25 de dezembro de 2017

Postal de Natal no Jornal de Notícias

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Nos últimos três anos o “Jornal de Notícias” tem lançado um concurso em que pede aos leitores para ilustrarem a capa a publicar no Dia de Natal. Não esperando nada, obviamente, até porque o prémio do concurso é apenas a publicação em si, também enviei uma ilustração.
Segundo o “Jornal de Notícias” foram mais de uma centena os participantes, entre amadores e gente profissional no campo das artes e ilustração. Não esperava ganhar, apenas participar, mas a minha ilustração acabou por ser uma das  dez escolhidas, por isso com direito a menção honrosa e publicação nas páginas interiores.
O tema era livre, mas inevitavelmente, tal como o meu trabalho, a larga maioria das propostas apresentadas a concurso tiveram os incêndios deste ano como ponto chave, de resto o que seria de esperar face ao impacto e drama que os mesmos atingiram no nosso país..
A ilustração vencedora (reproduzida ao fundo deste artigo) é de uma artista profissional, de 30 anos, natural de Lisboa e residente em Guimarães. Curiosamente sem a tal marca inspiradora do drama dos incêndios.
Fica assim registada a minha participação. Não me envaidece, mas pelo menos  é um agrado e ajuda a enriquecer este dia de Natal. Para além de tudo, faz-me e faz-nos pensar naqueles que tudo perderam nos incêndios e que certamente terão um Natal mais amargurado, sobretudo aqueles que perderam  familiares. Mas o Natal cristão, o de Jesus, é uma constante mensagem de renovação e de espírito de ajuda e solidariedade pelo que creio que mesmo com a tragédia todas as vitimas têm pelo menos o conforto e o sentimento de um país que se movimentou para ajudar. Ora este é o principal Natal.

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23 de dezembro de 2017

É Natal na nossa aldeia



É Natal na nossa aldeia,
Feliz tempo que enternece;
Cada casa com mesa cheia,
E uma lareira que aquece.

À casa doce paterna,
Vão dar todos os caminhos,
Todos a ela acorrem
Quais aves aos seus ninhos.

Chegam filhos, genros e noras,
Chegam netos, já crescidos,
Qual bagos de doces amoras,
Todos juntos, bem juntinhos.

Na mesa grande há fartura
De coisas boas, da avó,
A fome também  é de ternura
De aconchegos e não só.

Abre-se espaço na mesa
Que a rainha é chegada,
Qual tesouro da pobreza,
Já fumega a caldeirada.

O bacalhau lá está, claro,
A batata e a penca que é couve,
O azeite dourado, do mais caro.
- Que Nosso Senhor o louve!

De vinho bom, bem regadas,
Santa e doce esta alegria,
Lá vêm, vejam, as rabanadas,
As filhoses e a aletria.

A mãe, avó eternecida,
Enlevada neste amor,
Junta as mãos, agradecida:
- Louvado Deus meu Senhor.

É Natal na nossa aldeia,
O do Menino, o de Jesus;
Nossa alma está cheia
Da sua imensa, intensa luz.

É Natal na nossa aldeia!



A. Almeida 12/2017

18 de dezembro de 2017

Limpeza de ruas


A Junta da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande começou hoje a limpeza da Rua Cónego Ferreira Pinto, de norte para sul. 
Esta é uma das principais rua da freguesia e havia sido limpa pela última vez no princípio de Agosto de 2016, por isso há quase um ano e meio. 
Num novo mandato já sem impedimentos anormais de ordem financeira e com uma herança positiva do anterior mandato superior a 100 mil euros, importa que a limpeza das ruas, sobretudo das principais e junto às habitações, seja feita de forma mais regular e nunca ao ponto de atingir a situação actual, acima fotografada.

17 de dezembro de 2017

3ª Ceia Solidária de Natal







Teve lugar ontem, 16 de Dezembro,  a partir das 20:00 horas, nas instalações do Centro Cívico, cedidas pelo Centro Social, no Monte do Viso, a 3ª Ceia Solidária de Natal, organizada pelo Grupo Solidário de Guisande. Os dois salões encheram-se com mais de 150 pessoas para um convívio e partilha inter-geracionais. Muitos idosos e muitas crianças que com a sua alegria voltaram a ecoar dentro das paredes daquela que foi uma escola que marcou gerações de guisandenses.

Todo o jantar esteve com uma qualidade irrepreensível, com comida tradicional, a boa caldeirada de bacalhau, saborosa, bem confeccionada e em quantidade, e bem servida pelo vasto grupo de pessoas que prescindiram do conforto da mesa para se disponibilizarem a ajudar, tanto na cozinha como na serventia.
Para além dos responsáveis pelo grupo Solidário e Centro Social, de registar a presença do Sr. Padre Farinha e ainda do Sr. David Neves, membro da Assembleia de Freguesia e da Patrícia Pinho, representante de Guisande na Junta da União de Freguesias a qual esteve envolvida no grupo de serviço. Faltaram outras pessoas que eventualmente poderiam e deveriam estar, mesmo que a marcar ponto, mas como diz a cantiga, só faz falta quem cá está e é sempre bem preferível um bom jantar e um convívio com gente boa e bem disposta do que com gente aziada e a fazer frete, digo eu.

