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30 de junho de 2021

"A vida está podre..."

Cá pela aldeia, temos todos, parece-me, uma estima e consideração especiais pelo Sr. Raimundo da Lama. Pessoalmente aprecio-lhe o seu lado de pensador e filósofo. Não que cursasse em grandes universidades mas licenciado com mestrado na universidade da vida.

Em todo o caso, logo pela manhãzinha ouvir dele o pensamento de que, "...esta vida é um martírio" e "esta vida está podre e contra-podre", não é animador. Bastaria o "está podre", mas aquele "contra-podre" tira todas as dúvidas.

O tema mereceria horas de discussão, mas, porque a caminho do trabalho, tive que apressar as despedidas e enquanto o tractor seguiu lentamente pela estrada fora, não pude deixar de meditar naquela sentença matinal.

A verdade é que as coisas andam mesmo meias podres. São as batatas na terra, os pêssegos nos pessegueiros, os tomates nos tomateiros e por aí adiante mas a podridão que falava o Sr. Raimundo não era da agrícola, coisa em que, de resto, até é especialista. A podridão anda mais pelas pessoas e pelos seus modos de vida. Notícias como a da detenção do "intocável" Berardo, o Joe português, que mesmo sendo caloteiro de centenas de milhões aos Bancos, diz com toda a lata perante deputados da nação de que "pessoalmente nada deve", fazem-nos estar alertas diariamente para este estado de coisas.

Estes artistas que vivem de burlas e esquemas que ludibriam os sistemas financeiros e económicos, e são tantos, como Sócrates, Ricardos Espíritos Santos, Luíses Filipes Vieiras, Rendeiros, e tantos outros, num desfile interminável, são de facto maçãs podres deste país, deste mundo, desta vida. 

Mas o mais grave é que apesar de parecer que a Justiça anda atenta e que se fará, no final de contas, passarão todos ou quase todos impunes pelos labirínticos meandros da própria Justiça . No fundo estamos perante uma peça de comédia com ares de drama, apenas para entreter. Já o Zé Mexilhão, esse convém que não se atrase a pagar a prestação do IMI ou do IUC, porque leva logo por tabela.

28 de junho de 2021

Bolachinhas belgas

E pronto! A selecção portuguesa ficou-se pelos oitavos. Eliminada pela Bélgica, Portugal não resistiu a um futebol pobre. É certo que na segunda parte do jogo, com os belgas a ganhar desde o final do primeiro tempo e mais contidos no ataque, jogou bem melhor, teve algumas oportunidades, mas a sorte não dura sempre. Teve-a quanto bastasse no Europeu de 2016 e não fica bem usar agora o argumento de que não tivemos a pontinha de sorte quando esse mesmo argumento foi desvalorizado na vitória tirada da cartola na final de 2016.

As coisas são como são e, concordando com a generalidade dos comentadores da nossa praça, esperava-se bem mais desta selecção, recheada de jogadores talentosos, pagos a peso de ouro e que fazem parte das melhores equipas europeias.

Mas é futebol, e pelo menos agora vamos ter uma acalmia, sobretudo nas televisões onde o tema era omnipresente em todos os canais.

20 de junho de 2021

11 contra 11 e no final volta a ganhar a Alemanha

Tal como no jogo  de Sub-21, a Alemanha ontem voltou a "puxar as orelhas" a Portugal. Não que sejamos meninos mal comportados mas porque, regra geral, somos fraquinhos, porventura fortes juntos dos fraquinhos. 

O nosso pobre futebol, que de forma surpreendente, quase milagrosa, conquistou o Europeu de Futebol em 2016, pode ser premiado uma vez, mas esperar que tal aconteça duas vezes já será milagre a mais. Pode ter sido mais que suficiente contra uma selecção magiar em Budapeste, mas contra adversários com o calibre da Alemanha, França, Espanha e Itália, a coisa fica bem mais difícil. Ainda Bélgica, Holanda, Inglaterra, etc.

Posto isto, e porque ainda temos todas as possibilidades de avançar para os oitavos de final da competição, até mesmo perdendo o último jogo da fase de grupos, pasme-se, temos que jogar bem melhor para poder avançar na prova e mostrar os galões de campeão europeu, mesmo que isso valha pouco pois bem sabemos como o conseguimos (a jogar pouquinho, pois claro).

