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7 de novembro de 2017

Livro de apontamentos sobre o Padre Francisco Gomes de Oliveira


É um projecto, ou pelo menos uma intenção antiga, despontada logo nos anos imediatos à sua morte (em 1998), o elaborar um pequeno livro baseado em alguns apontamentos, biográficos e muitos de carácter pessoal, sobre o saudoso ex-pároco de Guisande, o Pe. Francisco Gomes de Oliveira. 

A ideia tem estado parada, embora com muito material já compilado e escrito, e sempre que encontro alguma disponibilidade tenho estado a acrescentar conteúdo, a passar a limpo e a esquematizar a sua estrutura. Digamos que tem estado a ser cozinhado.

Tive intenção inicial que o mesmo se concretizasse pela evocação dos 20 anos de falecimento mas tornou-se impossível. 
Por outro lado, a determinada altura achei por bem reorientar o objectivo do livro. Será um conjunto de apontamentos históricos e sócio-culturais sobre a nossa freguesia e paróquia em que naturalmente o Pe. Francisco terá um espaço significativo.

Seja como for, será sempre um livro de edição de autor, por isso custeado a expensas próprias a não ser que surja algum apoio mais institucional que deva considerar mas que, em princípio não pedirei.

A ver vamos se será possível essa concretização com a brevidade possível.

Por isso, siga em frente a ver no que dá.

31 de agosto de 2017

Historiando - A lápide da sepultura do Padre Manuel Carvalho

Já nos referimos aqui ao Padre Manuel Carvalho, ilustre figura da nossa paróquia de S. Mamede de Guisande, desde logo por ter sido o fundador, no ano de 1933, da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, irmandade que ainda se encontra activa nos dias actuais, embora já sem a pujança de tempos idos.

Quanto às notas biográficas sobre esse ilustre clérigo, para além da referência que na lista de párocos lhe é feita pelo Cónego Dr. António Ferreira Pinto, na sua monografia sobre Guisande "Defendei Vossas Terras", publicada em 1936, que abaixo se transcreve, pouco mais se sabe para além de que foi pároco de S. Mamede de Guisande em grande parte da primeira metade do séc. XVIII (de 1710 a 1754), 

-Manuel de Carvalho, foi nomeado em 1710. Alma verdadeiramente apostólica, fundou uma obra, que ainda hoje está florescente e é o orgulho de Guisande. Refiro-me à Confraria de N. S. do Rosário, fundada em 1733, com todas as licenças dos Dominicanos e autorizações necessárias, cujos Estatutos foram aprovados em 2 de Setembro de 1734 e modificados em Janeiro de 1794. O segundo livro do registo paroquial foi rubricado por este zeloso pároco, em virtude da comissão que lhe deu o Provisor, em 24 de Novembro de 1733. Por motivo de grave doença, resignou, em 1752, em favor do seu sucessor e faleceu, a 4 de Fevereiro de 1758, deixando muitas esmolas e legados. Esteve sepultado na capela-mor da igreja de Guisande e as ossadas foram removidas para o cemitério, por ocasião do bicentenário da erecção da confraria, acompanhada de 8 dias de sermões, que pregou um sacerdote dominicano, em Dezembro de 1933.

Para além destas escassas mas importantes referências, fica-se a saber que em 1933 (...esteve sepultado na capela-mor da igreja de Guisande e as ossadas foram removidas para o cemitério, por ocasião do bicentenário da erecção da confraria). Os seus restos mortais foram assim enterrados no cemitério, em local à esquerda de quem entra pelo portão principal, o que se pode comprovar pela fotografia abaixo, datada de Julho de 1966. 
O local foi assinalado pela colocação de uma lápide em granito, com uma altura entre um metro e meio a dois metros, encimada por uma cruz e com uma inscrição que fazia referência ao nome, ao motivo e à data da trasladação. Infelizmente não são conhecidas fotografias com mais pormenor da referida lápide que sirvam de fiel testemunho.




Conforme se pode verificar pela fotografia acima, ainda existiam as sebes de bucho a delimitar os quatro canteiros e para além dos jazigos da Casa do Sr. Almeida do Viso, da capela da Casa do Sr. Moreira da Igreja e mais um ou outro jazigo realizados em granito, a maioria das campas eram rasas, em terra, assinaladas com as características lápides negras em xisto. Nesse tempo as dificuldades eram outras e, porque não dizê-lo, as vaidades eram menores. 

Esta configuração do cemitério composto maioritariamente por campas rasas e sem concessão perpétua, durou até ao ano de 1973 altura em que a Junta de Freguesia e Comissão Fabriqueira ali realizaram obras, sendo removidas as sebes de bucho e pavimentados os passeios com calçada em pedrinha de calcário e basalto. A data, lá inscrita, conforme fotografia abaixo, refere-se a 1973, por isso ainda no tempo do Estado Novo. Era nessa altura presidente da Junta Joaquim Ferreira Coelho, o secretário Higino Gomes de Almeida e o tesoureiro Alcides da Silva Gomes Giro.


Com as referidas obras realizadas em 1973, a maior parte do terreno ocupado era ainda pertença da Junta, sendo então este dividido em sepulturas que foram sendo vendidas ao longo dos anos 70 e mesmo ainda em parte da década de 80 até que, já por falta de terreno vendável face à procura, se tornou imperativa a construção do cemitério novo. Infelizmente, esta requalificação decorrente das obras de 1973 resultou em sepulturas com pouca métrica e nenhumas preocupações de alinhamentos, pelo que se nota uma desorganização nos jazigos e nos exíguos espaços de circulação envolventes, mais notória no cantão norte/nascente, precisamente onde estavam os restos mortais do Padre Manuel Carvalho.

Mas mais grave que esta desorganização geométrica das actuais sepulturas, em parte motivada por cada um construir à sua maneira e à necessidade de manter uma ou outra sepultura já vendida com carácter de concessão perpétua, foi o facto de ter sido vendido o espaço ocupado pela sepultura dos restos mortais do padre fundador da Confraria, bem como a remoção da referida lápide cujo paradeiro se desconhece, temendo-se que mais do que o seu desaparecimento ou apropriação indevida por alguém, tenha mesmo sido destruída, despedaçada e enterrada algures no solo do cemitério ou de qualquer outro aterro. Mandava o bom senso e o sentido de preservação, e até o respeito pela memória de figura ilustre, que pelo menos a lápide e os restos mortais, se ainda visíveis, fossem colocados com dignidade num dos canteiros do adro, senão no próprio cemitério.

Apesar de o assunto já ter sido pegado por alguém num passado recente, nomeadamente pelo Sr. Mário Baptista, honra lhe seja feita, certo é que nunca se chegou ao apuramento da verdade quanto ao destino ou paradeiro da lápide. Foi, obviamente uma irresponsabilidade de várias pessoas, mesmo que por negligência involuntária, mas seguramente uma enorme falta de sensibilidade pelas coisas da nossa história e memória colectiva mesmo que na forma de uma pedra. Infelizmente para muitos as pedras são isso mesmo, pedras ou calhaus, mesmo que nos contem histórias, recordem factos, nos lembrem ou evoquem pessoas. 

É triste e revelador de insensibilidade e de ignorância, pelo menos cultural, mas foi o que aconteceu e em muitos aspectos ainda continua a acontecer e tem-se descurado o arquivamento de documentos e anotações que pelo menos no futuro seriam importantes para a história comum da nossa freguesia e paróquia. Não nos serve o mal dos outros como consolo, mas infelizmente este não é apenas um pecado nosso mas de muitas outras paróquias e instituições. Alegra-nos a esperança de pensar que nunca é tarde para se começar a preservar, mesmo que nos entristeça o muito que já foi perdido.


Acima, um desenho rudimentar com a representação aproximada da configuração da lápide de granito que assinalava a localização dos restos mortais do Padre Manuel Carvalho. Obviamente ali falta  a inscrição, que em rigor se desconhece mas que certamente para além do nome faria referência à data e ao motivo.

Américo Almeida

26 de agosto de 2017

Professor Joaquim Ferreira Pinto e outras histórias


Joaquim Ferreira Pinto, nasceu a 14 de Janeiro de 1879, no lugar de Fornos, freguesia de Guisande. Filho de Joaquim Caetano Pinto e de Ana Rosa Duarte. 
Foi baptizado na igreja matriz de Guisande, tendo como padrinho o Abade António Ferreira Duarte (1), então pároco de S. Miguel do Mato - Arouca e Joaquina Rosa Duarte.
Era neto paterno de Manuel Caetano Pinto e de Joana de Jesus e neto materno de Manuel Ferreira Duarte e de Joana Margarida Gomes.
Formou-se em professor e exerceu numa escola privada que tinha no lugar de Casaldaça, Guisande.
Faleceu em 03 de Setembro do ano de 1971 com 91 anos de idade. Está sepultado no cemitério de Guisande.


