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24 de junho de 2021

Deix a´der!

O Doutor bem se queixa, mas já não há nada a fazer. As coisas são como são e os tempos são outros. Há quem os pinte como melhores e quem os esconjure como piores. 

As velhas lutas de jovens ao oferecer novas dinâmicas à aldeia, tiveram o seu tempo, deram os seus frutos, mas as árvores estão já sem o o vigor da seiva nova. Já não se pintam siglas no meio da estrada ou nas paredes caiadas, não se fazem desenhos com xixi pela estrada abaixo, nem se distribuem porta a porta as notícias da aldeia.

Assim, esperar que uma tonelada de areia do rio caiba no atrelado da motorizada do Pintas, será pedir de mais.  Talvez, sem pedir muito, um frigorífico rebentado caído de um 3º Andar.

O que vai dando é a actividade do polegar e do indicador a acariciar o clitóris dos ecrãs tácteis, numa necessidade permanente de orgasmos digitais porque o mundo e arredores está ali, concentrado naquele rectângulo mágico. Até o Nóquinhas ali vem postar as novidades da horta e do pomar e o que mastiga nos lanches.

Por isso o Doutor que se deixe de saudosismos porque por ora este estado das coisas está para dar e durar. Mesmo na política e na cidadania, cada vez a rede traz menos peixe, mesmo com a malha apertadinha. Depois da escolha, entre fanecas, salemas e verdinhos, sobram alguns jaquinzinhos que a mando de alguns  espadartes vão fazendo de moços de recados, passando licenças a canídeos e encaixando com um sorriso amarelo as queixas dos fregueses descontentes clamando impropérios aos espadartes fugidios.

De todo este vale de lágrimas é certo que a aldeia vai ficando cada vez mais mole e insonsa como uma posta de pescada servida no Lar de  Santa Ana, e que o Nóquinhas, esfarelada com ovo, tem como almoço saudável.

Em resumo, não há nada a fazer. Como dizia o outro, que Deus o tenha, "...deix a´der!"

Contentinhos

E pronto! Lá ficamos todos contentinhos com o apuramento para os oitavos de final da competição do Europeu de Futebol 2020.

Ficamos em terceiro lugar no Grupo F, atrás da França e Alemanha, mas lá estamos! Num jogo que quase só deu penalties (3 dos quatro golos), conseguimos o empate milagroso com a França. 

Os últimos 10 minutos foram deploráveis com ambas as equipas a não arriscarem e a limitarem-se a trocar a bola nos seus meios campos. O público bem que assobiou mas teve que gramar com este futebol de faz-de-conta. É sempre deplorável para quem paga ver esta coisa fraquinha, mas tanto mais quando estavam ali duas supostas candidatas ao título.

Segue-se a Bélgica, em Sevilha. 

23 de junho de 2021

Dia delas, ó João!

 

Podem ser em qualquer dia, mas diz a tradição que nesta noite é que elas sabem. É certo que o S. João anda murcho com esta coisa da pandemia, mas mesmo assim não se deve esquecer a tradição de boa sardinha a molhar o pão.

O Nóquinhas dos Anzóis aproveitou e foi de bicicleta a Mansores e comprou lá uma dúzia. Entre a dos mares de Espinho ou Peniche, o Nóquinhas prefere a de Mansores.


Neste tempo de Covid

O S. João já manda nada;

É o Costa quem decide

Por onde pasta a manada.


Faz abundante a pesca,

Ó meu riquinho S. João,

Dá-nos a sardinha fresca

Regadinha no bom pão!


A de Espinho é bem fixe,

Bem gostosa de sabores.

Não é fraca a de Peniche,

Mas melhor a de Mansores.

Afinal de contas, é uma questão de contas

O Nóquinhas dos Anzóis agora também anda de bicicleta. Bom para ele porque assim vai mais veloz para onde tem que ir. Poupa na gasolina e absorve os benefícios da actividade física. Além disso, quanto para mais longe for, também por aqui ficamos todos mais saudáveis. 

Entretanto, o país vai estando ocupado e distraído com o Europeu de Futebol 2020 que afinal é o 2021. Portugal defronta hoje, Quarta-Feira, no último jogo do Grupo F, a selecção da França, num jogo que pode decidir o apuramento ou não das duas selecções. 

Como no totobola, será um jogo de tripla, mas no final até pode ser que, por enquanto, ambas as selecções fiquem satisfeitas. O empate servirá a ambas, mesmo que no outro jogo do grupo a Alemanha vença a Hungria. Isto é, à partida deste grupo uma das selecções poderá ser apurada pela via de um dos quatro melhores terceiros lugares. 

Afinal de contas, é uma questão de contas mas estas só se fazem no final.

20 de junho de 2021

11 contra 11 e no final volta a ganhar a Alemanha

Tal como no jogo  de Sub-21, a Alemanha ontem voltou a "puxar as orelhas" a Portugal. Não que sejamos meninos mal comportados mas porque, regra geral, somos fraquinhos, porventura fortes juntos dos fraquinhos. 