Vamos, pois, derrotar a França, nem que seja com a ajuda do S. Patrício e um novo coelho da cartola, mesmo que não esteja lá o Éder.

3 de junho de 2021

Pobreza num regime democrático? Oh, não!

Há dois anos o presidente da nossa república, Prof. Marcelo, alertava para a existência de mais de dois milhões de portugueses em situação de pobreza. Repetiu a dose por estes dias em visita ao Banco Alimentar, onde exortou os demais portugueses (sendo que ficamos a saber se os ricos ou os menos pobres) a serem solidários e ajudar aquela instituição para que por sua vez possa apoiar quase meio milhão de famílias.

No meio desta realidade, não me espanta a dimensão da mesma; espanta-me que ainda se passe a ideia de que esta situação de pobreza era uma das características marcantes do antigo regime, coisa que, como se sabe e para quem já não se lembra, terminou há quase meio século.

Afinal de contas, esta nossa democracia madura e sólida, com instituições fortes e estáveis, ainda não conseguiu sanar essa coisa chamada pobreza. 

Mas vamos fazendo de conta que tudo está bem e malhar no ferro frio ajuda a disfarçar as verdadeiras causas. É que democracia e liberdade são coisas bonitas e necessárias mas não enchem a boca a quem tem fome nem sustentam as muitas necessidades de uma família tipo, padronizada por excesso de consumismo, encargos insustentáveis e uma pesada carga fiscal, aliada a uma política que incentiva o parasitismo e subsidiodependência antes de premiar o trabalho e o empreendedorismo.

30 de maio de 2021

Isto é gozar com as pessoas

O assunto da ordem do dia e dos últimos dias, que não tem passado despercebido, até porque toda a comunicação tem feito disso importante notícia de abertura, como se nada houvesse de mais importante no planeta, mostrando adeptos ingleses em pleno convívio e farra sem respeito pelas elementares regras de segurança face à pandemia Covid-19, parece merecer uma opinião mais ou menos consensual de muita gente, de anónimos a especialistas de Saúde, quanto ao desrespeito, incoerência e incongruência face ao que é pedido aos portugueses. 

Ainda ontem, enquanto toda aquela anarquia acontecia em vários pontos da cidade do Porto, a Protecção Civil enviava SMS aos portugueses a lembrar a obrigação do uso da máscara, do distanciamento social e a proibição de consumo de bebidas alcoólicas no espaço público. 

Cada um ajuizará com bem entender, mas para mim, e creio que para muitos, mais do que uma recomendação a ter em conta, essa SMS é uma pura provocação e ofensa pela incoerência e dualidade que revela. Isto é a brincar com as pessoas e fazer das mesmas anjinhos. 

Anda-se a obrigar as pessoas a regras mais ou menos apertadas, a proibir convívios familiares, a limitar número de pessoas em restaurantes e depois permite-se essas excepções, por mais importantes que sejam para a economia. Se o caso é a importância económica, então que se abram de forma plena todos os sectores.

Mas, no fundo, tudo está bem, porque apesar da bolha ter rebentado como um grande peido, se se fizer uma sondagem amanhã, o Governo e o partido que o sustenta estará mais uns pontos à frente nas intenções de voto.

Já cantava a Ana: "Quanto mais me bates, mais eu gosto de ti".

26 de maio de 2021

A feira das vacinas

As últimas notícias e testemunhos têm dado conta de alguma ou mesmo muita falta de organização nos processos de vacinação contra a Covid-19. Multidões à espera durante horas, apesar de em teoria todos terem uma hora marcada previamente.

Mesmo em Santa Maria da Feira a coisa também tem andado mal. Na era da digitalização em que já não se dá um peido sem que o mesmo possa ser registado e controlado por uma qualquer app, ainda subsistem algumas coisas bem à moda antiga e na base do "tudo à molhada e fé em Deus". Ainda por estes dias, não havia vacinas para os utentes agendados.

17 de maio de 2021

É tão saboroso pagar IMI

Acabei de pagar a minha primeira de duas prestações anuais do IMI - Imposto Municipal sobre Imóveis. É tão saboroso pagar este imposto ao Estado, ou, através dele, à Câmara Municipal. No fundo é pagar uma renda de um prédio que não lhes pertence. Mais prosaicamente, é pagar para ser fodido.

