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9 de novembro de 2021

Desinteresses


As Juntas passam e sucedem-se, mas na realidade parece haver um ponto em comum: o desinteresse e o desleixo pela limpeza e asseio de alguns locais tidos como salas de visita. O Monte do Viso é disso um bom (mau) exemplo.

Quando acedi a fazer parte de uma lista que concorreu e venceu as eleições e delas fiz parte do executivo como vogal, fiz constar do programa a requalificação da zona de merendas do Monte do Viso. Na realidade desde cedo percebi que por parte de quem realmente mandava e detinha o poder, tanto do presidente da Junta como da própria Câmara Municipal, não havia o mínimo interesse em honrar o compromisso assumido perante os eleitores e realizar a obra. De resto, foi precisamente durante uma visita do executivo camarário ao local, que perante o seu desinteresse demonstrado, inclusive o de considerar que o local estava bem como estava, que selei ali a minha intenção de abandonar o executivo logo que cumprisse o mandato, porque dali, daquela postura e falta de ambição e desinteresse não esperava mais nada.

Cheguei a pagar do meu bolso limpezas no próprio parque e ruas envolventes  e fazer com as minhas mãos limpezas das instalações sanitárias e recolha de lixo, mas de facto foi uma decepção total quanto ao desinteresse superior. Assim não é possível.

Passou o curto mandato, passou um segundo e nada vezes nada ali se fez, nem sequer foi dada continuidade ao processo de alargamento da Rua de Santo António, na parte nascente, que havia sido iniciado no anterior mandato, já que havia a concordância de todos os proprietários dos terrenos e colhidos documentos para o tratamento do protocolo. Pelo contrário, pese a pavimentação por parte da Câmara, a largura da rua, já por si muito estreita, ao formar-se uma ligeira valeta para escorrimento das águas, ficou ainda mais reduzida, impedindo praticamente a passagem simultânea de dois carros. Claro que em dia de eventos no Monte do Viso, na capela ou no Centro Social, o constrangimento na circulação é mais notório.

Uma miséria e desinteresse geral. Felizmente, por vontade do povo, já foi arrumada essa gente desinteressada. Ovelhas não são para mato.

Já se iniciou um terceiro mandato. Esperemos que no actual algo se faça, porque ali há muito a fazer, desde logo uma intervenção profunda nas calçadas da alameda e passeio, mas, por ora, pede-se o mais simples: A limpeza periódica.

Por ora, é lixo que não se recolhe, são candeeiros danificados, é o lago desmazelado e repleto de jacintos e matéria orgânica. Dá pena ver assim a nossa sala tão abandonada.

Importa, pois, um olhar mais cuidado e que, alguém que represente a freguesia por ali passe com mais frequência, não para fazer limpezas pelas próprias mãos ou pagar do seu bolso a jornaleiros, mas pelo menos para dar conta do seu estado. Na eventualidade de não saber onde fica, pode ligar o GPS ou perguntar a quem saiba.

5 de novembro de 2021

Paradoxos


Por força do meu trabalho, um pouco por todo o concelho tenho visitado inúmeras instalações de pavilhões industriais, modernamente ditos de actividades económicas, na maior parte das vezes, com uma raíz clandestina ou com ampliações e alterações substanciais relativamente ao título de edificação original, sem alvarás de utilização e com actividades quase sempre sem as necessárias autorizações. E algumas dessas empresas literalmente com largas dezenas de trabalhadores. 

A enfeitar o ramalhete, muitas dessas instalações, onde trabalham pessoas, não têm condições de higiene e segurança nem cumprem alguns dos requisitos regulamentares, nomeadamente quanto a pés-direitos, instalações sanitárias, acessibilidades, etc. Já para não falar nas questões de gestão e tratamento de resíduos e efluentes. Quanto à integração urbana e qualidade arquitectónica, é melhor passar.

Mas apesar de tudo, porque a economia não pode parar, as coisas vão rolando nesta ilegalidade e parece que ninguém fiscaliza nem penaliza. De resto o problema não é de agora e a incidência é naturalmente maior em construções concretizadas nas décadas de 1970, 80 e 90 e englobam muitas das chamadas empresas de vão de escada. As zonas industriais vieram estabelecer alguma ordem e construções e actividades relativamente licenciadas, mas para trás é um Deus nos acuda.

Ainda por estes dias, estive numa empresa com a instalação implantada literalmente à face de uma linha de água com alguma importãncia na nossa rede hidrográfica, com instalações ainda sem acabamentos interiores, com tijolo e blocos à vista, com um sanitário para homens e mulheres, com as diferentes peças sanitárias num único espaço, etc. Pensei que isto não era possível nestes tempos, em que para se fazer um galinheiro ou levantar um muro aos 2,20 metros é obrigatório um projecto e uma licença. Mas sim, são mais que muitas estas situações precárias. No nosso concelho, claro.

