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28 de setembro de 2021

Vencendo perdendo

 


Democracia, de facto, é saber ganhar e saber perder. E quem faz as coisas com sentido de responsabilidade, voluntarismo e  cidadania, mesmo vencido é vencedor. Manuel Leite, apesar de tudo e dos motivos que, em nosso entendimento, concorreream para o resultado, é um vencedor.

Em todo o caso, estas coisas, concretamente as derrotas eleitorais deixam sempre um amargo de boca pois nem sempre o mérito, o esforço e a dedicação são reconhecidos e não raras vezes quem mais se dedica, mais é escrutinado e criticado, ficando com a fama mas sem o proveito. E criticado, tantas vezes de forma a roçar o insulto e má educação. E isso calha a todos.

Um pouco ou muito por isto, não surpreende que cada vez mais gente interessada e com capacidades se vá afastando destas coisas da cidadania, do voluntariado, destas lutas eleitorais, deixando as responsabilidades para novos artistas da bola, seguidistas, paraquedistas e outros que tais. Portanto, é um preço que para o bem e para o mal todos pagamos. 

Há, pois, muito caminho e mentalidade a mudar, mas não parece fácil.

27 de setembro de 2021

É tempo de remendar

Costuma-se dizer que o melhor prognóstico é aquele feito já depois do jogo, como quem diz, depois de se saber o resultado. Mas no que se refere à ainda fresca vitória de David Neves na eleição para a Assembleia da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, encabeçando a lista do Partido Socialista, esta era mais que previsível porque assentava numa vontade mais ou menos generalizada e sentida de mudança e sobretudo de penalização face à prestação fraquinha do ainda em funções executivo do PSD, tanto mais que o cabeça-de-lista escolhido pelos sociais-democratas fazia (faz) parte desse executivo e como tal transportava para esta eleição uma herança de, tão fraca, difícil de justificar.

É certo que em rigor as listas deviam ser sufragadas em face dos projectos e propostas apresentadas para o novo mandato, bem como da qualidade dos elementos integrantes das listas, mas na prática todos sabemos que não é assim e o eleitorado em regra vota não pelo que é prometido mas pela experiência deixada. Ora se um executivo de um determinado partido governa com maioria e no final do mandato não conseguiu mostrar obras, melhoramentos e dinâmicas de proximidade e envolvência da população, de forma diferenciada e marcante, o mais certo é que a seguir na próxima eleição seja penalizado, mesmo que com equipa renovada e novas promessas. Com retoques e novas dinâmicas pode resistir por arames algum tempo, mas não para sempre.

Assim, este foi o contexto com que lidou na eleição de ontem a lista do PSD concorrente à nossa Assembleia de Freguesia e o seu cabeça-de-lista embora voluntarioso e determinado, como é seu timbre, não conseguiu fazer alterar o sentido de voto e de penalização que se adivinhava. Assim, como se costuma dizer, apanhou por tabela, por de algum modo ter responsabilidades na  actuação do ainda actual executivo e por nele não ter sido capaz de quebrar amarras e fazer a diferença. 

Era pois uma tarefa muito difícil e mesmo ingrata, convencer a maioria dos eleitores de que agora com ele a liderar a Junta, liberto de um presidencialismo egocêntrico e indeciso, é que ía ser. Depois, uma campanha baseada em algum folclore e não tanto no contacto cara-a-cara, não permite inverter ideias e sentidos de voto.

Pessoalmente estou convenciodo que caso viesse a vencer e a presidir à próxima Junta, o que nunca acreditei, o candidato do PSD seria, dentro do seu estilo e personalidade, um líder decidido, sem medos e receios, estes que tantas vezes tolhem e encurtam as decisões que fazem a diferença numa governação e por isso com um estilo mais positivo e mais próximo das pessoas. Não tenho dúvidas que faria um trabalho diferente para melhor. Porém, o eleitorado na sua maioria não lhe concedeu esse voto de confiança e como tal fica pelo caminho, tendo que resignar-se a chefiar a oposição num sempre difícil papel de minoria. Faltará saber se terá as capacidades de um discurso assertivo, estruturado e fundamentado para liderar a oposição e quiçá com isso colher frutos e preparar-se para o futuro daqui a quatro anos. Não parece plausível, até porque o não demonstrou no debate radiofónico, mas o futuro o dirá. Será mais um homem de acção e menos de discurso mas no papel de membro da Assembleia o que vale mais é a capacidade de argumentação.