Dizem, com razão, que será dos impostos mais estúpidos. Mas, acrescento, também dos mais injustos, e desde logo porque ao edificar-se uma habitação, já se pagou taxas e licenças.

Mas, como diz o outro, mesmo sabendo que é um roubo travestido de legalidade, que lhes faça bom proveito.

Em contrapartida, conheço alguns doutores e engenheiros que estando a viver nas suas belas e boas casas há dezenas de anos, porque, ao arrepio da lei, ainda não solicitaram licenças de utilização, vão escapando a este imposto estúpido, pagando valores mínimos e no futuro sujeitos apenas à liquidação dos últimos quatro anos. Há crimes e ilegalidades que ainda compensam.

Siga, que é Portugal!

12 de maio de 2021

Sporting é campeão

 ...E o Sporting é campeão do futebol maior do nosso Portugal. Merecido. Era um crime que em seu lugar fosse um Benfica fraquinho dirigido pelo mestre das táticas ou um Porto treinado por um arruaceiro e com uma cultura de mergulhos que só esta época lhe valeram quase 20 penaltis, o que contrasta com apenas 1 do Benfica.

Mas para além de tudo, e porque a coisa não passa apenas de futebol, ontem com os festejos da massa adepta verde-branca, ficamos todos a saber que esta treta do distanciamento social e uso de máscara é só para ajuntamentos de meia dúzia. Para largos milhares, bem juntinhos em gritos de alegria, a coisa passa ao lado. 

Nestas coisas e pela amostra, o Estado e as suas forças da ordem dão provas de que são fortes com os fracos e poucos e fracos com os fortes e muitos.

4 de maio de 2021

Odemirações

O que está a acontecer no concelho de Odemira, em que o Governo procedeu à requisição civil de habitações particulares para albergar trabalhadores agrícolas no âmbito do controlo do surto da Covid-19 , é de todo lamentável, não porque não tenham que ser tomadas medidas, mas porque estes atropelos que alguns especialistas em Direito contestam quanto à sua legalidade, decorrem como consequência da própria inacção do Estado e das suas entidades. 

O próprio presidente da Câmara Municipal de Odemira terá relatado, com tempo, à Polícia Judiciária situações que indiciam esquemas pouco claros no âmbito da actividade de prestação de serviços, imigração ilegal e escravatura e que em muito ajudam a compreender o contexto a que se chegou. Ou seja, o Estado e o Governo não têm actuado, não têm fiscalizado, permitindo este descontrolo e agora, para atalhar, corta a direito atentando contra a propriedade privada.

Entretanto parece que com as crescentes denúncias está a ser feita alguma investigação. Os alvos serão, essencialmente, os pequenos empresários responsáveis pela vinda para o nosso país de trabalhadores estrangeiros, provenientes na sua maioria  do Bangladesh, Nepal e Tailândia, os quais recebem um baixo salário e vivem sem condições, num chiqueiro de insalubridade. No escasso tempo em que não estão a trabalhar nas colheitas nos campos, ficam amontoados em casas que mais parecem pocilgas e que são arrendadas por terceiros e pelas quais pagam entre 100 e 120 euros mensais.

Não vêm para a apanha da banana, mas como este parece ser um país de bananas, torna-se um paraíso para quantos vivem à custa da miséria humana. O nosso Governo, claro, tem deixado que a coisa prospere e não fosse esta situação de pandemia a trazer a coisa à tona do charco e tudo continuaria na mesma.

Vamos ver o que vai mudar mas seguramente não muda que tem responsabilidade.

27 de abril de 2021

Batam-nos que nós gostamos

Os números e os factos não enganam: Portugal tem o preço da gasolina como dos mais caros na Europa, ocupando o honroso quarto lugar, só abaixo da Holanda, Dinamarca e Grécia. A nível mundial tem conseguido aguentar-se no Top 10. Um feito!

Já quanto ao preço da electricidade, o nosso país quase que se nivela pela posição relativamente à gasolina e tem a electricidade e o gás como dos mais caros da Europa e ocupa com mérito o Top 10. 

