Mostrar mensagens com a etiqueta Município. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Município. Mostrar todas as mensagens

10 de julho de 2023

Olimpíadas Seniores 2023

 



O trio guisandense "Os guardiões" composto pelo Jorge Ferreira e as irmãs Glória e Elisa Santos, venceram a prova do Quiz "Ginásio da Mente" do programa de literacia digital "e-mili@", integrada nas Olimpíadas Séniores 2023 de Santa Maria da Feira.

Parabéns!

1 de março de 2021

O senhor que se segue...


A notícia é de meados do passado mês de Fevereiro. A Comissão Política do PS - Partido Socialista, de Santa Maria da Feira, escolheu o jovem advogado Dr. Márcio Correia, sw 42 anos e actual presidente da estrutura concelhia, ex-vereador, como cabeça-de-lista às próximas eleições (em Outubro) para a Câmara Municipal.

Da parte do PSD - Partido Social Democrata, que tem governado a Câmara há mais de quarenta anos, ainda não se sabe oficialmente qual o candidato, mas tudo indica que o actual presidente, Dr. Emídio de Sousa será novamente o cabeça-de-lista, propondo-se àquele que, a ser reconduzido, será o seu último mandato por força do limite regulamentar. Recorde-se que há quatro anos a sua apresentação oficial ocorreu no início do mês de Maio. Não nos parece, pois, que oficialmente, tal anúncio se dê antes do próximo mês de Maio, até porque por ora a pandemia vai marcando outras urgências.

A quatro anos de distância, todavia, já se adivinha quem estará alinhavado para tentar a sua sucessão, mas até lá muita água correrá na Ribeira de Cáster.

Pessoalmente, para mim, o Dr. Márcio Correia é um quase desconhecido, para além de episódicas escutas da sua intervenção politica no programa de debate "Câmara Aberta", em que participa na Rádio Clube da Feira, juntamente com Alferes Pereira (CDS-PP).

Das poucas vezes que o escutei, pareceu-me ser conhecedor da realidade do concelho, pelo menos dos seus principais dossiês, e com um discurso deveras ponderado. Mas não passa de uma mera impressão colhida no palco mediático, quase sempre pouco revelador do valor de alguém. 

De resto, o Partido Socialista feirense tem tido sempre esta dificuldade crónica em apresentar uma figura consistente como cabeça-de-lista, como se em todos os ciclos eleitorais para o município tenha que recomeçar sempre do zero, já que enquanto oposição, o protagonismo dos líderes tem-se esvaziado ou mesmo dissolvido durante o mandato, quando seria expectável um crescimento, uma sedimentação, notoriedade e peso político e de intervenção no eleitorado do município a ponto de uma natural recandidatura. Ora como isso não tem acontecido desde António Cardoso, com os anteriores candidatos (Alcides Branco, Strecht Monteiro e Margarida Gariso), a coisa torna-se sempre complicada. Mesmo quanto a Margarida Gariso, recorde-se, a mesma abandonou a vereação, por motivos pessoais é certo, mas que de algum modo reafirmam esta dificuldade sistémica do PS em apresentar recandidaturas. Pessoalmente creio que uma recandidatura amadurecida pela tal experiência de oposição seria positiva.

Por todas estas questões, e pela qualidade intrínseca do candidato Dr. Emídio Sousa e sua experiência cimentada por dois mandatos, bem como do peso de uma máquina oleada que se tem perpetuado, a tarefa do Dr. Márcio Correia afigura-se como muito difícil, mas é um caminho que tem que percorrer e uma disputa a travar.

[foto: diariodafeira.com]

14 de fevereiro de 2020

Fé e esperança pela caridade


Vamos já a caminho de dois anos sobre a aprovação da re-delimitação das Àreas de Reabilitação Urbana - ARU, no concelho de Santa Maria da Feira.
As ARU têm o seu enquadramento no Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de Outubro, na redação que lhe confere a Lei n.º 32/2012, de 14 de Agosto, Regime Jurídico da Reabilitação Urbana e estão publicitadas pelo Aviso n.º 15661/2018, de 30 de Outubro. Em suma, passaram já dez anos sobre as linhas orientadores, ainda do tempo do inefável José Sócrates.

Os objectivos inerentes às ARU estão definidos no art.º 3º do Decreto-Lei. A saber:

A reabilitação urbana deve contribuir, de forma articulada, para a prossecução dos seguintes objectivos:
a) Assegurar a reabilitação dos edifícios que se encontram degradados ou funcionalmente inadequados;
b) Reabilitar tecidos urbanos degradados ou em degradação;
c) Melhorar as condições de habitabilidade e de funcionalidade do parque imobiliário urbano e dos espaços não edificados;
d) Garantir a protecção e promover a valorização do património cultural;
e) Afirmar os valores patrimoniais, materiais e simbólicos como factores de identidade, diferenciação e competitividade urbana;
f) Modernizar as infra-estruturas urbanas;
g) Promover a sustentabilidade ambiental, cultural, social e económica dos espaços urbanos;
h) Fomentar a revitalização urbana, orientada por objectivos estratégicos de desenvolvimento urbano, em que as acções de natureza material são concebidas de forma integrada e activamente combinadas na sua execução com intervenções de natureza social e económica;
i) Assegurar a integração funcional e a diversidade económica e sócio-cultural nos tecidos urbanos existentes;
j) Requalificar os espaços verdes, os espaços urbanos e os equipamentos de utilização colectiva;
l) Qualificar e integrar as áreas urbanas especialmente vulneráveis, promovendo a inclusão social e a coesão territorial;
m) Assegurar a igualdade de oportunidades dos cidadãos no acesso às infra-estruturas, equipamentos, serviços e funções urbanas;
n) Desenvolver novas soluções de acesso a uma habitação condigna;
o) Recuperar espaços urbanos funcionalmente obsoletos, promovendo o seu potencial para atrair funções urbanas inovadoras e competitivas;
p) Promover a melhoria geral da mobilidade, nomeadamente através de uma melhor gestão da via pública e dos demais espaços de circulação;
q) Promover a criação e a melhoria das acessibilidades para cidadãos com mobilidade condicionada;
r) Fomentar a adopção de critérios de eficiência energética em edifícios públicos e privados.