Ainda quanto a motivos para o desfecho, é notório desde há alguns anos que o PSD em Lobão, ou pelo menos dele algumas facções, tem fracturas difíceis de resolver, tanto na própria freguesia como com a concelhia. Enquanto não se der um acerto de estratégias e de devolução da importância que as bases devem ter em qualquer partido, e com isso uma reunião de esforços com todos a remar para o mesmo lado, será difícil a cada acto eleitoral elaborar uma lista forte e coesa. Para o PSD é importante que isso se faça nestes próximos tempos de modo a preparar a coisa para daqui a quatro anos até proque com a irreversível saída do Dr. Emídio Sousa, por esgotamento legal de número de mandatos, o candidato será obviamente outro, mesmo que de há muito se vá adivinhando quem. Face a isso, adivinha-se um ambiente propício à mudança, pelo que, sim, é importante que o PSD reflicta no que acabou por acontecer na nossa União de Freguesias e nos erros que foram ou não cometidos, ou nas opções mal tomadas. Isto porque, naturalmenet a derrota não é só do cabeça-de-lista e seus acompanhante, mas de mais gente, mesmo de quem está agora de saída.

A conquista do David Neves, mais do que naturalmente pelo peso do PS, que no caso pouco contou para o totobola, até porque desalinhado aqui na União LGLG quanto ao que se passou no restante concelho, é sobretudo uma vitória pessoal, fruto da sua preparação, conheciemento do território, experiência em dirigir, persistência e determinação, mesmo com o ónus de duas anteriores eleições perdidas e durante dois mandatos no papel ingrato de fazer oposição face a uma maioria pouco dada a acolher propostas contrárias.

É, pois, merecida e justa a vitória do David Neves e demonstra que com uma oposição objectiva, determinada, clara e consistente, mesmo destoando de resto de todos os seus colegas de bancada, pouco ou nada interventivos, pode dar frutos a médio prazo com o reconhecimento do eleitorado. E só por isso é que se justifica e fundamenta a vitória do David em representação do PS num território tendencialmente pró PSD. De resto isso verificou-se nas eleições para a Câmara e para a Assembleia Municipal, que venceu Em grande parte e de forma similar ao que tem acontecido em Guisande em que um eleitorado predominantemente PSD tem dado vitórias a Juntas em representação do PS. Ou seja, há eleitores que conseguem ver mais além do que a clubite ou militância partidária, colocando as pessoas e projectos acima das cores e bandeiras. Não fora isso, essa capacidade de distinção, e naturalmente o David Neves teria perdido pela terceira vez.

Daqui a dias certamente tomará posse e passará a dirigir a Junta deste amplo território da União de Freguesias LGLG e terá desde logo que demonstrar que é totalmente diferente na sua abordagem à realidade de gestão de quatro freguesias distintas mesmo que açaimadas numa solução administrativa manhosa conjunta.

Vamos, pois, ter esperanças que de facto um novo ciclo e um novo futuro começarão. O fazer futuro, como dizia o slogan da campanha. Não será naturalmente fácil, porque não há milagres na hora de elaborar os orçamentos (mesmo que previsivelmente conte com um substancial saldo positivo, que não se gastou por inoperância no ainda actual mandato) e porque as necessidades são muitas, mas há, sim, mil e uma maneiras de abordar os diferentes aspectos da gestão e sobretudo com mais respeito pelas diferenças identitárias de cada uma das quatro partes bem como o cultivo do sentido de serviço e de proximidade e nunca com uma presidência com tiques de sobranceria, de egocentrismo e de algum revanchismo.

É, pois, a hora de remendar o que rompido foi e não faltam buracos para tapar! Espera-se e deseja-se que o David seja neste aspecto um bom alfaiate e que saiba cortar a fazenda nas medidas adequadas para que o fato nunca fique apertado ou largo, mas na medida certa.

Daqui a quatro anos será julgado e por isso há muito a fazer.

26 de setembro de 2021

Distracção?

A campanha eleitoral serve, entre outros propósitos, dar a conhecer as forças concorrentes aos diferentes órgãos autárquicos. Do que fui vendo, cá pela nossa pobre União de Freguesia, as campanhas no geral foram frouxas e pouco ou nada esclarecedores. Todavia, dessa pobreza, surpreendeu-me que apenas no altura de fazer a cruzinha no boletim de voto, tenha constatado que à Assembleia da nossa União de Freguesias também concorria a coligação CDU - Coligação Democrática Unitária. É que durante todo o período de pré-campanha e campanha, não tomei conhecimento de qualquer elemento nem qualquer panfleto de apresentação. 