Ainda quanto à electricidade, os especialistas fizeram as contas e dizem que 47% da factura mensal é para taxas e impostos, incluindo a ajuda à rádio e à televisão, gente pobre a precisar de apoio. Aliás, a factura da electricidade é uma espécie de fralda, que absorve  taxas para toda a merda.

Com tudo isto, só temos motivos para estar felizes, mesmo que o nosso ordenado mínimo na Europa dos 27 se fique modestamente pelo meio da tabela. Ou seja, autênticos ricos no que pagamos mas pobres no que recebemos. Será por isto que o partido do Governo tem mantido sondagens que o colocam bem na frente das intenções de voto. 

Desculpando a linguagem e não usando a mais brejeira (mesmo que este sítio interesse apenas a pessoas maiores de 18 anos), somos piores que as meretrizes, pois estas são fodidas mas pelo menos pagam-lhes.

15 de abril de 2021

Ofensivamente

O presidente da nossa república, aviou mais um estado de emergência (pela quantidade e banalização já lhes perdi a conta). 

Na sua declaração ao país, a abrir os telejornais, entre mais do mesmo e num discurso para o qual já não há pachorra, disse que este é o "começo da ponta final do período mais difícil da vida coletiva desde a Gripe Espanhola, com mais mortes do que a Grande Guerra ou as lutas africanas de há sessenta anos".

Cada um pensará o que muito bem quiser, mas esta comparação das mortes por ou com Covid, com as mortes na grande guerra e nas guerras em África, é no mínimo ofensiva. Ofensiva para todos quantos deram a vida de forma gratuita em guerras que não eram as suas, enviados como carne para canhão. Não havia necessidade desta comparação inusitada, desproporcional e idiota. Para se chamar a atenção da gravidade da pandemia não havia necessidade de banalizar, comparando o incomparável.

Mas é o que temos, e a maioria de quantos votaram (menos de metade dos portugueses) achou que com ele estamos bem representados.

Siga!

13 de abril de 2021

Ecoponto no lugar da Igreja


Pelos piores motivos, é sabido que o ecoponto no lugar da Igreja aqui em Guisande, constitui um mau exemplo de limpeza e de civismo na sua utilização. São frequentes e recorrentes os casos de deposição de lixos inapropriados. Foi, inclusive, há uns anos, alvo de vandalismo e incendiado (imagem acima).

É certo que deste mal sofrem a generalidade dos ecopontos, porque a falta de civismo e respeito é transversal e não é exclusivo de Guisande. De resto, muitos dos prevaricadores são de outras freguesias porque procuram agir sobre o anonimato.

A agravar esta situação, o ecoponto no lugar da Igreja tem um impacto acrescido já que se localiza numa zona envolvente à igreja, que deveria primar pelo embelezamento e limpeza frequentes.

Neste contexto, e porque antes da minha passagem pela Junta da União de Freguesias várias vezes apontei o facto de não se tomar medidas, nomeadamente com a deslocação do ecoponto para um local com menos impacto, uma vez na Junta coloquei o assunto ao restante executivo Assim, em email datado de 22 de Fevereiro de 2017, remeti a minha proposta de deslocação do ecoponto pata junto ao cruzamento da Rua da Igreja com a Rua do Outeiro e Rua Nª Sª da Boa Fortuna. Mantinha-se o ecoponto,  num lugar acessível e próximo, e pelo menos com menor impacto visual, libertando a envolvente da igreja desse "cancro". Pareceu-me sempre uma solução interessante e prática.

Levantei, igualmente, o assunto em reunião de Junta em 23 de Março de 2015, conforme extracto da acta da reunião de Junta.


Infelizmente, apesar dessa minha vontade e insistência, certo é que, para meu desapontamento, a mudança nunca foi concretizada. 

Ou seja, ficamos todos a perceber que por vezes para as coisas mudarem é preciso mais que ideias e vontades. É preciso que terceiros, quem manda, as acolham e as passem à prática.  Quando assim não acontece e se chuta para o lado, o estado das coisas perpetua-se, e no caso em concreto, tem-se mantido a badalhoquice e a estrumeira junto a um local que deveria ser exemplo de limpeza e asseio.