O nosso pobre futebol, que de forma surpreendente, quase milagrosa, conquistou o Europeu de Futebol em 2016, pode ser premiado uma vez, mas esperar que tal aconteça duas vezes já será milagre a mais. Pode ter sido mais que suficiente contra uma selecção magiar em Budapeste, mas contra adversários com o calibre da Alemanha, França, Espanha e Itália, a coisa fica bem mais difícil. Ainda Bélgica, Holanda, Inglaterra, etc.

Posto isto, e porque ainda temos todas as possibilidades de avançar para os oitavos de final da competição, até mesmo perdendo o último jogo da fase de grupos, pasme-se, temos que jogar bem melhor para poder avançar na prova e mostrar os galões de campeão europeu, mesmo que isso valha pouco pois bem sabemos como o conseguimos (a jogar pouquinho, pois claro).

Vamos, pois, derrotar a França, nem que seja com a ajuda do S. Patrício e um novo coelho da cartola, mesmo que não esteja lá o Éder.

17 de junho de 2021

Tempo da ceifa


Parece que não, mas as eleições autárquicas estão já aí ao virar da esquina. Por cá, nada mexe quanto a obras. O povo tem fome mas a caixa do milho está cheia.

Além do mais, está no tempo de ceifar porque o trigo e o centeio já pendem nas valetas. Na envolvente do edifício da habitação social já há amoras.

Neste estado de letargia, é como quem vai ao dentista arrancar os sisos. Ficam os buracos mas a anestesia cria a ilusão de que não doeu. E...parecendo que não, sem sisos ficamos com mais juízo.

Já agora, o Fernando Farinha, o "miúdo da Bica" participou há uns valentes anos numa revista à portuguesa, a "Boa vai ela". É sempre bom saber, até porque entre fados e fodas há apenas uma questão de semântica. 

23 de abril de 2021

Um, dois, esquerda, direita!

Ser de esquerda ou de direita, dizem, é uma questão ideológica. 

Há partidos de direita, há partidos de esquerda e há partidos do centro. Cada uma das facções ou tendências acha-se senhora da verdade em relação às demais. E, naturalmente, por não concordarem ou concordarem no desacordo, vão fazendo disso a chamada luta política, com mais ou menos extremismos, já que, como o peidar-se ou arriar o cagalhão, há coisas que são tão comuns ao varredor da valeta como ao senhor doutor.

Mas, afinal o que é que isso significa, já que para uma larga maioria, que está sempre a ouvir esta cantiga do esquerda direita, como se fosse uma marcha na parada militar, não percebe patavina da coisa?

Relata-nos a História que os conceitos de política de direita e política de esquerda surgiram na sequência da Revolução Francesa, no século XVIII, relacionando-se com o lugar ou posição que os políticos ocupavam nas cadeiras do parlamento francês. Assim, aqueles que eram a favor de que o rei tivesse mais poder, sentavam-se do lado direito. Pelo contrário, os que queriam que o rei tivesse menos poder, sentavam-se à esquerda. 

Em teoria, os que se designam de Esquerda pautam as suas ideias pela luta contra as desigualdades, promovendo-se o interesse colectivo em desfavor do particular. Ou seja, tornar uma sociedade mais equilibrada, sem ricos nem pobres.

Esta ideia associada à Esquerda é tão bonita quanto utópica, já que onde foi implementada e fundada em revoluções políticas e sociais sangrentas, como na União Soviética e China, os resultados foram desastrosos e a pobreza extrema andou lado a lado com genocídios e repressões, com controlos de um aparelho de estado perpetuado e baseado no terror. Em resumo, a coisa nunca funcionou e não se conhece um único exemplo na História que sirva disso mesmo, bom exemplo. Na questão das repressões, não se têm distinguindo as ditaduras de Esquerda ou de Direita.

Já à Direita conota-se a promoção da liberdade para a iniciativa individual e uma economia baseada na meritocracia, premiando-se quem trabalha, investe e desenvolve, procurando desincentivar o parasitismo de quem pretende viver apenas à custa do estado social, ou seja, uns a viver à custa do trabalho e suor dos demais.

Ainda em teoria, já o Centro, como será natural, procura aplicar as ideias da Esquerda equilibrando-as com as da Direita. Em resumo, tem sido em grande parte esta a tendência nos países com regimes democráticos. Portugal é disso exemplo  com governos ora do Partido Socialista ora do Partido Social Democrata, cujo poder lhes é dado por uma grande massa de eleitores que se situa precisamente ao Centro. Ora pendendo mais à Esquerda, ora mais à Direita.

Posto isto, não há dúvida que a menos má ideologia, porque mais equilibrada e menos facciosa ou extremada, reside no Centro. Procurar esbater as desigualdades, pois claro, ter um Estado Social a quem dele precise (e precisamos todos), facultar de forma universal e gratuita ( um eufemismo porque tudo se paga com impostos) a Educação e a Saúde, mas sempre de forma equilibrada e manter os sectores produtivos e empresariais abertos à iniciativa privada e onde de facto se imponha o mérito em todos os sectores. Apoiar socialmente quem precisa e seja vulnerável, mas não facilitar no parasitismo e oportunismo de muitos cujo esforço e propósito de vida é apenas o de viver à custa dos outros. Em resumo, uma sociedade justa e equilibrada mas privilegiando-se o dar a cana e o anzol  e não apenas dar a truta já pescada e até servida grelhada.