Mas paradoxalmente, e nestas coisas há sempre paradoxos, fico chocado quando, como ainda há algum tempo em Canedo, o proprietário de uma humilde habitação, só porque estava a habitar sem o respectivo alvará de utilização, foi penalizado com a aplicação de uma coima que naturalmente teve que pagar, mesmo que com o especial favor de ser em prestações. O choque e esta disparidade de critérios, é maior quando se sabe que a família tem poucos recursos, a esposa tem um simples emprego de ordenado mínimo e o marido sem emprego porque com problemas de doença e de mobilidade.

Como cereja no topo do bolo, importa dizer que habitações habitadas no nosso concelho sem os respectivos alvarás de utilização são mais que muitas. Mesmo muitas. Já quanto a construções com alterações e ampliações não licenciadas, serão seguramente aos milhares.

Deixemos, pois, a economia rolar porque importa o índice de empregabilidade, dê-se tempo e lugar a que as empresas regularizem as suas situações, mas, por favor, não penalizem quem menos pode, quantas vezes por uma mera lana caprina, porque  só acentua o sentido de injustiça para os mais fracos e impunidade de quem mais pode e prevarica com coisas de significado. No fundo, evitar a máxima "ser fortes com os fracos e fracos com os fortes".

3 de novembro de 2021

Coisas do futebol

Como adepto benfiquista, mesmo que nos últimos tempos pouco seguidor, não sei se me custa mais encaixar uma nova pesada derrota, mesmo que no pressuposto de ter sido contra, porventura, a melhor equipa do mundo e arredores (o Bayern de Munique), se as (in)justificações do seu treinador, Jorge Jesus, que, parece-me, cada vez está mais um mestre das basófias do que outra coisa qualquer incluindo a de treinador.

Bem sei que, como lugar comum, isto são coisas do futebol e que se ganha a um Barcelona e que a seguir se perde com um Portimonense, etc, e portanto coisas  a relativizar, mas pelo menos alguma coerência e objectividade ficam sempre bem a quem se desculpa. É que a dado momento já não há pachorra para ouvir alguns dos nossos treinadores. Ouvir Jorge Jesus ou Sérgio Conceição é já quase como tomar remédio das bichas ou óleo de fígado de bacalhau. 

Em resumo, são mesmo coisas do futebol e só uma carga muito grande de irracionalidade e doentismo é que nos leva a perder algum tempo a ou dar alguma importância a estas coisas. 

Entretanto, outro mestre das táticas e dos seus esquemas em papel, que tanto sucesso fizeram enquanto treinador do F.C. do Porto, o NES, Nuno Espírito Santos, lá foi despedido do Tottenham, mas parece que, tal como o Mourinho, o Special One,se prepara para vir com uma mão à frente e outras atrás com, fala-se, 17 milhões. São uma imoralidade estes valores pagos pelo insucesso ou, quiçá, incompetência, mas, cá está, são as tais coisas do futebol. Com 17 milhões pode reformar-se e ir treinar algures um clube de veteranos lá para a Polinésia, que tem boas praias e melhor marisco.

Quanto ao Mourinho, o relógio estará em "countdown". Tic-tac, tic-tac. Os romanos que preparem mais uma malada para a despedida.

2 de novembro de 2021

- Tome apenas o que quiser!

 


Como povo e país temos muitas singularidades e algumas particularidades que mereciam ser alvo de um caso de estudo, uma delas a de valorizar, adoptar e mesmo importar de forma exagerada os anglicanismos e até mesmo algumas tradições.  Neste caso, o Halloween ou Dia das Bruxas, claramente uma importação asociada aos interesses comerciais e decorrente da colonização do show business das terras do Tio Sam. 

Esta, também uma forma de pandemia (e para a qual não há vacina), espalhou-se rapidamente e já não só interessa a espaços comerciais e restauração, como as própias escolas adoptaram-na e impuseram-na ao calendário, porventura até com mais força do que as relacionadas ao calendário litúrgico e religioso, como Natal e Páscoa, porque a muitos pais e educadores tá-se bem para a cultura das fantasias, bruxinhas e abóboras escavacadas, do que algo que se relacione à religião. Credo em cruz!

Assim, vamos indo confortáveis nesta onda a que alguns rotulam de provincianismo, mas já não há volta a dar a esta colonização. Claro está que, muitas das nossas genuínas  tradições ficam esquecidas ou desprezadas, mesmo que uma ou outra, a reboque de alguma agenda turística e de destaque dos média vá ganhando importância, como, por exemplo, os "caretos" de Podence, em Trás-os-Montes, mas quase sempre num contexto local.

Nada melhor, pois, que uma tradição que nos é servida em doses maciças em tudo quanto é série e filme com produção na terra dos camones.

Mas, como diria o Tiririca, "pior do que está não fica", e também não é por aí que vem o mal ao mundo e depois e além disso, como responderia o tasqueiro perante a reclamação do cliente de lhe ter servido o café com a chávena demasiado cheia, "- Ó amigo, tome apenas o que quiser!".