Fica, pois, pelo menos justificada a tentativa, embora não tenha passado disso. Por estas e por outras, é que é preferível, tantas vezes,  irmos à pesca, do que perder tempo a exercer cidadania.

[Ver proposta]

8 de abril de 2021

Sócrates vai ou não a julgamento? - Bahhh! Achas?...

Parece que amanhã a nação vai ficar a saber se o juiz Ivo Rosa vai levar José Sócrates a julgamento. A decisão instrutória sobre a Operação Marquês ocorrerá no início da tarde e será transmitida em directo, à laia de um Big Brother.

Mas é claro que, para além de tudo quanto se disse e das evidências evidentes, o ex-primeiro-ministro vai  sair do tribunal como um herói e mártir da coisa. Quando muito, da longa lista de graves crimes de que é acusado, ficarão dois ou três "para inglês ver", que depois também não darão em nada. 

Afinal, neste país vai-se preso por roubar uma lata de salsichas, mas as grandes figuras são intocáveis num sistema de protecção mútua e corporativista. A caducidade de crimes por arrasto do processo, sendo por si mesma condenável, é apenas um artifício necessário, porque importa, ao sistema, que estes mega processos se arrastem quase indefinidamente para perderem o impacto e a eficácia.

Por conseguinte, fosse assim tão fácil acertar no Euro Milhões quanto ao que vai ser decidido.

No final tudo acaba bem e o quem se fode é quem foi fodido, o povo! Siga!

5 de abril de 2021

Hoje como há 3 meses

Há três meses, em 6 de Janeiro passado, escrevi por aqui o que pensava em relação às próximas eleições autárquicas, particularmente no contexto da nossa União de Freguesias.

De lá para cá nada se alterou a não ser no crescendo das movimentações com vista ao posicionamento e formação das listas que hão-de concorrer. Por conseguinte já se sabem algumas coisas porque foram públicas, nomeadamente o facto de que o ainda actual presidente da Junta da União, não se recandidatará. Parece que o afirmou em entrevista a um jornal local, que ainda não li. Tal não constitui surpresa como surpresa não seria se voltasse a encabeçar a lista. Nestas coisas da política já não há nada que surpreenda a não ser a alguém que seja um verdadeiro "anjinho".

Quanto a quem será o cabeça-de-lista pelo PSD, tem-se falado, mas em rigor tanto se me dá que seja o A como o B ou mesmo o C. Nesta estrutura falhada  de uniões de freguesias, nomeadamente da nossa,  qualquer composição está destinada ao fracasso e ao desequilíbrio porque nasceu doente e coxa. Terá que ser reunido um conjunto de bons requisitos para que a coisa possa funcionar, desde logo, para além da qualidade das pessoas, uma filosofia que parece andar arredada na generalidade das uniões de freguesia, que é o respeito pela identidade de cada uma das partes e igual tratamento.

Posto isto, e apesar das tais "movimentações", que são normais, pela parte que me toca é um "peditório" para o qual já contribui, com grande custo, porque em rigor nada do que perspectivei e acalentei como uma mudança, e que alguém superior anuiu, porque posto em programa oficial, nada foi cumprido. De tudo quanto acreditei que fosse executado na freguesia de Guisande, nada foi concretizado. Mesmo nas mais simples questões tudo foi desconsiderado. Nem a localização da "cagadeira" do ecoponto no lugar da Igreja consegui que mudassem.

Também no que poderia ser um modelo de gestão adaptado à nova realidade de uniões de freguesias, com um papel relevante a cada um dos representantes, foi "chover no molhado" porque quem o poderia fazer preferiu não abdicar de nada, apenas continuar pleno no cadeirão das competências. Para o resto da tropa, apenas a função de "moços de recados" e limpadores de sanitários, como bons voluntários.

Por conseguinte, perspectivar que alguém que passou por esta provação, poderá estar receptivo a repetir a "dose" é algo descabido, mesmo irrealista. 

De resto, o que não falta por aí é gente capaz, até mesmo doutores e engenheiros. Também uma boa oportunidade para integrar os habituais "chicos-espertos" sempre tão ladinos a criticar e a rebaixar o papel de quem faz parte das juntas. É uma oportunidade de se chegarem à frente e mostrarem o que valem. Mas destes, a esperança é débil porque está-lhes na natureza serem apenas "papagaios" e mestres da bazófia. Preferem continuar a "andar por aí" a "cagar postas de pescada" e mandar "bitaites". Nisso são bons.