As ARU de Santa Maria da Feira integram entre muitas outras, duas na freguesia de Guisande, uma delas designada de Área Central de Guisande abrangendo grosso modo a Rua de Fornos e os troços poente da Rua 25 de Abril e Rua do Cruzeiro, e a segunda designada de Lugar da Igreja/Guisande, englobando os lugares da Igreja, Quintães e Viso.

Todo o programa vertido no referido Decreto-Lei, para além dos bonitos objectivos, é de algum modo complexo e, salvo algumas excepções mais centrais e marcadamente urbanas, quer-nos parecer que a maioria nunca sairá do papel, não passando de um leque de boas intenções.

Desde logo, antes das intervenções nos espaços e edificados privados, e da implementação de medidas que levem os proprietários a aderir ao programa, este deverá assentar numa estruturação viária e requalificação dos espaços públicos e estes obviamente andarão ao ritmo de vontades políticas mas sobretudo das finanças do município, até porque não nos parece que as Juntas, por incapacidade ou por inacção, venham a ser as locomotivas destes processos de requalificação urbana.

Algumas das obras que se vão vendo pelo concelho e que se possam enquadrar nas ARU são quase sempre resultado de esforço e investimento da Câmara. Se não forem as Juntas e a Câmara, não se espere que sejam os proprietários a dar grandes passos até porque a dinâmica imobiliária pode até estar num ciclo positivo mas é sempre imprevista e instável.

Pela parte que toca a Guisande, será surpreendente que alguma coisa aconteça de concreto nos próximos tempos. Basta dizer que o mandato da actual Junta já passa da sua metade, quase dois anos e meio, e de uma receita que em números redondos no anterior sistema administrativo podia equivaler a 250 mil euros para os cofres da Junta, está quase todo por aplicar. Nada de substancial foi feito quanto a obras e melhoramentos para além de algumas limpezas episódicas. Espera-se pelo último fôlego do mandato.

A ser assim, estes planos como as ARU devem ser vistos com a devida distância e não será de esperar grandes obras nos tempos próximos. Mesmo os espaços centrais, como Fornos, Monte do Viso e Igreja, zonas caracterizadoras da freguesia estão ambos num estado lastimável, com pisos  das ruas degradados, passeios inexistentes ou em péssimas condições, mal iluminados, sujos, enfim, desprezados e sem perspectivas de obras dignas de nome.

Mas vamos ter fé e esperança nalgum assomo de caridade de quem realmente pode e deve impulsionar as ARU. Pode parecer um trocadilho com as três virtudes teologais, mas nestas coisas temos mesmo que esperar alguns milagres.


8 de setembro de 2019

Concertando...








Concerto de Órgão de Tubos, por Rui Soares - Igreja Matriz de Santo André de Mosteirô - Santa Maria da Feira.

2 de agosto de 2019

Liberdades, direitos e garantias


Tenho plena consciência que nesta questão pertenço à reduzida minoria, aquela que não liga patavina ao evento Viagem Medieval em Terras de Santa Maria, que todos os anos se realiza entre finais de Julho e meados de Agosto, na cidade sede do nosso município. 

Nem sequer vou por aqueles que a classificam meramente como um festival da fêvera e do porco-no-espeto, onde se faz fila para comer e beber de forma vulgar e pagar de forma exorbitante, apenas porque no entorpecimento de um cenário contextualizado a um período interessante da nossa história, o Medieval.

Por outro lado não questiono e reconheço a importância e o impacto económico para o concelho e sobretudo para as associações que reiteradamente exploram os diferentes espaços de comes-e-bebes e para os estabelecimentos localizados no amplo perímetro do mega-evento. Reconheço, igualmente a capacidade das entidades que nos últimos anos têm sabido potenciar este evento e fazer dele um ponto de notoriedade económica e turística para o concelho.

Apenas questiono se há ou não desrespeito constitucional pelos elementares direitos de aceder e circular em espaços públicos no centro de uma cidade por um tão largo período temporal, vendo-me condicionado nos acessos e mesmo a pagar os mesmos, ainda que para aceder a serviços e comércio. Afinal, o centro público de uma cidade não é nem pode ser  uma feira popular nem um estádio nem um parque, pelo menos a ponto de limitar e condicionar acessos e circulação de forma livre e gratuita.

 Compreendo perfeitamente que se condicione o trânsito e acesso de uma rua ou um local, por horas ou parte de um dia, para um evento desportivo ou de outra natureza de interesse colectivo, mas já não o compreendo quando de forma tão prolongada no tempo, alargada no perímetro e tão condicionada a ponto de ter que estacionar longe, mesmo a pagar e a pagar acessos. Se eu tenho amigos no centro da cidade, não tenho a liberdade nem o direito de aos mesmos fazer uma visita sem que para isso tenha que pagar e usar um apetrecho contra a minha vontade. 

É possível que os direitos constitucionais de liberdade de circulação e reunião em espaços públicos possam ser desrespeitados nestas circunstâncias, mas gostaria de saber se é mesmo assim. Mas como só serei eu a perguntar, é melhor fazer de conta que está tudo bem, porque na realidade, parece que a larga maioria gosta de ser ver condicionada e a pagar para isso.

12 de junho de 2019

Passeios na Minha Terra 2019


Alguns seniores da freguesia de Guisande, organizados pelo Centro Social S. Mamede de Guisande e em parceria com a Rede Social da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, estão no dia de hoje, 12 de Junho de 2019, em passeio.
Mosteiro de Lorvão, Museu Militar do Buçaco, Palace Hotel do Bussaco, Museu do Moinho Vitorino Nemésio, Moinhos da Portela de Oliveira e Fornos da Cal, são apenas alguns locais do concelho de Penacova e na Serra do Buçaco que serão visitados pelos participantes.
Este programa "Passeios na Minha Terra" engloba um conjunto de 30 passeios, sendo extensível a todos os seniores do concelho. Decorre anualmente de Maio a Outubro.

29 de maio de 2019

PDM de Santa Maria da Feira em revisão

O actual PDM - Plano Director Municipal de Santa Maria da Feira da Feira, em vigor desde 2015, encontra-se nem fase de revisão (2ª), em grande medida para que o documento  possa ser readaptado à Lei de Base Gerais da Política Pública de Solos, que, implementada em 2014, acabou com os terrenos urbanizáveis ou expectantes e, depois de ter dado às autarquias três anos para se adaptarem à nova legislação, prolongou entretanto esse prazo até 2020. Prevê-se que o processo tenha a duração de 13 meses (até Junho de 2020).