[Nota: Bruxinha "roubada" à Palmira no Restaurante "O Lavrador".]

29 de outubro de 2021

Alarvidade sem verdade

Com tanto destaque dado por toda a imprensa, ao assunto do chumbo do Orçamento de Estado e da consequente queda aparatosa da geringonça, da ida ao multibanco do presidente Marcelo, pouco ou nada se falou sobre a queda aparatosa do F.C. do Porto na Taça da Liga e a quase eminente saída dela do Benfica e muito menos se tem falado do facto do Noquinhas dos Anzóis andar de caganeira.

Seja como for, do muito que foi dito, registei sobretudo a deselegância e até arruaceirisse do ministro primeiro, António Costa, quando no hemiciclo da Assembleia da República disse que não se podia contar com a Direita parlamentar porque esta "estava encerrada para obras". 

Ora esta alarvidade, com maior significado porque dita por quem a disse, resulta de uma circunstância naturalíssima em democracia e na vida dos partidos políticos democráticos, que é a das disputas e clarificações de liderança nos mesmos. E estas situações são transversais a todos os partidos, mesmo que em diferentes momentos, seja o PSD, o CDS, o Chega ou o PS, etc. O próprio António Costa já participou nessas "obras" em disputas, nem sempre leais, mesmo com laivos de traição a outros correligionários, como a António José Seguro, no envolvimento das primárias do Partido Socialista de 2014.

A não ser, claro, em partidos totalitários onde não há disputas mas sim sucessões e dinastias, e onde os putativos elementos que se arvoram a opositores são puramente afastados, aniquiliados, envenenados ou detidos sumariamente, como acontece na Rússia, China e outros quejandos, onde vai mandando a ditadura e a autocracia.

Por isso, António Costa ao banalizar esta situação diz tudo do seu perfil e da sua democraticidade. Não lhe fica bem mas com aquele cabelo branco sobre um rosto sorridente em tom de canela dá-lhe um ar cómico e não falta quem disso se ria e entusiasme.

27 de outubro de 2021

A borralheirar

Para quem tem o hábito saudavel da fazer pela nossa freguesia a sua caminhada ao princípio da noite, por estes dias em certos locais terá que passar com dificuldades respiratórias tal é a quantidade de borralheiras a fumegar nos campos e quintais. Com o tempo mais fresco e o ar mais pessado, o fumo não sobe e espalha-se pelos lugares a envolver ruas e casas e em certos locais chega mesmo a intoxicar, como ainda ontem no lugar das Quintães e na Segunda-Feira no lugar de Casaldaça.

A freguesia está, pois, a borralheirar. Ainda com velhos e maus hábitos, a maioria desconhece ou ignora o conceito de compostagem ou de depositar os resíduos vegetais das limpezas da hortas e quintais nos locais adequados. No mínimo dá trabalho e é sempre mais fácil acender um fósforo e deixar a vizinhança a respirar fumo, como presuntos ou salpicões. Afinal o ditado diz que o fumo conserva.

Neste contexto de hábitos ancestrais, ainda há muito caminho a percorrer e muita borralheira para fumegar.

25 de outubro de 2021

O Ivaucher é uma caca


Digamos que, como somos pessoas educadas e civilizadas, o processo do Ivaucher "é uma merda". Já era "uma merda" e agora com a cena dos descontos nos combustíveis, é "uma merda maior". De resto mesmo tentando a adesão, e desde logo sendo certa a dificuldade a muitos que sofrem inaptidão ao uso de tecnologias, para além de obrigatoriedade de ter telemóvel e cartão de débito, por estes dias, e desde o anúncio por parte do Governo, tem sido impossível a adesão, nunca chegando o SMS do código de confirmação.

O jornalista da RTP José Rodrigues dos Santos há dias ainda questionou o membro do Governo que ali estava para dar esclarecimentos do funcionamento desta geringonça, se não seria mais fácil permitir o abaixamento directo de modo a reflectir o desconto, mas ele foi contornando a pergunta e respondendo enviesadamente, disfarçando ou relevando a complexidade da coisa e da pouca universalidade de acesso ao desconto previsto. Para além do mais, não garantiu a adesão de todos os operadores do sector da venda de combustíveis, o que significa que poderemos ter que ir abastecer só em determinados postos aderentes.

Enfim, coisas para enganar tolos, numa espécie de pista de saltos de cavalo com os obstáculos montados prepositadamente para nem todos os conseguirem transpor e com isso pouparem uns tostões. Dito de outra forma, um percurso com muitas cascas de banana espalhadas.

Portanto, o veredicto: "O Ivaucher é mesmo uma valente merda".

21 de outubro de 2021

Omissões...

A lei, dizem, é omissa. Pois, pois, é omissa porque é feita (ou não) precisamente por quem beneficia da omissão. 

