida na eira, certo é que o habitual era haver feijões de várias espécies e cores pelo que havia então a necessidade de os escolher, ou apartar. Entre os lisos e de várias cores, branco, vermelho, amarelo, roxo, preto, os mais comuns, até aos riscados e ainda o fradinho, era uma tarefa minuciosa, de paciência e obviamnete aborrecida, sobretudo para a criançada quando os pais os obrigavam a essa empreitada.

Mas era uma tarefa que tinha que ser feita, principalmente quando havia a necessidade de vender, e havia compradores que percorriam as aldeias a comprar feijão,  mas também porque se a cozinhar de forma misturada, devido a diferentes graus de dureza, o feijão requeria diferentes tempos na panela, mesmo que depois de demolhados.

Mas mesmo ainda antes da debulha, limpeza com crivo e a escolha, o feijão regra geral era chato de colher, porque semeado entre o milho. Requeria cuidado e sobretudo muita água.

Nos tempos modernos, já pouco feijão se produz nas nossas aldeias à moda antiga, e por conseguinte a sua exploração é feita de forma muito mecanizada e em grandes parcelas e mesmo assim Portugal importa aproximadamente 80% das leguminosas secas (a que pertence os feijões) que consome, apesar dos especialistas afirmarem que com as políticas certas poderíamos ser auto-suficientes. Desta percentagem de leguminosas secas, mais ou menos 75% refere-se a feijão.

Mesmo consumindo boas doses per capita, os nutricionistas consideram que os portugueses deveriam consumir mais, nomeadamente em detrimento de outras origens de proteína animal. Quem não gosta de uma boa feijoada, de branco ou vermelho, com tripas ou à transmontana, ou um grão de bico com um bacalhau com todos ou em rancho? Ou mesmo uma salada fria com feijão fradinho? Lentilhas e ervilhas secas, menos comum, mas também vão à mesa.

Em resumo, isto de feijões tem que se lhe diga mesmo que não se valorize um jogo ou uma aposta a render feijões. Fazem parte das nossas mais antigas memórias associadas aos tempos em que no campo se encontrava a nossa subsistência.

Já agora, o feijão, nomeadamente o feijão-comum (Phaseolus vulgaris), chegou até nós a partir da época dos Descobrimentos, provenientes da América Central e do Sul. As espécies mais comuns englobam o que chamaamos de feijão encarnado, o branco, o manteiga, o catarino, o canário, o amarelo, etc.. Mas há ainda variedades tradicionais portuguesas, com nomes bem engraçados, como o patareco, o vassouro, o raboto, o torino, o papo-de-rola, o crista-de-galo, o cuco,  o arrebenta-panelas e o bigode-de-homem. Mas há ainda mais e perde-se a conta às variedades e espécies, seja na cor, tamanho, sabor e outras características tanto culinárias como vegetativas.

Importa, pois, valorizar os feijões, porque mesmo que disponíveis em lata, já cozidos, têm que ser semeados, regados, colhidos, debulhados, limpos e processados. Só depois é que vão à panela, á mesa e à boca. À pois é, é!

7 de agosto de 2023

Vergado ao peso da própria espada

Está relativamente bem documentado, até mesmo pelo Fernão Lopes, cronista contemporâneo, ainda por outros autores posteriores, e que mesmo já ouvi da boca do erudito historiador José Hermano Saraiva, que D. João I, para além da forma muito peculiar com que foi aclamado rei de Portugal, foi muito fraquinho no que toca a feitos de cavalaria. Teve melhor desempenho noutras áreas e o melhor legado deste filho bastardo feito rei pelas Cortes de Coimbra, foi a sua ínclita geração, como a chamou Camões.

Sendo certo que interviu na peleja ou batalha de Aljubarrota, na tarde de 14 de Agosto de 1385, que cimentou a independância face a Castela, teria muitas dificuldades em suster o peso da própria espada e num confronto com um nobre castelhano, Álvaro Gonçalves de Sandoval, só não foi morto graças à intervenção salvadora e corajosa do cavaleiro Martim Gonçalves de Macedo, que quando o castelhano se preparava para desferir o golpe mortal na cabeça do fraco rei caído de joelhos, lhe arrancou a maça que quebraria o crâneo ao ex- Mestre de Aviz. De resto este salvamento da morte certa valeu a Martim Macedo generosas recompensas e doações de terras por parte do resgatado à morte.

Em resumo, no manejo da espada ou da adaga, o Mestre de Aviz, apenas fez figura no acto cobarde quando assassinou a sangue frio o desamparado Conde Andeiro no Paço Real.

Mas a estas coisas nem sempre damos destaque porque em regra as desconhecemos e esta e outras figuras da nossa História, que se mostraram fraquinhas, são recorrentemente polidas e pintadas com cores de valentes guerreiros que marchavam destemidos à frente das suas tropas. 

Também na vida e em muitos aspectos dela, com alguma recorrência e similaridade, vamos vendo por aí uns arremedos de nobres e reis com ares de valentões, a fazerem poses de durões, mas que na realidade não passam de umas tristes amostras. De resto a História está repleta destes embustes e até o filme de animação 3D, o Shrek mostra-nos um príncipe minúsculo, o Lord Farquaad, enfiado numa imponente e brilhante armadura. 

Hoje, como no passado, há ridículos que se mantêm.

3 de agosto de 2023

Enxadas em vez de espadas


Que bom seria que estes novos cavaleiros

Vaidosos, de vestes e armaduras fingidas,

Lutassem valentes em batalhas sem setas,

Sem desígnio de lema de "morres ou matas".


Mas, que pena, meu Deus, vê-los foleiros,

Cómicos enfarruscados, de tinta nas feridas;

Nobreza, era lutar a limpar ruas e valetas

E de enxadas no campo a cavar batatas.

1 de agosto de 2023

Questionário para frequentadores de festas de aldeia

Um estudo de mercado é uma pesquisa sistemática e detalhada que tem como objetivo analisar e compreender o ambiente e as condições em que um determinado produto, serviço ou ideia será comercializado. Ele é realizado para obter informações relevantes sobre o mercado-alvo, os consumidores, os concorrentes, as tendências, as oportunidades e os desafios que possam afetar o negócio em questão. Essa análise é fundamental para auxiliar na tomada de decisões estratégicas de empresas, empreendedores e instituições governamentais e até mesmo uma Comissão de Festas.

Assim, importará, talvez, a quem organiza uma festa de aldeia saber o pensamento da maioria dos potenciais visitantes. Daí e com esse propósito poderá ser feito um questionário junto das populações para apalpar o pulso à coisa e para em face dos resultados ser possível tomar as melhores decisões e assim garantir o êxito da mesma coisa.

Fica, pois, de seguida, uma versão de um questionário possível, com apenas 15 questões de resposta múltipla para não se perder muito tempo a responder:


Questionário para frequentadores de festas de aldeia


1 - Costuma ir à festa anual das aldeias?