De acordo com notícias recentes, o processo de revisão que está a ser conduzido pelo Vereador do Pelouro das Obras Municipais, Mobilidade, Ordenamento e Planeamento do Território, António Topa Gomes, encontra-se ainda numa fase inicial mas é realçada a intenção da Câmara em evitar aos proprietários constrangimentos futuros.

Segundo afirmações de António Topa Gomes à imprensa, "Esta revisão é necessária porque, até aqui, terrenos em localizações rurais podiam ser considerados urbanizáveis se houvesse perspectiva de aí se construir em qualquer momento no futuro, mas, agora, a nova lei estipula que, não estando essas áreas infra-estruturadas nem havendo planos de construção num horizonte mais razoável, a zona será considerada rústica - com a desvalorização que isso pode implicar".
Perspectiva-se que num universo de cerca de 300 terrenos, por enquanto classificados como urbanizáveis, cerca de 10% venham a retomar a classificação de rústicos, o que naturalmente "vai desagradar" aos respectivos proprietários.

No caso da freguesia de Guisande, existem vários prédios classificados como urbanizáveis e sem infra-estruturas internas, como arruamentos e rede eléctrica, nomeadamente os localizados no miolo da zona delimitada pelas ruas 25 de Abril, a norte,  Nossa Senhora de Fátima e Cónego Ferreira Pinto, a poente e nascente, respectivamente. É certo que se trata de uma ampla zona central na freguesia e que em muito resulta do plano de urbanização definido para o local há cerca de vinte anos,  mas que, apesar de todo o hiato de tempo decorrido, acabou por não ter qualquer desenvolvimento urbanístico, com excepção das infra-estruturas realizadas há cerca de três anos, ligando as ruas Nossa Senhora de Fátima e S. Mamede, na zona da Gândara/Linhares, decorrentes dum processo de permuta de terreno com a Câmara Municipal. Apesar disso, ainda não se realizou qualquer edificação nos terrenos envolvidos.

Ainda em Guisande, de destacar como zona urbanizável e que pode também vir a sofrer alteração, o miolo entre as ruas Senhor do Bonfim, Reguengo e 25 de Abril. E ainda a zona já no limite com Gião, chamada de Marinhos, no actual PDM definida como de Espaço de Actividades Económicas Urbanizável, vulgo Zona Industrial. Verdade se diga, até pela envolvente marcadamente agrícola e florestal, faz todo o sentido que tal zona venha a ser desclassificada como urbanizável. De resto, reconheça-se, a sua concretização como zona industrial obrigaria a uma infra-estruturação de tal envergadura que certamente não será concretizada nos próximos trinta anos, tanto mais no actual panorama económico do país.
Todavia, importará que a Junta da União das Freguesias esteja atenta a este processo de revisão e desclassificação dos solos urbanizáveis e defenda, naturalmente os interesses presentes e futuros da freguesia de Guisande, como naturalmente do território da União.

Ainda de acordo com o que tem sido veiculado, mesmo que ainda na sua fase inicial da revisão do  PDM, pretende-se que os proprietários e população em geral  apresentem as suas sugestões e observações para elaboração do documento final, que tem que cumprir com a nova Lei dos Solos. As participações (durante o perído de 15 dias úteis (termina no dia 31 de Maio) após a publicação do aviso de procedimento no Diário da República) podem ser endereçadas para o seguinte email: santamariadafeira@cm-feira.pt

A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira tem transmitido a disponibilidade em facilitar o que puder no processo de transição, na expectativa de que esses terrenos se possam adaptar aos novos requisitos legais e se tornem urbanos em vez de rústicos.

O tema será analisado publicamente pela Câmara Municipal e Comissão de Desenvolvimento Regional do Norte numa sessão de esclarecimento agendada para as 18:00 do próximo dia 6 de Junho, no auditório da Biblioteca Municipal da Feira.

24 de outubro de 2018

Biblioteca Abade de Pigeiros


Será já no próximo sábado, dia 27 de Outubro, que na freguesia de Pigeiros ocorrerá a inauguração da Biblioteca Pe. Domingos Azevedo Moreira - Abade de Pigeiros, com o espólio documental deixado por este, testamentado a favor do município de Santa Maria da Feira.
Presidirão à cerimónia os presidentes da Câmara Municipal e da Junta da União de Freguesias local.

Apesar da pompa e circunstância, o acontecimento está revestido de alguma pré-polémica quanto ao esgrimir de responsabilidades sobre o local que acolherá o espólio (antiga sede da Junta de Freguesia de Pigeiros em vez do Centro Cívico Feliciano Martins Pereira). De resto, refutando acusações do Vereador da Cultura do município, o ex autarca pigeirense, que dá nome ao Centro Cívico, respondeu e esclareceu por escrito em jornal concelhio, negando ("...em defesa de carácter e dignidade") quaisquer responsabilidades e remetendo as mesmas para a Câmara, ao encolher o projecto do Centro Cívico.

Nota à margem: Sobre o assunto do projecto e seu propósito, escreveu o Sr. Pinto da Silva, das Caldas de S. Jorge, em Maio de 2016 um artigo em que põe o dedo na ferida de alguns aspectos do processo inerente à criação da biblioteca e a sua mudança para o actual espaço. No fundo, feridas que ainda parecem doer e que fazem gemer alguns dos intervenientes e daí a polémica. Resta saber se após a cerimónia da inauguração essas feridas vão sarar e cicatrizar).

É uma polémica que se lamenta. Mesmo que não conhecendo em rigor as razões de fundo e delas poder identificar as verdadeiras responsabilidades, certo é que a polémica existe e de algum modo veio acinzentar a inauguração. Todavia, mais do que a cerimónia, e o Pe. Domingos Moreira era tudo menos de cerimónias, a inauguração do espaço é um desfecho que se aguardava desde o falecimento do sacerdote, em Janeiro de 2011 e cumprindo-se o seu testamento (abaixo reproduzido). Creio que, tendo o testamento sido feito ainda em vida e sido aceite nas suas condições pelo município, seria de esperar que a obra já estivesse há muito concretizada. De resto, a ter em conta o testamento, esperava ainda o Pe. Domingos poder frequentar o respectivo novo espaço e aceder ao seu espólio. Infelizmente, eventualmente por precipitação do seu stado de saúde, tal não veio a acontecer durante a sua vida.