Isto a propósito de, passado quase um mês após a realização das eleições autárquicas, em 26 de Setembro último, recorde-se, ainda estarem por aí plantados cartazes e outdoors da campanha eleitoral, um deles esparramado junto à rotunda da Cruz de Ferro, com os então candidatos à Câmara e à Assembleia de Freguesia, pelo PSD, a prometerem "Juntos vamos fazer obra". Por conseguinte, a ter em conta os resultados, faria sentido que fosse logo retirado no dia seguinte às eleições.

A tal lei que dizem omissa quanto aos prazos e obrigatoriedade de retirada dos mesmos elementos de campanha que teimam em manter-se firmes e hirtos, é mesmo omissa e permite caricatamente estes episódios fora de prazo.

Ora os partidos e as forças concorrentes responsáveis por essa publicidade política deveriam ser obrigados, no prazo mínimo de uma semana, vá lá, duas, a retirar do espaço público esses elementos sob pena de pesadas coimas. Mas, lá está, porque carga de água os partidos iriam fazer leis e regulamentos para se auto-penalizarem?

Asssim sendo, com jeitinho o outodoor na Cruz de Ferro, com outros mais por aí, estará ali até à Páscoa ou até que os rigores do Inverno tomem conta da ocorrência.

Um acidente estranho...

Quando logo pela manhã abres a internet e aparece um anúncio teimoso a dar a "novidade" de que "mulher (de 73 anos) descobriu acidentalmente método estranho que ajuda a rejuvenescer o rosto", é de se ficar logo com o dia estragado.

Dar de caras com este anúncio é por si só um acidente matinal muito estranho. Mas na publicidade é de esperar tudo, até a estranheza nos acidentes.

14 de outubro de 2021

Caguei

Parece que para muitas cabecinhas pensadoras, o respeito e tolerância para com os gays, lésbicas e afins passa por ser como eles ou como um deles. Daí, no seguimento das aventuras do herói da banda-desenhada, o filho e sucessor de Clark Kent e de Lois Lane, o novo Super-Homem, Jon Kent, é bi-sexual, ou seja, é polivalente e numa das aventuras a publicar pela DC Comics o super-herói perde-se de amores pelo colega jornalista Jay Nakamura, um japonês de cabelo-cor-de-rosa chok.

É certo que os super-heróis, quase todos a usarem colants coloridos e justinhos ao corpo, sempre foram suspeitos quanto à sua orientação sexual, mas verdade seja dita, já não há paciência para estas merdices, que agora passam do mundo real para o da fantasia, e daí o simples e terreno desabafo: - Caguei! 

12 de outubro de 2021

Como um pneu furado...


Em 1 de Julho de 2021, portanto já há quase 3 meses e meio, demos aqui conta de uns buracos que teimavam em ser buracos, mesmo às portas de entrada de uma instalação industrial, concretamente na Rua de Trás-os-Lagos, aqui em Guisande, defronte das antigas instalações da Patrícios S.A.

Pois bem, como ninguém mexeu uma palha, passado todo este tempo, os buracos lá continuam, firmes e hirtos e naturalmente mais largos e mais fundos.

No fundo, não dos buracos mas da questão, está neste episódio um bocadinho da explicação e justificação da derrota de quem pretendia dar continuidade à Junta que a partir do próximo Sábado deixa de o ser.

Há coisas assim, pequeninas, aparentemente insignificantes, quase invisíveis, como um furo numa câmara-de-ar, mas que aos poucos deixa o pneu vazio  e o veículo sem condições de circular.

Como disse Johann Goethe, "- Quem não é fiel às pequenas coisas, jamais será nas grandes!"

10 de outubro de 2021

Paradoxos...

 


Quando se promete um novo parque de lazer e no entanto não se requalifica, não se cuida nem limpa do que existe.

8 de outubro de 2021

O lavadouro de Cimo de Vila


O lavadouro-fontenário de Cimo de Vila, aqui em Guisande, em certa medida é um exemplo concreto do desmazelo e laxismo a que foi votado por vários executivos de Junta, antes e pós União de Freguesias. 

É certo que este equipamento público já não tem a importância que teve noutros tempos e já serve a poucos utilizadores, mas teve muita importância e como tal tem uma história social e patrimonial, e mesmo uma memória colectiva que importa preservar. 

Como diria alguém, ainda sou do tempo em que o lavadouro estava diariamente ocupado por mulheres, tanto de Cimo de Vila como do Viso, a lavar roupa. A fonte, sempre de água fresca, abundante, generosa e imprescindível a muitas casas e famílias, num tempo em que não havia rede pública e os poços eram raros.

Para além de tudo, a água enchia a presa ao lado que por sua vez no Verão regava diariamente campos em grande parte poente do lugar de Cimo de Vila e ainda do Viso e Quintães. Tinha, por isso, consortes e alguns deles pagaram comparticipações às Juntas de então para ter acesso à água.

Mas depois os tempos mudaram e os hábitos também e por isso, face a uma menor utilização, o equipamento foi perdendo importância e literalmente esquecido por quem dele devia zelar com limpeza e manutenção regulares. 