A - Sim! Eu vou a todas!

B - Mas ainda se fazem? É dinheiro fodido à toa!

C - Não! Prefiro ficar no sofá a ver a CMTV ou a Fanny.

D - Vou, mas contrariado, só porque a mulher/marido obriga.


2 - Quando vai, entre primeiro na capela ou igreja para rezar aos santos?

A - Primeiro vou à tasca mamar uma bejeca.

B - Vou sempre. Rezo uma oração e depois siga a diversão.

C - Não sei rezar, mas vou ver as flores dos andores. Tão bonitas!

D - Vou rezar, mas não ajuda quando lá fora o Quim Barreiros canta o "Chupa Teresa"


3 - Gosta mais de cantores pimba ou bandas de baile?

A- Gosto mais das bailarinas.

B- O que vier morre.

C- Gosto mais da Cuca Roseta. Aquele traseiro...

D- Prefiro os "Irmãos Leais"


4 - Gosta mais de ficar a assistir ou dançar?

A- Gosto de ficar sentado a ver a banda.

B- Festa sem dança não presta.

C- Eu é mais tasca.

D- Fico só a ver o ambiente e as cenas.


5 - Se fosse parte da Comissão de Festas, como é que gastaria o dinheiro?

A- Primeiro fazia obras na capela/igreja. O que sobrasse era para a festa.

B- Estourava-o todo em foguetes.

C- Contratava os Rolling Stones.

D- Contratava o Padre Borga.


6 - Acha importante que uma festa de aldeia tenha uma Banda Filarmónica?

A - Acho que não pode faltar, pois faz parte da tradição.

B - Dispenso! É sempre a mesma coisa e sempre a mesma banda. Pó. pó, pó, pó!.

C - Se não tiver banda não dou os meus 5 euros de oferta.

D - Adoro! A missa e a procissão solene não seriam a mesma coisa sem a banda.


7 - Se fosse da Comissão de Festas, quem contrataria entre estes 3 artistas, o José Malhoa, o Quim Barreiros e a Mónica Sintra?

A - Nem uns nem outros, antes pelo contrário.

B - Preferia o pequeno Saúl, mas ele agora está grande.

C - Você faz cada pergunta difícil...contratava os 4!

D - Se a Junta de Freguesia e o Mestre da Cor ajudassem contratava os 5 e ainda o Augusto Canário, a bomba da Ana Malhoa e ainda os 3 Carreiras.


8 - O que é que mais aprecia numa procissão solene numa festa de aldeia?

A - Os andores, tão bonitos com flores, lenha de poda, casca de palmeiras e rosas azuis.

B - Gosto de ver os homens de calção e sapatilhas a levaram bandeiras e lanternas. Ficam tão bonitos com aquelas opas vermelhas.

C - Gosto de ver as criancinhas mascaradas de três pastorinhos.

D - Gosto de ver a Banda a passar a tocar a marcha da "Transfiguração" a respirar o incenso.


9 - Costuma participar na missa solene?

A - Raras vezes, pois são sempre em cima do meio dia. Deviam ser pelas 8 horas da matina.

B - Não posso falhar. É o momento mais significativo da festa.

C - Gosto de ouvir o pregador a pregar a pregação.

D - Vou, pois gosto daquele ambiente solene com muita fumarada de incenso e foguetes a Santos. Até me vêm as lágrimas aos olhos.


10 - Costuma pagar a sua oferta à festa antes ou no dia da mesma?

A - Sou muito esquecido pelo que pago quando é feito o peditório.

B - Pago mesmo na última hora. É tradição da casa.

C - Pago só depois de ver se a coisa correu bem.

D - Se puder faço-me esquecido e não apareço para pagar, pois se o dinheiro sobrar eles já não vêm chatear.


11 - Se houver saldo positivo como deve ser aplicado?

A - Todo para o padre.

B - Deve ser gasto na conservação da capela/igreja.

C - A Comissão de Festas deve fazer uma jantarada com marisco e leitão, pois merecem.

D - Deve ser passado para a Comissão do próximo ano na condição de ser aplicado em foguetes.


12 - Na missa e procissão solenes é importante convidar pessoal da Junta e da Câmara?

A - Os da Junta vêm quase sempre a não ser quando vão para o Algarve. Já da Câmara, depende da importância eleitoral da terrinha. Mas é importante porque o respeitinho é muito bonito.

B - Não ligo a isso. Aos olhos de Deus somos todos servos inúteis.Por mim nem me incomodava a convidá-los.

C - É importante, pois são gente importante, e fico sentido quando o presidente da Câmara vai à freguesia vizinha e põe fotografias no Facebook e não vem à nossa. Lá de casa, são menos 5 votos.

D - Acho que não! No fundo é só protocolo e  é tudo uma feira de vaidades. Preferia que viesse o presidente da Confraria do Chouriço Bem Cheio.


13 - No geral o que mais gosta na festa da aldeia, a parte religiosa ou a profana.

A - A parte religiosa deve ser sempre a mais importante.

B - Por mim acabava-se com a parte religiosa. Só pimbas e comediantes a dizer asneirolas.

C - Deve haver um equilíbrio pois há lugar para ambas.

D - Já não há respeito pela parte religiosa. O povo quer é farra e comes e bebes. Uma vergonha!


14 - Acha que a Viagem Medieval prejudica as festas de aldeia quando coincidem?

A - Claro que sim. Mas o que é que se há-de fazer? Acha que isso os incomoda?

B - Não! Não faz mossa e que me importa a mim que vão para lá pagar cerveja a preço de Barca Velha, comer  sandes de porco a preço de Filé Mignon e tremoços como se fossem camarões?

C - Não aquece nem arrefece. De resto quanto mais gente mais pó e cheiro a suor e a mijo.

D - Por mim troco a nossa festa pela Viagem Medieval. Por mim aquilo duraria 13 meses por ano.


15 - Finalmente, uma só palavra que defina as nossas festas de aldeia?

A - Lindas!

B - Tradição!

C - Vaidades!

D - Pró ano há mais! (desculpe mas só sei contar até dois).

21 de julho de 2023

ZX Spectrum 128K + 2 - Sinclair

 


A malta de agora, os mais novos, claro, não sabem destas coisas porque desde os primeiros momentos em que abriram os olhos e as orelhas ao mundo, ainda antes de se lhes tapar a moleirinha, já viam certamente os seus pais com telemóveis e depois já pela escola começaram a familiarizar-se com os computadores, entre eles os Magalhães, oferecidos às toneladas pelo bondoso do malabarista Sócrates (sendo que não foi por aí que o país escorregou para a bancarrota). Depois pelos aniversários, páscoas e natais, as consolas, as Segas, as Play Stations, os Nitendos, etc, etc., bem como de seguida a procissão com os andores de todas as demais santas tecnologias, que quase num passe de mágica se tornaram comuns e familiares e hoje qualquer um de nós, desde uma imberbe criança a frequentar o Jardim Escola até aos mais velhinhos no Lar, tem pelo menos um computador no bolso, com apps (aplicações) para tudo e mais alguma coisa, só faltando mesmo aviar francesinhas e tirar finos. Mas com tempo...