Admito que pudesse andar distraído a ponto de ter passado ao lado da campanha da coligação liderada pelo PCP, mas parece-me que com tal discrição é difícil obter resultados com algum significado. Assim é mais difícil.

24 de setembro de 2021

O tipo da TAP

 


Não é de todo um político que me inspire confiança e as borradas na TAP e não só, ainda com os tiques de mandão têm sido mais que muitas. Apesar disso, para esta personalidade à esquerda da esquerda, parece haver poucas dúvidas que estará na linha da frente para suceder a António Costa. Ademais, estas participações na campanha das autarquicas, como esta que o levará logo pelas 19:00 horas ao pavilhão da Corga, têm sido vistas pelos analistas como um preparar do terreno junto das bases. 

Não surpreenderá, pois, que um dia destes tenhamos que gramar o PNS, já não como segundo ministro mas como primeiro. 

Coisas da política a fazerem juz à cantiga "Quanto mais me bates..."

23 de setembro de 2021

Que continue...

 



É certo que no geral pavimentações de baixa ou média qualidade, o que se compreende e justifica num contexto de quantidade em detrimento da qualidade, por isso quase sempre sem preocupação pela rectificação de traçados e reposição de passeios, e nem sempre com critérios baseados no estado de degradação das ruas, mas em boa verdade tem sido de louvar o esforço da Câmara Municipal e de Emídio Sousa na pavimentação de muitas das ruas do concelho. Muito positivo. Não fora esse esforço financeiro do orçamento municipal e a freguesia de Guisande nestes quatro anos tinha ficado a zero em obras e melhoramentos.

Espera-se que este esforço de repavimentação continue, e que o mesmo empenho se estenda na obrigação da Indáqua em repor com qualidade aquilo que vai danificando, com inúmeras ligações mal repavimentadas e que se perpetuam e tantas vezes realizadas  passados poucos dias da pavimentação.

Importa ainda ainda que a reabilitação dos centros urbanos continue porque se considerarmos um por freguesia só faltam 23. Guisande continua a aguardar a sua vez mesmo sabendo que tem pouca ou nenhuma voz no assunto. 

Coisa que por cá....

 

António Cardoso, encabeça a lista do Partido Socialista concorrente à União das Freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros. Uma União que tal como a nossa tem sido um fracasso apesar de na versão mínima de duas unidades. 
Pelo seu carisma e popularidade, e pela excelente equipa que o acompanha, O Eng.º Cardoso tem todas as condições para conquistar o poder na respectiva união de freguesias. O povo o dirá no próximo Domingo de eleições.

Já quanto à sua sentença de que "É preciso olhar as freguesias no conjunto e servir todas por igual" é o mínimo que se pode exigir de alguém candidato a presidente de Junta e é o princípio elementar para que a coisa possa funcionar. Sem essa equidade, nada feito.

Infelizmente, pela experiência de dois mandatos que leva esta coisa das uniões de freguesias, a realidade tem demonstrado o contrário, com presidentes a olhar quase só para o umbigo da sua freguesia e as freguesias mais pequenas a serem invariavelmente subalternizadas, remetidas aos restos. E se em qualquer uma das freguesias vence o partido concorrente, ó diabo, então temos o caldo entornado e o revanchismo passa a ser a tónica e só por aí se pode perceber ou justificar que determinada freguesia seja tão desprezada.

Ao fim de oito anos, vai sendo tempo de começar a mudar mentalidades e de virar a agulha num disco que tem estado riscado. Para uma união de freguesias a abordagem de gestão tem que ser diferente e dar aos representantes de cada uma das partes integrantes mais poderes e acção porque delas mais conhecedores. Qualquer executivo presidencialista e egocêntrico está condenado ao fracasso e mais cedo ou mais tarde sairá pela porta pequena da consideração e estima da população.

22 de setembro de 2021

Dá jeito um furacão...

Vamos ser claros! Com a concretização das nefastas Uniões de Freguesias e com isso o aumento do território e população de cada  respectiva unidade administrativa, e no caso concreto com a nossa União a englobar quatro freguesias e uma população que já estará acima dos 10 mil habitantes (aguarda-se o resultado dos Censos 2021), deixou de ser possível realizar campanhas eleitorais casa-a-acasa, rosto-a-rosto. 

Recordo-me que há sete anos quando decidi integrar uma lista participante nas eleições intercalares de 2014, com todos os aspectos positivos e negativos daí decorrentes, optei por dialogar pessoalmente com cada pessoa, exprimindo e esclarecendo os meus pontos de vista e as expectativas que me moviam no sentido de nessa transição procurar defender melhor a parte guisandense no bolo. 