A agravar o retrato triste, vieram as obras de construção da Auto Estrada e a generosa nascente que alimentava a fonte noite e dia, foi puramente destruída. Claro que não foi garantida alternativa nem qualquer justa indemnização por parte dos responsáveis pela obra, ou se houve não entrou no cofre da freguesia. 

Como alternativa a esta situação deplorável, porque lesiva dos interesses da freguesia e do bem público, a Junta de então, de forma espertalhona, fez uma ligação à rede que traz a água da nascente do Monte de Mó para o Monte do Viso, numa espécie de solução partilhada, mas com os inerentes problemas de distribuição quando em tempo de Verão e de maior seca a água é escassa e a ser reclamada em ambos os lados. Uma esperteza saloia que deveria ter sido mais esperta e acautelado de forma firme perante a empresa concessionária, exigindo-se a esta uma justa e natural indemnização, até para ressarcir os consortes.

Enfim, uma situação triste que desemboca, afinal de contas, no desmazelo e laxismo. Como cereja no topo do bolo, e apesar de vários e prévios avisos e alertas, que deram em nada, parece que a cobertura do lavadouro, construída pelos idos de 70/80,  está com alguns problemas estruturais, com sinais notórios de desgaste, que importa resolver.

A ver vamos se com a nova Junta de União de Freguesias que entretanto tomará posse, o equipamento possa ser alvo de obras de requalificação com alguma dignidade, até porque parece que o agora futuro presidente da Junta da União por ali esteve em campanha a inteirar-se da situação.

Espera-se, por isso, um novo ciclo com mais respeito pelas coisas do património público e colectivo. E há tanto para fazer e remendar.

7 de outubro de 2021

Costa, o viking


Lá pelos finais da década de 1970 os mais novos deliciavam-se na televisão, ainda a preto-e-branco, com a série de animação "Vikie, o Viking".

Vickie era um rapazinho alegre e inteligente, filho de Halvar, chefe de Flake, uma pequena aldeia  viking. Devido à sua astúcia e inteligência, o pequeno viking cedo começou a acompanhar o pai e os seus guerreiros em algumas das suas expedições e aventuras, apesar da opinião contrária da sua mãe, Ilda, no papel de mãe galinha, equilibrada e sensata.

Uma das características do Vickie era a solução que ele engendrava sempre que uma determinada situação se apresentava complexa e difícil para seu pai e seus vikings ou para a aldeia. Então ele pensava, pensava..., esfregava o nariz e a ideia surgia-lhe luminosa. Depois era só o tempo necessário para a mesma ser posta em prática e, pronto, tudo acabava em bem e o episódio tinha invariavelmente  um final feliz em que o bruto do Halvar quase sempre ficava com os louros apesar das suas trapalhadas.

Pois bem, todo este enredo e suspense à volta da negociação do Orçamento de Estado para 2022, pelo primeiro-ministro António Costa com os seus parceiros à esquerda, PCP e BE, é na realidade uma cópia fiel dos argumentos da referida série animada, e que já vai para o seu 7º episódio, sempre com a mesma prévia narrativa de dificuldades mas que depois no final tudo acaba em bem, isto é, com a aprovação do Orçamento, mesmo que com a abstenção dos parceiros, e depois como no final das aventuras do Vikie, o viking Costa distribui uns rebuçados e caramelos e os seus parceiros de boca doce  ficam todos felizes e com ares de terem cumprido os seus papéis.

Vamos, pois, esperar mais duas ou três semanas com a exibição deste cenário e a peça bem ensaiada para parecer dramática, até que o viking Costa esfregue o nariz e o plano maravilha faça o resto.

Rever, ainda agora, um episódio do Vikie é sempre divertido e a série até já teve versões renovadas com tecnologia 3D, mas, infelizmente, já sem a nossa inocência infantil, a coisa ainda está no início e já antecipamos o final feliz. Já não é a mesma coisa, e este filme animado do Orçamento de Estado também já não foge desse argumento esperado de tudo acabar em bem para os intervenientes, mesmo que não para o resto da malta, pois claro!

4 de outubro de 2021

Dois lados da coisa e quiçá N mais

Nada melhor como o dar palpites depois do jogo ou esgrimir o nosso ponto de vista como se fosse o único, o verdadeiro, o genuíno. O ponto de vista dos outros, de forma politicamente correcta temos que o aceitar como legítimo, mas é sempre o dos outros e como tal não é o nosso.

Esta introdução um pouco a propósito de diferentes leituras pós resultados eleitorais do passado dia 26 de Setembro e concretamente ao que fui lendo sobre o desfecho das eleições na união das freguesias vizinhas de Caldas de S. Jorge e Pigeiros.