Ora eu e outros como eu, da geração de 60, ou mesmo anteriores, os cotas, podemos dizer que já fomos a Marte e a Saturno e que regressamos, porque de facto o salto, gigantesco, foi quase cósmico, e nunca o aforismo do "ir do 8 ao 80" fez tanto sentido.

Andamos, pois, já acostumados a ter um potente computador no bolso e para além da função básica de fazer e receber chamadas telefónicas há toda uma catrefada de ferramentas tecnológicas para tudo e mais alguma coisa, que o 5G veio exponenciar, e a AI, Inteligância Artificial, a permitir ao mais burros e iletrados da escola a possibilidade de se fazerem passar por génios, seja lá em que área, tanto a que lhes ensinam a somar 2 + 2,  a plantar alfaces, como a elaborar uma tese de mestrado ou mesmo a contruír um míssel hipersónico. Desde o puro entretenimento e arte de encher chouriços até às artes, engenharias e ciências, tudo cabe ali e está ao alcance da ponta do dedo. E se não cabe, compra-se uma coisa ainda mais potente, com mais gigas, mais memória, mais velocidade nos processadores. E se um Android é coisa de pobres, vai-se num iphone xpto que é outra música e sobretudo estatuto. Aquela maçã trincada ali na parte de trás da coisa vale agora mais que noutros tempos um livre trânsito para entrar no campo de jogos do Guisande ou na discoteca César Palace com direito a um Highland Clan.

Mas retomando o fio à meada, nos idos da década de 80,  quando os telemóveis eram ficção científica antes de começarem a ser tijolos, e os computadores profissionais coisas tipo sapateiras que ocupavam uma sala e pesavam tanto como o tractor do Raimundo, eu tive um computador portátil, maneirinho. Só não terei sido o primeiro em Guisande porque o comprei ao primeiro, então como agora passados 40 anos, inapto a usar tudo o que tenha teclas. Por isso, posso dizer que o comprei quase virgem, ainda com a caixa a cheirar a novo, e com um custo para o qual dispendi três ordenados e dava para comprar uma motorizada.

Foi, pois, ali por 1986 e uns picos, com o ZX Spectrum 128K +2, também conhecido como Sinclair ZX Spectrum +2, que foi lançado em Setembro desse ano. Então foi uma versão actualizada do ZX Spectrum, um popular computador doméstico lançado pela Sinclair Research Ltd. A versão +2 trouxe algumas melhorias em relação ao modelo anterior, incluindo a capacidade de carregar jogos e programas através de um leitor de cassetes de fita embutido, além de possuir 128KB de memória RAM. Essa actualização fez então do ZX Spectrum +2 um computador ainda mais atractivo para os ainda poucos utilizadores da época.

Convém lembrar que o computador só por si não tinha ecrã pelo que era comprado à parte, sendo que podia ser ligado à televisão e para os jogos poderia ainda ser ligado um joystick. Como se perceberá, com 128K de memória não dava para absolutamente nada de acordo com os actuais padrões, eventualmente para uma imagem de baixa qualidade, mas naquela altura dava para coisas que já pareciam impossíveis. É claro que o ponto forte da sua utilização era os jogos, que podiam ser carregados a partir de uma vulgar cassete do tipo de música, mas cujo carregamento só por si demorava aí uns 5 a 10 minutos e por vezes falhava o carregamento após esse tempo de espera. Era o tempo em que a paciência era uma arte. Por sua vez os jogos nas cassetes podiam ser comprados ou então, como agora, pirateados.

Verdade se diga, então rudimentares como agora sofisticados, nunca me entusiasmaram os jogos de computador, tirando um ou outro, como o popular Chukie Egg, em que alcançar um outro nível era quase como atingir um orgasmo, mas preferia programar outras coias, incluindo músicas cujo som era apenas o monocórdico bip. Mas nesse espírito aprendi a linguagem de programação que o computador usava, o Visual Basic, chegando mesmo a tirar formação e comprando livros. Fiz assim programas de contabilidade e outros na altura inovadores.

A verdade é que não mexendo na coisa há muitos anos, e mesmo que o monitor já tenha ido prestar contas ao criador, a verdade é que ainda tenho o computador lá por casa e uma catrefada de cassetes. No fundo são memórias ainda muito vivas e palpáveis e que mais não seja servem para nos trazer à realidade dos tempos actuais e ter em conta o fosso gigantesco ocorrido em apenas três décadas. 

Nem vale a pena lembrar, mas é claro que desde lá para cá, fomos tomando parte no processo de desenvolvimento e passando por todas as fases, a contar as versões do Windows, a sentir o peso e volume dos computadores e monitores a diminuirem, depois a internet, de velocidade de cágado à rapidade e velocidez de um míssil, e com ela todo um mundo novo como a digitalização dos serviços e empresas, as redes sociais, a inteligência artificial, etc. etc, etc.

É o que é, e só quem trilhou essas duas partes do caminho, como nas realidades ou fantasias do país maravilhoso de Alice, dividido pelo espelho, é que pode sentir as diferenças e com elas espantar-se, ou não. Os mais novos, estou certo, nunca as conhecerão nem se espantarão, porque entraram e viajarão sempre com o combóio em alto andamento.

Mas fica aqui para os meus seguidores a memória e o testemunho, sobretudo para quem não acredita que foi assim no passado não muito distante.


É BOM SABER:

Ainda a propósito do computador de que falei, na época do lançamento do ZX Spectrum 128K +2 em 1986, havia vários computadores concorrentes no mercado, alguns dos quais competiam directamente com o ZX Spectrum e outros que faziam parte do cenário geral de computadores domésticos da década de 1980. Alguns dos principais concorrentes do ZX Spectrum +2 incluíam:

Commodore 64: Lançado em 1982, o Commodore 64 era um dos concorrentes mais fortes do ZX Spectrum. Ele tinha uma ampla base de utilizadores e uma grande biblioteca de jogos e programas.

Amstrad CPC: A série de computadores Amstrad CPC, lançada em 1984, também era uma concorrente directa do ZX Spectrum. O Amstrad CPC oferecia gráficos e som melhorados e foi uma escolha popular para jogos e aplicações educacionais.

Atari 8-bit: A linha de computadores Atari 8-bit, incluindo modelos como o Atari 800 e o Atari 800XL, também competia com o ZX Spectrum. Foram bastante populares nos EUA e noutros países.