Apesar de, forma quase generalizada, ir recebendo indicações de que caso fosse eleito teria uma missão quase impossível, a verdade é que quase sozinho, sem procissões, sem andores nem figurantes, lá realizei a campanha da forma mais esclarecedora possível, que deu naturalmente os seus frutos, com a vitória ampla, reconhecida e conseguida, revertendo a anterior tendência de voto em que em duas eleições anteriores havia ganho um partido concorrente.

Depois, num mandato mais curto e com heranças pesadas em dívida que cortaram as pernas a algumas obras, e com um presidencialismo demasiado rígido e mesmo inadequado face ao que se pretendia e esperava para uma nova realidade de uma União a quatro, os resultados foram o que se sabe e deles uma enorme decepção pessoal pela incapacidade de reverter as coisas, porque apenas um elemento à luz da lei sem poder e  sem competências atribuídas, para além do muito trabalho voluntário. Basicamente um moço de recados. 

Com essa incapcidade de levar a cabo as obras e melhoramentos que haviam sido propostos em programa, e apesar do forte sentimento de dever cumprido em face das responsabilidades, naturalmente que não encontrei condições objectivas e de princípio para enfrentar uma recandidatura. Nestas coisas, ou cumprimos e honramos a palavra dada aos eleitores ou damos o lugar a outros, mesmo que a tendência geral seja fazer tábua rasa das promessas e compromissos assumidos e voltar à cena com cinismo de actor e como ares de que nada se passou. Há que ter princípios!

Mas dizia eu, esta realidade de fazer uma campanha individual e personalizada, foi chão que deu uvas e torna-se agora tarefa impossível. Assim, as actuais campanhas resumem-se a uma procissão de gente que muitas vezes nem tem nada a ver com as freguesias, actuando como figurantes a quem se paga um jantar no final, fazendo barulho e distribuindo brindes e uns infomails todos janotas e coloridos, com gente sorridente, estampados com uma dúzia de considerações vagas sobre o que se promete realizar. No fundo um copy/paste de anteriores programas, porque em rigor do muito que habitualmente se promete, pouco ou nada se concretiza.

Ora este tipo de campanha, tipo um tornado ou furacção que varre alguma das nossas ruas, mesmo em horas inadequadas, até é o indicado para alguns recandidatos com  "heranças infelizes e pouco nada produtivas", porque assim não têm necessidade de se justificar cara-a-cara, de esclarecer, de ver questionada a palavra de honra, mesmo que já ela pouco valha. Conveniente! 

É, pois, no geral, esta uma campanha que não esclarece, que não argumenta, mas não compromete, o que até se encaixa nas exigências gerais, já que muito do eleitorado olha para estas coisas dos partidos e da política como o seu clube de futebol, em que pode perder, fazer maus resultados, jogar mal, ter um deficiente plano de jogo, um péssimo treinador e jogadores fraquinhos, mas tem sempre o seu apoio e aplauso. E com isso, com esta dedicação e lealdade caninas, se perpetuam, tantas vezes, incompetentes políticos. No fundo as campanhas eleitorais, salvo raras excepções, são um exercício teatral onde importa o espectáculo, o show off e em que o argumento invariavelmente é uma ficção, um faz-de-conta, como diz o povo.

Para mal dos nossos pecados, sinais dos tempos!

21 de setembro de 2021

Saber das novidades

Nestes tempos de campanha eleitoral, tem aumentado o número diário de visitas neste nosso espaço. Tem rondado o milhar de pessoas que por aqui passam com regularidade para saber novidades da terra.

Certamente que a esta frequência não é alheia a presente realidade da campanha eleitoral já que no próximo Domingo o eleitorado escolherá quem os representará nos órgãos de Poder Local. Nada, pois, mais natural que muito do eleitorado pretender saber ideias e opiniões.

No entanto, e quanto a campanha eleitoral, este nosso espaço porque pessoal não está sujeito nem obrigado a critérios de isenção e imparcialidade, pelo que naturalmente se reserva no direito de manifestar directa ou indirectamente apoio ou simpatia por uma ou outra força ou lista ou personalidade concorrentes. 

Apesar de tudo procuramos no geral  ir publicando alguma da propaganda que nos vai chegando às mãos, até porque é sempre importante que todas as opções de escolha sejam analisadas e equacionadas. Assim é a democracia.

Posto isto, naturalmente que cada um dentro da sua liberdade e de forma esclarecida faça a melhor escolha. O resto são cantigas!