Extracto da certidão de baptismo do Prof. Joaquim Ferreira Pinto.

Nota: (1) - O Abade António Ferreira Duarte, nasceu em Cedofeita, freguesia do Vale - Vila da Feira, no dia 04 de Janeiro de 1813. Era filho de António Ferreira Duarte e de Maria Eufrásia de Jesus, ambos de Cedofeita. Em 1833 já aparece na freguesia do Vale como padre. Foi abade de S. Miguel do Mato, concelho de Arouca, tendo falecido  no dia 24 de Março de 1888.

Notas complementares: Pelo que referimos em artigos anteriores, nomeadamente aqui e aqui, sabemos que o edifício da Escola Primária do Viso foi edificado no ano de 1949 e que a Escola Primária da Igreja teve a sua construção vinte anos depois, ou seja em 1969. De construção posterior apenas as instalações dos Jardins de Infância ou Pré-Primária da Igreja e de Fornos (esta a única em actividade).

Apesar destes factos relativos aos dois mais conhecidos edifícios escolares na freguesia, o ensino escolar primário em Guisande é anterior, remontando seguramente ao início dos anos vinte, sendo que então apenas para alunos do sexo masculino. Assim as primeiras referências a esta fase inicial da escolaridade primária em Guisande vão para o professor Joaquim Ferreira Pinto, irmão do cónego António Ferreira Pinto, o qual leccionava as quatro classes numa escola em edifício, pertencente ao próprio, situado no lugar de Casaldaça, mais concretamente no local onde actualmente existe a casa da Sr.ª Natália.

Esta escola integrava os rapazes da freguesia, no entanto não extensível à sua totalidade uma vez que então a frequência não era obrigatória e iriam apenas os filhos de gente mais abastada ou pelo menos mais receptiva a dispensar a mão-de-obra tão importante quanto necessária na lide da casa e dos campos.

Tenho indicação que já por essa altura a frequentaram o meu falecido pai (António Gomes de Almeida), nascido em 1917 e o meu tio Neca (Manuel Joaquim Gomes de Almeida), ainda vivo, com quase 94 anos de idade, que ainda relata as memórias desse tempo e de modo particular o seu tempo de escola. Segundo esses mesmos relatos na primeira pessoa, a escola era composta por uma única e ampla sala na qual o professor Joaquim leccionava em simultâneo as quatro classes. O número de rapazes terá chegado aos 80, por isso uma média de 20 por classe. O horário seria das 08:00 horas às 14:30 horas, sem intervalo para almoço e não raras vezes, por castigo, era suprimida a hora de recreio. Para além deste horário exigente, os alunos que estavam em vias de realizar o exame da quarta classe tinham ainda umas horas adicionais no resto da tarde.

Ainda segundo as memórias do meu tio Neca, o professor Joaquim, era extremamente exigente e mesmo muito severo nos castigos e na disciplina que fazia cumprir a reguadas, canadas e até a "biqueiradas e palmadas". Seria o "terror" dos alunos. Não espanta, pois, que muitos dos rapazes simulassem dores de barriga, vómitos (forçados com dedos enfiados pela goela abaixo) e dores de cabeça, para  de algum modo, com o seu ar de doentes e abatidos sensibilizarem os pais (sobretudo as mães) e poderem escapar a umas aulas. A severidade dos regentes/professores desses tempos era quase uma regra. Para o bem e para o mal, as coisas inverteram-se e em poucos anos passamos do 8 ao 80 e por agora a tônica é o desrespeito e mesmo abusos dos alunos para com os professores.

Esta situação de ensino escolar aberto apenas a rapazes, e não a todos, mantinha-se ainda no ano de 1936, pois o cónego António Ferreira Pinto, na sua monografia sobre a freguesia de Guisande, "Defendei Vossas Terras...", fazia uma referência a essa situação, concretamente: 

(...Há escola apenas para o sexo masculino e o edifício, que é pequeno, pertence ao professor por herança. Está criada a escola para o sexo feminino, mas não pode funcionar, porque não há edifício em condições. Todos reconhecem a necessidade duma construção para as duas escolas, mas a pouca vontade de uns, a falta de recursos de outros, o individualismo ou egoísmo de alguns que não têm filhos ou já estão crescidos e educados e talvez outros motivos que desconheço — tudo impede um melhoramento que é de necessidade e de utilidade sobretudo para as meninas. E uma obra de utilidade pública e social. Oxalá que isto seja compreendido por todos para honra da terra, realizando-se a obra para bem e interesse geral.)

Resulta daqui que já por essa época sentia-se a necessidade de abrir o ensino das primeiras letras às raparigas de Guisande, mas a dificuldade, para além de culturais, porque numa época em que era comum o analfabetismo e os filhos eram mão-de-obra não dispensável, era também material já que não havia posses para um edifício público próprio.
Seja como for, a ter em conta a leitura da acta da Junta de Freguesia dessa época (que abaixo se reproduz), em que era presidente o Sr. José Gomes Leite, do lugar do Reguengo, a opinião do ilustre cónego era partilhada pela Junta. Leia-se, por isso, a acta da reunião de Março de 1937, mesmo que num português rudimentar, a precisar de escola:

Acta da sessão da Junta de Freguesia de Guisande, concelho de Vila da Feira.
Aos ... dias do mês de Março do ano de mil nove centos e trinta e sete, se reuniu em sessão ordinária a Junta de Paróquia na sala das sessões. Disse o Sr. Presidente que não tendo escola feminina temos necessidade da criação de um posto escolar para o sexo feminino, para ser a sede no lugar do Reguengo, com os lugares adjuntos, sendo Reguengo, Barrosa, Fornos, Lama, Casaldaça, Quintães e Cimo de Vila. Para a regente ser nomeada a D. Branca Ester dos Santos Cabral de Sousido, o que isto foi resolvido pelo Sr. Presidente para não ficarem as crianças sem escola por não haver escola feminina. Temos a escola criada mas não temos edifício para exercer a escola para a professora. Esperamos ver a criação do posto para benefício de tantas meninas que há na nossa freguesia e que aquelas que precisam aprender e tem vontade andam fora, em Lobão. e outras não aprendem por não ter.
Não havendo mais nada a tratar foi encerrada a sessão lavrando-se o presente acta que vai ser assinada por todos.
José Gomes leite
António Custódio Gonçalves
António Augusto Guedes.


Não deixa de ser curiosa a situação abordada na referida acta da Junta em 1937, sendo que mesmo pela leitura de actas seguintes não é líquido que tal escola ou simplificadamente esse posto escolar tenha mesmo sido concretizado. De resto, por relatos do meu tio Neca, com a autoridade dos seus quase 94 anos e boa memória, não se recorda de ter havido escola ou posto escolar no lugar do Reguengo. Funcionou, isso sim, no lugar do Viso, no local na casa do falecido Sr. Antoninho (sogro do Sr. Manuel Tavares), por isso ao fundo monte. E a professora foi precisamente a referida D. Branca (D. Branquinha, como era conhecida), da freguesia de Louredo. Terá, pois, sido alterada para o lugar do Viso a pretensão inicial da Junta de Freguesia de localizar  o posto escolar no lugar do Reguengo, eventualmente este proposto pelo facto do presidente da Junta da época (José Gomes Leite) ser dali. Eventualmente o edifício a ser considerado para tal função seria até do próprio.
Outra nota curiosa, este posto escolar no lugar do Viso terá sido posteriormente deslocado (cerca de 150 metros para sul) para  o lugar das Quintães, passando a funcionar no edifício actualmente pertencente ao Sr. Rogério Neves, próximo da Casa do Santiago e na altura de propriedade do sogro do Sr. Rogério, precisamente o referido presidente da Junta de então, o Sr. José Gomes Leite.