MSX: O padrão MSX foi uma plataforma de computador amplamente adoptada por várias empresas de electrônicos no Japão e noutros lugares. Embora não tenha sido tão popular em algumas regiões, os computadores MSX eram concorrentes do ZX Spectrum em vários mercados.

Apple II: Embora fosse mais comum nos Estados Unidos, o Apple II também foi vendido noutros países  e competia com outros computadores domésticos da época, incluindo o ZX Spectrum.

Esses são apenas alguns exemplos dos computadores concorrentes do ZX Spectrum 128K +2 na década de 1980. O mercado de computadores domésticos já era diversificado e competitivo naquela época, com várias opções disponíveis para os consumidores. Cada um desses computadores tinha as suas próprias vantagens e desvantagens, e a escolha do computador muitas vezes dependia das preferências pessoais e do conteúdo de software disponível para cada plataforma.

De lá para cá o salto foi gigantesco mas em muitos aspectos foram padronizados os sistemas enquanto plataformas, sobretudo no hardware, ficando a diversidade por conta do software e serviços.

17 de julho de 2023

Diz que em Romariz...festa de arromba e de arrombar


Diz quem segue e anda atento a estas coisas, e o cartaz não mente, que a festa grande da freguesia de Romariz, nossa vizinha, vai ser de arromba e de estourar. Ainda por cima, e para mal dos nossos pecados, coincide com a nossa modesta Festa do Viso, que, como se sabe e pelos motivos igualmente conhecidos, foi antecipada uma semana relativamente ao que era a velhinha tradição.

E porque parece que hoje em dia o êxito e importância das festas são medidas pela popularidade de quem vem animar musicalmente a coisa, teremos  a seguinte ementa:

27 de Julho:

Banda de tributo aos "Scorpions".

28 de Julho: Quim Barreiros, o mestre da culinária e de mamar nas tetas da cabritinha.

29 de Julho: José Malhoa, o mestre dos clichés dos bailaricos a envolvar gajas boas e padres e sacristães a darem uma ajuda a apertar com elas.

30 de Julho: Mónica Sintra, que depois de constatar que afinal havia outra, continua a cantar que não é uma qualquer. Acredito, pelo que o cachet certamente será a condizer.

31 de Julho: Banda Santamaria, que já actuaram em Guisande em 2009. Apesar da partida inesperada de Tony Lemos, que era a alma criativa da banda, continua com os ritmos tecnos e  a voz da já pouco fresca e quarentona Filipa Lemos. Mas parece que ainda continuam a ter assistências devotas e enchem plateias.

Ainda a excelente Banda de Música de S. João da Madeira e  uma tal de  Brasil A 1000, e pelos vários dias, uma catrefada de DJ´s, que parece que agora pegaram moda na arte de meter discos. Ah, e o fogo de artifício, não podia faltar para despedida.

A Nosse Senhora dos Remédios, figura maior da festa, aparece com a imagem discreta, ali envolvida pelo cacho de artistas, à sombra do chapéu e bigode farfalhudo do Quim. Merecia um outro destaque e plano, mas os cartazes modernos desvalorizam o que é de valorizar. Já agora, faltam ali os horários pelo que quem quiser ir à missa e à procissão solenes, e esta certamente meterá cavalos, é consultar outras fontes que não o cartaz. Cartaz com horários? Coisa antiga...

Perante isto, Guisande fugiu da concorrência costumeira da Festa de Fiães mas meteu-se na boca do lobo da festa maior de Romariz. O nosso cartaz musical, bem mais modesto e comedido, reconheça-se, vai ter que remediar e valer-se de outros atributos e têmo-los bons e fortes..

Aparte estas coisas do entretenimento musical, que a meu ver são a quota menos importante e valorativas das nossas festas de aldeia, porque há valores identitários bem mais distintos, seja na nossa festa seja na de Romariz, de Pigeiros ou de qualquer outra, apetece perguntar, onde é que se consegue tanto dinheiro para pagar a todos estes artistas? Tantas vezes as terras com necessidades bem mais substanciais ao dia a dia, bem como a carecerem de conservação dos espaços e património comum, estradas e caminhos em mau estado, e no entanto, em três ou quatro dias, pumba! estoura-se uma porrada de dinheiro em foguetes e cantorias. Somos, no geral, uns exagerados e as festas são disso um reflexo. Mas são eventos populares e que rendem popularidades e juntam-se aos exageros as câmaras municipais e juntas de freguesia. Um por todos e todos por um, como no Dartacão.

Sempre se disse que quem quer festa sua-lhe a testa, mas a avaliar pelos cartazes das festas aqui à volta da nossa, parece que é fácil angariar 50 mil euros e anda tudo a nadar em dinheiro. Estamos, pelos vistos, novamente em tempo de vacas gordas. Ainda bem! Afinal temos que ajudar esta gente dos palcos, que tanto se queixaram de fome e miséria no jejum da Covid, e que, mesmo que com qualidade duvidosa, nos dão música e mostram-nos bailarinas com todas as curvas do caminho. Ajudar quem precisa!

Vivam as festas, a nossa e as dos outros!

14 de julho de 2023

É Sexta-Feira, 14!

É Sexta-Feira, 14! Há greves nos tribunais pelo sindicato dos funcionários judiciais, na CP e na Fertagus, pelo menos. O resto é o que se sabe, educação e saúde em polvorosa.

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP foi aprovado pela maioria socialista. Toda a oposição votou contra. O relatório é aquilo que o PS e o primeiro ministro queriam que fosse. Nem de encomenda seria tão conveniente. Uma farsa, uma novela, uma comédia, uma lavagem das nódoas da transportadora aérea e seus intervenientes com lixíva negra e OMO em que branco mais branco não há. Toda aquele gente evolvida em negócios e decisões de milhões passou incólume por entre os pingos da chuva. De facto, contradizendo o ditado, ainda há quem ande à chuva e não se molhe.

Mas tudo isto nada tem de relevante porque para isto é que servem as maiorias. Fosse qualquer outro partido a (des)governar e o desfecho seria o mesmo. Os políticos nisto no geral andam todos ao mesmo nível, baixinho, mas pouco se incomodam, porque haja eleições e lá estaremos a marcar a cruz no quadradinho do costume. É certo que cada vez mais em menor número, porque a malta cansa-se, mas ainda em número suficiente para legitimar a coisa.

Tem razão Rui Rio, também ele, mesmo com ar de enfant terrible a conduzir um dos seus clássicos, a ser acossado pela polícia de costumes por algo que todos reconhecem ser uma prática à Lagardére,  ao dizer que "...já não tenho esperança no país". 

Condene-se a prática e os praticantes! Pelo menos assim poderá haver uma esperança de varrer e limpar os aposentos e bancadas de Belém.

É Sexta-Feira, 14 e bem poderia ser 13, mas isso foi ontem e em Cabeçais - Fermedo, deve ter havido a anual Festa das Debulhas. 

