3 de setembro de 2025

Campanha Eleitoral em Guisande - Primeiros sinais


Quanto a mim, tarde, mas já temos o primeiro sinal de campanha eleitoral na nossa freguesia de Guisande. Pelo PSD, Johnny Deivis Almeida apresenta-se como candidato encabeçando uma lista com "nova energia" e "novas ideias" por um "Guisande mais nosso".. 

Os slogans valem o que valem, mas independentemente de quem vier a merecer a confiança da maioria dos guisandenses, e maioria nesta caso pode significar apenas mais um voto, importa que de facto seja uma junta com energia, motivação e ideias boas ao serviço da freguesia e da comunidade, sendo certo que as necessidades são muitas e os recursos financeiros, logísticos e humanos são escassos. Por conseguinte a tarefa da futura Junta não será fácil pelo que importa valorizar os que se dispõem a este serviço público.

Ficamos à espera dos primeiros sinais da lista do Partido Socialista liderada pelo Celestino Sacramento.

2 de setembro de 2025

Tudo muito parado

Estão já definidas todas as listas concorrentes às próximas eleições autárquicas que terão lugar a 12 de Outubro próximo.

No que diz respeito à nossa freguesia de Guisande, que entrará num novo ciclo após 12 anos de uma fracassada união de freguesias, concorrerão o Partido Social Democrata - PSD e o Partido Socialista - PS. São já conhecidas as pessoas que integram as respectivas listas, não porque fossem apresentadas pelos próprios partidos mas por partilha aqui neste espaço.

Na maior parte das freguesias do nosso concelho já foram apresentados publicamente os candidatos e em várias delas já foram e estão a ser feitas iniciativas de pré-campanha. Pelo contrário, cá por Guisande, aparentemente anda tudo muito sossegado, para além da campanha de um soldado na reserva que vai andando a fazer o papel do general, a distribuir promessas como rebuçados pelas crianças. Adiante!

Mas de facto, surpreende este atraso em Guisande, sobretudo sabendo-se que quem vencer as eleições vai ter pela frente um mandato difícil em que é preciso organizar e retomar uma dinâmica própria, até aqui à responsabilidade de gente de fora, pelo que importa aproveitar todo o tempo para uma campanha esclarecedora e proveitosa.

É certo que sendo de estranhar este atraso, ainda há tempo, e faça-se o que se fizer, nada será novo nem diferente do que estamos habituados que seja: com muita bazófia, muitas promessas, muita boa vontade, mas que na realidade quase sempre esbarram na realidade das dificuldades e na falta de recursos e meios. Seja como for, importa dar crédito aos que se apresentam a eleições e logo que apareçam devemos procurar analisar as suas ideias e seus projectos com discernimento e objectividade, sem a cegueira do partidarismo. Espera-se e deseja-se uma campanha respeitadora e positiva de ambas as partes porque importa unir a freguesia e não dividir para além da escolha livre e esclarecida como é saudável em democracia. 

À futura Junta, ganhe quem ganhar, pede-se dedicação, qualidade de acção, empreendedorismo, visão, decisão, inovação, proximidade, valorização do que somos como freguesia e comunidade, nas pequenas e nas grandes coisas. Já agora, competência e organização nos serviços, nomeadamente de secretaria e arquivo.

Em todo o caso, apesar de estar tudo parado, quanto às iniciativas, que tardam, recebi a informação de que no dia 11 de Setembro, pelas 19:00 horas haverá na Rádio Clube da Feira um debate entre os candidatos Johnny Almeida e Celestino Sacramento. A não perder porque será uma oportunidade de escutar os projectos que cada um se dispõe a apresentar e a forma como os vão realizar. 

Também tenho indicações de que a apresentação oficial da lista do PSD deverá acontecer no dia 13 de Setembro, pelas 18:30 horas, no Monte do Viso. Da parte do PS ainda não disponho de qualquer informação quanto à apresentação oficial ou outras iniciativas.

Aguardemos!

Interesse positivo


Não é nada de extraordinário, mas, mesmo assim, é relevante que a minha página "Eu e a minha aldeia de Guisande", no endereço [www.freguesiadeguisande.com], venha a registar um número regular de visitas diárias, na ordem do milhar, havendo dias em que ultrapassa.

Significa que há da parte de muitos guisandenses um interesse pelos assuntos que vou partilhando bem como por parte da nossa comunidade emigrante.

É um projecto com 25 anos, que para além de coisas pessoais, aborda a realidade da nossa freguesia, da sua gente, do seu passado e presente e perspectivas futuras.