É certo que alguns pigeirenses na altura ficaram com um sentimento de algum desapontamento por verem o testamento dirigir à custódia do município o seu vasto e rico espólio documental (fala-se em cerca de 20 mil documentos entre livros, jornais e outros escritos e manuscritos) e não apenas à freguesia e paróquia, mas as coisas são como são e há que respeitar a última vontade do pároco. Certamente que a sua intenção, conforme expressa no testamento, foi apenas a de responsabilizar uma entidade que desse garantias presentes e futuras quanto à preservação e segurança do seu património.

O outro legado, porventura não menos importante, o do homem, humanista, estudioso e pároco dedicado e humilde, esse pertence em exclusivo aos paroquianos pigeirenses, mesmo que também na justa e devida parte às paróquias por onde passou e deixou marcas, como a de S. Mamede de Guisande, em que esteve como responsável durante 10 anos, para além da ligação ocasional que sempre manteve nomeadamente no tempo do Pe. Francisco Gomes de Oliveira.

Programa da inauguração:

16h00 – Missa Paroquial em memória do Padre Domingos Moreira;
17h10 – Romagem ao cemitério e aposição de flores no jazigo do Padre Domingos Moreira;
17h20 – Momento musical com o Ensemble da Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira;
17h50 – Sessão inaugural;
18h15 – Visita guiada à biblioteca.

Testamento do Pe. Domingos Azevedo Moreira (transcrito do blog das Caldas de S. Jorge, )

É um assunto de que várias pessoas me têm falado. Recentemente o Prof. De História de Arte, da Faculdade de Letras de Coimbra, Dr. Nelson Correia Borges, no seu estudo de antropologia cultural sobre o culto da Senhora da Boa Morte, ainda florescente no século XVIII, cita nas páginas 6 e 7 as sugestivas palavras do Pe. António Vieira nos seus sermões, edição Lello e Irmão, Vol. II, 1959, 187-188: “A morte tem duas portas: uma porta de vidro por onde se sai da vida; outra porta de diamante por onde se entra à eternidade. Entre estas portas se … se acha subitamente um homem no instante da morte, sem poder tornar atrás nem parar nem fugir nem dilatar senão entrar para onde não se sabe e para sempre […]”. 
Aristóteles disse que entre todas as coisas terríveis a mais terrível é a morte. Disse bem, mas não entendeu o que disse. Não é terrível a morte pela vida que acaba mas pela eternidade que começa. Não é terrível a porta por onde se sai, terrível é a porta por onde se entra. Se olhais para baixo, um precipício que vai parar no inferno. É tudo incerto” e, cristãos, “se quereis morrer bem” “morrei em vida moralmente”.
Depois desta introdução, escrita com alegria ao som da banda musical minhota, irei começar.

Em nome de Deus, Amén.
A minha vontade, Padre Domingos de Azevedo Moreira, após conversações com os sobrinhos com quem vivo, e com o seu consentimento, é que a minha biblioteca seja cedida a uma instituição que me dê garantias da sua segurança, conservação, dinamização, de forma que esta seja sempre uma biblioteca viva. Assim, decidi ceder, como cedo, a minha biblioteca ao Município de Santa Maria da Feira nas seguintes condições:
a)      Biblioteca especial (cujo critério de selecção será feito pelo meu testamenteiro): contém os exemplares mais valiosos. Quero que estes sejam instalados em caixa-forte em condições de conservação adequadas a cargo da Câmara Municipal.
b)      A restante biblioteca (livros, revistas, jornais, fotocópias, apontamentos, objectos musicais, discos, etc.) será alojada em sala (ou salas) própria (s), com o nome do doador na porta da sala – P. Domingos de Azevedo Moreira, Abade de Pigeiros. Será instalada no pólo de Pigeiros, depois de estar a casa pronta (em Pigeiros). O espólio será acessível ao Declarante e aos seus dois sobrinhos (MARIA DE FÁTIMA DE PINHO MOREIRA MAGALHÃES E MARIDO) em cuja casa vivo. Falecendo um e outros, cessa o direito de fruição.
Quanto a cuidados: gostava que fosse criado uma espécie de CONSELHO PEDAGÓGICO com o objectivo de conservação e dinamização da biblioteca para que esta não se torne num mundo fechado. Do citado CONSELHO farão parte a minha sobrinha MARIA DE FÁTIMA DE PINHO MOREIRA MAGALHÃES E O SR. VEREADOR DA CULTURA da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira).
Por questões de segurança ou outras, o espólio pode ser transferido provisoriamente da residência de Pigeiros para instalações em Romariz. Os trabalhos de inventariação poderão ser iniciados de imediato por pessoal a indicar pela Câmara Municipal, sendo minha vontade que a minha sobrinha Fátima e seu marido integre essa equipa.
Nomeio como testamenteiro o meu condiscípulo, Dr. Cândido dos Santos.

24 de setembro de 2018

Obras de requalificação no edifício de habitação social de Guisande


Em Julho do ano passado dávamos aqui conta da notícia de que a Câmara de Santa Maria da Feira tinha em curso um programa de reabilitação de habitações sociais. Para o efeito previa a aplicação de três milhões de euros no melhoramento de 11 edifícios espalhados pelo concelho, incluindo o de Guisande.
Por estes dias soubemos que as obras para o edifício em Guisande estão já adjudicadas e contratualizadas prevendo-se para breve o seu arranque.
O concurso que tinha um orçamento base a rondar os 143 mil euros terá sido adjudicado ligeiramente abaixo, por 135.760,41 euros à empresa O2S - Engenharia e Construção, L.da, da Guarda.

Esta é, pois, uma boa notícia para os moradores que desde há anos vinham a assistir à degradação do edifício, para além do mesmo já padecer de raiz da falta de alguns aspectos de qualidade construtiva. De resto foi na altura uma má opção porque nem de longe nem de perto assentava numa necessidade extrema. Bastaria um terço dos fogos edificados para dar resposta às então necessidades locais. Mas como era tempo de vacas gordas...
É certo que a larga maioria das rendas, regra geral é baixa e quase residual nalgumas situações (contexto de habitação social) mas tal não retira o direito de os moradores usufruírem das condições adequadas de habitabilidade.