Quanto à questão dos imigrantes, um tema sempre tão acalorado entre Esquerda e Direita, deverão ser sempre bem vindos ao nosso país, independentemente da raça ou credo, desde que se procurem integrar no país e sociedade que escolheram para viver e trabalhar, respeitando a História e a cultura dominante, e naturalmente tendo direito a preservar a sua mas sem a impor. Quando assim não acontece, porque não querem e porque pretendem ter direitos adicionais ignorando os deveres, obviamente que o melhor que devem fazer é regressar aos seus países ou escolherem outro. Nada mais justo e equilibrado. 

Já agora, há uma fábula que dizem que pode conter um ensinamento quanto ao que pode diferenciar o pensamento de Esquerda ou Direita: 

A um activista de Esquerda pergunta-se sobre o que faria se fosse Primeiro-Ministro: - Ora, entre outras regalias sociais,  promoveria a entrega de subsídio de apoio social aos sem-abrigo e entregaria casa a cada um, ou com rendas simbólicas de 1 euro.

Em resposta a tão altruísta intenção: - Mas, então, não precisas de ser Primeiro-Ministro para fazeres isso a favor dos outros. Vamos fazer assim: - Vens a minha casa, cortas a relva do jardim, ajudas-me a plantar batatas, lavas o meu carro e no final eu pago-te 100,00 euros. Nada mal para um dia de trabalho. De seguida, como bom activista de Esquerda e com aspirações a Primeiro-Ministro, a seguir vais à procura de um sem-abrigo e dás-lhe esses 100 euros para ele poder comer, tomar banho e ir dormir a uma pensão. E na semana seguinte voltas a trabalhar e de novo voltas o oferecer o resultado do teu trabalho e esforço a um sem abrigo e assim sucessivamente. Combinado?

Moral da história: Provavelmente o amigo da Esquerda poderia, na boa, fazer isso uma vez ou mesmo duas, mas faria, três, quatro, cinco vezes, e por aí fora? Certamente que não, quando compreendesse que não poderia, de forma recorrente e indeterminada, estar a entregar aos outros o fruto do seu próprio trabalho e esforço. Provavelmente perceberia que seria mais fácil ajudar e incentivar o sem abrigo a procurar trabalho, levando-o consigo a cortar a relva, a lavar o carro e a plantar batatas, ou seja, a fazê-lo merecer os 100 euros em troco do seu próprio trabalho. 

Esta é uma questão basilar já que, entre pessoas que realmente precisam de ser ajudadas e apoiadas pelo Estado Social, por situações de doença ou incapacidade, por exemplo, há muitos que não querem nem gostam de cortar a relva, lavar o carro e plantar batatas. Para quê, pois, tentar pescar quando se espera que a truta seja servida de bandeja? Essa é a sua filosofia e a estes os ideais da Esquerda assentam que nem uma luva.

São, pois, interessantes todos os pontos de vista e valores associados tanto à Esquerda como à Direita, mas a prática diz-nos que nem tanto ao mar nem tanto à terra, até porque não existem sistemas perfeitos e completamente justos. 

Importará, pois, lutar pelo equilíbrio de ambas as ideologias, o que não é fácil porque há muitos que continuam a preferir ser servidos com a truta no prato, o que se compreende, pois há muitos que acham justo retirar uma truta a quem pescou duas para a distribuir a quem nada fez por pescar. Ora este conceito de combater a desigualdade é em si mesmo desigual, embora haja quem ache que não. 

Em ambos os lados do pensamento ideológico há oportunistas, em ambos casos gente que procura viver à custa do esforço dos outros, seja no papel de patrões e empresários, seja no papel de quem nada faz porque nada não quer fazer, tendo apenas como ocupação os expedientes e o chico-espertismo. 

Em rigor, quem trabalha, quem cumpre as suas obrigações, quem se esforça e dedica, é quem mais se "fode" porque invariavelmente está a contribuir para toda uma prole de oportunistas e malandros. Alguém que quer ter uma habitação própria, trabalha, paga empréstimos ao Banco, paga IMI, seguros, água, telefone, electricidade, etc. Quem quer ter habitação, mas à custa do Estado, paga, quando paga, rendas simbólicas, não paga IMI, não paga seguros, tem água, eletricidade e telefone com tarifas sociais e vai vivendo, se não "à grande", pelo menos "à francesa", sem preocupações nem responsabilidades.

Daí que a normalidade vá continuando a ser a "luta política" em que virão uns que darão a truta e outros que darão a cana e o anzol. Mas poderá vi o tempo em que já não haverá trutas, nem para oferecer nem para pescar.

Em rigor, já estamos nesse tempo. porque basta atentar no valor da nossa dívida pública para percebermos que há muito que andamos a viver à custa dos outros. Vamos pagando juros, pois vamos, mas será que algum dias vamos saldar a dívida?

8 de abril de 2021

Sócrates vai ou não a julgamento? - Bahhh! Achas?...

Parece que amanhã a nação vai ficar a saber se o juiz Ivo Rosa vai levar José Sócrates a julgamento. A decisão instrutória sobre a Operação Marquês ocorrerá no início da tarde e será transmitida em directo, à laia de um Big Brother.