Não obstante, tendo muito de serviço público, nunca mereceu qualquer relevância ou reconhecimento por parte de quem o poderia fazer. Mas estas coisas sempre foram assim e quem andou nelas no passado e resiste no presente, sabe que a par de alguma valorização por alguns, não faltam outros a procurar minar.

Como dizia alguém: - É a vida!

Um agradecimento a todos quantos fazem parte dos que, com mais ou menos regularidade, vão visitando o espaço e o valorizam.

1 de setembro de 2025

Isaac das Farturas - Olhares de ontem, olhares de hoje

 


Em Agosto de 2019, na festa de Canedo, captei um olhar da clássica roulote de farturas do Isaac de Lourosa, que desde 1969 percorre festas e romarias, e que na nossa região é sinónimo de qualidade. 

Há rouletes de farturas bem mais espampanantes e coloridas, mas nenhuma com a qualidade das farturas e churros do Isaac.

Nessa altura publiquei a fotografia na minha página de internet.

Certo é que hoje, na festa do Santo Ovídeo, tive a agradável surpresa de verificar que na roulote do Isaac a respectiva fotografia foi aproveitada para a decorar. Comprei ali meia-dúzia de churros e poderia fazer referência ao assunto da fotografia, e talvez merecesse uma fartura de oferta, mas achei por bem nada falar. 

Foi, pois, uma agradável surpresa, mas sobretudo por ver que os sucessores aproveitaram a foto para homenagear o Isaac e a esposa D. Albertina, esta já falecida por 2020.

Fica aqui o registo com as fotos que obtive em 2019 e agora a mesma a decorar a roulote.



26 de agosto de 2025

O adeus a Manuel Alves

 


Como se esperava, ontem, Segunda-Feira, a cerimónia exequial  do Sr. Manuel Alves, o nosso Sr. Neca, foi bastante participada, no que também ajudou o período de férias, mesmo que, também por ele, algumas pessoas ausentes. 

Com o nosso pároco em merecidas férias, o serviço contou com a participação do jovem Pe. André Almeida Pereira, de Louredo, meu primo, e do Pe. Augusto Pereira Baptista.

Após a celebração, usou da palavra o presidente da União de Freguesias, Sr. David Neves, que enalteceu sobretudo o lado do autarca e do seu serviço à comunidade que foi o Sr. Manuel Alves em mais de uma década enquanto presidente da Junta.

Já no rescaldo da cerimónia, deambulando pelo cemitério, apanhei alguém, que não conheci a meio de uma conversa em que de algum modo parecia criticar a intervenção do presidente da Junta, classificando-a como de campanha eleitoral e que por isso “não havia necessidade”. 

Cada um tem a sua opinião, mas pessoalmente não vi a intervenção como tal, e creio que foi justa, comedida e objectiva porque, tal como eu já fiz de forma escrita através dos meus espaços na internet, realçou o papel e importância do serviço de autarca, coisa que julgo que em rigor e de um modo geral e na nossa comunidade, nunca ninguém reconheceu publicamente ao Sr. Neca esse papel e importância. 

Infelizmente, no geral somos assim, um bocadinho virados para a ingratidão e algo invejosos” em vez de enaltecer e valorizar, mesmo que, certamente, com o benefício de algumas dúvidas e defeitos que todos temos.

Creio, que como já escrevi, será justo que a futura Junta de Freguesia de Guisande tenha um sinal de deferência, mesmo que a título póstumo. 

Em resumo, acho que esteve bem o presidente da União de Freguesias e pela parte que me toca, fico reconhecido por esse reconhecimento. Pessoalmente apenas dispensaria as palmas, porque não se justificavam no contexto e local, porque mais de contemplação, mas há sempre alguém com as mãos ligeiras esquecendo o local onde estão. Mas, também creio que dispensava os aplausos o próprio David Neves. Quanto ao defunto, o reconhecimento da freguesia deve ser bem mais amplo e em contexto institucional.

Certamente, que o enaltecimento da figura da pessoa mas sobretudo do autarca, poderia ser feito com igual ou mais propriedade por qualquer pessoa de Guisande, mas nestas coisas nunca sabemos se agradamos aos familiares, ou não. Eu próprio não me custaria fazê-lo, e estou certo que outros que conheceram bem a faceta de autarca do Sr. Neca,  mas nestas coisas há hierarquias e princípios que devem ser seguidos e por isso, como foi feito, a meu ver foi o adequado.