16 de setembro de 2021

Celestino Sacramento - A idade da dedicação

 



Se a cartada para algumas forças concorrentes for a de "provas dadas", Guisande terá objectivamente em Celestino Sacramento um exemplo concreto. 

É certo que pelo seu já longo contributo de cidadania em prol de Guisande, e que ainda perdura, não só como vice-presidente do Centro Social S. Mamede de Guisande, mas como elemento activo ligado aos movimentos da paróquia, seria merecido o descanso e faria sentido que para estas lides da política e disputas eleitorais o candidato representante pelo PS fosse alguém um pouco mais novo, mesmo que igual e obrigatoriamente conhecedor da realidade da freguesia. Todavia, este tipo de personalidades, conhecdoras da freguesia, com provas dadas na cidadania e interessadas pelo bem público e comum, reconheçamos, da esquerda à direita, são aves raras, ou espécies por descobrir. Por isso, a norma, e mesmo para o futuro, será o dar lugar a ilustres desconhecidos e desconhecedores.

Assim sendo, uma vez mais louve-se o esforço e dedicação do Celestino Sacramento, de longe, de todos quanto integram as diferentes listas à Assembleia da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, aquele com mais provas dadas, conhecimento profundo e dedicação por Guisande, que de forma voluntariosa avança para um segundo mandato depois de  há quatro anos ter levado o PS a vencer na freguesia de forma retumbante. Será para repetir? O povo, que é livre e soberano na escolha, o dirá.

7 de setembro de 2021

Mobilidades - Acessibilidades

 



Acima, situações algures no lugar de Fornos. 

Logo no início do mandato em que integrei a Junta da União de Freguesias, em Janeiro de 2015 expus ao executivo um documento onde definia para Guisande um conjunto de obras, melhoramentos e iniciativas que a meu ver mereciam a intervenção e empenho da Junta durante o mandato, mesmo considerando que nem tudo seria possível executar devido à curta duração do mandato e aos constrangimentos orçamentais decorrentes dos compromissos herdados das anteriores Juntas, concretamente da Junta de Freguesia de Guisande.

Ora uma das acções prendia-se com a realização de alguns passeios públicos, incluindo a pavimentação de alguns que já estavam definidos com assentamento de guias bem como a requalificação de outros, nomeadamente na Rua de Fornos, de resto uma necessidade devido ao mau estado e mesmo correspondendo ao apelo de alguns moradores.. 

Certo é que apesar dessa minha intenção e insistência ao longo do mandato, de tudo quanto referenciei, pouco ou mesmo nada foi executado. Apenas a pavimentação de um troço de passeio na Rua S. Sebastião, no lugar do Outeiro e mesmo assim com relutância de quem presidia. 

O mandato terminou e outro, com outros intervenientes mas com a mesma presidência, se seguiu e já estão praticamente decorridos esses quatros anos, e daqui a poucos dias teremos novas eleições. 

Escusado será dizer que pelo menos em Guisande, da responsabilidade da Junta, nestes quatro anos volvidos nada se realizou nem melhorou e os ditos cujos passeios continuam na mesma, ou melhor dizendo, em pior estado, pois o tempo ajuda à degradação. E tanto se apregoa e regulamenta à volta da mobilidade e acessibilidades...

Pese esta situação de indiferença e desleixo do passado recente, os slogans eleitorais de fazer mais e melhor, com mais visão e melhor futuro estão na praça. É uma festa, em que todos participamos como inocentes  anjinhos numa comunhão solene! 

5 de setembro de 2021

Futuros...

 


Eu não sei se será o Renato, o Manel ou a Maria, mas parece-me, que Canedo, como cabeça da União das Freguesias de Canedo, Vale e Vila Maior, merecerá um executivo à altura das responsabilidades e grandeza. De facto Canedo, tem crescido, é óbvio, em grande parte devido às contrapartidas por desde há décadas ser a lixeira do concelho e arredores e também pelo dinamismo do tecido comercial e empresarial local. 

Do esforço, visão e dinâmica da Junta de Freguesia, pouco ou nada se tem visto, numa estagnação que só pode enganar quem vê pelas lentes de algum partidarismo. A freguesia tem um potencial enorme, desde logo pelo seu amplo território, o maior do concelho, mas ainda pela relação com vias como a A32 e Estradas Nacionais 222 e 223. Por conseguinte, tem tido executivos fraquinhos e apenas disfarçados e confundidos pelo referido dinamismo do tecido empresarial e comercial local bem como do tal contexto de localização de excelência de que goza. 