Um ano depois, em 1937, a mesma Junta de Freguesia, por acta datada de 27 de Março de 1938, faz referência à intenção de abrir um segundo posto escolar para raparigas, a sediar no lugar da Leira e a abranger alunos dos lugares não referidos na acta de 1936 (sendo que por curiosidade não são mencionados os lugares da Igreja e Viso, que viriam precisamente anos depois a ser a sede das duas escolas primárias). Convém referir que por essas alturas os acessos entre os diferentes lugares da freguesia eram poucos e fracos, essencialmente por caminhos, e por isso, sobretudo em tempos de chuva, ir de uma ponta da freguesia à outra era um autêntico cabo dos trabalhos. Não espantaria que para se ir de Estôze ao Reguengo ou vice-versa fosse coisa para demorar uma hora por mau caminho, com covas e lama. Por outro lado, as raparigas eram seguramente mais que as mães pelo que a justificação de dois postos assentaria numa necessidade geográfica mas também de lotação.

Vejamos então a deliberação da referia acta da Junta de Freguesia datada de 27 de Março de 1938:

Aos vinte e sete dias do mês de Março de mil e nove centos e trinta e oito  na sala das sessões da Junta de Freguesia de Guisande, concelho da Feira, compareceram os cidadãos José Gomes Leite, António Custódio Gonçalves e António Augusto Guedes, respectivamente presidente e vogais, às onze horas precisas foi pelo presidente declarada aberta a sessão. Pelo presidente foi dito havendo inteira necessidade de criação de um posto escolar feminino nesta freguesia no lugar da leira, visto os lugares abaixo mencionados ficarem muito distantes do posto escolar que existe e a escola masculina não poder aceitar as meninas a sua frequência por determinação da lei. Mais propôs que este posto escolar venha a servir os lugares de Leira (sede), Gândara, Estôze, Pereirada e Outeiro. Para regente a D. Gracinda Gomes da Silva, habilitada com exame de aptidão desde Outubro de mil e nove centos e trinta e sete, natural desta freguesia, órfã de mãe e ser de absoluta necessidade de haver protecção às famílias numerosas visto serem mais dez irmãos e por lutar com dificuldade para a sustentação e educação dos seus onze filhos. Depois de discutida e apreciada a proposta em todos os pontos, esta Junta deliberou por unanimidade a aprová-la. Não havendo mais a tratar pelo presidente foi encerrada a sessão. Para que conste lavrei a presente acta que vai ser lida em voz alta e assinada por todos.
José Gomes Leite
António Custódio Gonçalves
António Augusto Guedes.

Nesta acta, para além da referência à tal necessidade da abertura de um segundo posto escolar para meninas, a referência pessoal à nomeação da regente (professora), órfã de mãe, uma de onze irmãos. Não deixa de ser notável que alguém de uma família numerosa, sem mãe e com dificuldades inerentes, tenha conseguido fazer exame de habilitação para regente de uma escola primária, mesmo sabendo-se que os requisitos da época para este cargo não fossem obviamente muito exigentes, não sendo para o efeito necessária qualquer licenciatura, mas apenas uma formação básica e um exame. Refira-se, ainda a titulo de curiosidade que esta D. Gracinda, era natural de Guisande e irmã da Sr.ª Celeste, esta mãe da professora Marilda e do Jorge Ferreira,e que também ela durante muitos anos foi regente/professora na freguesia de Caldas de S. Jorge e sobretudo em Lobão, na Escola do lugar do Ribeiro. Esta professora Gracinda casou e viveu posteriormente em S. João da Madeira.

Destas duas actas que se referem à criação de dois postos escolares destinados a raparigas, conclui-se que Guisande pelos meados dos anos 30 e até final dos anos 40 teve assim uma escola para rapazes e dois postos para raparigas. Há ainda a informação de que terá também funcionado um posto escolar no lugar da Gândara, onde actualmente existe a Casa Neves, facto que ainda não conseguimos confirmar. Este edifício, e novamente a curiosidade, seria então de António Augusto Guedes, precisamente um membro da Junta da época, o que é perfeitamente compreensível que se tenha disposto a conseguir disponibilizar um local para o posto escolar. Será, pois, de supor que a tal intenção de sediar o posto escolar feminino dirigido pela D. Gracinda tivesse funcionado um pouco mais a norte, no lugar da Gândara.

Estas situações de postos escolares em edifícios particulares e de carácter provisório e certamente que por isso não vocacionados ou preparados condignamente para o ensino, terão sido resolvidas com a construção da Escola Primária do Viso, com duas salas, uma para rapazes e outra para raparigas, como dissemos, no ano de 1949. A partir daí, com uma construção de raiz e com carácter público, terá ficado centralizado na Escola do Viso todo o ensino primário na nossa freguesia de Guisande. Apenas vinte anos depois, em 1969, a  freguesia sentiu necessidade de edificar um novo edifício, com a construção da Escola Primária da Igreja. Estas duas escolas funcionaram em simultâneo durante pelo menos 40 anos. Infelizmente, com as políticas de centralização dos serviços do ensino primário a par da nítida baixa de natalidade, tornou-se inevitável o encerramento da actividade escolar primária na nossa freguesia (de que é excepção o Jardim de Infância de Fornos e mesmo assim com algumas crianças de fora da freguesia)  e por conseguinte do encerramento dos respectivos edifícios escolares. Do mal o menos, ainda continuam de propriedade pública e por isso ou já integrados ou a integrar em actividades sócio-culturais da nossa freguesia.




Actas da Junta de Freguesia acima referidas.

2 de junho de 2017

Cónego Dr. António Ferreira Pinto



Passam hoje 146 anos (2 de Junho de 1871 - 2 de Junho de 2017)  sobre o nascimento do Cónego Dr. António Ferreira Pinto, ilustre figura guisandense.

Formou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra em 1892 e em 1897 foi nomeado professor do Seminário. Foi pároco da paróquia da Vitória - Porto, desde 1898 e 1899 (durante 18 meses). Em 1906 foi nomeado vice-reitor do Seminário Maior da Diocese do Porto e em em 1929 como reitor, cargo que desempenhou até à sua morte, em Abril de 1949. Foi cónego da Sé, vice-oficial da Cúria e arcediago. Foi ainda juiz do Tribunal Eclesiástico.

É certo que pela sua vida sacerdotal e funções como reitor do Seminário do Porto, não teve tempo nem disponibilidade para uma vivência profunda e quotidiana com a sua terra natal, que visitava esporadicamente, mas deixou como principal legado a monografia que escreveu sobre a mesma. "Defendei Vossas terras... - S. Mamede de Guisande, no Concelho da Feira, Bispado do Porto", com primeira edição em 1936 e republicada em 1999 pela então Junta de Freguesia de Guisande, aquando do cinquentenário do seu falecimento.
 
Fica aqui a justa lembrança e evocação da data e da pessoa.

23 de dezembro de 2016

As melhoras para o Sr. António

 

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Soubemos que o Sr. António Henriques, do lugar do Viso, teve um acidente há dias, resultante de uma queda,  pelo que está naturalmente com algumas marcas. Não queremos, pois, deixar de lhe desejar as rápidas melhoras. Certamente que em breve estará recuperado pois é homem de raça e de fibra.

6 de outubro de 2016

António Guterres na ONU



Se ainda há homens bons, genuínos e ao serviço dos outros, daqueles que não enganam, António Guterres é seguramente um deles. Não só pelas actividades que desempenhou já depois de ter deixado a vida política, nomeadamente com o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, mas também enquanto esteve nela, sobretudo como primeiro-ministro. E porque percebeu o pantanal da mesma vida política, saiu como saiu, porventura demasiado cedo, certamente com ainda muito para dar, mas a história é como é.
Ainda bem que parece que finalmente a maratona da eleição para secretário-geral da ONU vai ter como vencedor o melhor atleta que a ela se apresentou. Quem de forma no mínimo deselegante entrou já na parte final da corrida, afinal acabou por ter dor de burro e ficou-se para trás. Pelo peso dos apoiantes, chegou-se a temer o pior mas se invertida a naturalidade das coisas e da maratona, seria um golpe demasiado duro para a credibilidade da ONU e seus membros. Parece que o bom senso e a razão prevaleceram. Ainda bem.
Devemos estar orgulhos por António Guterres, por Portugal e, claro, pela ONU.