Registei também a presença do ex-presidente da Câmara da Feira, Alfredo Henriques, que se associou nos pêsames à esposa e familiares próximos. Foi um gesto bonito pois afinal ambos tiveram relações institucionais durante vários e anos e até mesmo alguma relação pessoal. Terão faltado outras figuras gradas a quem também ficaria bem estar presente, mas nestas como noutras coisas, só faz falta quem cá está.

Que descanse em paz o Sr. Neca e que, de afcto venha a merecer num futuro próximo algum reconhecimento institucional e da comunidade, mesmo por parte de quem nesse contexto de serviço público e luta partidária foi adversário.

24 de agosto de 2025

Manuel Alves - O homem e o autarca






Com o falecimento de Manuel Alves, o Nequita, partiu uma das figuras mais emblemáticas e carismáticas da nossa freguesia.

Como já escrevi na nota de falecimento, ele teve uma relevante acção cívica, tendo sido regedor no período anterior ao 25 de Abril de 1974 e foi presidente da Junta de Freguesia de Guisande entre 1979 e 1989, em representação do PPD-PSD – Partido Social Democrata. 

Anos mais tarde, nas eleições de 1997 voltou a tentar o regresso mas o eleitorado considerou que já tivera o seu tempo e não conseguiu destronar o PS - Partido Socialista. Para essas eleições tive o privilégio de por ele ser convidado para segundo da sua lista, mas, por várias razões, nomeadamente a de também eu considerar que o seu tempo como autarca já tinha passado, bem como pela indisponibilidade pessoal, acabei por não poder aceitar.


Em 1993 aquando da sua candidatura pelo PPD-PSD

Gostando-se, ou não do seu estilo enquanto presidente da Junta - e enquanto autarca tinha adversários acérrimos, alguns até com considerações injustas - certo é que a freguesia conheceu com ele um forte desenvolvimento. É verdade que então estava tudo por fazer, mas com maior ou menor transparência, mas dentro de um estilo que era generalizado a todas as juntas de freguesia da época, foi um presidente activo e com sentido de astúcia política. Os executivos liderados por si realizaram inúmeras obras, algumas significativos, nomeadamente no que se refere a abertura de estradas, incluindo as ligações de Guisande a Louredo e a Gião, a construção do novo cemitério, a edificação da sede da Junta, construção das pré-escolas da Igreja e Fornos, bem como bastantes outras, estando também ligado à construção do campo de futebol no Reguengo.

Pelo contexto geral, pessoalmente não tenho dúvidas que foi o presidente de Junta com uma acção mais significativa de todos quantos têm exercido o cargo desde as eleições de 1976.

Muitos de nós, os mais velhos, conheciam também o Manuel Alves como comerciante, em que durante vários anos, nas décadas de 1970 e 1980, explorou a típica  mercearia no lugar de Casaldaça, antes dirigida pelo Domingos Caetano de Azevedo e sua esposa D. Conceição, e depois no lugar do Viso, para onde foi viver, onde, conjuntamente com a esposa Sr. Tina, confeccionava a tradicional e tão apreciada regueifa doce à moda de Guisande.

A relação das suas juntas com o jornal “O Mês de Guisande”, de que fui co-fundador e chefe de redacção, em toda a década de 1980, nem sempre foi a mais pacífica, e chegou a confessar que apenas o jornal lhe fazia boa oposição, mas foi sempre franco e directo e apesar disso sempre reconhecedor da importância do jornal para a freguesia e nunca se escusou a colaborar, apoiar e a conceder entrevistas e a fazer chegar apontamentos de notícia.

Chegou mesmo a confessar-me que em certa medida perdeu as eleições de 1989 devido à acção do jornal  bem como pelo papel da lista Força Jovem Independente, que nos mandatos de 1985/1989 e 1989/1993 foi sempre muito exigente e com sentido de escrutínio, porque com um nível de intervenção e oposição de que até então a Junta de Freguesia não estava habituada, mas com um entendimento positivo e sem qualquer ressentimento.

Ao longo dos últimos anos  mantive sempre com ele uma boa relação, com uma consideração e respeito mútuos, tratando-me sempre por Almeida, e partilhou comigo muitas confidências, pessoais, das suas memórias, mas sobretudo políticas, sempre com um tom muito próprio, de “manha”, que todos lhe reconheciam. 