Vamos, pois, aguardar com serenidade as "movimentações". Apenas desejo que me passem bem ao largo.

29 de março de 2021

Venham as cabras

É certo e louvável que a Câmara Municipal de Santa Maria tem feito um grande investimento na pavimentação de muitas ruas no concelho, mas muitas há ainda à espera de requalificação. Por outro lado percebe-se que as Juntas de Freguesias, à boleia destes investimentos do município e regra geral exauridas das suas finanças, pouco ou nada têm gasto do orçamento próprio em pavimentações.

Não surpreende, por isso, que ainda muitas ruas estejam em condições deploráveis. Em Guisande ainda subsiste a Rua da Zona Industrial, a rainha da buracada, mas em várias freguesias mais há. Ainda por estes dias, circulando de bicicleta em Romariz, na Rua Cruz da Lavoura, que liga os lugares de Mouquim à Cruz da Lavoura, vê-se o mau estado da mesma, com autênticas crateras. E nem se percebe sequer um mínimo esforço por parte da Junta local em aplicar os habituais remendos de almôndegas de massa. Mesmo em Romariz, continua em mau estado a Rua Fonte do Uíma, de Fafião à parte baixa de Duas Igrejas, uma rua com bastante trânsito. 

Assim, face a este permanente estado, mas valia que algumas ruas fossem desclassificadas e fossem equiparadas a caminhos destinados a tractores e a retro-escavadoras e sinalizadas como tal.

A juntar a tudo isto, são mais que muitas as ruas com boa pavimentação mas com remendos toscos decorrentes das intervenções nas redes públicas de águas e esgotos e que, aparentemente sem fiscalização e sem penalização, permanecem definitivamente por rematar de forma correcta. Este é, todavia, um (mau) hábito que parece não ter emenda e a Indáqua parece movimentar-se à vontade neste facilitismo.

22 de março de 2021

Direitos...

É sabido que as manifestações anti-racismo estão na moda. Têm um leitmotiv válido e importante, pois claro, porque o racismo é de todo injustificável, como a intolerância, discriminação, a violência, a criminalidade, etc, etc.  Mas, na onda, tantas vezes vêm ao de cima por agendas meramente partidárias e ideológicas que em nada ajudam, antes, muitas vezes, servem apenas para extremar posições.

Em todo o caso, sempre que se ouvem no palco mediático alguns responsáveis desses movimentos, como o grotesco Mamadou Ba, uma espécie de raposa em galinheiro, com ares de galo protector, ou como ainda ontem, na TV, o José Falcão, fundador do movimento SOS Racismo, em tudo quanto possam dizer de verdade, certo é que uma palavra que reiteradamente repetem é "direitos". Direito a isto, direito àquilo, direito àqueloutro, para tudo e todos. E podemos facilmente concordar com a necessidade de garantia de todos esses direitos tão dados como adquiridos num estado democrático, mas o que nunca ouvimos dessas figuras que botam faladura inflamada sobre o racismo, é aquela palavrinha "dever". Se quisermos, dever e responsabilidade. Ou seja, para que as coisas se equilibrem, convém que para cada direito, se contraponha um dever, para cada regalia, uma responsabilidade. 

Assim, para além do combate que devemos fazer a todas as manifestações concretas de racismo, relevando algum folclore e oportunismo de agendas, convém que para cada direito, se exija um dever. Desde, logo, à cabeça, para quem de outras paragens, raízes e culturas venha para o nosso país, como destino de trabalho e vida, cumpra uma coisinha chamada respeito por quem cá está, pela nossa cultura, usos e costumes. Porque chegar cá e pretender impor as suas, limitando as nossas, desrespeitando os nossos símbolos e valores, aí sim, temos que ser racistas, não no sentido de raça étnica nas no sentido de que  não devemos gostar de raças de víboras oportunistas e que vivem à custa do parasitismo e do estado social, sejam elas brancas, pretas, amarelas ou vermelhas.