Confesso que pessoalmente conhecendo a qualidade de cidadania de alguns dos elementos integrantes da lista do Partido Socialista, desde logo à cabeça o Eng.º António Cardoso bem como o Arquitecto Pedro Nuno, bem como o que foi lendo e ouvindo sobre a qualidade da sua campanha, fiquei com a convicção de que poderia saír vencedora, até porque, numa perspectiva de quem está de fora, sempre tive a percepção de que nos dois últimos mandatos a Junta teve uma actuação muito discreta e cinzenta, sobretudo de forma vincada em Pigeiros. Ora em Pigeiros os resultados não deixaram dúvidas sobre o julgamento da actuação do executivo PSD e a derrota foi estrondosa. Até mesmo para a Câmara Municipal, destoando de quase todas as demais freguesias. 

Já nas Caldas de S. Jorge, foi ao contrário e por força de uma maior população, o PSD renovou o mandato.

Assim, de uma leitura possível, a primeira, conclui-se que o povo das Caldas de S. Jorge está imensamente satisfeito com a actuação da Junta e as obras e melhoramentos têm sido importantes e em grande número. Será assim?  Se sim, o contentamento das Caldas sobrepôs-se ao descontentamento de Pigeiros. Nesta como noutras coisas, as minorias estão sempre amarfanhadas pelas maiorias. É a democracia, palerma, dirão! É verdade, mas aqui nesta diferenciação significativa de resultados, tal como em Guisande, percebe-se melhor que as uniões de freguesia de facto não defendem nem salvaguardam as freguesias mais pequenas. Inequívoco.

Em absurdo, mas em rigor, um executivo de uma União de Freguesias, pode dar-se ao luxo de esquecer e mesmo ostracizar as freguesias mais pequenas, como Pigeiros e Guisande, e dedicar-se apenas à maior e por isso com o significativo peso eleitoral e isso bastará para em eleições renovar mandatos. Ora, não tenhamos ilusões, este cenário tem sido aquele vivido relativamente a freguesias como Guisande, Pigeiros e Vale, entre outras filhas de deuses menores. 

No caso da União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, esta realidade é incontornável, já que Lobão tem um peso eleitoral maior que todas as restantes três unidades juntas. Uma União de facto tão desajustada e desproporcionada nas suas partes que custa a crer que alguém tenha tido sido responsável por criar e viabilizar este aborto administrativo tão absurdo. Sinceramente, mesmo com as faladas mexidas que podem vir a sofrer as Uniões de Freguesias, de tão céptico já não acredito que tal venha a suceder, mas bastaria que Lobão pedisse o divórcio e saísse da equação para a coisa melhorar significativamente, porque a duas ou a três, Guisande, Louredo e Gião são mais equilibradas entre si e por isso menos afectadas pela gravidade de Lobão. Seria do mal o menos.

Outra interpretação para o diferencial na freguesia das termas, é que as populações das freguesias maiores, numa União, não gostam da ideia de verem como presidente uma figura associada à freguesia menor. Era o que faltava! De resto, igual ponto de vista pode ser percebido na União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, onde o candidato do PSD, embora com raízes na freguesia de Lobão, é inequivocamente uma figura de Gião e como tal foi derrotado. Não custa, pois, acreditar que este bairrismo e orgulho de quem se sente maior, tenha penalizado os referidos cabeças-de-lista. E isto é complicado para o futuro já que é muito difícil conseguir uma figura concensual e transversal a todas as freguesias sem que este bairrismo bacoco seja uma barreira intransponível. O tempo confirmará, ou não, esta teoria que me parece bem prática.

Posto isto, e para terminar este exercício, já longo, haverá uma outra justificação: O povo na sua maioria não gosta de mudanças e prefere manter o fraquinho certinho  de que votar no incerto. Ainda ontem, quando fazia uma volta de bicicleta por algumas ruas do concelho de Oliveira de Azeméis, para mim, entre os concelhos vizinhos, aquele com estradas mais reles e em piores condições, mas que feitas as contas renovaram os mandatos tanto as Juntas respectivas como a Câmara Municipal. Ou seja, mesmo com executivos fraquinhos e cinzentos e com défice de obras e melhoramentos, com estradas esburacadas durante largos anos, o povo eleitor na hora H segue o partidarismo e deixa de lado as ideias e a qualidade de quem se propõe fazer melhor.

Pobrezinhos, fraquinhos, mas honrados. Assim se explicam tantas e tantas renovações de vitórias, maiorias e mandatos e perpetuação da mediocridade por parte de um eleitorado que na sua maioria não se "enxerga" ou tem um baixo grau de exigência. 

Face a isto pouco há a fazer e vamos sendo, no geral, governados por zarolhos porque o povo, esse é "cego". Ora em terra de "cegos"...

30 de setembro de 2021

Porque o Calado não se calou...

Parece-me a mim que esta história do Governo pretender demitir o actual Chefe de Estado da Armada, o Almirante António Mendes Calado para em seu lugar nomear o tão popular Vice-Almirante Gouveia e Melo, é coisa de principiantes e de algum ou muito ressabiamento. 