Da freguesia do Vale, nem vale a pena falar, pois tal como Guisande, tem sido relegada para a indiferença total neste regime disfuncional das Uniões de Freguesias.

Neste contexto, não surpreende que nas Uniões de Freguesias próximas, os slogans eleitorais pareçam residir na ideia comum de fazer futuro. De facto, o presente tem sido mesmo fraquinho pelo que qualquer melhor futuro terá que passar necessariamente por mudanças. Caberá, naturalmente, às populações locais escolher quem decidirá os seus futuros. Ou se mais do mesmo, ou se novas oportunidades.

12 de agosto de 2021

Sinais de fumo...


A pouco mais de um mês das próximas eleições autárquicas, os partidos concorrentes aos diferentes órgãos, nomeadamente para as Juntas/Assembleias de Freguesia, têm já definidos os candidatos e listas e estas já entregues no Tribunal.

Por conseguinte, estamos em tempo de plena pré-campanha. Mas de um modo geral, e particularmente cá pelo nosso concelho e União de Freguesias, nem parece. Tudo ainda muito pouco divulgado e para além de alguns cabeças-de-listas, alguns apenas de forma oficiosa, pouco ou nada se sabe. 

Mesmo fazendo uma pesquisa pela internet e pelas redes sociais, ferramentas indispensáveis a quem nos tempos actuais pretende comunicar e transmitir ideias e programas, a coisa é quase inexistente e por isso quase totalmente desaproveitada. 

Mas este alheamento das forças políticas e alguns candidatos às redes sociais tem razão de ser: É que muitas das figuras que agora são candidatos não gostam de se expor porque se as redes sociais são uma ferramenta poderosa, são, em sentido proporcionalmente inverso, um foco de críticas, ofensas e mal-dizer, muitas vezes a roçar o ataque pessoal. E isto ainda é mais duro quando alguns dos candidatos têm atrás de si heranças de que pouco se possam orgulhar e de missão quase impossível justificar o marasmo. Assim fogem desse confronto social como o diabo da cruz.

Não surpreende, pois, que não se veja páginas nas redes sociais associadas à maior parte dos candidatos e respectivas listas, ou mesmo às forças partidárias por quem concorrem. Por exemplo: O Facebook do PSD-Feira tem a última actualização em 10 de Junho último, o que se espanta tendo em conta que o partido não costuma brincar em serviço no que às campanhas eleitorais diz respeito. Por sua vez o PS - Feira tem-se mostrado mais activo, com uma linha orientadora e tem conteúdos mais recentes e publicados com alguma frequência, mas mesmo assim pouco dinâmico para quem quer "assaltar" o poder. 

Cá pelas proximidades, as páginas do PSD no Facebook são aves raras ou mesmo extintas como o dódó da Maurícia. Já o PS, sem deslumbrar, parece ter mais presença e marca pontos na rede social Facebook, nomeadamente na União das Freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros, com uma lista forte encabeças pelo ex-deputado da Assembleia da República, António Cardoso e Pedro Castro Silva. que sob o slogan "Mudança Segura" prometem tomar o poder nessa União de Freguesias. Quanto ao Facebook do PS - Lobão, nos últimos quinze dias apenas uma imagem de slogan com os candidatos (À Junta e Câmara) David Neves e Márcio Correia. É pouco, mas mais que o PSD local de que não se vislumbra qualquer sinal.

Pela "nossa" União de Freguesias, salvo o caso do Facebook do PS - Lobão, ainda não consegui descortinar páginas pessoais relacionadas aos candidatos, suas campanhas ou aos seus partidos. Para além dos motivos atrás expostos, há ainda entre alguns candidatos muita iliteracia no uso das ferramentas tecnológicas e de modo particular nas redes sociais.

Assim sendo, na era do foguetão e das viagens espaciais, e no imenso mar de ferramentas tecnológicas de comunicação e informação, parece que maioria dos nossos candidatos e forças politicas preferem comunicar com sinais de fumos. Sempre é menos arriscado andar pela calada da noite a enfiar propaganda nas caixas de correio ou, então, ao monte, a distribuir programas com esferográficas e outros brindes a propalar a "mais proximidade com as pessoas" e "fazer mais obra"

11 de agosto de 2021

Amor e conhecimento da terra? Já foste!

Entre todos os aspectos negativos relacionados à criação das Uniões de Freguesias, há um que, mantendo-se este esquema de uniões, se torna notório e tende a agravar-se com o decorrer dos mandatos, e que se traduz na integração de elementos cada vez mais desligados e desconhecedores das suas freguesias.