Com as obras previstas pretende-se melhorar as condições de eficiência energética do edifício, com substituição das caixilharias e janelas, renovação das coberturas e também aplicação de novos revestimentos, com aplicação de "capoto" e pintura.

Entretanto, a envolvente do edifício continua desmazelada já que neste ano ainda não foi feita qualquer limpeza do espaço de logradouro  a nascente, com uma vegetação bem acima do que a lei determina quanto à faixa de protecção relativamente a incêndios. Aqui o exemplo parece não vir de cima.
Apesar de a ter incluído no programa eleitoral de 2014, a requalificação do espaço envolvente deste edifício acabou por não ter qualquer consequência, obviamente para meu desapontamento e, por maioria de razão, dos moradores.  Mas ainda há tempo e seria uma janela de oportunidade este momento em que vão ser realizadas obras. Haja vontade de cumprir a promessa.

22 de setembro de 2018

Muito rock e pouca orquestra num sítio fresquinho

Nesta noite, o concerto dos The Bookkeepers com a Orquestra Milheiroense, anunciado como uma fusão de rock com orquestra, num espaço de lazer de excelência, na praia fluvial da Mâmoa, em Milheirós de Poiares, com entrada livre.

Sendo certo que não fiquei até ao fim, com uma hora e picos de espectáculo deu para perceber que a orquestra, exceptuando o maestro que ía tocando umas pianadas e ainda a intervenção pontual de alguns dos metais, no geral teve uma muita reduzida participação. De resto o estilo rock, mesmo que dito poético, marcado pela bateria e baixo não se compadece com as subtilezas da orquestra, sobretudo no que se refere aos instrumentos de cordas num espaço aberto.

Em todo o caso valeu a tentativa e a intenção. Sem o dizerem, percebi alguma desilusão dos mais velhos que iam abandonado o espaço e que certamente ali foram para ver e apoiar a sua orquestra. 
Um reportório todo em inglês, mesmo que viajando por Camões, Pessoa e Florbela Espanca, também não ajudou a prender uma boa parte da assistência alheia à língua de Shakespeare..
Em todo o caso, pareceu-me uma boa banda com uma sonoridade interessante. Pena que, principalmente para os milheiroenses, a participação da sua orquestra tenha sido quase meramente cenográfica.

3 de setembro de 2018

Estamos lixados


Pegando nas fotos (acima) com oportunidade partilhadas pelo Ricardo Ferreira, no Facebook, com imagens da situação que há largos dias está acontecer junto aos ecopontos no lugar da Leira, é caso para dizer que estamos mesmo lixados. E estamos, ou devemos estar, não apenas com as entidades que têm a responsabilidade de assegurar a limpeza (creio que Suldouro, Suma, ou ambas), como as que têm que assegurar que esse serviço está a ser devidamente cumprido pela(s) entidade(s) com essas responsabilidades (Câmara e Junta) como também com quem (ditos cidadãos) se digna a depositar o lixo dessa forma, desde logo sabendo, eles e todos nós, que alguns dos objectos que ali se vêem (como colchões) têm local próprio e até um serviço de recolha grátis desde que solicitado e agendado.

Infelizmente, este retrato não acontece apenas na Leira, como também em Fornos e na Igreja, mas não só em Guisande, mas igualmente noutros locais na União de Freguesias e mesmo noutras freguesias. Para este cenário junta-se alguma irresponsabilidade ou incapacidade numa altura mais produtiva (férias), em contraponto com eventual falha de pessoal nas empresas (certamente também com direito a férias em Agosto), mas também a muita falta de civismo. É caso para dizer-se que, mesmo com muita desorganização ou laxismo, com este tipo de cidadãos "exemplares" não há Junta ou Câmara que resistam. E, quase como regra, quem suja em Guisande não é de cá.

Em todo o caso, e porque foi um assunto que mereceu as minhas críticas antes e enquanto elemento integrante do anterior executivo da nossa Junta da União, por diversas vezes levantei este problema, nomeadamente para o ecoponto no lugar da Igreja, invariavelmente sujo e com mau aspecto e com o agravante de estar na envolvente da igreja matriz, logo com uma ampla e negativa exposição num espaço nobre que deveria primar pela limpeza e asseio. Pugnei assim, por diversas vezes, pela mudança do local (sugerindo o que me pareciam boas alternativas) ou mesmo a sua supressão. Infelizmente, tendo o assunto sido colocado aos responsáveis pelos ecopontos, a ideia não lhes terá agradado. Por mim, face a esse desagrado superior, teria simplesmente eliminado esse ecoponto e cortado o mal pela raiz. Não o entendeu assim quem tinha o poder, pelo que a coisa, melhor dizendo, a cagada, continuou e continua a ser mais do mesmo e como de sempre. Reconheço que essa foi outra batalha perdida, mas, como não por omissão, não me pesa a consciência, mas pesa-me o lamento de não ter merecido essa consideração.

Em resumo, para além de toda a falta de civismo, não sobram dúvidas que algo ou alguém está a falhar redondamente, já que não é admissível que, mesmo com as contingências próprias de um tempo de férias, sejam largos os dias ou mesmo semanas sem uma aparente recolha e limpeza dos espaços. Competirá à Junta alertar a Câmara e a esta pedir responsabilidades à(s) empresa(s). Quanto a nós, cidadãos produtores de lixo e para cuja recolha pagamos, podemos e devemos dar uma ajudinha. Felizmente a maioria dá, de forma correcta e consciente, mas há sempre alguém, um qualquer emplastro, que gosta de estragar o retrato. Quando assim é...

21 de agosto de 2018

Meter água


Confesso que desconheço se existe ou não protocolo ou regulamento que definam as condições em que a Indáqua pode ou não intervir nos arruamentos públicos e se existe ou não fiscalização sobre essas mesmas obras, nomeadamente na posterior reposição dos pavimentos depois de abertas valas para redes, caixas ou ligações de ramais. Desconheço ainda se, em face desses eventuais protocolos ou regulamentos e dessas eventuais fiscalizações, resultam algumas penalizações.