Artigo de opinião - A. Almeida

11 de setembro de 2016

Por cá vamos indo

A todos quantos seguem com regularidade este nosso espaço, sobretudo para a comunidade emigrante, pedimos desculpas por nem sempre o actualizarmos com a devida regularidade.
Entretanto, depois de terminada mais uma Festa do Viso (não tendo até ao momento sido divulgadas as contas e o elenco da nova Comissão de Festas), tudo vai seguindo dentro da habitual normalidade.
De realçar nos últimos tempos o falecimento de duas grandes mulheres da nossa comunidade: A Sr.ª Bernardina (82 anos), esposa do Sr. Albertino, do lugar de Casaldaça, no dia 8 de Julho e a Sr-ª D. Laurinda (83 anos), do lugar das Quintães (Rua das Barreiradas), no dia 5 de Setembro. Com diferentes percursos na suas vidas mas ambas mulheres dedicadas às suas causas, fosse à família e ao trabalho do campo, como foi a Sr.a Dina,  fosse à causa da comunidade e das missões como foi a D. Laurinda. Ambas mulheres de fé e de muita dignidade e que apesar do sofrimento na fase final das suas vidas foram sempre capazes de o disfarçar com um sorriso. Foram ambas exemplos de mulheres verdadeiras. Guisande ficou mais pobre mas certamente que as terá na memória colectiva.

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6 de outubro de 2014

Datas e esquecimentos

 

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Temos tendência para esquecer datas e acontecimentos, sobretudo os de âmbito colectivo ou comunitário.
Por isso algumas datas redondas relacionadas a figuras ou acontecimentos de relevância para a nossa freguesia acabam por não ser lembradas, celebradas ou evocadas de forma especial. Por exemplo, em Maio deste ano passaram 15 anos sobre o falecimento do P.e Francisco. Ainda fui a tempo de fazer essa evocação aqui no site, mas a data passou ao lado da paróquia, eventualmente apenas com o registo de uma missa sem qualquer destaque.

Ainda este ano, passou novamente ao lado o facto de passarem 25 anos sobre a data da Celebração das Bodas de Ouro do mesmo P.e Francisco de Oliveira (15 de Agosto de 1989).É certo que o P.e Francisco já não está entre nós, mas seria de justiça que estas datas especiais fossem devidamente lembradas e celebradas a seu tempo.

Um pouco neste sentido, embora por iniciativa da esposa, o Sr. Alberto Gomes de Almeida terá uma missa do 2º aniversário na próxima Quinta-Feira, pelas 19:00 horas. É de toda a justiça que a comunidade se associe como forma de agradecimento a quem a ela se dedicou durante vários anos da sua vida.

Ainda sobre a questão do esquecimento, seria expectável, por exemplo, que na paróquia houvesse um registo de todos os Juizes da Cruz e de todas as Comissões de Festas (Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, Senhora da Conceição, Senhora do Rosário, Festa do Senhor), mas não, não há. E bastaria, contudo, que, ano após ano, se arquivassem todos os avisos das mesmas. Pode parecer que não, mas estas simples coisas são parte da História da nossa paróquia e freguesia e seria importante que (passe a redundância) se lhes desse importância.

No que se refere aos Juízes da Cruz e ás Comissões da Festa do Viso, embora ainda com algumas lacunas, tentei elaborar as respectivas listas, mas seria bom que por parte da própria Paróquia esse registo fosse guardado diligentemente a cada ano.

4 de outubro de 2014

Pe. José Gomes de Almeida - Abade Loureiro

Foi pároco nas freguesias de Pigeiros e de S. Jorge de Caldelas (Caldas de S. Jorge) - Vila da Feira

Nasceu no lugar da Barrosa em Guisande, na Casa do Loureiro em 22 de Setembro de 1807 e por isso ficou na tradição com o nome de "abade Loureiro". 

Era filho de Domingos José Francisco de Almeida e de Maria Felizarda de São José Loureiro da Silva, da Barrosa, Guisande. Teve vários irmãos entre os quais o Domingos, a Rita Felizarda, a Ana Felizarda, o António Joaquim, o Raimundo José, a Maria Felizarda e a Margarida Felizarda.

Era neto paterno de Domingos Francisco de Almeida Vasconcelos (de Mafamude - Vila Nova de Gaia) e de Clara Angélica Rosa e neto materno de Manuel Gomes Loureiro e Tomásia Rosa da Silva de Jesus

Foi baptizado na igreja de S. Mamede de Guisande no dia 27 de Setembro de 1807, pelo Pe. Manuel José Reimão, coadjutor do pároco Abade José dos Santos Figueiredo.
Teve como padrinhos o próprio pároco e o Reverendo Dr. António Alves da Silva Júnior, de S. Vicente de Louredo, em nome e com procuração de José Rodrigues Monteiro.

Recebeu o presbiterado no Porto das mãos do Bispo Avelar em 24 de Setembro de 1831. 

Na paróquia de S. Jorge de Caldelas foi cura do seu antecessor nos últimos anos e encomendado após a sua morte. Apresentado quase logo na respectiva igreja de S. Jorge, por decreto de 10 de Novembro de 1841, só pôde ser colado mais tarde, devido ao cisma. 
Fez sinodal em 15 de Fevereiro de 1844 e no mesmo dia foi colado pelo Bispo D. Jerónimo, tomando posse em 20 do mesmo mês. 

Paroquiou em S. Jorge durante quase 38 anos, sendo o abade que mais tempo ali exerceu as suas funções, sem nunca ter coadjutor. 

Foi vigário da Vara do Segundo Distrito da Feira desde 1862 até à sua morte que aconteceu repentinamente num Domingo, 3 de Agosto de 1879, Nesse dia ainda tinha rezado missa. 
As cerimónias fúnebres ocorreram no dia 5 desse mês com ofício participado por  39 padres. 
Está sepultado no Cemitério Paroquial das Caldas de S. Jorge.

O abade José Inácio da Costa e Silva (de Pigeiros) escreveu sobre  o sacerdote: "Não conheci o abade Loureiro, embora tivesse já sete anos quando ele morreu. Mas em vista da sua escrituração e das informações que me têm dado, posso, quase com segurança, deixar aqui o seu retrato: Fisicamente era um homem corpulento, alto e grosso e de rosto trigueiro que infundia terror nos momentos de zanga. Moralmente era um padre de bons costumes, de vida sem mancha e tido sempre no melhor conceito pelos seus superiores. Era um homem de um temperamento enérgico e irascível e era sujeito a violentas explosões de génio. Por isso infundia ele respeito e temor a todos e não só ao povo como aos próprios colegas. Como pároco foi sempre muito limpo e zeloso em tudo. Trouxe sempre a igreja com o maior asseio e não se cansava em angariar esmolas para a prover de paramentos. Ele mesmo ia ajudar as zeladoras a enfeitar os altares para as festas e ai daquele que escarrasse ou fizesse barulho na igreja". Igualmente muito limpa a sua escrituração. Os seus assentos são um primor em caligrafia, ortografia, redacção e boa ordem. E finalmente em tudo e sempre se mostrou um exemplar cura de almas, deixando as melhores memórias de si. Ficou encomendado o Pe. José Ferreira Coelho, de Guisande, ao tempo aqui capelão. Era um santo homem, já idoso, magrinho, sempre a sorrir e aqui (em Pigeiros) paroquiou 4 anos a contento de todos.



Descrição a partir de informações tomadas de Daniel Sousa em Geneall.net

Não temos mais referências sobre este padre natural de Guisande, nem, por conseguinte, qualquer fotografia. Quem sabe, com tempo e pesquisa junto da Casa do Loureiro, se consiga colmatar esta lacuna. Em todo o caso, as informações colhidas e publicadas acima são por si, apesar de elementares, muito significativas e que retratam uma importante figura da nossa freguesia embora com a maior parte da sua vida passada por fora. 

Pe. António Alves de Pinho Santiago


António Alves de Pinho Santiago nasceu no dia 14 de Dezembro de 1937 no lugar das Quintães, na freguesia de Guisande, concelho de Vila da Feira, filho de António Alves de Pinho Santiago, de quem toma o nome, e Maria da Anunciação da Costa e Pinho.

Ingressou no Colégio de Ermesinde em Outubro de 1949 onde frequentou o 1º ano do Liceu.
Em 1950 transitou para o Colégio de Trancoso, em Vila Nova de Gaia onde fez o 2º e 3º anos do Liceu.
Em 1952 passa para o Seminário de Vilar, na cidade do Porto, onde conclui o 4º, 5º, 6º e 7º anos de escolaridade. Entre os anos de 1956 e 1960 frequenta o Seminário Maior da Sé do Porto. Ainda em 1960 fez o Diaconado e a Ordenação aconteceu no dia 6 de Agosto de 1961.