As pessoas com capacidade, amor à terra e com conhecimento dela, estão obviamente a afastar-se deste tipo de exercício de cidadania e em face disso são colmatadas por gente mais nova, muitas vezes empurrada para as listas sem quaisquer referências de identidade, de ideias, propósitos e mesmo de vontade própria. Em rigor, apenas para encher chouriços.

Assim, cada vez mais, teremos representantes que não conhecem de todo a freguesia, suas características geográficas, sociais e culturais, nem os seus cidadãos e por conseguinte não podem exercer, mesmo querendo, um serviço cabal e pleno.

Assim, quando em campanhas se esgrimem slogans relacionados à proximidade com os cidadãos só podem estar a fazer dos mesmos cidadãos mentecaptos, pois na realidade já quase ninguém das listas conhece quem quer que seja pelo seu nome próprio e conheça o lugar onde vive. Isto na própria terra, porque esperar que alguém de Lobão, Gião ou Louredo conheça plenamente a freguesia de Guisande é acreditar no Pai Natal. Já foste!

Por tudo isto, reconhecendo a importância do poder local ao nível das freguesias, reconhece-se igualmente um cada vez maior afastamento dos eleitores com os eleitos e vice-versa. Não há mesmo volta a dar! 

A reversão ao anterior sistema, ainda poderá atalhar o prejuízo, mas a cagada está feita e será quase milagre que venha a ser desfeita. E mesmo que, esperançadamente tal possa vir a acontecer, os estragos de tão profundos já são quase irreparáveis.

Faz, assim, parte do passado, uma estirpe de eleitos conhecedores das suas freguesias e que a elas se dedicavam com amor à terra e bairrismo. 

26 de julho de 2021

Otelo de quantas estrelas?

Desde ontem que o falecimento de Otelo Saraiva de Carvalho tem dominado as notícias e as reacções dos seus pares e da classe política. Tinha 84 anos e estava hospitalizado.

A personalidade dispensa apresentações e é reconhecida como o estratega do movimento que deu lugar aos acontecimentos de 25 de Abril de 1974 e uma das principais figuras dessa revolução.

Nos dias que correm e no sistema vigente, o politicamente correcto é exaltar a figura de Otelo e o seu papel no Golpe de Estado e todas as outras facetas ou são simplesmente ignoradas ou relevadas pelo contexto pós-revolução.

Sendo certa a importância do papel de Otelo no golpe militar do 25 de Abril de 1974, não se pode simplesmente ignorar, esquecer, indultar ou amnistiar, como fez o sistema, toda a sua acção extremista,  nomeadamente no que concerne à sua participação no grupo terrorista Forças Populares 25 de Abril, a este imputadas quase duas dezenas de assassínios, incluindo, colateralmente um bébé, para além da morte de 4 dos seus operacionais.

O grupo terrorista após uma década de actividade acabou por ser desmantelado e Otelo condenado, mas depois de algum tempo detido preventivamente numa prisão de 5 estrelas, em Tomar, acabou por ser indultado e amnistiado pelo sistema. 

Assinou a amnistia Mário Soares, pois claro, com a aprovação na Assembleia da República dos partidos da Esquerda, pois claro. Soares justificou que compreendia o ponto de vista das vítimas mas que era tempo da reconciliação. Que justiça para todas as vítimas?

Importava a Soares e ao sistema que a coisa fosse relevada, que os processos fossem imbróglios, se arrastassem, que as provas fossem inconclusivas, que os "arrependidos" não falassem demais. Um processo vergonhoso preparado para os indultos e amnistias, porque importava não beliscar uma das figuras centrais do 25 de Abril de 1974. No fundo os pares militares e a classe politica auto protegem-se porque precisam que o sistema, deles, não abane.

Para além dessa herança de morte, Otelo não se livra de ser uma das figuras de proa das facções extremistas que pretendiam conduzir o país para uma ditadura de esquerda de modelo cubano, que pretendia traduzir com o golpe de 25 de Novembro de 1975.

Por tudo isso, Otelo já é uma figura importante da nossa História contemporânea, sem dúvida, mas em proporção inversa uma personalidade  controversa e as acções no contexto do golpe militar não devem nem podem omitir ou esquecer todo o seu envolvimento de extremista e terrorista e dos atentados, roubos, explosões e assassínios decorrentes.