Apesar de em rigor desconhecer a existência e ou aplicação desses instrumentos reguladores e fiscalizadores, parece não haver dúvidas que no geral, e pelo que é dado observar, será de alguma ou mesmo de total impunidade com que tais intervenções e sobretudo as consequentes reparações são feitas, já que são inúmeros os exemplos de valas que são abertas (por vezes em pavimentos novos acabados de fazer) e assim permanecem longas semanas, com os eventuais perigos para a circulação e prejuízos para os veículos, bem como as obras de restabelecimento de pavimentos que invariavelmente ficam mal feitas, com ressaltos e irregularidades e do mesmo modo assim permanecem indefinidamente. Tudo isto já para não falar em inúmeros casos de ruas com pavimentos abatidos e ondulados devido a uma insuficiente compactação das valas da rede. 

Em Guisande, como em muitas outras freguesias, são vários os casos flagrantes desta situação, incluindo na Rua do Cruzeiro e Rua Cónego Ferreira Pinto. À data em que escrevo, na freguesia de Louredo, no lugar de Tozeiro, na Rua João Paulo II, com pavimento novo, foi feito um rasgo profundo a toda a largura, com gravilha e terra solta a sujar a estrada e a colocar em risco quem nela circula. Já vai para semanas, ainda sem qualquer reposição de pavimento. Há dias assisti a um transeunte de automóvel que ali rebentou um pneu.  Não sei se apresentou ou não queixa. Possivelmente, sabendo das dificuldades impostas pela nossa burocracia, lá mudou o pneu e seguiu à sua vida, certamente a chamar filhos da mãezinha aos responsáveis por tão bela vala. Eu próprio, circulando de bicicleta, apanhado desprevenido por tal cratera, ali danifiquei um pneu e parti um raio e tive sorte em não cair. Também chamei pelos filhos da mãezinha aos responsáveis, mas achei uma perda de tempo reclamar ou apresentar queixa.

Creio, pois, que não havendo, devia haver fiscalização por parte da Câmara e as consequentes penalizações, mas gravosas para surtirem algum efeito. Afinal, enquanto prestadora do serviço de abastecimento de água e drenagem de esgotos, a Indáqua faz bem o seu papel, o de cobrar, mas parece que quanto a deveres em repor devidamente os estragos que faz, aqui a coisa mostra-se bem menos eficiente. Claro que sem fiscalização ou má fiscalização, o regabofe é fácil e assim torna-se a regra.

É o que temos e parece que não há volta a dar, bem à portuguesa.

1 de agosto de 2018

Aljubarrota à porta


Nota prévia: É apenas a minha opinião e até me arrisco a estar quase sozinho nesta demanda de não ser entusiasta da coisa, mas mesmo estando de passo trocado, sou apenas um soldado na companhia.

Há viagens que mesmo não tendo começado já enfadonham pela poeira da sua preparação e uma delas é a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, que hoje começa e exageradamente dura até ao dia 12. D. Pedro que me perdoe, como fez a  Diogo Lopes Pacheco (mas não a Pero Coelho e Álvaro Gonçalves) pela morte da sua bela Inês, mas já não lhe posso com as barbas.

Reconheça-se-lhe, contudo, à Viagem, a importância para a economia do concelho (de alguns e sobretudo da sede) bem como das colectividades (de algumas e dizem que quase sempre as mesmas), que ao longo de mais de vinte anos têm-se vindo a impor como um importante evento nacional e mesmo ibérico. Já não é apenas uma feira de tasquinhas concelhia e alguns figurantes trajados de serapilheira, mas um evento profissionalizado, dirigido a massas, no que isso tem de bom e, já agora, de mau.

A receita tem sido simples e parece funcionar, e de resto até resulta noutras paragens, embora aí de forma mais arejada e por menos dias. Muita temática cultural, e de qualidade,  à volta do hiato medieval, incidindo em momentos ou épocas da nossa História mas, todavia, sobretudo e principalmente,  gastronomia e porco-no-espeto. Porventura em mais nenhum outro evento em Portugal serão retalhados tantos porcos e aviados em sandes tão bem cobradas.
É certo que são duas décadas de mais do mesmo e a duração (quase meio mês de Agosto) é excessiva, mas, porra, não se mexa em equipa que ganha e receita que funciona e que assim dure muitos e longos anos, mais do que a maioria dos reinados desses tempos medievos.

Felizmente, porque não entusiasta, devo entrar de férias a 13 e se, como eu gosto, passar pela baixa da velha Vila da Feira, já não haverá ruas interrompidas nem barreiras nem multidões, embora ainda com muita poeira e relva (ou o que dela sobrar) pisada e repisada como se ali tivesse passado a cavalaria e acontecido uma frenética Aljubarrota. Só que agora, bem mais pacificamente, portugueses e castelhanos pelejam não por direitos a tronos mas por umas sandes de porco regadas com sangrias do Lidl. As espadadas, essas só acertam no lombo dos porcos.

24 de julho de 2018

Notas pessoais

Eu sei que depois das pessoas desaparecerem do mundo dos vivos é sempre fácil cair-se no elogio fácil. Por sinceridade ou em contexto de politicamente correcto, quase todos acabamos por nos deparar com situações destas. Mas as coisas são mesmo assim.

Neste contexto, já depois de iniciado o luto com o inesperado desaparecimento do Sr. vereador da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, o Arquitecto José Manuel Oliveira, também tomo a liberdade de publicamente tecer algumas palavras e não como alguém que o conheceu e com ele conviveu com proximidade e frequência, mas apenas por contactos circunstanciais e em face de testemunhos vários, isso sim, de quem com ele foi contactando mais amiúde, pessoal ou profissionalmente no âmbito da sua actividade política e autárquica.

No âmbito profissional estive algumas, poucas, reuniões técnicas com ele enquanto vereador do urbanismo a discutir assuntos relacionados a processo de obras particulares. Dali pareceu-me sempre uma pessoa de trato fácil, conhecedora e muito objectiva e activa na solução dos problemas que se colocavam.

Politicamente, foi ele, acompanhado de outra figura do PSD concelhio, que me convidou a integrar a lista do PSD concorrente às eleições intercalares de 2014 para a Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande. A par de alguma prévia vontade de dar o meu contributo na defesa da freguesia de Guisande no contexto da futura Junta e da nova realidade administrativa, foi de facto o poder de argumentação do José Manuel que me fez reflectir e depois, não sem a habitual pressão, aceitar integrar a lista. Depois foram algumas reuniões preparatórias do programa e da campanha e uma vez mais, entre todos, destacava-se pela sua objectividade e sentido prático e demonstrando uma enorme sagacidade na leitura de todos os momentos e ritmos necessários à campanha. 