Debulhar é preciso!

9 de julho de 2023

A caise studi


Somos, de facto, enquanto portugueses, um verdeiro caso de estudo, como dira o inglês, " a caise studi ". Somos o que somos, filhos de um país com uma economia com uma imensa dívida pública, que não será liquidada nem no tempo dos nossos tetranetos, em que notoriamente vivemos acima das nossas reais possibilidades, com um grande défice externo, com um governo que apesar da maioria absoluta em pouco mais de um ano de governação já vai na 13ª demissão de seus membros, ministros e secretários de estado, com o SNS a rebentar pelas costuras e doente de uma agudite aguda provocada por ideologia crónica, com a educação em permanente greve, com as forças armadas desarmadas, com sorvedouros  de milhões e milhões como a TAP e CP etc, etc. Um verdadeiro caos. Tem, naturalmente coisas boas e gente dedicada que rema contra a maré.  Mas no geral, se há um bom (ou mau) exemplo para os extremos do  "8 e o 80", Portugal ocupa o pódio.

Apesar disso e por isso, ainda afectados pela alta taxa de inflacção, ordenados e reformas baixas (excepto uma certa classe do funcionalismo público), jovens com baixas expectativas profissionais, com empregos mal pagos e com um alto índice de desemprego, quase sempre e literalmente "a cagarem e a tossir", todavia, porém, no entanto, não obstante, vivemos com ares de fartazana, como se tivéssemos petróleo e jazidas de gás na costa, ouro e diamantes nos montes. Enchemos restaurantes e hotéis, fazemos viagens e férias no estrangeiro, com a mesma facilidade como quem vai a Ermesinde, vamos a eventos em quintas e quintarolas, pagamos para correr nos milhentos eventos de corridas, entupimos os milhentos passadiços e, porque está calor, pagamos e enchemos tudo quanto é festival de música. Tudo o que for divertimento, mesmo que a pagar forte e feio, lá estamos na boa, de copo na mão, calção e chinelas, charro na boca, sorvendo cheiro a erva e a suor e a fazer mosh, uma verdadeira "gót comunité", como diria o inglês.

Ora digam lá que não somos, de facto, um "véri caise studi"?

É claro que, de uma forma ou outra, quem paga a factura são os cotas, os velhos, os certinhos, aqueles que não tiveram escola obrigatória até aos 30, os que analfabetos ou apenas com a quarta classe começaram a trabalhar aos 11 e 12 anos, os que fizeram o serviço militar obrigatório, os que tomam conta dos filhos até serem velhinhos e os que tomam conta dos pais porque velhinhos são. Os que descontaram para a caixa durante 40 e mais anos, os que andaram a pé, de bicicleta ou motorizada até já depois de terem filhos e netos porque estes são mais bocas a alimentar na casa e querem carta e carro sem terem um tusto no bolso, até porque está lá o telemóvel, etc, etc. Naice!

Ou seja, um bom exemplo de que por cá, como noutros lados parecidos (se é que há), anda literalmente meio mundo a trabalhar para a outra metade ou, mais prosaicamente, meio mundo a foder outro meio. Para quê trabalhar se o estado social, pago pelos cotas das gerações de 40, 50, 60 e 70, dá casa, ordenado e formação para entreter? .oda-se!

Assim não vamos lá, pois não, mas como diria o tal inglês, "us quere?"

Divirtam-se! Injói!

31 de maio de 2023

Querida avó - Querida neta - 2

Querida neta, cá arrecebi o teu amail. Ainda me atrapalho com estas coisas do computador e tenho que ler as instruções que me escreveste, mas lá conseguir abrir a caixa de entrada. Raio da caixa esta que não tem tampa.

Olha, como sabes que não andei na universidade como tu, e só fiz a terceira classe à custa de muita porrada do professor Lúcio e do teu bisavô, ainda dou muitos erros mas o que me socorre nalguns é o tal tradutor do amail. Estas ferramentas modernas fazem de tudo e até um cego consegue ver e um mudo falar.  

Olha, fiquei triste por saber da morte do Zeca do Caneiro. Pobre homem, não era mau diabo apesar de não gostar de tomar banho nem cortar a barbucha. Deus Nosso Senhor, que é pai de todos, o enxergue ao seu lado mas que o S. Pedro lhe dê primeiro um valente banho. Já lhe rezei dois terços e quando cá vieres levas 10 euros para uma missa aí em Guizarães. Gostaria de mandar rezar mais mas o raio das missas aí estão caras comó diabo. Bem que podiam ser mais em conta como aqui com o padre Tobias. Assim as almas do purgatório têm que penar mais tempo por falta de missas.

Querida neta, é  um segredo mas estou a tricotar umas meias de presente para quando fizeres 27 anos. Ainda andei tentada a tricotar umas cuecas para no frio do inverno ficares com o cu bem agasalhadinho mas a vizinha Francelina, quando lhe contei, disse que era asneira porque a juventude de agora não quer tapar o traseiro, mas andar com ele destapado. Modernices e poucas vergonhas é o que é. Quando eu tinha a tua idade para fazer as necessidades perdia 10 minutos a destapar a barrica. Desculpa lá, mas sabes que sou um bocado desbocada.

Olha cá na aldeia sempre vão fazer obras na capela de S. Tomé, mas, a jeito do santo, primeiro ver para acreditar. Que a capela está uma miséria, está. Até chove na careca do S. Domingos e a serra do S. José está cheia de ferruge. O padre Tobias diz que vai ser preciso fazer um peditório à freguesia porque o saldo em caixa não chega p´ra nada. O presidente da Junta sugeriu que se fizessem uns leilões de orelheiras e pernis de porco para arrecadar dinheiro pelo menos para as pinturas e vedações mas o padre Tobias disse que para isso tinha que decapitar e amancar mais de 100 porcos e nunca mais seria noite para além da carne salgada fazer mal aos paroquianos. A freguesia está farta de peditórios mas vai ter que se virar para mais um. Também vão fazer umas rifas e o primeiro prémio será três livro de rifas pró próximo sorteio e o segundo prémio dois livros de rifas e por aí abaixo.

Olha, se gostares de brócolos passa cá a casa que eles já estão bem cheios. O Dr. Mirandela diz que são bons para prisão de ventre e para mais uma carrada de coisas.

Querida neta, já escrevi muita coisa e sabes que escrevo devagar, por isso fico-me por aqui. Vou tirar a ficha do computador e ver o “Preço Certo”. Depois de jantar vou ver se me alembro de rezar mais dois terços pelo Zeca do Caneiro.

Muita saúde aí para casa e o teu pai que não abuse dos brufenes que ainda é novo e é preciso sofrer pelos pecados do mundo como sofreu o santinho do padre Pio!