Mas é claro que, para além de tudo quanto se disse e das evidências evidentes, o ex-primeiro-ministro vai  sair do tribunal como um herói e mártir da coisa. Quando muito, da longa lista de graves crimes de que é acusado, ficarão dois ou três "para inglês ver", que depois também não darão em nada. 

Afinal, neste país vai-se preso por roubar uma lata de salsichas, mas as grandes figuras são intocáveis num sistema de protecção mútua e corporativista. A caducidade de crimes por arrasto do processo, sendo por si mesma condenável, é apenas um artifício necessário, porque importa, ao sistema, que estes mega processos se arrastem quase indefinidamente para perderem o impacto e a eficácia.

Por conseguinte, fosse assim tão fácil acertar no Euro Milhões quanto ao que vai ser decidido.

No final tudo acaba bem e o quem se fode é quem foi fodido, o povo! Siga!

11 de março de 2021

Vai de tudo...

A ter em conta o que se vai ouvindo por aqui e por ali, parece que a nossa freguesia está de novo a saque. Tal como na pandemia que nos vai constrangendo os dias, parece que uma nova vaga está a acontecer e já são vários os relatos de assaltos ou roubos, como que lhes queiram chamar. E vai de tudo, desde o óbvio pilim e objectos de valor como vão as couves na horta e o cebolo nos canteiros.

É claro que com tudo isto, as forças de segurança parece que andam ocupadas a caçar gambuzinos e a multar quem se aproxima do postigo do tasco ou quem põe um pé fora do concelho. Já quanto ao vigiar, zelar pela segurança das pessoas e dos seus bens e ir à cata do criminoso, aí a coisa fica mais perra. 

Assim sendo e em resumo, estamos fodidos e entregues à bicharada, cada um por si. Só com alguma vigília e um pau de marmeleiro a coisa poderá ser aliviada.


10 de março de 2021

Cagadores encartados

A higiene e limpeza nos espaços públicos, como quem diz a higiene urbana, está regulamentada em quase todos as Câmaras Municipais, nomeadamente na de Santa Maria da Feira, que dispõe do seu Regulamento de Resíduos Sólidos e Higiene Urbana

O incumprimento dos mesmos regulamentos, seja por parte de empresas ou particulares,  pode naturalmente dar lugar à aplicação de coimas, mesmo sabendo-se que na prática, é quase um "faz de conta", já que mesmo em situações flagrantes poucas são as consequências e em muitos casos são as próprias autarquias a "pôr o pé na argola".

Más há um tipo de prática corrente e recorrente de sujidade na via pública, sobretudo em ambientes rurais, que, pelo que tenho analisado, passa ao lado dos regulamentos camarários ou então de leitura e interpretação dúbias. Falo do caso da sujidade das ruas decorrentes de saídas de estaleiros de obras, locais de aterros e desaterros e ainda de lavoura de terrenos agrícolas, seja com terra seja com estrume. Em ambos os casos verifica-se um recorrente abuso e desrespeito, já que antes de se fazerem à estrada ninguém tem a preocupação de limpar e lavar, mesmo que de forma mais superficial,  alfaias, rodados de tractores e camiões, deixando rastos e terrões em longas extensões das ruas, desde o "local do crime" até à "toca".

Há Câmaras, poucas, que têm essa especificação, mas no geral tudo é resumido a entulhos e resíduos de obras, escapando ao crivo as situações atrás referidas.

Em resumo, o que não falta por aí é "cagões" despreocupados e sem qualquer sensibilidade para com o respeito do espaço público que é, afinal, de todos nós. Ora quando se junta esta falta de cultura cívica à falta de regulamentação e penalização aos prevaricadores, tudo é possível e daí não surpreende o que vamos vendo.

Mas como estamos em Portugal, não é de todo surpreendente. Não generalizando, afinal, o mal de Portugal foi sempre o ter "portugueses".

8 de março de 2021

Mota, o revolucionário dos anos 70 e catrapuz

O conhecer uma pessoa tem que se lhe diga. Só anos de vivência e convivência comuns podem sustentar um conhecimento profundo. Sem essa bagagem, qualquer conhecimento de alguém é sempre e apenas circunstancial. Pouco mais que um retrato do aspecto físico e de um ou outro traço mais vincado na personalidade.

Assim, conheço o Firmino Mota, de forma circunstancial, desde há algumas décadas, era ele maduro e eu pouco mais que um adolescente. Mas desde então que tracei o seu retrato como de alguém um pouco para o revolucionário, funcionário público, militante de esquerda, amigo das greves e das manifestações gerais e das lutas por cada vez mais regalias. Não conseguiu a semana de trinta horas e a reforma aos 50 anos (sonho e reivindicações), mas as suas lutas e dos seus pares eram como afluentes de regalias que nunca misturavam as suas águas num rio de deveres e obrigações. Talvez por isso, e porque veio a puta da privatização, reformou-se cedo e desde há longos anos que é um reformado com salário de médico, quando na vida activa do tempo que sobrava das greves, não passou de um medíocre funcionário numa empresa então pública que mais parecia uma porca de criação com muitas tetas onde muitos mamavam à tripa farra.

Então, o Mota libertado cedo dessa obrigação de ter que ir marcar o ponto e de encabeçar comissões de trabalhadores (um eufemismo para quem nada fazia), decidiu lançar-se na literatura onde começou por escrever uns contos e umas frases a que chamava de "poemas de um homem da luta em curso".