Já agora, José Falcão, esse "activista" dos direitos, é o mesmo que perante cartazes exibidos em manifestações, do tipo "...polícia bom é um polícia morto", considerou apenas que se tratava de "liberdade de expressão" e que tal não justificava prática de crime. Ora fica tudo dito quanto à postura deste tipo de activistas. 

Num exercício ao contrário, que diria José Falcão se nos cartazes estivesse estampada a mensagem "...preto bom é preto morto!"? Continuaria a ser "liberdade de expressão"?

A Lei, quanto à instigação pública a um crime, diz:

1 - Quem, em reunião pública, através de meio de comunicação social, por divulgação de escrito ou outro meio de reprodução técnica, provocar ou incitar à prática de um crime determinado é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.

Ora para o Sr. Falcão e dirigentes que vão vivendo da coisa, a lei deve estar escrita em chinelês e quando traduzida para falconês quer dizer "liberdade de expressão". 

Assim, com estes "parasitas", que "combatendo" o racismo, precisam dele como forma de viver, não vamos lá!

11 de março de 2021

Vai de tudo...

A ter em conta o que se vai ouvindo por aqui e por ali, parece que a nossa freguesia está de novo a saque. Tal como na pandemia que nos vai constrangendo os dias, parece que uma nova vaga está a acontecer e já são vários os relatos de assaltos ou roubos, como que lhes queiram chamar. E vai de tudo, desde o óbvio pilim e objectos de valor como vão as couves na horta e o cebolo nos canteiros.

É claro que com tudo isto, as forças de segurança parece que andam ocupadas a caçar gambuzinos e a multar quem se aproxima do postigo do tasco ou quem põe um pé fora do concelho. Já quanto ao vigiar, zelar pela segurança das pessoas e dos seus bens e ir à cata do criminoso, aí a coisa fica mais perra. 

Assim sendo e em resumo, estamos fodidos e entregues à bicharada, cada um por si. Só com alguma vigília e um pau de marmeleiro a coisa poderá ser aliviada.


10 de março de 2021

Cagadores encartados

A higiene e limpeza nos espaços públicos, como quem diz a higiene urbana, está regulamentada em quase todos as Câmaras Municipais, nomeadamente na de Santa Maria da Feira, que dispõe do seu Regulamento de Resíduos Sólidos e Higiene Urbana

O incumprimento dos mesmos regulamentos, seja por parte de empresas ou particulares,  pode naturalmente dar lugar à aplicação de coimas, mesmo sabendo-se que na prática, é quase um "faz de conta", já que mesmo em situações flagrantes poucas são as consequências e em muitos casos são as próprias autarquias a "pôr o pé na argola".

Más há um tipo de prática corrente e recorrente de sujidade na via pública, sobretudo em ambientes rurais, que, pelo que tenho analisado, passa ao lado dos regulamentos camarários ou então de leitura e interpretação dúbias. Falo do caso da sujidade das ruas decorrentes de saídas de estaleiros de obras, locais de aterros e desaterros e ainda de lavoura de terrenos agrícolas, seja com terra seja com estrume. Em ambos os casos verifica-se um recorrente abuso e desrespeito, já que antes de se fazerem à estrada ninguém tem a preocupação de limpar e lavar, mesmo que de forma mais superficial,  alfaias, rodados de tractores e camiões, deixando rastos e terrões em longas extensões das ruas, desde o "local do crime" até à "toca".

Há Câmaras, poucas, que têm essa especificação, mas no geral tudo é resumido a entulhos e resíduos de obras, escapando ao crivo as situações atrás referidas.

Em resumo, o que não falta por aí é "cagões" despreocupados e sem qualquer sensibilidade para com o respeito do espaço público que é, afinal, de todos nós. Ora quando se junta esta falta de cultura cívica à falta de regulamentação e penalização aos prevaricadores, tudo é possível e daí não surpreende o que vamos vendo.

Mas como estamos em Portugal, não é de todo surpreendente. Não generalizando, afinal, o mal de Portugal foi sempre o ter "portugueses".

5 de março de 2021

Meter a mão ao saco

Nós, os seres humanos, temos muitas coisas em comum, entre elas o facto de termos os nossos defeitos e as nossas virtudes. Está-nos no sangue, quer pela genética, quer pelo tipo de educação e formação que foram capazes de nos dar e fomos capazes de assimilar. 