Parabéns a todos, de modo especial ao Grupo Solidário de Guisande e pessoas que tornaram possível este evento que começa a ser tradição. Todos foram inexcedíveis na dedicação e simpatia.

15 de dezembro de 2017

Uniões e desuniões de facto

Por estes dias, à passagem do meio ano (seis meses) sobre os trágicos incêndios de Pedrógão Grande e concelhos vizinhos, como Castanheira de Pêra, um dos habitantes de uma das aldeias atingidas, que entre outros familiares perdeu os pais, dizia algumas coisas muito acertadas, daquelas que em momentos de dor nos saem da alma, como, por exemplo, sobre o pagamento das indemnizações pelo Estado a cada vítima, estabelecida no mínimo de 70 mil euros. Dizia que não tinha conhecimento directo, apenas pelo que se ouvia dizer nas televisões, ignorando os procedimentos para receber essa verba e que sabendo o Estado quem morreu bastaria fazer as contas  e pagar de forma directa. De resto como faz o próprio Estado quando é para receber dos contribuintes, sem requerimentos ou outras papeladas, cobra pesadas coimas, aplica elevados juros de mora, penhora e executa sem dó nem piedade e em prazos acelerados.

Ainda nessa reportagem, uma das pessoas da associação das vítimas, falava da importância de se dotar as aldeias com  abordagens de resiliência comum, dotando-as com  meios mínimos de combate e sobrevivência e orientadas por alguém com sentido de líder de modo a que numa situação de ameaça ou tragédia seja possível articular decisões e meios de protecção antes da chegada de socorros exteriores. No fundo, cada aldeia ter meios próprios de protecção e de proximidade, com alguém conhecedor de cada canto e de cada pessoa e das suas necessidades e limitações de modo a poder agir e fazer agir coordenadamente.

Esta última questão pode muito bem, e a propósito, ser trazida ao de cima no contexto da realidade das actuais uniões de freguesias em que após um primeiro mandato desta nova forma de gerir e administrar, nenhuma das freguesias, sobretudos as mais pequenas de cada união, estão satisfeitas, e pelo contrário sentem-se abandonas e até mesmo desprezadas. Para além do mais, escolhem-se pessoas que muitas vezes pouco ou nada conhecem da realidade de cada freguesia, sendo nas mesmas estranhos ou pouco conhecidos pelas comunidades porque quase não integrados nestas. E basta tomar como a exemplo a nossa freguesia de Guisande agora inserida numa união a quatro, em que à custa de dificuldades várias e de vontades adversas, perdeu nitidamente em todos os aspectos face à anterior realidade administrativa, desde logo pela perda de proximidade e identidade. Se na anterior realidade administrativa havia no mínimo três elementos da Junta, agora há apenas um e em rigor com poucas ou nenhumas competências atribuídas para poder agir e decidir e muito menos compensado para isso. Foi assim no mandato anterior e certamente não mudará no actual ou nos futuros.

Mesmo sem a dimensão do drama de tragédias como estas dos incêndios, é de lamentar que não exista um funcionário que num momento de mau tempo e tempestades como a de Domingo passado, possa limpar sarjetas e ou desobstruir árvores de caminhos. A jeito de quem não tem cão caça com gato, pessoalmente sem ter essa responsabilidade fiz isso inúmeras vezes, mas é lamentável que uma Junta de União não tenha ela própria um ou mais funcionários permanentes em cada uma das freguesias e a ela dedicados nas pequenas ou grandes aflições e necessidades. Face a este vazio de liderança e de meios, as mesmas freguesias ficam entregues as elas próprias e à espera que um acaso ou uma alma caridosa faça o trabalho e que alguém ligue para a protecção civil, para a EDP, para os bombeiros ou para a GNR. 

Assim sendo, bastaria tomar como exemplo estas necessidades constatadas agora nas aldeias atingidas pelo drama dos incêndios criminosos para se perceber a importância da proximidade e do auto-conhecimento como mais valias a favor das pessoas e das comunidades. Infelizmente num passado recente, maus políticos e más políticas pensaram ao contrário e contra as pessoas promoveram asneira da grossa.

Numa altura em que parece que o Governo vai entretanto abordar o assunto das uniões de freguesia, faz todo o sentido que no nosso concelho algumas pessoas, incluindo ex-autarcas comecem a dar passos associativos unindo-se de modo a que quando chegar o momento tomarem posição favorável à reversão do processo ou pelo menos à sua correcção. Neste contexto, ouvi por estes dias na Rádio Clube da Feira, será já neste Sábado, 16 de Dezembro, que terá lugar uma reunião pública no Salão Paroquial do Vale, aberta a essa importante discussão.

Terão, pois, que ser as próprias freguesias mais afectadas a fazer esse trabalho pois já se sabe que por parte da Câmara Municipal não se pode esperar grande coisa, de resto em consonância quando o processo teve início e depois na sua concretização, nunca tomando uma posição de força em contrário, mesmo que certos papagaios lambe-botas vão palrando que no concelho se faz bem. Ora faz-se muita coisa bem, certamente, mas também algumas valentes cagadas e esta das actuais uniões e dos respectivos desenhos territoriais foi uma delas.