Nunca tive curiosidade de ler o que o Mota escreveu em meia dúzia de títulos de edição própria, que fazia distribuir pela sua gente, oferecendo-os pelos natais e aniversários em vez de chinelos, peúgas e cuecas, mas por estes dias, nem sei como nem por quem, lá me veio ter às mãos um desses livros. Logo ao primeiro texto, que nem sei se fábula, se conto, crónica ou coisa nenhuma, começava por destacar a brutalidade de regimes ditatoriais e seus líderes e lá estavam Hitler como o chefe da comandita, o Mussolini, que o bandido de bigodinho à Charlot tanto apreciava, e outros mais incluindo o "sanguinário" Salazar. Logo depois, exaltava figuras como Fidel Castro, Che Guevara, Agostinho Neto, Amílcar Cabral e outros líderes africanos, nomeadamente os ligados aos movimentos da resistência e independentistas dos anos 60 e 70, todos num ramalhete de santidade.

Mas, omitindo os ditadores carniceiros de outros tantos regimes comunistas, desde logo a União Soviética e seus derivados da Europa de Leste, China, Coreia do Norte, Camboja, Cuba e outros mais, com figuras sinistras como Stalin, Mao, Pol Pot e muitos outros que de assentada encheriam um autocarro de dois pisos como os ingleses,  o Mota disse logo ao que vinha. Em rigor não o disse, mas percebeu-se pela leitura de meia dúzia de linhas. O homem não gosta de ditaduras nem de ditadores, no que lhe partilho a aversão, mas, pasme-se, o Mota como bom camarada, finge que dali e daqueles foram só primaveras, progresso liberdade para metalúrgicos e ceifeiras. 

Seja como for, o futuro do Mota não é nos livros nem no que escreve. Fosse por aí, teria que andar a estender a mão à caridade e pegar na foice e no martelo para além do simbolismo. Não! Vai vivendo, e bem, com os frutos do capitalismo que nos seus escritos desdenha e pinta em tom carregado. E vai sonhando com presentes e futuras revoluções. 

O Mota é dos "durinhos" e se os mais cinco cantados pelo Zeca viessem e lhe fizessem companhia era homenzinho para fazer uma nova revolução e ainda ir atrás do sonho de reviver os Precs e os verões quentes quando o país guiado pelo Vasco e seus capitães seguia nos carris certos para uma ditadura abençoada por Lenine e Marx.

5 de março de 2021

Meter a mão ao saco

Nós, os seres humanos, temos muitas coisas em comum, entre elas o facto de termos os nossos defeitos e as nossas virtudes. Está-nos no sangue, quer pela genética, quer pelo tipo de educação e formação que foram capazes de nos dar e fomos capazes de assimilar. 

Neste contexto e por muitos outros motivos, há aqueles em que as virtudes, talvez por serem mais, se destacam em relação aos defeitos e também o contrário, talvez por estes serem muitos. 

Em resumo, somos capazes do melhor e do pior e mesmo quando tudo fazemos para termos comportamentos correctos e adequados num contexto de vivência e convivência em sociedade, frequentemente e com facilidade deixamos o pé escorregar e lá fazemos o que não devíamos fazer, como quem diz na gíria, "fazer merda" ou "mijar fora do penico". 

Mas quando consideramos e julgamos determinado comportamento como incorrecto e reprovável, há sempre alguém que ainda capaz de cavar mais fundo e mostrar que ainda há margem de manobra para descer mais baixo na espertalhice.

Todo este palavreado para de algum modo enquadrar um situação que, não só eu como, creio, várias pessoas que por ali passam já se aperceberam. Ou seja, no sítio do Ecoponto no lugar da Igreja, um autêntico escarro na freguesia, uma espécie de cagadeira, mais do que entulheira, a que quem com responsabilidade não consegue pôr fim (bem o tentei, sem êxito, quando passei pela Junta, porque quem tinha esse poder não o exerceu), alguém badalhoco e com o tal nível de comportamento cívico nivelado muito por baixo, ali depositou há vários dias uns enormes sacos contendo plásticos diversos.

Pois bem, alguém ainda com um nível mais baixo, percebeu que os sacos, de ráfia, daqueles enormes que habitualmente se usam nas corticeiras para armazenar rolhas, estavam em bom estado e poderiam ter utilidade, vai daí, vaza o conteúdo no chão, complicando a sua recolha, e lá vai à sua vidinha com os sacos na saca.

Como se vê, quando achamos que já vimos de tudo, incluindo um porco a fazer renda, lá vem alguém com mais uma novidade que nos surpreende.

É o circo da vida no seu melhor (pior).

24 de fevereiro de 2021

O Senhor Malato

O Senhor Malato é figura conhecida do público, principalmente daquele que assiste na nossa RTP a programas de entretenimento, de enchimento de chouriços e de venda de chamadas telefónicas de custo acrescentado. Ele é polivalente e pau para toda a colher. Ele tanto apresenta feiras de enchidos como natais dos hospitais como a festa das vindimas. Em resumo, goste-se ou não, ele é popular. 