A Missa Nova na freguesia de Guisande aconteceu no dia 15 de Agosto de 1961, com a paróquia em festa e todo o percurso de sua casa à igreja matriz efusivamente enfeitado com flores e verdura.
Nesse mesmo ano de 1961 recebe do seu Bispo a nomeação para coadjutor da paróquia de Lourosa, concelho de Vila da Feira, onde permaneceu durante dois anos.

Em 30 de Agosto de 1963 foi nomeado pároco de Santa Marinha de Palmaz, concelho de Oliveira de Azeméis. Anos mais tarde, em 1993, ficou também com a responsabilidade da paróquia vizinha de Travanca, no mesmo concelho.



Acima, igrejas de Palmaz e Travanca por onde paroquiou a maior parte da sua vida sacerdotal.

Em 15 de Agosto de 2011 festejou as Bodas de Ouro Sacerdotais, cuja celebração decorreu na igreja matriz de Guisande.
Manteve-se na paróquia de Palmaz durante 55 anos e na de Travanca durante 26 anos. A despedida aconteceu no final de Setembro de 2018. Para assumir as suas funções pastorais, o Bispo nomeou em 25 de Julho de 2018 o Pe. André Bruno Teixeira de Olim, como administrador paroquial de Palmaz e Travanca. Este jovem padre, nascido em 11 de Setembro de 1985, foi ordenado em 12 de Julho de 2015 e anteriormente esteve colocado na Madeira como Vigário Paroquial das paróquias do Caniço e Santo da Serra, no Arciprestado de Machico e Santa Cruz.

Concluída para além das suas forças a sua longa missão de pastor, com o peso das vicissitudes da velhice, regressou à sua terra natal, à casa paterna no lugar das Quintães, onde passou a viver na companhia de alguns dos seus irmãos.
Que Deus o conserve entre nós  por mais anos.


Acima, no dia da sua Missa Nova, a caminho da igreja matriz, ladeado pelos pais e o Pe. Francisco.




Fotografias de momentos da celebração da sua Missa Nova, na paróquia de S. Mamede de Guisande, que teve lugar no dia 15 de Agosto de 1961.
Na foto de baixo, acompanhado pelo então pároco de Guisande, Pe. Francisco Gomes de Oliveira, ainda o Pe. Domingos Moreira, de Pigeiros, e o Pe. José de Almeida Campos, de Fiães.

Abaixo várias outras fotografias de momentos diversos e importantes, como a cerimónia da ordenação na Sé do Porto, missa nova em Guisande e respectiva boda, grupo de irmãos em diferentes datas e ainda alguns momentos na sua paróquia de Palmaz.

















Na foto acima, em 2016, com o então presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Dr. Hermínio Loureiro, na assinatura de um contrato-programa que permitiria um apoio de 30 mil euros para as obras de requalificação da envolvente da igreja matriz de Palmaz, umas das últimas e várias obras dinamizadas pelo Pe. Santiago. [foto: fonte: cm oaz]



Na foto acima, a ser entrevistado para o jornal "Correio de Azeméis", durante a festa de convívio e homenagem na despedida das suas funções pastorais, em Palmaz, em Setembro de 2018.

Nota final: Um agradecimento ao Alberto Santiago, irmão do Pe. António, por nos facultar algumas das fotografias que ilustram este artigo. Bem haja!

2 de outubro de 2014

Padre José Pereira de Oliveira


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"Tudo isto valeu a pena...Se tivesse dez vidas, seria sempre sacerdote" - Pe. José Pereira de Oliveira.


O padre José Pereira de Oliveira, nasceu em Guisande, no lugar da Gândara, numa velha casa localizada onde actualmente se situa a habitação do António Mota e da esposa Matilde.

De família humilde mas remediada, era filho de Manuel Pereira de Oliveira e de Rita Joaquina de Jesus. Era neto paterno de João Pereira de Oliveira e de Ana Joaquina. Por sua vez era bisneto paterno de José Pereira e Maria de Oliveira e de Manuel José de Matos e de Maria Joaquina de Jesus.

Era neto materno de António Joaquim Gomes de Almeida e de Joaquina Antónia de Jesus. Por sua vez era bisneto materno de José Francisco de Almeida e de Maria Felizarda São José Loureiro da Silva do lugar da Barrosa - Guisande.  

Foi baptizado em 7 de Outubro de 1909 pelo pároco Pe. Abel Alves de Pinho, e teve como padrinhos José Joaquim Gomes de Almeida e Margarida Alves de Santiago.

Teve três irmãos, o Mamede, que viveu em Casaldaça, marido da Sr.ª Elvira, o Domingos e o António, este pai do Sr. Mário Reis de Oliveira, do lugar da Gândara.

Nasceu em 4 de Outubro de 1909.  Com 13 anos entrou para o Colégio de S. Tomás de Aquino, em Braga, onde cursou durante cinco anos de preparatórios. Dos 36 seminaristas que com ele iniciaram, apenas 7 chegaram a sacerdotes.

Seguiu depois para o curso de Filosofia durante 2 anos no Seminário das Missões do Espírito Santo em Viana do Castelo.

Entre 1929 e 1930 foi para  Orly, na periferia de Paris - França, onde professou a vida religiosa a 8 de Setembro de 1930.

De 1930 a 1934 cursou Teologia também no Seminário de Viana do Castelo. 

Foi ordenado sacerdote em Braga, em 8 de Outubro de 1933, Ano Santo da Redenção, pelo Arcebispo D. António Bento Martins Júnior.

Em 1934, terminado o curso de Teologia partiu em missão para Angola, inicialmente para o Seminário Maior, em Gaanda e depois em Abril de 1937 fixou-se no novo Seminário da Caala, a 45 Km de Nova Lisboa (actual Huambo).

Regressa a Portugal em 26 de Abril de 1941 indo paroquiar a vila de Monforte, no Distrito de Portalegre -  Alentejo.

Em 1943 é nomeado como Provincial da Congregação dos Missionário do Espírito Santo, cargo que desempenhou durante 6 anos. Segue depois para Viana do Castelo como Superior, professor e pregador.

Em 1955 é nomeado Superior dos Padres do Espírito Santo em Cabo Verde, onde permaneceu entre 1950 e 1966, essencialmente com trabalho nas ilhas de Santiago e Maio. 

Regressa a Portugal em Março de 1966 depois de 11 anos de Missão em terras cabo-verdianas, fixando-se no Seminário da Silva, em Barcelos.

Em 8 de Outubro de 1983 celebrou Bodas de Ouro Sacerdotais (50 anos) com missa no Seminário da Silva. Nessa celebração, para além de outros sacerdotes ligados aos espiritanos, estiveram o Pe. Francisco Gomes de Oliveira, pároco em S. Mamede de Guisande, sua terra natal, e o Pe. Campos, da paróquia de Fiães, ambos primos do Pe. Oliveira.

Chegou a ficar prevista para o dia 29 de Outubro desse mesmo ano que o Pe. Oliveira celebrasse também em Guisande a missa de Bodas de Ouro da sua Missa Nova, mas problemas de saúde vieram imviabilizar essa cerimónia, com muita pena sua, já que tinha formalizado um pedido: "Só peço a Deus um bocadinho mais de saúde afim de cumprir o meu compromisso em Guisande, minha terra natal".

Depois desta importante marca na sua vida sacerdotal e missionária, o Pe. José Oliveira continuou com probelmas de saúde e manteve-se pelo seminário da Silva, em Barcelos, onde veio a falecer em 24 de Fevereiro de 1986, encontrando-se ali sepultado.

Na sua missão, o Pe. Oliveira tinha como lemas "Ser para Deus e ser para os outros", "Dar Deus às almas e dar as almas a Deus".

Quem o conheceu, diz  ter sido um exemplo de um homem bom e um sacerdote cheio de ardor apostólico, um amigo sempre com uma palavra de conforto e incentivo, um missionário disponível e alegre, um espiritano que encarnava no quotidiano a experiência do "Absoluto de Deus". Um confrade que amava a comunidade e nela tinha uma presença de qualidade.

O Pe. José Pereira de Oliveira é uma ilustre guisandense relativamente pouco conhecido mas que mereceria uma melhor atenção e reconhecimento da freguesia que, espero pessoalmente, venha a acontecer num futuro próximo. 

