2 de junho de 2017

Cónego Dr. António Ferreira Pinto



Passam hoje 146 anos (2 de Junho de 1871 - 2 de Junho de 2017)  sobre o nascimento do Cónego Dr. António Ferreira Pinto, ilustre figura guisandense.

Formou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra em 1892 e em 1897 foi nomeado professor do Seminário. Foi pároco da paróquia da Vitória - Porto, desde 1898 e 1899 (durante 18 meses). Em 1906 foi nomeado vice-reitor do Seminário Maior da Diocese do Porto e em em 1929 como reitor, cargo que desempenhou até à sua morte, em Abril de 1949. Foi cónego da Sé, vice-oficial da Cúria e arcediago. Foi ainda juiz do Tribunal Eclesiástico.

É certo que pela sua vida sacerdotal e funções como reitor do Seminário do Porto, não teve tempo nem disponibilidade para uma vivência profunda e quotidiana com a sua terra natal, que visitava esporadicamente, mas deixou como principal legado a monografia que escreveu sobre a mesma. "Defendei Vossas terras... - S. Mamede de Guisande, no Concelho da Feira, Bispado do Porto", com primeira edição em 1936 e republicada em 1999 pela então Junta de Freguesia de Guisande, aquando do cinquentenário do seu falecimento.
 
Fica aqui a justa lembrança e evocação da data e da pessoa.

1 de junho de 2017

Residência paroquial de Guisande


Residência paroquial de Guisande. Edificada em 1907. Foi edificada com dinheiros angariados por um grupo de guisandenses, encabeçados pelo cónego Dr. António Ferreira Pinto. Nela passou a habitar o Padre Abel Alves de Pinho, natural de Fiães, logo após a sua posse como pároco de Guisande. Posteriormente, num processo confuso e algo misterioso, que por aqui falaremos noutra altura, foi adquirida pelo referido pároco e depois vendida por este em 1923 ao padre Joaquim Esteves Loureiro (testa de ferro da Diocese?) com a prerrogativa de  passar a ser a residência dos párocos da freguesia. Só mais tarde, pela década de 1940, já no tempo do Pe. Francisco Gomes de Oliveira, é que foi passada a propriedade para o Benefício Paroquial.

Ao longo dos tempos foi sofrendo obras de conservação, mas mantendo-se fiel à sua traça original, com excepção da casa de banho construída pelo Padre Francisco de Oliveira no canto da fachada norte/nascente. 
Já depois do falecimento do Padre Francisco de Oliveira em 1998, foram realizadas algumas obras nomeadamente com a substituição das caixilharias exteriores, substituindo-se a madeira pelo alumínio. O sistema original de janela de guilhotina (abertura vertical) foi substituído por janelas de abrir com bandeira fixa na parte superior.



 (residência em fotografia de 1956)

O seu estado de conservação geral é razoável, sobretudo ao nível exterior, sendo que para ser plenamente utilizada como habitação, no interior está a carecer de obras, nomeadamente com a substituição do pavimento do Andar e do respectivo tecto, os quais sendo em madeira estão naturalmente deteriorados. Tal obra ao nível interior obrigará naturalmente à reformulação de paredes e infra-estruturas.
O piso térreo, está conforme o original, com dependências destinadas a arrumos, praticamente sem qualquer nível de acabamento.
Desde o falecimento do Padre Francisco de Oliveira em 1998 o edifício deixou de ter função de residência, passando a funcionar como espaço de apoio às actividades da igreja e da Comissão Fabriqueira.
Quaisquer obras que se venham a realizar no futuro obviamente que serão sempre custosas, dependendo obviamente da profundidade das mesmas. Importante será, todavia, que pelo menos se vá assegurando a sua conservação básica já que é um edifício património da paróquia e com toda a carga histórica e sentimental inerente.