Quererá o Governo de António Costa e o seu Ministro da Defesa despachar o Calado que não esteve calado ao criticar a reorganização da estrutura superior das Forças Armadas, e por outro lado premiar o papel do Gouveia e Melo indo a reboque e oportunismo da popularidade que grangeou na sua missão à frente da task-force da vacinação Covid-19.

Ora, o presidente da República também percebeu isso e parece não estar muito alinhado com os pressupostos da proposta do Governo e disse que a categoria do Vice-Almirante Gouveia e Melo não merece ficar associada a uma situação pouco clara e nos termos em que está sustentada.

A ver vamos, mas a borrada já foi feita pelo Governo e seja qual for o desfecho, não cheirará bem.


29 de setembro de 2021

Manitas...cá se fazem, cá se pagam

Há dias, passando os olhos pelo canal de televisão Correio da Manhã TV, num daqueles programas com adeptos fleumáticos onde pretensamente discutem o futebol, nomeadamente à volta dos chamados clubes grandes, vi o paineleiro adepto do F.C. do Porto com um sorriso alarve a provocar o seu colega de painel sportinguista, levantando uma mão aberta (manita) em referência à então recente derrota caseira do Sporting frente ao Ajax, na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, por 5-1.

Pois, bem, como nestas coisas tudo se paga, e ironicamente por vezes mais depressa do que se pensa, presumo que já a partir de hoje quando o grupo de comentadores voltar a ter antena e se encontrar, o sportinguista vai retribuir certamente, porque mereceida, a provocação, levantando bem alto a mão aberta em memória curta da derrota de ontem do F.C. do Porto em casa frente ao Liverpool, também por 5-1

E obviamente que pela parte da concorrência, ou seja o Benfica, há que haver contenção, humildade e respeito porque mais logo à noite o adversário chama-se Barcelona e uma eventual manita ou coisa parecida pode muito bem acontecer.

Em resumo, nestas coisas é de bom tom alguma contenção e respeito. Fica bem não nos pormos a jeito para provar do mesmo veneno com que amiúde pretendemos brindar ou provocar os adversários.

Cá se fazem, cá se pagam!

Já agora, a talho de foice, o treinador do Porto, Sérgio Conceição, voltou a mostrar que não sabe perder. Claro que, num lugar comum aos treinadores da bola, assumiu  como sua a responsabilidade pela derrota, mas foi duro com a equipa, realçando a vergonha, dizendo mesmo que a equipa de juniores do clube teria feito melhor. Faltou dizer que porventura o treinador dos juniores também teria feito melhor. Mas, que vai fazer queixinhas ao presidente, porque a sua mensagem não está a passar. Claro que o presidente uma vez mais vai passar-lhe a mão pelo pelo (coisas da língua portuguesa) e tudo vai voltar ao normal, continuar o seu trabalho e o seu estilo inflamado e daqui a dias já está a elogiar a equipa.

Coisas da bola!

27 de setembro de 2021

Postas de pescada

Contra a generalidade das sondagens e mesmo dos críticos e analistas, Carlos Moedas, candidato da pela coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança à Câmara Municipal de Lisboa venceu as eleições, derrotando o grande favorito Fernando Medina que se recandidatava pela coligação PS/Livre.

No discurso de vitória, Moedas, afirmou ter vencido "contra tudo e contra todos", porque "a democracia não tem dono", agradeceu o "voto de confiança" e comprometeu-se a mudar a capital.

Por sua vez, Fernando Medina assumiu a derrota referindo que “Carlos Moedas ganhou e merece as felicitações. É uma indiscutível vitória pessoal e política do engenheiro Carlos Moedas, a quem já telefonei e expressei, de forma pessoa, as minha felicitações".

Em tudo isto, perderam as sondagens e os analistas. As sondagens porque teimam em confundir os eleitores e os analistas porque recorrentemente se esquecem de que quem elege é o povo e não os modelos  e algoritmos matemáticos.

O reverso da medalha, é que estas análises grosseiras não servem de exemplo nem de emenda e as sondagens vão continuar umas vezes a acertar e outras vezes a errar e os analistas vão igualmente continuar a mandar postas de pescada, tantas vezes sem fundamento e seguindo e servindo agendas políticas.

A democracia tem destes cancros.

26 de setembro de 2021

Uma festa bem carota

Nunca percebi o interesse dos diferentes canais de televisão em irem cheirar onde os dirigentes dos partidos e seus candidatos vão votar e para deles ouvir uma dúzia de lugares comuns como o incentivo à participação para baixar a abstenção, pois dela têm medo porque os enfraquece.

Melhor dito, eu percebo o interesse editorial da coisa, não percebo é que isso seja interessante e relevante para o cidadão comum.

Adiante. Entretanto nessas reportagens, registei que alguns dos dirigentes, candidatos e recandidatos, como Fernando Medina, em Lisboa, fizeram questão de dizer que as eleições autárquicas são "a festa da democracia".