Quando estive na Junta da União sugeri a ideia de renomear a Rua dos Quatro-Caminhos para Rua Pe. José Pereira de Oliveira, por estar relacionada à sua casa de nascimento, mas a proposta não colheu  o apoio e interesse do então presidente da Junta, tendo ficado, com pena minha, sem efeito. Poderia pelo menos ter sido feito a proposta e tentada a alteração junto dos moradores da rua.




1962  - Vista poente da casa dos pais do P.e Oliveira, no lugar da Gândara - Guisande


1941 - Saída para um passeio ao Santuário de Fátima. O P.e Oliveira  ao lado do P.e Francisco de Oliveira, recentemente nomeado pároco da freguesia de Guisande.


1959  - Praia - Cabo Verde
Ladeado por um grupo de Liamistas.


Capa do jornal "O Mês de Guisande" de Outubro de 1983 onde é dado destaque à biografia e às Bodas de Ouro Sacerdotais do Pe. José Pereira de Oliveira.

27 de fevereiro de 2014

Imprensa periódica da Vila e Concelho da Feira

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Excelente trabalho de Roberto Vaz de Oliveira sobre a imprensa periódica da vila e concelho da Feira, integrado na publicação “Aveiro e o seu Distrito, Nº 10 de Dezembro de 1970.

Como curiosidade, a indicação de um nosso conterrâneo, Dr. Joaquim Alves Santiago, ter sido director do jornal “Democrata Feirense”.

 

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O Dr. Joaquim Alves Santiago nasceu na freguesia de Guisande, deste concelho da Feira, em 25 de Novembro de 1898, sendo filho de Joaquim Alves Santiago e de sua mulher D. Maria Joaquina da Conceição. Casou, pela primeira vez, com D. Margarida Augusta da Conceição Valente Baldaia e, pela segunda vez, com D. Inocência da Silva Santos.

Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, foi, nesta cidade, professor da Escola Académica, tendo também advogado na Vila da Feira, onde faleceu em 12 de Setembro de 1958.

24 de julho de 2013

Homenagem ao P.e Domingos Moreira

 

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Em reconhecimento do elevado valor humanista, altruísta e científico do Padre Domingos Azevedo Moreira, abade de Pigeiros durante 50 anos, falecido a 10 de janeiro de 2011, o Município de Santa Maria da Feira e a Junta de Freguesia de Pigeiros vão homenagear, dia 27 de julho, esta figura maior da cultura portuguesa.

Pelas 10h30 realiza-se uma missa solene, na Igreja de Pigeiros, presidida por D. João Lavrador, seguida de descerramento de busto e romagem ao cemitério. À tarde, pelas 15h00, terá início a conferência “Padre Domingos Moreira: o homem e a obra”, no auditório da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, cuja abertura estará a cargo do presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Alfredo Henriques.

Serão oradores nesta conferência, com a presença de D. Carlos Azevedo, delegado do Conselho Pontifício para a Cultura no Vaticano, os professores catedráticos Cândido dos Santos, (“Os livros na vida de um pároco de aldeia”), Luís Carlos Amaral, (“O percurso incomum de um historiador invulgar: em torno da obra historiográfica do Padre Domingos A. Moreira”) e Eugénio dos Santos (“Como o Padre Domingos Moreira era visto pelos amigos”). Celestino Portela, membro da Comissão Executiva da Liga dos Amigos da Feira (LAF) encerra o encontro. O programa da homenagem termina com a inauguração da exposição “A Biblioteca de Padre Domingos Azevedo Moreira”, pelas 17h00, na sala de exposições da Biblioteca.

- Padre Domingos de Azevedo Moreira

Nascido em 1933, em Romariz, Santa Maria da Feira, o Padre Domingos Azevedo Moreira foi, como gostava de referir, abade de Pigeiros, durante 50 anos. De uma forma humilde, dedicou toda a sua vida aos seus paroquianos, família e ao estudo, buscando, permanentemente, o conhecimento.

Detentor de uma expressiva biblioteca, constituída por cerca de 20 mil documentos e por uma coleção especial de 30 fac-símile, decidiu partilhá-la com a sua comunidade, através de doação, por testamento, ao Município, definindo que a biblioteca geral deverá ficar depositada, em sala com o seu nome, em Pigeiros e a biblioteca especial, em cofre, com condições especiais de conservação, que, no caso, será na biblioteca municipal.

 

fonte da notícia: link

 

Nota: Pela ligação afectiva e efectiva do P.e Domingos Moreira à freguesia e paróquia de Guisande, seria importante que alguém se fizesse representar de forma oficial nesta homenagem.

6 de maio de 2013

P.e Francisco Gomes de Oliveira – 15 anos de saudade

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Neste mês de Maio lembramos os 15 anos sobre o falecimento do P:e Francisco Gomes de Oliveira, anterior pároco de Guisande.

A nossa simples homenagem e lembrança da efeméride na forma de um banner comemorativo.

20 de outubro de 2005

Dr. Joaquim Alves Santiago


O Dr. Joaquim Alves Santiago nasceu na freguesia de Guisande, concelho de Vila da Feira, em 25 de Novembro de 1898, filho de Joaquim Alves Santiago e de  Maria Joaquina da Conceição, de Caldas de S. Jorge. Era irmão de António Alves Santiago e por conseguinte, de entre outros, tio paterno do Pe. António Alves de Pinho Santiago. Tinha ainda um irmão de nome Manuel Alves de Santiago, na altura solteiro e estudante, que foi seu padrinho de baptismo. Teve como madrinha a tia paterna de nome Maria Joaquina da Silva.
Era neto paterno de Manuel Santiago e de Eufrásia Joaquina da Silva, de Casaldaça, e neto materno de Manuel Alves Moreira e de Maria Joaquina da Conceição, das Quintães.

Casou em primeiras núpcias com Margarida Augusta da Conceição Valente Baldaia e em segundas núpcias com Inocência da Silva Santos.

Licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa,  tendo, nesta cidade, exercido a função de professor da Escola Académica. Exerceu também a advocacia com escritório na Vila da Feira. 

Chegou a ocupar o cargo de redactor principal e depois director do então jornal "Democrata Feirense", um semanário fundado em 5 de Outubro de 1914 e que viria a terminar no ano de 1958. Entre outras importantes figuras feirenses, também foi director desse jornal, em período anterior, o Dr. Vitorino de Sá (Sanfins, em 25 de Outubro de 1854 - Vila da Feira, em 21 de Maio de 1934).

O Dr. Joaquim Alves Santiago veio a falecer em 12 de Setembro de 1958, com 60 anos de idade (não conseguimos apurar onde se encontra sepultado, presumindo que na Vila da Feira, onde faleceu).



Nota: Dados biográficos colhidos de Roberto Vaz de Oliveira na publicação "Aveiro e o seu distrito" Nº 9 de Junho de 1970. 

Observação: Não temos mais dados sobre esta figura Guisande, nomeadamente sobre se teve alguma intervenção na freguesia onde nasceu e se para ela contribuiu com a sua acção de homem das leis e das letras. 
Em todo o caso, foi sem dúvida uma figura de relevo, ligada a uma família importante na nossa freguesia e considera-se que é justificada a sua referência nesta simples galeria de figuras ilustres ligadas à freguesia de Guisande.

3 de fevereiro de 2000

Lista de padres nascidos em S. Mamede de Guisande

António Coelho Ribeiro

Manuel Maia - Foi coadjutor pelo fim do século XVII e princípio do seguinte..

Manuel Gomes Leite - Na sua monografia sobre Guisande, o Dr. António Ferreira Pinto apenas indica o nome. Por isso pouco se sabe deste clérigo guisandense. Encontrei, porém, num assento de baptismo de António Gomes Loureiro, filho de Domingos Pinto e de sua mulher Sebastiana Gomes, do lugar da Barrosa, que nasceu em 14 de Setembro de 1711 e foi baptizado em 20 do mesmo mês e ano, uma referência ao seu nome, como testemunha, sendo descrito como Reverendo Cónego da Sé do Porto e tio do baptizado. Fica-se sem a certeza se irmão do pai ou da mãe, porque os diferentes apelidos de ambos não ajudam ao esclarecimento, mas pela existência comum do apelido Gomes admite-se fosse irmão da Sebastiana. Será de supor que este cónego tem as suas raízes à família e Casa do Loureiro da Barrosa.
Anteriormente, num assento de baptismo de 12 de Novembro de 1703, em em anos seguintes, surge como coadjutor do pároco Valério Alves Pereira.
Num assento de baptismo de 7 de Julho de 1794 é indicado como coadjutor na paróquia de S. Cristóvão de Mafamude - Vila Nova de Gaia.