Para mim, na recta final

As próximas eleições autárquicas estão marcadas para o dia 1 de Outubro de 2017. Porque hoje é dia 1 de Junho,  estamos, pois, apenas a quatro meses de distância temporal das respectivas eleições. Após as mesmas, seguir-se-ão as consequentes tomadas de posse, terminando então os mandatos de todos os órgãos de poder local eleitos em 2013, incluindo o mandato da actual Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, por sua vez legitimado pelas eleições intercalares de 28 de Setembro de 2014.
Porque faço parte do actual executivo, na função de vogal, por conseguinte, várias pessoas, incluindo familiares e amigos, têm-me perguntado se vou ou não recandidatar-me. É natural a curiosidade, porque aos poucos, pelo país e pelo nosso concelho, começam já a definir-se candidatos e recandidatos. Todavia, e apesar de já o ter dito de forma escrita, pela parte que me toca, em resposta a quem agora o pergunta, reitero que não serei candidato nem recandidato a coisa nenhuma. Estou, pois, na recta final da minha função de cidadania.
Posto isto, a questão de se saber quem vai ou não corporizar as próximas listas concorrentes à Assembleia de Freguesia e consequentemente à Junta da União das Freguesias, seja pela lista do partido A, B ou C, é assunto que francamente já não me preocupará porque estarei de fora. Obviamente que reservarei a independência do meu voto e apoio formal ou informal a quem dos diferentes candidatos me merecer a maior confiança e que poderei ou não manifestar na altura adequada.
Que venham, pois, os próximos e que o povo faça a escolha conforme manda a democracia.

Américo Almeida

31 de maio de 2017

Vamos aos livros a Casaldaça

Pois claro, muitos já não se lembrarão, nem os mais novos nem os mais velhos, mas tempos houve em que a  rapaziada de Guisande recebia a visita da  Biblioteca Itinerante, da Fundação Calouste Gulbenkian. Era uma vez por mês, em hora e dia certos (que já não recordo quais, mas creio que numa quarta-feira por volta das 15:00 horas) que aquela carrinha de modelo esquisito, estacionava no largo de Casaldaça, ainda em terra, e abria as portas para que a rapaziada pudesse escolher uma nova remessa de livros que daria leitura para todo o mês. Os leitores tinham, obviamente, que estar registados, o que se podia fazer sem qualquer custo junto do funcionário e mês a mês tinham que devolver os livros para poderem levantar outros tantos.




 A Biblioteca Itinerante, da Fundação Calouste Gulbenkian durante muitos anos percorreu o país de lés-a-lés, especialmente em aldeias onde o acesso aos livros e à leitura era inexistente, como era o caso da nossa freguesia de Guisande.
Não pretendo aqui fazer a história deste fantástico serviço, até porque há locais onde isso já é feito e pela Internet não faltam referências ao mesmo, mas apenas referir que o serviço foi criado pelo administrador da Fundação, Branquinho da Fonseca, em 1958.  Na nossa freguesia de Guisande a Biblioteca começou a aparecer no início dos anos 70 e creio que terá deixado de aparecer por meados dos anos 80. Sei também que oficialmente o serviço durou de 1958 (com 15 carrinhas) a 2002. Durante esse período adquiriu cerca de cinco milhões de livros (de todos os géneros) e fez 97 milhões de empréstimos. Os serviços foram então entregues às autarquias que serviam.


Quanto à carrinha de modelo esquisito, sei agora  que correspondia ao modelo Citroen HY (fabricado entre os anos de 1947 a 1981), que só por si irradiava uma magia fascinante. A que vinha ao largo de Casaldaça era de cor verde-velho. Tinha duas portas na parte traseira que se abriam de par-em-par e uma parte superior que abria para cima, para dar acesso ao fantástico mundo dos livros, da leitura e do fascínio das histórias e das imagens. Essa aura de reino maravilhoso era reforçado pelo tipo de leitura dos primeiros anos, onde preferencialmente eu escolhia livros de contos de fadas, repletos de reinos, reis, rainhas, princesas, gigantes, anões, fadas, feiticeiras e todo o resto da família de seres que povoam o imaginário infantil.
Aos poucos fui deixando as histórias infantis e mergulhei em livros sobre a fauna e flora, repletos de ilustrações maravilhosas e muitos outros livros sobre a terra, a história, as artes e as ciências. Recordo ainda que aguardava-mos pelo dia da visita da Biblioteca Itinerante com justificada impaciência. Todos queriam ser os primeiros a ser atendidos para melhor escolher.
Lembro-me que eram dois os senhores que acompanhavam a Biblioteca, sendo um o motorista e o outro o encarregado ou revisor, o que anotava as devoluções e as requisições. Já não tenho a certeza quanto ao número de livros que se podia requisitar, mas creio que eram cinco ou seis.