Durante os momentos em que já no âmbito da Junta contactei com ele, continuou a parecer-me muito objectivo e assertivo nas decisões e de facto destacava-se entre os parceiros e creio que todos, mesmo os mais chegados, respeitavam-no e consideravam-no como alguém com espírito de liderança e de experiência. 
Ainda no contexto da Junta ajudou a resolver e a negociar o sério imbróglio decorrente das dívidas transitadas do anterior executivo de Guisande. No geral, contribuiu positivamente para que os problemas judiciais com os empreiteiros, já em curso, fossem resolvidos e negociados com alguma vantagem para a Junta, facilitando o pagamento em prestações ou em condições bem mais favoráveis do que aquelas que acarretariam para outro cenário de esgrima judicial.

Da figura política do José Manuel Oliveira e da relação partidária e no contexto da Junta, apenas guardo alguma ligeira mágua (obviamente já sanada e esquecida) pelo facto de no momento de se decidir uma eventual recandidatura não me ter procurado pessoalmente a saber da minha posição e da minha opinião quanto ao exercício e mandato de três anos que iria terminar. Em resumo, sendo certo que a minha resposta seria a mesma, a de não me recandidatar, por manifesta desilusão com o mandato terminado e por me sentir incapaz de mudar a direcção dos acontecimentos, pela falta de poder objectivo e por um rumo de gestão muito centralista, muito longe do que eu inicialmente preconizava e pensava ser possível enveredar tendo em conta o contexto da União, a verdade é que esperava que as mesmas figuras que me convidaram três anos antes tivessem pelo menos a consideração e a objectividade de me abordar e ouvir a versão de quem esteve por dentro, até para, sendo útil, limar arestas e ajustar objectivos para a lista e campanha que iria começar. Certamente que iriam ouvir algumas das "boas". Mas não foi assim e ninguém da concelhia, incluindo o José Manuel, me procurou para saber se sim, se não, como e porquê. Por um lado ainda bem, porque assim foi mais fácil dizer não e de resto seria muito difícil dizer sim a um modelo que no meu entender falhou redondamente, pelo menos à luz do que tinham sido as minhas expectativas e as que em campanha transmiti ao eleitorado guisandense, a ponto de ter vencido com larga  maioria.

As coisas são o que são, e mais do que as pessoas devem valer os projectos e as dinâmicas e a sua predisposição para o serviço, eu entendi que em ambas um segundo mandato seria demasiado penoso pelo desenquadramento de modelo de gestão que certamente não iria mudar no essencial, embora num contexto financeiro já bem mais dasafogado. Daí, com toda a naturalidade, uma vez o dever cumprido o melhor possível, face ao eleitorado guisandense que no geral saiu defraudado com a actuação da Junta da União, ficou também o  dever e a obrigação de dar o lugar a outros e desejar que estes fizessem (façam) mais e melhor, porque no final o que é importante é o que se possa fazer pelas pessoas e não quem o possa fazer.

Com tudo isto, sendo apenas a minha simples opinião sobre o José Manuel Oliveira, creio que perdeu-se uma importante figura política e autárquica do nosso concelho e, no geral, isso tem sido e será reconhecido pelos diversos quadrantes do município. Infelizmente a vida tem de continuar e o cemitério está cheio de insubstituíveis. 

Fica a dor e o sentimento de vazio e perca para os familiares e também, acredito, para toda a estrutura do PSD local e da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, de modo particular para o seu presidente Dr. Emídio Sousa, mas a vida continua e acredito que o executivo camarário saberá encontrar uma solução de substituição mas de continuidade, fazendo ocupar o cargo certamente alguém com conhecimento e competência, e se não com muita experiência, certamente que bem assessorado.

Paz à sua alma!

23 de julho de 2018

Nota de falecimento


Soube há pouco, por volta do meio-dia, ainda sem pormenores, e custando a acreditar pela forma inesperada, que faleceu José Manuel da Silva Oliveira, Vice-Presidente e Vereador do Pelouro de Planeamento, Urbanismo e Transportes da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.

Paz à sua alma! Sentidos sentimentos a todos os familiares e à estrutura da Câmara Municipal, de modo particular ao seu presidente Dr. Emídio Sousa.

Incrédulo com a notícia, quase como a pretender confirmar, dei a volta pelo site da Câmara, dos jornais e rádios do concelho, de algumas Juntas de Freguesia, incluindo a de Lourosa, mas nada. Nenhuma nota, nenhuma referência, mesmo nas redes sociais de amigos ou políticos mais chegados. Tendo em conta as fontes, seria o mais normal dali colher algum pormenor ou confirmação. Mesmo o Jornal de Notícias (online) deu a nova já depois da minha nota publicada no Facebook.

Por vezes esperamos demasiado de quem de direito mas as coisas são como são. Tudo a seu tempo. A verdade é que, infelizmente, se perdeu uma referência da nossa politica e do nosso Poder Local. Perante a fatalidade, o resto já pouco importa para além da importância de se confortar a família próxima. 

18 de julho de 2018

Silêncios falados e ruídos escritos


Pelos vistos o jornal semanário "O Correio da Feira" foi contemplado com a atribuição do Prémio Gazeta – Imprensa Regional, "considerado "o maior galardão nacional para o sector da Comunicação Regional". De nossa parte, parabéns!

Na sequência, o Partido Socialista feirense propôs na última reunião de Câmara um Voto de Congratulação. Tal facto mereceu da direcção do semanário um agradecimento público (pode ser visto aqui).