29 de maio de 2023

Querida avó - Querida neta - 1

Querida avó, espero que este email te encontre de boa saúde e que já não te doam as costas. Por cá em Guizarães  vai indo tudo bem e na família vai-se indo. Apenas a mãe anda com uma tosse danada que mais parece a fanfarra de Vila da Açorda. Diz que deve ser restos da covid. O pai também anda a abusar dos brufenes e dos benurons com as dores do ácido úrico mas recusa-se a fazer dieta. Sabes como o teu filho é teimoso...Tem a quem sair !(lol).

Olha, foi bom teres conseguido tirar a formação para saber usar o email no computador que o pai te ofereceu no Natal. Bem vês que assim é bem mais fácil escrever-te a contar as novidades da terra e da família. És uma avô esperta e espevitada e não ficas atrás da Isabel II que, coitada, também já foi à vida. Só acho que também devias aprender a usar o Facebook  e o Whatsapp pois assim podias publicar fotos de gatinhos e de postais de flores e passarinhos  para partilhares com as tuas amigas. Quando eu estiver de férias da empresa vou ver se tiro umas horas para te ensinar. Vais ver que é fácil. A tua amiga, a Zeferina, tem Facebook e um dia destes mostrou-se na padaria de Travassos a comer um "jesuíta" e a beber um copo de Fanta, com a Amélia do Oiteiro. A danada até tem conta no Tinder mas é melhor não te dizer o que isso é porque ainda de atentas.

Não sei se soubeste, porque não tens Facebook, mas faleceu o Zeca do Caneiro. Ainda no dia anterior estava vivo e na manhã seguinte encontraram-no morto à entrada do barracão. Devia ter ido deitar comer ao Ringo porque ainda tinha nas mãos umas costelas de porco rapadas. Deve ter-lhe dado qualquer coisa, coitadito. Mas bem sabes que já andava nos 97 e a dizer que ía chegar aos 100 para lá irem a casa os presidentes da Junta e da Câmara tomarem chã a tirar fotografias para o Facebook. Se quiseres vir à missa do 7.º dia passo aí na quarta-feira para te trazer. Mas depois confirmo porque o padre Rufino ainda não marcou a hora. É capaz de ser às 7. 

Olha, quem não anda contente é o Albino do Costeira. Apanhou uma multa da Câmara de Santulheira por ter aumentado 13 centímetros a altura do muro com o vizinho e não ter metido projecto. Não se conforma até porque o muro do Armando é mais alto do que o dele. Mas diz que o que mais o arrelia, para além dos 500 euros da coima, é que sabe que o Fernando da Noronha anda a fazer obras na casa para o filho e que clandestinamente construiu uma garagem para o seu Mercedes, mesmo encostadinha ao rio Salgueiro, e que no PDM até está a calcar a reserva agrícola e ecológica, mas que nisso a Câmara não liga. Também diz que o João da Costa, do lugar de Covelinho anda a fazer um grande barracão  em chapa verde para criar avestruzes e porcos pretos na leira da ribeira de baixo, também em reserva agrícola e ecológica e que os fiscais por lá não passam ou se passam desviam o olhar para a capela de Santa Luzia, padroeira dos cegos e vesgos, e fazem disso vista grossa. E olha que a coisa deve ter uns 100 metros quadrados e uns 4 de altura. Anda danado o homem e com razão, parece-me.

Outra coisa, avó: Não te esqueças que tens consulta de ortopedia no dia 22. Toma banho, lava-te por dentro e por fora e põe-te pronta por volta das 8:00 horas que a Tia Nanda passará por aí para te levar. Também ligaram da Minisom a dizer que o teu novo aparelho já está pronto. Vais ver que ficarás a ouvir melhor e assim escusas de fazer confusão com o que ouves na televisão e rádio Se estiverem a faltar medicamentos para as tensões, para sangue grosso e para dormir, avisa para pedir mais no posto médico.

Por agora é tudo, avó. Fica bem e não andes na horta a cavar ou a arrancar ervas com o nariz no chão com ares de javali. Não tens necessidade disso. Depois não te queixes que andas com as costas e os joelhos num sofrimento de via sacra.

Fica bem, avó! ...não te esqueças da cena da consulta que a Tia Nanda não gosta de esperar nem chegar tarde e já sabes que para arranjar estacionamento no hospital da vila  é mais difícil que arranjar um lugar no céu.

Entretanto volto a escrever!

22 de maio de 2023

Ainda futebol...

Já depois de escrito o anterior artigo, o Benfica jogou ontem à noite em Alvalade contra o Sporting. Não vi nem ouvi um segundo sequer e soube do resultado já depois de terminado o jogo. Do que li hoje no início da manhã terá sido um excelente jogo, um bom derbi com o Sporting a dominar a primeira parte, em que chegou a vencer por 2-0, e a segunda parte foi do Benfica que conseguiu empatar já ao caír do pano. Um resultado que não serviu para o Benfica se sagrar ali campeão mas que arrumou o Sporting da pretensão de chegar ao 3.º lugar e com ele o acesso à Liga dos Campeões. Para o Benfica o empate até poderá ser menos mau já que conforme está a classificação até poderá empatar em casa no último jogo com os açoreanos do Santa Clara, último classificado, isto desde que o F.C. do Porto não vença o V. Guimarães por mais de 11 golos de diferença, o que convenhamos que não sendo impossível mesmo que surpreendente, é muito difícil tanto mais que os vimaranenses têm demonstrado qualidade e ainda têm pretensões de manter o 5.º lugar o que pode estar ao alcance do surpreendente Arouca.

É pena, para os adeptos, que o Benfica tenha chegado a esta situação de ter que resolver, ou não, o título na última jornada, quando chegou a ter 10 pontos de vantagem e com possibilidade de aumentar para 13. Quem assim se deixa alcançar naturalmente que põe-se a jeito e vai para o último jogo que nunca é fácil porque os nervos são muitos e a lucidez pouca.

A ver vamos, sendo que eu benfiquista que assisto à distância, já vi de tudo e já estou bem vacinado. Nada do que possa acontecer na última jornada será surpresa, até mesmo que o F.C. do Porto venca o Guimarães com uma dúzia de golos de diferença e com 8 ou 10 penalties a favor. Se o Taremi falhar algum ainda terá direito a repetir.

Os Calabotes andam por aí.

Boa Segunda-Feira e os meus amigos portistas sabem que isto não passa de brincadeira. Antes isto que uma dor de dentes!

21 de maio de 2023

Modernos Calabotes

Volta e meia os adeptos portistas ressuscitam o antigo árbitro de futebol, o alentejano Inocêncio Calabote a propósito de um jogo da última jornada do Campeonato de Futebol da 1.ª Divisão da época 1958/1959 em que alegadamente procurou ajudar o Benfica a ter um resultado frente ao G.D. da CUF que lhe permitissse ser campeão a desfavor do F.C. do Porto. O pecado foi o assinalar de 3 penalties a favor do clube da Luz, ter começado o jogo 6 minutos para além da hora marcada e de ter concedido à volta de 10 minutos de tempo de descontos. 