Também recordo os momentos angustiantes quando tinha que devolver os livros danificados pela ira maternal, arreliada por, perdido na leitura, eu não cumprir os deveres da escola e da casa. Nessas alturas não havia outro remédio senão tratar dos ferimentos às páginas rasgadas colando-as com cola e com fita adesiva, daquela clássica, e dissimular o melhor possível os livros feridos entre os resistentes. Claro que o revisor dava por ela mas fazia vista grossa pois a devolução de livros danificados devia ser norma nas aldeias, resultado da luta dos pais, alguns analfabetos e pouco dados à leitura, preocupados apenas com a mão-de-obra da pequenada e o cumprimento das suas responsabilidades. A leitura e o tempo com ela despendido  era considerada  pura malandrice pelo que os culpados, os livros, eram mal vistos e pior tratados. Castigava-se assim, de uma assentada, o leitor e os livros.

Hoje, felizmente, há livros por todo o lado e qualquer concelho ou freguesia já dispõem de boas bibliotecas, como o caso da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira onde é possível requisitar livros para leitura domiciliária.
O livro, apesar de relativamente caro, está bastante disseminado e tornou-se vulgar na casa dos portugueses e a pequenada desde cedo habitua-se a receber bons livros como prendas de aniversário, Natal, Páscoa e noutras ocasiões ordinárias.
 
Por tudo isto, toda a malta da minha geração tem uma profunda memória e admiração pelo serviço da Biblioteca Itinerante, já que graças a ele viajámos no tempo  por reinos maravilhosos, com histórias fascinantes e aprendemos coisas do mundo que nos rodeia. Enfim, crescemos ajudados por tudo quanto aprendemos através dos livros que num momento mágico chegavam ao largo da aldeia naquelas carrinhas maravilhosas.

30 de maio de 2017

3ª Feirinha Social


Como não há duas sem três, no próximo sábado, 3 de Junho de 2017, o Centro Social leva a efeito a sua 3ª Feirinha Social, a ter lugar na Alameda Dr. Joaquim Inácio da Costa e Silva, vulgo Alameda da Igreja, entre as 12:30 e 20:00 horas.
Comparece, compra e ajuda!

Vem aí chuva...



"...Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo..."

- Mario Quintana

29 de maio de 2017

Há doces nas Caldas de S. Jorge - no próximo fim-de-semana

No próximo fim-de-semana, 2, 3 e 4 de Junho de 2017, na freguesia vizinha das Caldas de S. Jorge, na Rua Dr. Domingos da Silva Coelho, lateral ao Parque das Termas, decorrerá o Festival Doce -  X Mostra de Doçaria Conventual.
Trata-se de um interessante evento que neste ano de 2017 completa a sua décima edição. O festival é organizado pela associação local "Juventude Inquieta".












Uma curiosidade: Porque também os faço, quando alguém o solicita, num sentido geral tenho algum interesse nos cartazes enquanto elementos de divulgação de eventos mas sobretudo enquanto peças de arte gráfica. Neste contexto, pesquisando por anteriores cartazes alusivos ao "Festival Doce", para fazer a compilação, verifico que todos eles (excepto o de 2009) têm uma falha, no meu entendimento, penosa, que é a da não referência ao ano da edição, o que de algum modo complica a sua identificação e relação com o respectivo ano. Mas, como dirá alguém, são apenas pormenores...