Em simultâneo, e fica-se sem saber, ou talvez não, se o pretexto serviu para o puro agradecimento ou se para a critica à suposta postura de "silêncio tão ensurdecedor" da Câmara Municipal da Feira, seu presidente e vereadores da Educação e Cultura, face à distinção obtida, já que no agradecimento a crítica é "disparado" de rajada: "...se tivessem decoro e alguma decência, sentir-se-iam envergonhados, mas vergonha é um sentimento que vivenciam os livres da grave doença Partidarite, (mal que afecta todos os que cegamente priorizam determinado partido, ao compromisso assumido com os seus concidadãos.)
Se este silencio deixou desde sempre muito mal colocado o dr. Emídio Sousa, na falta de uma palavra de um gesto seu demonstrando satisfação pelo prémio atribuído a um órgão de comunicação social do Concelho a que preside, falta-nos palavras para descrever a atitude vergonhosa dos vereadores da Cultura e Educação. Mostraram que não estão à altura do historial e dos valores do Concelho, que estão muito para além das suas capacidades de avaliação e interpretação das sinergias culturais e educacionais.
O Silencio é a maior confirmação. Da mensagem transmitida por esse silêncio permitimo-nos recomendar ao vereador da cultura muita educação e à vereadora da educação muita cultura. Ao presidente da Câmara, muita Educação e Cultura, sem esquecer Cultura Democrática."

Como se vê, a crítica é contundente e não sei, de todo, se corresponde à verdade tal "silêncio" e se a existir se dele decorrem alguns comportamentos menos adequados por parte do semanário feirense relativamente à edilidade a ponto desta "ignorar" o prémio. Não sendo propriamente um Prémio Nobel, e não havendo razões de queixa por parte a Câmara, mereceria desta certamente pelo menos um voto de louvor ou de reconhecimento, ou pelo menos uma nota escrita de satisfação endereçada aos responsáveis do semanário.

Do que como cidadão e ocasional leitor vou constatando, se o jornal "Terras da Feira" em determinada altura era e foi durante muito tempo uma espécie de "voz do dono" (da Câmara), e se com as posteriores mudanças de periodicidade e de nome foi perdendo a identidade e personalidade que angariou, certo é que o "O Correio da Feira" depois de alguns solavancos na sua longa história, em tempos mais ou menos recentes ficou algo conotado com o Partido Socialista local. Isso pareceu evidente durante algum tempo. Pode-se sempre invocar, como invocou o Clube de Jornalistas  que o CF "... preza a pluralidade da abordagem noticiosa, sem abdicar da defesa e promoção dos valores regionais." mas nem todos poderão ter essa mesma leitura ou interpretação. Como talvez, suponho e especulo eu,  não tenha tido a Câmara Municipal.

Em resumo, o agradecimento de "O Correio da Feira ao Partido Socialista, travestido de crítica à Câmara Municipal,  parece-nos esta algo contundente e daí nem sei se fica bem a um jornal que se pretende isento, plural e representativo do concelho. Dar-se a estas "dores" desta forma tão agressiva, pode deixar marcas que não serão boas para as partes e podem conduzir, aí sim, a uma postura de confronto e parcialidade que não será benéfica. Como numa luta de padeiro e limpa-chaminés, ambos sairão enfarruscados/enfarinhados. Porque de um jornal independente se espera pluralidade e isenção, e mesmo o respeito para com as instituições e pessoas, e porque de uma Câmara se espera comportamentos e procedimentos de espírito democrático.

Em todo o caso, podendo daí não residir a génese de algum distanciamento, parece-nos que a imprensa escrita feirense já teve melhores dias. Todavia, penso que neste momento e de há algum tempo, o "O Correio da Feira" é de longe melhor jornal que o concorrente  "Jornal N", este um suposto herdeiro do herdeiro do Terras da Feira. Mas é apenas uma humilde opinião.

Do que conheço do Dr. Emídio Sousa, tenho-o como uma pessoa competente, dinâmica, aberta, atenta e defensora do prestígio do município e das suas pedras vivas ou de património, pelo que custa-me a acreditar que de tal "silêncio ensurdecedor" resulte de algum despeito injustificado para com a instituição "O Correio da Feira".
Todavia, mesmo que esse "silêncio" da edilidade tenha existido, por despeito, razões de queixa ou mera distracção, sendo compreensível a mágoa do CF, parece-nos, todavia, desajustada ou desproporcional a contundência da crítica feita de forma pública e plasmada em letra de forma.

Mas, como disse, é apenas a minha simples opinião, porventura desconhecedor de outros grãos de areia.

13 de junho de 2018

Sol na pulseira, chuva no nabal


Confesso que nunca percebi o superior interesse da venda de pulseiras de acesso à Viagem Medieval nas sedes das juntas de freguesias. Estará em causa o superior interesse da população? Ou da organização? 
Com algum jeitinho, até se poderiam ali vender bilhetes para festivais de música e jogos de futebol. O interesse seria exactamente o mesmo. 
Cada macaco no seu galho seria a melhor opção.

Passeios na Minha Terra - 2018


Neste dia 13 de Junho, está em passeio um grupo de guisandenses, no âmbito do programa "Passeios na Minha Terra, da Rede Social de Santa Maria da Feira.
Visitarão as ruínas romanas de Bobadela, o Museu Etnográfico, a igreja matriz e a capela dos Ferreiras, no concelho de Oliveira do Hospital – Serra da Estrela. Seguem-se as visitas à capela do Senhor do Sepulcro (vila de Coja), à igreja S. Pedro em Arganil, concelho integrado na Serra do Açor, classificada como paisagem protegida. Terão ainda oportunidade de desfrutar de uma degustação de queijo da serra, doces e licores tradicionais.

A edição deste ano de 2018 do programa terá como destino dois dos concelhos mais afectados pelos graves incêndios de 2017: Oliveira do Hospital e Arganil. Ao longo do presente quadriénio, os Passeios na Minha Terra contemplarão, para além das visitas ao Património Material e Imaterial, uma forte componente solidária para com estes concelhos, através da doação de bens alimentares (Loja Social de Arganil) e da oferta de cabras e ovelhas, para revitalizar os rebanhos destruídos (Oliveira do Hospital).

10 de junho de 2018

Praia fluvial de Mâmoa




Praia fluvial de Mâmoa, na freguesia de Milheirós de Poiares, nas margens do rio Ul. De facto um belo espaço e uma bela praia, preparada para receber os clientes. Falta, todavia, o ingrediente principal, o tempo de calor. É certo que ainda não é chegado o Verão, mas com o mês de Junho já a chegar à metade era mais que tempo de "empurrar" as pessoas para a beira mar e, como neste caso, para a beira rio. 
Vamos ter paciência e esperar que a partir do meio da semana que hoje começa as coisas melhorem, se S. Pedro assim o quiser.