Certo é que mesmo nessas circunstâncias o resultado de 7-1 não serviu de nada ao Benfica pois na mesma última jornada o F.C. do Porto venceu o Torreense num jogo igualmente polémico, com expulsões na equipa ribatejana e com o golo decisivo a ser marcado nos últimos segundos, pelo que se sagrou campeão.

Apesar disso, apesar da imprensa da época ter admitido que os 3 penalties foram normais e que até ficou por marcar um mais óbvio a favor dos encarnados, admitido pelo próprio treinador adversário, o Calabote ficou com essa má fama e o Benfica sem qualquer proveito.

Mas a história tem sempre o seu karma e no jogo de ontem entre o Famalicão e o F.C. do Porto, igualmente decisivo para manter a esperança acesa, a equipa azul-branca venceu por 4-2, sendo que três dos golos foram marcados de penaltie e um deles mandado repetir depois de o seu cobrador ter atirado ao centro da baliza direito ao guarda-redes, tão somente porque um jogador da equipa da casa terá posto o pé na área antes do castigo ser cobrado. Um preciosismo regulamentar porque tantos e tantos que são validados nessas circunstâncias ou mesmo com os guarda-redes a avançarem antes do tempo.  Por outro lado, como se isso não bastasse, o jogo teve quase 15 minutos de tempo de descontos. Ufa! Quem começasse a ver o jogo nessa altura na televisão e não tivesse qualquer informação, pensaria que o jogo estaria a ser decidido em prolongamento e depois em pontapés da marca da grande penalidade, como se fora uma qualquer final.

As coisas são como são e como nós queremos que sejam. Mas, independentemente da justeza do resultado e da boa ou má análise dos penalties a favor dos portistas, pelo menos dois muito subjectivos de análise, face a esta situação o caso do Calabote até parece uma anedota.

Agora se o Benfica se quiser ser campeão, o que ainda continuo a duvidar apesar de lhe bastar vencer um dos dois jogos em falta, um deles em casa na última jornada com o Santa Clara, penúltimo classificado (à hora em que escrevo) e já em situação de descida de divisão, tem mesmo que fazer pela vida porque se estiver à espera que o Porto escorregue, que espere sentado, porque isso não vai acontecer nem que tenha que ganhar um jogo com 6 penalties e 20 minutos de descontos. E na última jornada dos dragões esperam-se mais penalties para o Taremi juntar à carrada deles que já contabiliza. Nesta de penalties a favor, o Porto dá uma cabazada na concorrência. Tem que defender o estatuto que detém na Europa.

Bom Domingo e divirtam-se, porque o futebol não é para levar a sério, mesmo que os modernos calabotes ainda andem por aí.

Divirtam-se

5 de maio de 2023

É sexta-feira - Galambadas e monos

É sexta-feira, 5 do 5.

- O país ouviu o seu presidente a dar explicações sobre a tal "guerra" entre a presidência e o governo. Para muitos um ralhete sem consequências, para outros apenas uma forma de queimar politicamente o tal ministro Galamba o qual, reconheça-se, a partir daqui é um ministro queimado e fragilizado, mesmo que defendido pelo seu chefe. Política!

Sinceramente, a mim nem me aquece nem arrefece e penso mesmo que o castigo maior para este governo de trapalhadas é mesmo obrigá-lo a cumprir o mandato até ao fim ou que impluda sobre ele próprio.

- Quanto a futebol, parece que ontem o F.C. do Porto recebeu e venceu o Famalicão para a tal taça do Jamor, como lhe chama o Pinto da Costa. Viram-se negros para vencer a eliminatória e , como vem sendo hábito, abriu as hostilidades com mais um penaltie. Serão quê, uns três ou quatro jogos seguidos a carimbar penalties?

No final, as cordialidades do costume de Sérgio Conceição com os treinadores adversários. Onde é que já vimos este filme? Desta vez parece que no centro das "amizades" o Pepe, esse digno exemplar da sarrafeirice rasteira, terá sido alvo de "racismo" por um colega de profissão lhe ter chamado "mono".  De facto é uma ofensa grave pois toda a malta sabe que o "stéreo" é bem melhor que o "mono".

Já quanto a Sérgio, o costume, a festejar a berrar na cara dos adversários. Não é bonito nem desportivo mas faz parte do seu pouco carácter enquanto treinador. Como pessoa acredito que será boa gente e bom chefe de família. O problema é o futebol!

- Por estes dias, tomei conhecimento de um processo de contra-ordenação duma Câmara Municipal a um contribuinte do município, aplicando-lhe a coima de 500 euros. O crime: Subir o muro à face da rua, alterando o existente, mesmo que não ultrapassando a altura regulamentar. Em rigor nem o muro foi subido mas apenas substituida a parte da grade metálica por muro fechado. Mesmo que no entretanto e após o embargo o contribuinte submetesse o pedido de licenciamento procurando regularizar a situação que de boa fé entendia não carecer de licenciamento.

Na justificação da aplicação da coima, foi considerada "elevada gravidade da infracção", "elevada culpa do contribuinte" e "benefício de vantagem económica". 

Já agora acrescente-se que o muro original foi realizado depois de cedência de terreno para alargamento da rua, o que torna engraçada a questão do "benefício económico". 

Ou seja, analisados todos os factos, sendo legítima à luz da lei a aplicação da coima, e uma lei pode ser sempre iníqua, parece-me uma decisão desproporcional, tanto mais que esta prática de contra-ordenações é aparentemente arbitrária pois o que não faltam por aí é muros a serem alterados sem sinais de terem sido licenciados. Isto para não falar em construções que vão sendo feitas em terrenos classificados como não urbanos. Aos olhos de todos. Mas neste país sempre foi mais fácil castigar por pequenas coisas do que por grandes aberrações. 

- Por cá, na aldeia, tudo na mesma paz e serenidade. Reza-se o Terço do mês de Maio, há flores e rosas a perfumar os jardins.

4 de maio de 2023

Diário de Bordo - 04/05/2023

Meu querido diário: A nossa imprensa e os muitos comentadores da coisa política são unânimes a dizer que entre o primeiro-ministro e o presidente da república está aberta uma crise. Uns até lhe chamam mesmo de "guerra".

Dizem ainda que o António Costa brindou o país com uma telenovela fazendo concorrências às ditas. Que o tal de Galamba afinal só apresentou o pedido de demissão já depois de saber pelo seu chefe que não iria ser demitido. O António Costa não aceitou a demissão que havia combinado não aceitar e por isso a responsabilidade de ambos nessa  deplorável situação, como a classificou o Costa, vai morrer solteirinha. O presidente da república ficou amuado por Costa não lhe fazer a vontade e pelo governo continuar na "corda galamba" e o país ficar a apanhar galambuzinos". Irá reagir hoje, talvez a meio do telejornal. Se fosse o totobola jogava numa tripla.