Não sei qual é a ideia de festa do Medina, se engloba Zés Pereiras, cantores pimba, fanfarras, pistas de carrinhos, barracas de farturas, etc, mas sei que esta "festa" custa ao país e aos contribuintes qualquer coisita como a rondar os 50 milhões de euros. Somos assim, no que toca a festas, uns mãos-largas a gastar à tripa farra. Pois claro, a cidadania sobretudo dos partidos e de quem integra as mesas de voto, não é propriamente desinteressada e de louvável trabalho voluntário, porque isto de trabalhar para aquecer já teve melhores dias. 

A democracia é pois uma festarola bem carota e nisso é mesmo democrática, pois todos pagam mesmo os que nela não participam. Sem direito a um chupa-chupa, fartura ou churro polvilhado de canela.

22 de setembro de 2021

Dá jeito um furacão...

Vamos ser claros! Com a concretização das nefastas Uniões de Freguesias e com isso o aumento do território e população de cada  respectiva unidade administrativa, e no caso concreto com a nossa União a englobar quatro freguesias e uma população que já estará acima dos 10 mil habitantes (aguarda-se o resultado dos Censos 2021), deixou de ser possível realizar campanhas eleitorais casa-a-acasa, rosto-a-rosto. 

Recordo-me que há sete anos quando decidi integrar uma lista participante nas eleições intercalares de 2014, com todos os aspectos positivos e negativos daí decorrentes, optei por dialogar pessoalmente com cada pessoa, exprimindo e esclarecendo os meus pontos de vista e as expectativas que me moviam no sentido de nessa transição procurar defender melhor a parte guisandense no bolo. 

Apesar de, forma quase generalizada, ir recebendo indicações de que caso fosse eleito teria uma missão quase impossível, a verdade é que quase sozinho, sem procissões, sem andores nem figurantes, lá realizei a campanha da forma mais esclarecedora possível, que deu naturalmente os seus frutos, com a vitória ampla, reconhecida e conseguida, revertendo a anterior tendência de voto em que em duas eleições anteriores havia ganho um partido concorrente.

Depois, num mandato mais curto e com heranças pesadas em dívida que cortaram as pernas a algumas obras, e com um presidencialismo demasiado rígido e mesmo inadequado face ao que se pretendia e esperava para uma nova realidade de uma União a quatro, os resultados foram o que se sabe e deles uma enorme decepção pessoal pela incapacidade de reverter as coisas, porque apenas um elemento à luz da lei sem poder e  sem competências atribuídas, para além do muito trabalho voluntário. Basicamente um moço de recados. 

Com essa incapcidade de levar a cabo as obras e melhoramentos que haviam sido propostos em programa, e apesar do forte sentimento de dever cumprido em face das responsabilidades, naturalmente que não encontrei condições objectivas e de princípio para enfrentar uma recandidatura. Nestas coisas, ou cumprimos e honramos a palavra dada aos eleitores ou damos o lugar a outros, mesmo que a tendência geral seja fazer tábua rasa das promessas e compromissos assumidos e voltar à cena com cinismo de actor e como ares de que nada se passou. Há que ter princípios!

Mas dizia eu, esta realidade de fazer uma campanha individual e personalizada, foi chão que deu uvas e torna-se agora tarefa impossível. Assim, as actuais campanhas resumem-se a uma procissão de gente que muitas vezes nem tem nada a ver com as freguesias, actuando como figurantes a quem se paga um jantar no final, fazendo barulho e distribuindo brindes e uns infomails todos janotas e coloridos, com gente sorridente, estampados com uma dúzia de considerações vagas sobre o que se promete realizar. No fundo um copy/paste de anteriores programas, porque em rigor do muito que habitualmente se promete, pouco ou nada se concretiza.

Ora este tipo de campanha, tipo um tornado ou furacção que varre alguma das nossas ruas, mesmo em horas inadequadas, até é o indicado para alguns recandidatos com  "heranças infelizes e pouco nada produtivas", porque assim não têm necessidade de se justificar cara-a-cara, de esclarecer, de ver questionada a palavra de honra, mesmo que já ela pouco valha. Conveniente! 

É, pois, no geral, esta uma campanha que não esclarece, que não argumenta, mas não compromete, o que até se encaixa nas exigências gerais, já que muito do eleitorado olha para estas coisas dos partidos e da política como o seu clube de futebol, em que pode perder, fazer maus resultados, jogar mal, ter um deficiente plano de jogo, um péssimo treinador e jogadores fraquinhos, mas tem sempre o seu apoio e aplauso. E com isso, com esta dedicação e lealdade caninas, se perpetuam, tantas vezes, incompetentes políticos. No fundo as campanhas eleitorais, salvo raras excepções, são um exercício teatral onde importa o espectáculo, o show off e em que o argumento invariavelmente é uma ficção, um faz-de-conta, como diz o povo.

Para mal dos nossos pecados, sinais dos tempos!