Dos muitos episódios, contou-me a forma pouco ortodoxa como alguns “revolucionários”, logo após o 25 de Abril de 1974, lhe vieram “assaltar” o cargo de regedor, intimando-o a “devolver a ferramenta”. Pensavam eles, dizia, que isso era coisa pesada e de importância, incluindo armamento, mas afinal foram de mãos a abanar e levaram apenas um carimbo e um selo branco. De resto, a nova regedoria morreu ao nascer e o regedor provisório e seu substituto, apesar de ficarem com o retrato no arquivo da Câmara, então governada ainda sem legitimidade democrática, pelo presidente da Comissão Administrativa, Dr. Arnaldo dos Santos Coelho, em rigor nunca chegou a exercer, nem sequer a tratar de um roubo de galinhas, passando a GNR a exercer as funções de autoridade até então a cargo do regedor.

Também, entre a brincar e a sério, chegou-me a dizer que se fosse mais novo arrancaria a placa de limite de freguesia entre Guisande e Lobão, na zona do Santo Ovídeo, porque achava que tinha sido um abuso consentido pelas juntas do PS em deixar colocar a placa, não no limite determinado pelos marcos de fronteira, mas uma dezenas de metros do  lado de Guisande. De facto a sua idade já não era adequada a revoluções, mas, sim, tinha razão e neste aspecto os responsáveis da freguesia foram sempre “moles” em aceitar este e outros atropelos, nomeadamente no lugar de Azevedo, em que uma boa parte de território de Guisande continua sendo considerado descaradamente como de Caldas de S. Jorge mesmo contra todas as provas e evidências.

Muitas mais coisas me confidenciou, algumas das quais guardo só para mim e até porque alguns dos envolvidos ainda pertencem ao mundo dos vivos.

Em resumo, parece-me que será de justiça que a futura Junta de Freguesia de Guisande reconheça a importância de Manuel Alves enquanto autarca, senão com um nome de rua, pelo menos de uma qualquer outra forma. Pessoalmente, do que conheci do homem e do autarca, acho plenamente justo e merecedor, mesmo sabendo que nestas coisa a ingratidão ainda tem peso e a memória perna curta.

Defeitos teve, com certeza, como eu tenho e quase todos, pelo menos aqueles que não se consideram seres perfeitos. Manuel Alves foi um autarca do seu tempo, com limitações mas sobretudo com vontade de servir a freguesia e a comunidade. E creio que no geral fez muito.

Paz à sua alma e acredito que continuará a ser lembrado no presente e no futuro e no que de mim depender, nomeadamente no livro que estou a ultimar sobre apontamentos da história de Guisande, será concerteza e figurará na galeria das suas figuras mais relevantes.

Que descanse em Paz, caro Sr. Neca!

23 de agosto de 2025

Nota de falecimento - Manuel Alves


Faleceu Manuel Alves, do lugar do Viso, com 93 anos. Nasceu em  21 de Agosto de 1932, no lugar de Estôze, filho natural de Ana Alves e de António José Henriques. 

Neto materno de Rufino Alves e de Margarida Alves. Neto paterno de António José Henriques e Joaquina da Costa.

Teve como padrinhos de baptismo Manuel Augusto Guedes, da Casa do Ferreiro - Leira e Maria da Conceição, de Casaldaça.

Entre nós conhecido como o Sr. Neca ou Nequita. Na freguesia de Guisande teve uma relevante acção cívica, tendo sido regedor no período anterior ao 25 de Abril de 1974 e presidente da Junta de Freguesia entre 1979 e 1989. Gostando-se, ou não do seu estilo enquanto presidente da Junta, certo é que a freguesia conheceu com ele um forte desenvolvimento, nomeadamente no que se refere a abertura de estradas, construção do novo cemitério, construção da sede da Junta, construção das pré-escolas da Igreja e Fornos, bem como bastantes outras obras, estando também ligado à construção do campo de futebol no Reguengo.

Comerciante, durante vários anos, nas décadas de 1970 e 1980 explorou a típica  mercearia no lugar de Casaldaça e depois no lugar do Viso, onde, conjuntamente com a esposa, confeccionava a tradicional e tão apreciada regueifa doce à moda de Guisande..

Deixa viúva a Sr.ª Tina (Delfina), a quem de modo particular deixamos os nossos sentidos sentimentos. Não teve filhos. Sentidos sentimentos à esposa e aos sobrinhos, particularmente aos que lhe eram mais próximos, filhos do seu cunhado Alberto.

Que Deus o tenha em sua companhia e em eterna paz!

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Cerimónias fúnebres nesta Segunda-Feira, 25 de Agosto de 2025, pelas 15:30 horas na igreja matriz de Guisande. No final irá a sepultar no cemitério local.

Missa de 7.º Dia a 30 de Agosto, Sábado, pelas 17:30 horas.