Manuel Alves da Silva. Foi coadjutor pelo fim do século XVII.

António Alves de Magalhães. Em alguns assentos paroquiais, nomeadamente num de baptismo datado de 15 de Março de 1739, de um José filho de seu irmão Custódio de Magalhães e sua mulher Maria Moreira, do lugar da Quintão (Outeiro) é dado como morador nesse lugar. Desconhece-se se é natural de Guisande mas presume-se que sim.
Faleceu em 14 de Janeiro de 1766 e instituiu como seu herdeiro o seu sobrinho e afilhado José, filho de Custódio de Magalhães, do referido lugar da Quintão (Outeiro). Deixou ainda bens a seu irmão João Alves de Magalhães e a sua sobrinha Helena.

José Francisco - Num assento de baptismo de José, filho de Manuel Francisco e de Maria Guedes, do lugar de Casaldaça, que nasceu em 29 de Abril de 1737 surge como padrinho e como morador no lugar das Quintães. Não encontrei mais dados sobre este padre e se realmente era natural de Guisande, mas será de presumir que sim. Na lista de padres nascidos em Guisande publicada pelo Cónego Dr. António Ferreira Pinto na sua monografia "Defendei Vossas Terras", de 1936, não há qualquer referência a este sacerdote.

José Pinto, das Quintães, em 1769, tinha 79 anos e fora ordenado em 1724. Rebentou-lhe na mão uma espingarda, ficou muito doente dos olhos e nunca fez exame de confessor. Faleceu em 14 de Novembro de 1775 tendo sido sepultado dentro da igreja matriz de Guisande. 
Deixou testamento cerrado com bens por alma de seus pais e seu irmão Manuel e instituiu como sua herdeira uma Josefa  Maria, mulher de Bernardo Pereira da freguesia de Lamas, com a obrigação de lhe fazer os bens de alma e pagar suas dívidas.
Durante a sua vida foi padrinho de baptismo de vários guisandenses.

Com alguma incerteza mas com grande probabilidade, do que consegui pesquisar, seria filho de António Pinto e de sua mulher Isabel Dias, tendo nascido a 5 de Janeiro de 1684, sendo baptizado a 7 do mesmo mês. Foram padrinhos, José Francisco, do lugar das Quintães e Isabel filha de Gonçalo Pinto, do lugar da Lama. A ter em conta este assento e esta data de nascimento poderá estar errada a indicação acima de que em 1769 tinha 79 anos, mas antes 85.

Manuel Alves da Conceição. Na paróquia de Santa Maria do Vale, nos assentos de casamento dos dias 5-10-1750, e 14-11-1752 lê-se que era de Guisande, mas que residia no Vale, onde fora assistente. 
Em vários assentos paroquias de S. Mamede de Guisande, nomeadamente num de baptismo na data de 30 de Maio de 1737 em que foi padrinho de um Bernardo, filho de Pedro de Oliveira e de sua mulher mariana do Espírito santo, do lugar da Trás da Igreja, sendo dado como morador no lugar de Cimo de Vila. Faleceu em Guisande em 12 de Abril de 1764 tendo sido sepultado no interior a igreja matriz. De acordo com a indicação no seu assento de óbito, deixou como herdeira uma sua filha (natural e não legítima) que vivia em Romariz, pelo que se presume que não exerceria como sacerdote.

Manuel José Reimão, foi cura e encomendado. Era da família de cujos descendentes, entre outros, são o Américo Baptista da Silva, o Valdemar e outros seus irmãos. Daí a alcunha que ainda têm de Reimão. Todavia ainda não consegui apurar a data de nascimento nem a filiação nem a relação genealógica. 

Num assento de baptismo de José, filho de António Pereira e de Maria Joana, do lugar do Outeiro, nascido em 14 de Maio de 1787 e baptizado a 19 do mesmo mês, aparece na qualidade de padrinho e identificado como sendo do lugar de Casaldaça. Será pois natural desde lugar.

Foi coadjutor da nossa paróquia pela segunda metade do séc. XVIII, tendo assinado vários assentos paroquiais. O primeiro assento que identifiquei como coadjutor foi num baptismo em 11 de Março de 1789, de uma rapariga de nome Tomásia que nasceu no dia 6 do mesmo mês, filha de José Francisco de Sousa e de Damiana Maria de Jesus, do lugar da Barrosa.
Faleceu em Guisande em 20 de Junho de 1828 e foi sepultado no dia 23 do mesmo mês e ano dentro da igreja matriz.

Para tentar chegar à filiação deste padre, pesquisei os assentos de baptismo de vários baptizados com o nome de Manuel e de Manuel José apenas encontrei um assento de Manuel José, nascido em 25 de Agosto de 1754, filho legítimo de Eusébio Francisco e de sua mulher Maria Francisca, do lugar de Estoze, neto paterno de Domingos Francisco e de Ângela Franciscia (do lugar de Tozeiro da freguesia de Louredo) e neto materno de João António e de sua mulher Ana Francisca (do lugar de Estoze).
É apenas uma referência que tem em conta a coincidência do nome, mas em rigor pode não ter qualquer relação, De resto o facto dos pais serem indicados apenas com os nomes próprios, por isso sem apelidos, também não ajuda ao esclarecimento. Mas fica o apontamento. Na hipótese de ser este, nascendo em 1754 e tendo falecido em 1828 significa que viveu 74 anos.

José Gomes de Almeida (Pe. Loureiro), nasceu em 22 de Setembro de 1807.
Era filho de Domingos José Francisco de Almeida e de Maria Felizarda de São José da Silva Loureiro  estes do lugar da Barrosa, Guisande.
Era neto paterno de Domingos Francisco de Almeida Vasconcelos e de Clara Angélica Rosa. Era neto materno de Manuel Gomes Loureiro e de Tomásia Rosa da Silva de Jesus.
Recebeu a ordem de presbítero em 24 de Setembro de 1831. Foi nomeado pároco de S. Jorge de Caldelas em 1844. Faleceu em 03 de Agosto de 1879.

José Ferreira Coelho, recebeu a ordem de presbítero em 8 de Setembro de 1847. Foi encomendado em S. Jorge, Guisande e Gião, morrendo nesta freguesia.

António Ferreira Pinto, recebeu tonsura e menores em Julho de 1892, subdiácono logo em 7 de Agosto, diácono e presbítero em 30 de Julho e 22 de Outubro de 1893. De 1892 a 1897 formou-se em Teologia pela Universidade de Coimbra, sendo nomeado professor do Seminário do Porto em Setembro de 1897. Foi aposentado em Outubro de 1935 como consta do Diário do Governo n. 250.

Manuel Leite de Resende, nasceu em 4 de Setembro de 1758. Recebeu o presbiterado em 13 de Setembro de 1784.
Era do lugar de Trás-da-Igreja, sendo filho de Manuel José de Resende e de Mariana da Silva. Era neto paterno de Bartolomeu João e de sua segunda mulher Josefa Maria de Resende (1). Era neto materno de Manuel da Silva e de Ana Fernandes, do lugar da Lama. Era irmão do Pe. José Leite de Resende.
Esta Josefa Maria de Resende faleceu em 2 de Janeiro de 1774.

José Leite de Resende, nasceu em 19 de Setembro de 1766. Recebeu o presbiterado em 1 de Agosto de 1897. 
Era do lugar de Trás-da-Igreja, sendo filho de Manuel José de Resende e de Mariana da Silva. Era neto paterno de Bartolomeu João e de sua segunda mulher Josefa Maria de Resende. Era neto materno de Manuel da Silva e de Ana Fernandes, do lugar da Lama. Teve como padrinho de baptismo o Pe. José Pinto, do lugar das Quintães. Era irmão do Pe. Manuel Leite de Resende.

Delfim Augusto Guedes, da Casa do Ferreiro, da Leira, recebeu o presbiterado a 12 de Novembro de 1911, em Remelhe, durante a expulsão de D. António Barroso. Foi pároco na freguesia de Sanguedo, de Vila da Feira e depois nas Caldas de S. Jorge a partir de 28 de Setembro de 1939, sucedendo ao Pe. José Inácio da Costa e Silva, natural de Pigeiros, que resignou nesse ano, seguindo depois, em 1943,  para a freguesia de Escariz - Arouca, onde faleceu em 1961 e ali foi sepultado no cemitério local, tendo sido muito estimado pelos seus paroquianos.