Neste contexto e por muitos outros motivos, há aqueles em que as virtudes, talvez por serem mais, se destacam em relação aos defeitos e também o contrário, talvez por estes serem muitos. 

Em resumo, somos capazes do melhor e do pior e mesmo quando tudo fazemos para termos comportamentos correctos e adequados num contexto de vivência e convivência em sociedade, frequentemente e com facilidade deixamos o pé escorregar e lá fazemos o que não devíamos fazer, como quem diz na gíria, "fazer merda" ou "mijar fora do penico". 

Mas quando consideramos e julgamos determinado comportamento como incorrecto e reprovável, há sempre alguém que ainda capaz de cavar mais fundo e mostrar que ainda há margem de manobra para descer mais baixo na espertalhice.

Todo este palavreado para de algum modo enquadrar um situação que, não só eu como, creio, várias pessoas que por ali passam já se aperceberam. Ou seja, no sítio do Ecoponto no lugar da Igreja, um autêntico escarro na freguesia, uma espécie de cagadeira, mais do que entulheira, a que quem com responsabilidade não consegue pôr fim (bem o tentei, sem êxito, quando passei pela Junta, porque quem tinha esse poder não o exerceu), alguém badalhoco e com o tal nível de comportamento cívico nivelado muito por baixo, ali depositou há vários dias uns enormes sacos contendo plásticos diversos.

Pois bem, alguém ainda com um nível mais baixo, percebeu que os sacos, de ráfia, daqueles enormes que habitualmente se usam nas corticeiras para armazenar rolhas, estavam em bom estado e poderiam ter utilidade, vai daí, vaza o conteúdo no chão, complicando a sua recolha, e lá vai à sua vidinha com os sacos na saca.

Como se vê, quando achamos que já vimos de tudo, incluindo um porco a fazer renda, lá vem alguém com mais uma novidade que nos surpreende.

É o circo da vida no seu melhor (pior).

24 de fevereiro de 2021

O Senhor Malato

O Senhor Malato é figura conhecida do público, principalmente daquele que assiste na nossa RTP a programas de entretenimento, de enchimento de chouriços e de venda de chamadas telefónicas de custo acrescentado. Ele é polivalente e pau para toda a colher. Ele tanto apresenta feiras de enchidos como natais dos hospitais como a festa das vindimas. Em resumo, goste-se ou não, ele é popular. 

O Senhor é tão popular que até em Monforte, sua terra de nascimento, no Alentejo, à falta de melhor motivo, deram-lhe nome de uma praça. Mas o Senhor Malato parece que é mal agradecido, e indignado por uma grande parte do povo alentejano ter votado no Senhor André Ventura, na eleição para as presidenciais, vai daí e reagiu histericamente dizendo que "...O Alentejo é uma vergonha. Gente sem memória! Sou lisboeta, a partir de hoje”.

Mas sem memória porquê? O que mudou de substancial para que invoque a perda de memória. Não terá sido o contrário, o recuperar da memória de uma povo e de uma região que 50 anos passados sobre a revolução de Abril continua com os mesmos problemas? Em que continua a ser a terra dos montes e das quintas onde os senhores malatos, resolvidos nas suas vidinhas, ali regressam numas escapadinhas das lisboas nuns fins-de-semana para umas festarolas e tainadas?

Ora, a propósito, um seu conterrâneo, indignado por este despeito, lançou uma petição online para requerer na Câmara local a retirada do seu nome da praça. A Câmara apreciou a coisa e apesar dos milhares de assinaturas, optou por manter a praça com o nome de tão ilustre celebridade mesmo que esta se tenha envergonhado do seu povo e que passe a ser um genuíno alfacinha. Antes não desagradar a um que agradar a milhares, terá entendido.

Em resumo, o Senhor Malato é daqueles que se mostra contra o preconceito, defende a democracia, os seus valores e o direito ao ser diferente e ao pensar diferente, e não porque seja homossexual assumido, mas porque tem esse direito. Mas, em contrapartida, na realidade, o Senhor Malato indigna-se com quem pensa diferente, com quem não vê só à esquerda, com quem vê para além do politicamente correcto.

Com tudo isto o Senhor Malato borrou a escrita. Não havia necessidade, se bem que, lá diz a publicidade,  "o algodão não engana".