O Senhor é tão popular que até em Monforte, sua terra de nascimento, no Alentejo, à falta de melhor motivo, deram-lhe nome de uma praça. Mas o Senhor Malato parece que é mal agradecido, e indignado por uma grande parte do povo alentejano ter votado no Senhor André Ventura, na eleição para as presidenciais, vai daí e reagiu histericamente dizendo que "...O Alentejo é uma vergonha. Gente sem memória! Sou lisboeta, a partir de hoje”.

Mas sem memória porquê? O que mudou de substancial para que invoque a perda de memória. Não terá sido o contrário, o recuperar da memória de uma povo e de uma região que 50 anos passados sobre a revolução de Abril continua com os mesmos problemas? Em que continua a ser a terra dos montes e das quintas onde os senhores malatos, resolvidos nas suas vidinhas, ali regressam numas escapadinhas das lisboas nuns fins-de-semana para umas festarolas e tainadas?

Ora, a propósito, um seu conterrâneo, indignado por este despeito, lançou uma petição online para requerer na Câmara local a retirada do seu nome da praça. A Câmara apreciou a coisa e apesar dos milhares de assinaturas, optou por manter a praça com o nome de tão ilustre celebridade mesmo que esta se tenha envergonhado do seu povo e que passe a ser um genuíno alfacinha. Antes não desagradar a um que agradar a milhares, terá entendido.

Em resumo, o Senhor Malato é daqueles que se mostra contra o preconceito, defende a democracia, os seus valores e o direito ao ser diferente e ao pensar diferente, e não porque seja homossexual assumido, mas porque tem esse direito. Mas, em contrapartida, na realidade, o Senhor Malato indigna-se com quem pensa diferente, com quem não vê só à esquerda, com quem vê para além do politicamente correcto.

Com tudo isto o Senhor Malato borrou a escrita. Não havia necessidade, se bem que, lá diz a publicidade,  "o algodão não engana".

22 de fevereiro de 2021

Passeio higiénico

E pronto!...O que antes era uma simples caminhada, coisa que deve ser tão natural ao humano quanto o respirar, na semântica dos tempos modernos está classificada como de "passeio higiénico". Para muitos, este "higiénico" refere-se à higienização da mente, do lado psicológico, para outros, mais à letra, é a possibilidade de aproveitar o ensejo para libertar uns valentes peidos e se, em local adequado, arriar um substancial cagalhão, seja em forma de rosca ou de fogaça, atrás de uma qualquer mouta. Claro que depois convém lavar o "olho" e as mãos ou a higienização ficará comprometida.

São, pois, tempos modernos estes em que de facto importa higienizar porque mais do que o vírus que por aí anda, temos que nos desinfectar de bactérias e parasitas como mamadous e ascêncios, bem mais perigosos que pulgas e piolhos. Para estes a coisa já não vai lá com Quitoso. 

10 de fevereiro de 2021

Os pinheiros do lado norte ganham musgo

Quando construí a minha habitação, cedi uma larga faixa de terreno para alargamento da rua e ainda tive que construir um passeio público devidamente pavimentado. Antes disso, quando a Junta decidiu pavimentar a rua, fui chamado a contribuir com um bom par de contos de réis, à moda antiga.

Para além disso, com a construção, paguei licenças e taxas de urbanização. Pago IMI, qual renda como se o Estado seja o proprietário.

Este tipo de encargos ou obrigações legais são extensíveis a todos quanto tenham que construir, salvo algumas excepções, muitas vezes com contornos pouco claros, já que não faltam casos ou exemplos de alguém que numa determinada tipologia de rua é obrigado a cumprir um determinado afastamento para garantir um perfil predefenido, mas que, em contrapartida, para a mesma rua, outros edificam sem esse respeito. Ele há coisas.

Em todo o caso, o que aqui se pretende abordar é que em regra quem edifica, cede terreno, paga taxas e ainda constrói à sua conta um passeio todo XPTO na frente do prédio. Todavia, e esta é uma regra quase geral, passados alguns anos esses mesmos passeios, cuja pertença é do domínio público, deixam de ter qualquer manutenção pelas entidades competentes e são mais que muitos os passeios em mau estado, com pisos irregulares e mesmo buracos, constituindo nalguns casos um perigo real para quem neles circula. Depois há passeios para todos os gostos e larguras, de meio metro, de um metro, de um metro e vinte, de um metro e meio, etc. Depois há-os com pavimento em cimento, outros em pedra de betão, outros em pedra de granito e até uns amarelos e outros vermelhos e outros apenas em terra.

Esta indiferença para com estas estruturas, está bem patente nas empreitadas de pavimentação de ruas do concelho. É importante e louvável o esforço que a Câmara Municipal tem feito no sentido de requalificar o pavimento de muitas ruas, na maioria dos casos destruídas pelas obras de redes públicas de águas e saneamento, abrangendo todas as freguesias, mas em regra, e com raras excepções, os passeios marginais onde existem são desconsiderados na requalificação e se mal estão, pior ficam. Mesmo nalguns casos, como em Guisande, por exemplo, a pavimentação passou acima dos velhinhos passeios com os naturais inconvenientes pelo galgamento fácil das águas pluviais.