Nota à margem sobre o Pe. Delfim Augusto Guedes:
Sobre este sacerdote, aquando da sua paroquialidade em Escariz - Arouca, José António Rocha, no documento intitulado "A Senhora da Abelheira", inserto no Lusitânia Sacra, 2ª série, Tomo 19-20 (2007-2008), a páginas 449, narra como lhe tendo sido contado pelos locais um episódio que considerou anedótico, mas que numa perspectiva sociológica ou de história das mentalidades, dizia muito. Assim, lá por Escariz dizia-se que o Pe. Delfim (ali p
ároco entre 1943 e 1961) não era muito muito devoto da capela da Senhora da Abelheira (porventura pela polémica da sua história e fundação) e que a ela se referia depreciativamente como "...lá em cima do monte". Ora por volta de 1960, numa celebração na dita capela da Abelheira, quando a missa estava a "santos" lançaram os tradicionais foguetes, sendo que um deles caiu sobre o telhado, furando-o e ferindo o pároco na cabeça, tendo sangrado..
Fosse ou não "castigo divino", certo é que a partir dessa data o padre não terá voltado a maldizer a capela.

Nota: Sendo que faleceu em 1961, verdade se diga, o Pe. Delfim também não teve muito mais vida para continuar a depreciar a capela da Abelheira. Não se consta que tenha morrido por causa do episódio do foguete, de resto um acontecimento algo mitificado e lendário, como reconheceu o atrás referido autor José António Rocha.

Joaquim de Oliveira Pinto, nasceu em 06 de Junho de 1894. Recebeu a ordem de presbítero, em 22 de Julho de 1917. 
Era filho de António Caetano Pinto e de Maria Joaquina de Oliveira, neto paterno de Manuel Caetano Pinto e de Joana Maria de Jesus, do lugar de Casaldaça e neto materno de Manuel de Oliveira e de Ana Joaquina, do lugar do Reguengo. Teve como padrinhos Alberto Caetano Pinto e Amélia Maria de Oliveira, irmãos do baptizado.
Foi pároco de S. André de Gião, na Feira, onde tem um busto do lado nascente da igreja antiga. Faleceu com 87 anos de idade em 23 de Outubro de 1981. Está sepultado no Cemitério Paroquial de Guisande.

José de Oliveira, recebeu a ordem de presbítero em 1934. Pertenceu à congregação do Espírito Santo e esteve nas missões de África.

Em 1769 havia dois estudantes: José Alves de Magalhães, com 26 anos, do lugar da Quintã e Bernardo José de Oliveira, com 31 anos, do lugar de Trás da Igreja, ambos com boas informações do Visitador e do pároco, mas não aparecem na matrícula para a ordenação.

Alberto Caetano Pinto, aluno do 1.º ano teológico, faleceu em 1896. Nota: Era tio do Pe. Joaquim de Oliveira Pinto, atrás citado.

Manuel Alves Santiago, já muito doente, fez o 2.º ano teológico, em 23 de Julho de 1906, falecendo pouco depois.

Cónego António Ferreira Pinto - Fornos - Guisande 
02/06/1871 - 08/04/1949

José Pereira de Oliveira - Gândara - Guisande

O Padre José Pereira de Oliveira, nasceu em Guisande, no lugar da Gândara, numa velha casa localizada onde actualmente se situa a casa do António Mota e da esposa Matilde.

Nasceu em 4 de Outubro de 1909. Professou em 8 de Setembro de 1930, em Orly, França e foi ordenado sacerdote em em Braga, em 8 de Outubro de 1933.

Pertencia à Congregação do Espírito Santo, tendo estado em Missão em terras de Angola, entre1937 e 1941 e em Cabo Verde, entre 1950 e 1966.

Exerceu funções de Provincial da Congregação entre 1943 e 1949.

Faleceu em 24 de Fevereiro de 1986, estando sepultado na Silva - Barcelos.

De família humilde, era filho de Manuel Pereira de Oliveira e de Rita Joaquina de Jesus. Teve três irmãos, o Mamede, que viveu em Casaldaça, marido da Sr.ª Elvira, o Domingos e o António, este pai do Sr. Mário Reis de Oliveira do lugar da Gândara.

Agostinho Pereira da Silva - Casaldaça - Guisande
29/08/1920 - 08/03/1997

António Alves de Pinho Santiago - Quintães - Guisande
14 de Dezembro de 1937
Ordenação em 06 de Agosto de 1961

Leonel da Conceição Lopes - Igreja - Guisande  - Ordenado no início da década de 1980 (data a confirmar), Missa Nova em Guisande - Resignou após um curto magistério sacerdotal, passando a exercer a actividade de professor.

[Fonte: “Defendei vossas terras... S. Mamede de Guisande, no concelho da Feira, bispado do Porto”, António Ferreira Pinto - Porto, Soc. de Papelaria, 1936.] - Actualizações e complementos por Américo de Almeida.

5 de janeiro de 2000

Padre Agostinho Pereira da Silva

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O Padre Agostinho Pereira da Silva nasceu na freguesia de Guisande, no lugar de Casaldaça, no dia 29 de Agosto de 1920. Filho de Roberto Pereira da Silva e de Ermelinda Henriques de Jesus. Faleceu em 08 de Março de 1997.

Pais do Pe. Agostinho


Missionário da Congregação do Espírito Santo e do Imaculado Coração de Maria, o Padre Agostinho, percorreu, desde os primeiros tempos da sua vocação e formação missionária, iniciada no Seminário da Guarda, uma longa e difícil caminhada pelos trilhos da dedicação a Cristo e à Sua Igreja, passando ainda pelo Seminário de Fraião, em Braga, na Casa do Espadanido, também em Braga, onde viveu a experiência do primeiro Noviciado e fez a sua Profissão Religiosa, professando os votos de pobreza, castidade e obediência na congregação, que o caracterizaram por toda a sua vida como um homem simples e desligado das coisas materiais, já que nunca teve nada de seu, para além da sua vida, a qual, até essa, dedicou a Cristo e aos irmãos.

De seguida passou para o Seminário de Viana do Castelo, sendo ordenado presbítero a 7 de Outubro de 1945. Ainda em Viana do Castelo recebeu a sua Consagração ao Apostolado, tendo então recebido a sua primeira nomeação - Missionário em Nova Lisboa, actual Huambo, em Angola. Em 1954, de regresso, em férias ,à metrópole, voltou a passar algum tempo no Seminário do Espírito Santo em Viana do Castelo, ingressando de seguida no Noviciado do Mosteiro de Dueñas, convento espanhol de tradição cisterciense onde viveu durante quase dois anos uma difícil experiência monacal exclusivamente dedicada à oração e meditação.

Em 1958 regressa a Angola onde serviu em várias Missões e leccionou no Seminário de Nova Lisboa. Acometido de vários problemas de saúde, que o perseguiram quase durante toda a sua vida, regressa a Portugal, onde após um descanso em família, lecciona no Seminário da Torre d’ Aguilha.

A 1 de Novembro de 1965 é nomeado pároco da freguesia de S. Domingos de Rana, concelho de Cascais, onde inicia uma das últimas etapas da sua vida, iniciando aqui um trabalho com raízes profundas nas vertentes da acção pastoral e social, fazendo dele um projectista de sonhos e realidades inerentes a uma região suburbana de Lisboa, com uma população crescendo exponencialmente, assim como as suas necessidades e problemas. Já em 1974, quando a razão do crescimento e das necessidades da sua paróquia colocaram em seu auxílio dois coadjutores, o Padre Agostinho começou a dedicar uma especial atenção a um dos lugares da Paróquia de S. Domingos de Rana: Tires. 

A ela se dedicou nos últimos anos da sua vida, tendo conseguido a 31 de Maio de 1985 a designação canónica de “quase paróquia” da Nossa Senhora da Graça de Tires, onde após uma dedicação de sacerdote, missionário e construtor. Nesta nova paróquia, celebra as suas Bodas de Ouro Sacerdotais a 7 de Outubro de 1995, entregando, pouco tempo depois - 8 de Março de 1997 - a sua alma a Cristo.

O Padre Agostinho Pereira da Silva, foi homenageado, a título póstumo, no dia 7 de Junho de 1997, pela Câmara Municipal de Cascais, com a Medalha Municipal da Solidariedade, como reconhecimento pela sua acção apostólica e social que ao longo de grande parte da sua vida dedicou às paróquias de S. Domingos de Rana e Nossa Senhora da Graça, de Tires.