Meu querido diário: Creio que, apesar de tudo, vou mais pela tese disto não passar de uma novela porque nesta altura do campeonato, com o mundo envolvido em guerras a sério, já não haverá quem forneça munições a S. Bento e a Belém. 

Por mim a coisa resolvia-se como na La Tomatina, essa festa espanhola de guerra de atirar tomates uns aos outros em Buñol - Valência. A coisa até sairia em conta pois parece que o tomate está até Outubro isento de IVA. Uma alternativa aos tomates, para esta luta em concreto, seria utilizar melões. Numa guerra de vegetais seriam uma espécie de mísseis hipersónicos.

2 de maio de 2023

Diário de Bordo - 02/05/2023

1 - Querido diário: - Muitos de nós achamos que por estes tempos a coisa já bateu no fundo do poço e do que vai acontecendo um pouco por todo o mundo já pouca coisa tem a capacidade de nos surpreender. Mas quando se espera isso, aparece sempre algo ou alguém a provar que afinal o poço não tem fundo e é possível continuar a escavar e a descer até às profundezas do núcleo da coisa.

Deste vez li que dois irmãos, espanhóis, um homem e uma mulher, vivem juntos como um normal casal, já têm filhos, dos quais são pais e tios simultaneamente e os filhos entre si são sobrinhos, irmãos e primos, ou seja, uma autêntica salsada de uma relação incestuosa.

Apesar disso e dessa anormalidade, mesmo que em Espanha o incesto já não seja crime (porque, querido diário, é um país desenvolvido e prá-frentex) o casalinho ainda vem a público a reclamar a mudança da lei, ou seja lá o que isso for, para poderem casar legalmente. Com jeitinho e dentro desta açorda, pode vir a seguir a possibilidade legal de um pai casar com a filha, o filho com a mãe, e por aí fora, até um deles poder casar com o cão, com o gato ou com o porco ou boi do vizinho, salvo seja!.

Para além de tudo, surprende, ou talvez não, que a imprensa dê cobertura a esta anormalidade. Se a coisa vai arder porque acende, então a coisa vende!

- Com tudo isto, à falta de paciência, apetece gritar: - Carregem nos botões vermelhos, ou abram-se as comportas do céu para um novo dilúvio!

2 - Continua a saga da TAP e dos artistas nela envolvidos. Da comédia ao drama, não falta ali enredo para novelas, sejam elas brasileiras ou mexicanas. Com esta qualidade de argumentistas Portugal pode muito bem ser um fornecedor de enredos para este tipo de entretenimento. Podemos até sugerir alguns títulos: - "Galamba Jones e o portátil secreto";  "O Bom, o Mau e o Galamba"; "Galamba no País das Taparilhas"; "O Costa do Castelo de Cartas".

3 - O F.C. do Porto continua a defender com unhas e dentes o notável primeiro lugar no número de penalties a seu favor. Nesta semana foi mais um decisivo. Assim, com esta garantia de galinha de ovos de ouro e com o Benfica a não se aguentar nas canetas, está à vista o próximo campeão!

4 - Terminou o prazo para a realização das limpezas florestais. Com o BUPI em velocidade cruzeiro, já há uma interessante lista de proprietários identificados e identificáveis pelo que pode começar a caça à multa! E alguns, pela total disciplicência e laxismo, como quem diz "caguei p´rá cena!" merecem! Bendito BUPI que nos ajudas a identificar os incumpridores! Amém!

5 - Por cá, continuam a ser substituidos postes da rede eléctrica que aos poucos têm sido abalroados por adeptos do "Velocidade Furiosa" na Rua Nossa Senhora de Fátima, adorada pelos aceleras. Ficamos à espera do próximo.

6 - A Rua de Trás-os-Lagos continua a aguardar a  repavimentação. Está a amadurecer e a compactar à custa dos amortecedores de quem nela circula!  Há duas semanas o meu carrito foi à inspecção e teve que levar dois amortecedores. O imposto de circulação do meu carrito vai ser pago este mês. Deve dar para tapar um buraco. Com sorte, lá para o Verão!

7 - Eu que não sou fiscal municipal, tenho observado que pelas redondezas têm sido feitas construções em terrenos classificados como Espaço Florestal, Reserva Agrícola e Reserva Ecológica. Apesar disso, dessas ilegalidades, convenhamos que são amendoins quando comparados com a A32 que passou literalmente por cima de todas essas bonitas classificações do nosso território. Nesta questão como noutras, e como diz a cantiga, "ou há moralidade ou comem todos".

24 de abril de 2023

Diário de Bordo 24/04/2023


Da imprensa: 

"José Sócrates já não vai ser julgado pelos crimes de falsificação de documentos relacionados com o apartamento de Paris e com a tese de doutoramento. A defesa ganhou tempo e já não será humanamente possível avançar com uma decisão antes de os crimes prescreverem.

A defesa de José Sócrates ganhou, junto do Tribunal da Relação de Lisboa, mais três meses para argumentar que houve nulidades e irregularidades na decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, para avançar com um eventual recurso"

Conclusão: A Justiça portuguesa no seu melhor. Quem tem nome, dinheiro e poder, vence sempre. É outro campeonato!

Política:

"Em entrevista à RTP, na qualidade de secretário-geral do PS, ao ser questionado sobre o futuro político do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação, Costa reiterou a promessa de não interferir na escolha do seu sucessor e que tem procurado "identificar quem são os melhores quadros" do partido para que "provem as suas capacidades e que possam ser tudo aquilo que eles desejem ser e que os militantes do PS desejem que eles possam ser". E "Pedro Nuno Santos é indiscutivelmente um dos grandes quadros políticos do PS". [fonte: DN].

Comentário:  O problema de alguns dos nossos políticos é terem-se sempre em grande conta. Têm "muitos e bons quadros" mas falta-lhes espelhos. 


Futebol:

Continua igual a ele próprio: O Grupo de Desportivo de Chaves na última jornada venceu o primeiro classificado da I Liga e na jornada seguinte, ontem, não foi capaz de vencer o último. Problema de pilhas?

Quanto ao Benfica, uma vitória sofrida e já nem sabe converter um penaltie. Tão duvidosamente assinalado quanto mal marcado. A derrocada está a caminho.

Por cá:

Depois de longas semanas de abre, tapa, destapa e volta a tapar, aparentemente foram colocadas as redes de águas e esgotos na Rua de Trás-os-Lagos. Falta agora saber quantas semanas ou meses vai demorar a ser feita a repavimentação. Até lá, covas, lombas, pó e lama.