A questão das drenagens das águas da chuva é outro suplício para os utilizadores das ruas e moradores, já que tanto a Câmara como as Juntas pouco ou nada fazem para resolver focos de constantes lagos de água em diversos locais por mau escoamento. É um vê se te avias no desleixo. Limpeza de sargetas e de canalizações é coisa que não existe ou apenas pontualmente quando o desleixo não dá para disfarçar e o trânsito quase fica interrompido.

Mas é esta a realidade. Pagamos taxas, impostos, imis e outros quejandos, mas depois na realidade esse esforço pouco retorno tem na manutenção dos nossos espaços urbanos e até mesmo a limpeza de ervas é coisa rara.

27 de janeiro de 2021

E com isto "arraso" a comunicação social

Eu não sei qual é a escola do novo jornalismo, o que vai pautando a nossa comunicação social, mas parece que alguns dos valores da ética da profissão, como isenção e imparcialidade, andam pelas ruas da amargura e o que vai dando cartas é o jornalismo opinativo. Noticia-se, supostamente, mas simultaneamente, opina-se, julga-se e classifica-se, invariavelmente, para agradar ao politicamente correcto, ao status quo, enfim, a quem detém o poder e a quem subsidia ou dá oportunidades. 

Os casos e exemplos deste pseudo-jornalismo são mais que muitos. Mesmo que se deteste a figura, o caso de André Ventura e do Chega tem sido um exemplo concreto da parcialidade com que os nossos jornalistas têm tratado do assunto. Bastará recordar a entrevista conduzida a esta figura por Por outro lado, no que parece ser moda, são mais que muitas as notícias opinativas que empregam o termo "arrasar", a pretexto de tudo e de nada, seja na politica, seja no desporto, cultura ou no mundo cor-de-rosa. "André Ventura arrasa Bloco de Esquerda", Catarina Furtado arrasa André Ventura", F.C. do Porto arrasa Famalicão", Benfica arrasa o Vilafranquense", António Costa arrasa Catarina Martins", Rui Rio arrasa Montenegro", "Cristina Ferreira arrasa SIC", etc, etc. No que toca a arrasar o nosso jornalismo demonstra ser um autêntico terramoto.

Em resumo, o moderno jornalista, avençado, não se limita a noticiar factualmente, mas classifica e sentencia, aplicando o verbo "arrasar" como quem  come cerejas. E não se pense que de tal mal padece apenas o dito jornalismo de lixo ou de pacotilha, associado ao Correio da Manhã, mas também em órgãos que pela sua natureza e tradição deveriam ser exemplos, como a RTP, Jornal de Notícias, etc. Tornaram-se na generalidade em pasquins sem qualquer crédito, a merecerem passar pelo crivo de um  fact-checking.

E assim vamos indo, rindo e cantando neste fingimento de comunicação social. 

18 de janeiro de 2021

Notas de um qualquer dia 18

Continuamos sob o signo da geada. Pena não contribuir para a erradicação do vírus. Infelizmente a realidade tem sido dura. Muito por conta da própria natureza do vírus e dos seus  mecanismos tão bem adaptados aos hábitos da nossa sociedade social mas também com um valente empurrão de equívocos e contradições por quem tem o dever e a obrigação de bem governar e melhor decidir.

Continua o tempo de campanha para as eleições presidenciais. Dizem que será no próximo Domingo mas ontem parece que houve milhares que já votaram antecipadamente. Até se sujeitaram a filas como na entrada de uma superfície comercial para compra de salsichas, latas de atum e papel de limpar o rabo. 

Em resumo temos um candidato que dispensa a campanha porque a vai fazendo no papel de presidente e a reeleição são favas contadas e daqui a poucas semanas António Costa pode voltar à Auto Europa a confirmar aquilo que desejou publicamente há alguns meses.

Entretanto, os candidatos são o habitual, fraquinhos quanto baste e até o Tino Silva não se livrou da tentação de voltar a dar um toque rústico à coisa. Mas, a meu ver, saiu dele a sentença mais acertada: Que o presidente Marcelo "apalhaçou" o seu mandato. 

Temos os extremistas André Ventura e Ana Gomes, aparentemente em lados opostos da barricada ideológica mas iguais no seus extremismos. Completam-se. 

Marisa Matias e João Ferreira são mais do costume, como dois duques num jogo de sueca, sem valor mas necessários ao baralho. Já Tiago Mayan, o candidato da Iniciativa Liberal tem a seu favor o facto de ser novato na corrida e e por isso têm-lhe dado alguma benevolência e até tem trazido algumas ideias interessantes. Mas no final não contará para o totobola.

No futebol, foi necessário um Porto-Benfica para que se confirmasse que por ali as coisas seguem com a esperada "normalidade". Sérgio Conceição, já se sabia, não sabe perder nem ganhar mas também nem empatar. O seu desaforo com o colega Jorge Jesus é de uma enorme falta de respeito, mas, não se pode esperar que um abutre seja uma rouxinol. É a natureza das coisas. Jorge Jesus, igual a si próprio, fanfarrão quanto baste nos momentos em que se safa de algumas lutas. Neste Benfica não vai longe, parece-me.

Por cá, na nossa terrinha, aproxima-se Outubro de 2021 e não fora algumas ruas com buracada a mais e a coisa corria sobre rodas e sem trepidações. Quanto às obras e melhoramento que se vejam, aguardam-se. Que mais não seja, se não houver tempo nem lugar para se gastar o dinheiro que competia à terra (400 mil euros - 100 mil por ano), que se faça uma trainada ou algo parecido, mas que se gaste.


4 de janeiro de 2021

Notas dos primeiros dias de um ano

Todos os dias morrem dezenas de pessoas devido à irresponsabilidade politica e incapacidade de gestão do Serviço Nacional de Saúde. Morre o pedreiro, o trolha, o pescador, o mineiro. Todos com uma vida de trabalho, dignidade e serviço ao país. Mas para esses não há luto nacional. Há luto nacional para um artista, que por mais importante que tenha sido, não deixou de ser um artista que levou a vida a cantar, a fazer o que mais gostava, e vivendo bem dessa carreira.

Em Portugal somos assim. Não fazemos por menos. É o nosso fado.

Mais uma trapalhada do Governo com o caso das informações falsas informadas sobre currículo de José Guerra, prestadas no âmbito da nomeação do Procurador Europeu, tudo para colocar de fora outra candidata que não era do seu agrado. O que mais custa é ver uma ministra a justificar o injustificável. Deve pensar que somos todos uma cambada de idiotas e que nos distraímos com jogos de palavras e emaranhados de semântica. Mau demais.

Volta-se a falar do significativo aumento da média de mortes em Portugal, comparativamente aos últimos anos e mesmo últimas décadas. A Covid só justifica uma pequena parte desse aumento. O resto continua a passar ao lado das contas do Governo. As vagas de calor e de frio são ainda a melhor justificação como se os milhares de actos médicos, consultas, análises, exames, tratamentos e cirurgias adiadas e canceladas devido à exclusividade da Covid sejam coisas menores na equação.

Apesar de todas estas trapalhadas, o Governo está em alta nas sondagens o que pode querer dizer que enquanto portugueses gostamos é de apanhar umas valentes surras. Quanto mais nos batem mais deles gostamos. Mais umas mortes e umas boas trapalhadas e chegará à maioria. Nisso, mesmo que politicamente incorrecto de se dizer, Rui Rio tem razão.

23 de dezembro de 2020

Normal anormalidade

Nas nossas notas breves de hoje, damos conta que afinal tudo continua normal nestes tempos de anormalidade. 

Soubemos que um bando de 16 "valentes" caçadores vindos de Espanha dizimaram meio milhar de animais (javalis, gamos e veados) indefesos e encurralados numa herdade de caça na Azambuja. Com este tipo de Rambos, deem-lhes total liberdade e artilharia à fartazana e não seriam necessárias bombas atómicas nem aquecimento global para dizimar tudo quanto seja animal à face da terra. Uns heróis do gatilho neste país de bananas.

Quanto a política a coisa não fede menos. Vamos tendo que aguentar o fedor, desde o presidente manipulado, no papel de vice-primeiro ministro, em vias de renovar o mandato, até ao ao Governo. Taps, tancos, aeroportos, novos bancos e sefes vão marcando a pouca vergonha. Da oposição a coisa não vai melhor.

Continuam a ser contados às milésimas os mortos por Covid mas ignoram-se os milhares que vão rebentando com as médias da última década. Sintomático.

A Ana Gomes, continua igual a ela própria, estridente e extremista. Até diz que se for eleita (é cavalo em quem não aposto) vai pedir a verificação de constitucionalidade do CHEGA. É que esta gente "democrata" e "amiga" das diferenças, na realidade não gosta de quem pense e fale diferente, sobretudo quando a coisa faz doer os calos e tende a destapar a tampa da fossa.

Quanto ao futebol, o melhor é esquecer. Dali não sai nada que nos enriqueça. Pelo contrário, jesuses, conceições, cmtvs e companhia, continuam a dar-nos lições diárias de embrutecimento. Nesta arte da estupidificação, comentada por ilustres paineleiros, engenheiros e doutores pintos, só encontramos rivalidade no Big Brother comentado por quintinos rodrigues e outras abelhas maias. Mas há quem goste porque, afinal, somos um país de "bons gostos".

Foge, Quim! Valha-nos Nossa Senhora dos Penhascos!

4 de dezembro de 2020

...E há coisas tão simples de solucionar

Andamos todos apreensivos com a forma como vamos ou não poder celebrar este Natal, por excelência a festa da família. 

Já sabemos que não vai ser igual porque temos andado privados de algumas das liberdades que tínhamos dado como garantidas e até a nossa própria casa já vai estar debaixo da alçada de quem pode determinar com quem e com quantos podemos jantar e conviver. Continuamos a ser mansos cordeiros nas mãos de quem nos vai (des)governando.

Em todo o caso, a coisa até parece simples de resolver para quem quiser juntar e jantar à mesa com 20, 30 ou mais comensais. Basta alterar a designação de "Ceia de Natal" para "Congresso de Natal" ou "Comício de Natal". Não é por nada, mas parece que está "cientificamente" provado que o vírus é alérgico a actividades, designações e conceitos políticos. 

Assim como assim, não custa tentar. Além do mais, neste país, os exemplos vindos de cima são pouco exemplares no que diz respeito ao cumprimento das regras. Estas ainda só são para alguns.