Ontem alguém, creio que a jornalista Fátima Campos Ferreira, que lhe fez uma entrevista biográfica há alguns anos, disse que "Otelo era um homem bom, inteligente, e até sabia cantar e gostava de ter sido actor". Ora as prisões estão cheias de gente boa que sabe cantar e fazer outras coisas, mas que estão a pagar por crimes que cometeram, mesmo que de forma não premeditada ou qualificada. Pois Otelo, fê-lo de forma organizada, preparada, calculada, premeditada e em rigor nada pagou por isso. A preventiva passada em Tomar, era no fundo um Hotel onde recebia com charutadas e bons vinhos todos os seus bons amigos militares e políticos.

É certo que há todo um contexto de revolução e instabilidade decorrente do golpe militar de 1974, que pode ser utilizado para o enquadramento mas não para relevar. Importaria não esquecer.

Na análise da figura de Otelo Saraiva de Carvalho, convirá sem desculpabilização separar o trigo do joio e ter sempre em conta ambas as facetas, coisa que no actual estado de coisas e de sistema parece difícil. 

Fosse alguma da nossa esquerda dada a coisas de religião e santidade e Otelo já estaria num pedestal de altar. Não sendo, esperam-se estátuas em praças, ruas e avenidas com o seu nome. Com sorte, um dia de feriado nacional.

Considerá-lo um homem, com virtudes e defeitos inerentes, é aceitável, valorizar e agradecer o seu contributo para libertar o país da ditadura, sem dúvida, mas daí até fazer de alguém que fez parte de um grupo terrorista que ceifou vidas, um herói nacional, convenhamos que é pedir demais, sob pena de estarmos a legitimar o terrorismo e os extremismos, sejam eles revolucionários,  políticos ou ideológicos. 

19 de julho de 2021

Amigos, amigos, política à parte

Ainda não vi nem li documento oficial que o confirme, mas a ter em conta informações tidas como fidedignas, o representante de Guisande na lista do PS- Partido Socialista, concorrente às próximas eleições autárquicas, será novamente Celestino Sacramento, antigo presidente de Junta.

Ou seja, pelo PSD teremos Joaquim Santos e pelo PS será Celestino Sacramento. Não deixa de ser curiosa esta situação tendo em conta que ambos são amigos e fazem parte do elenco directivo do Centro Social de Guisande. 

Esta conjugação pode ter outras leituras, mas para mim resulta de que a política não tem necessariamente de ser divisionista ou fracturante, e embora por vias e pessoas diferentes, os interesses de uma freguesia podem ser defendidos em diferentes lados e por diferentes visões relativamente ao posicionamento político.

Assim, importante será que qualquer um deles, em caso de eleição e se na Junta ou na Assembleia de Freguesia, possam ter voz activa e empenhada na defesa das particularidades e necessidades de Guisande no contexto da União.

Se me perguntam quem tem melhores condições de vencer em Guisande, respondendo e deixando de lado as aprecições de estilo e personalidade, porque diferentes, mas apenas pela leitura do contexto actual que tenho por aqui analisado, parece-me que Celestino Sacramento e o PS têm todas as condições para ganhar, porque objectivamente o impacto da gestão do PSD em Guisande neste último mandato foi de facto uma nulidade, em todas as frentes. Se é certo que o primeiro mandato, porque mais curto e com as finanças condicionadas por responsabilidades herdadas das anteriores Juntas, foi difícil e mesmo com o ônus do experimentalismo face à nova realidade administrativa, ainda assim se conseguiram realizar certas obras e melhoramentos. Nos últimos quatro anos, num mandato já a expirar, paradoxalmente tem sido de facto uma nulidade, e nem mesmo nos aspectos básicos de limpeza das ruas as coisas correram bem, como o panorama na envolvente no edifício da Habitação Social o demonstra.

Creio que por este cenário será difícil ao PSD e seus concorrentes explicar aos Guisandenses que tal nulidade não terá resultado de algum ressentimento pela vitória do PS em Guisande, em contra-mão com as restantes freguesias. E não venham, como bandeira, com a lista das pavimentações porque o povo não é burro e sabe que estas foram da exclusiva responsabilidade e investimento da Câmara Municipal, a  exemplo do que tem feito por todo o concelho, num esforço notório da requalificação das nossas estradas. E mesmo assim tudo indica que ainda vão ficar algumas ruas em mau estado, como a da Zona Industrial, a Rua de Estôse e Rua dos Quatro Caminhos ou mesmo parte da Rua de Trás-os-Lagos.

Vamos, pois, ver no que dá esta interessante disputa entre dois amigos em posições diferentes. Certamente que terão em comum a defesa de Guisande bem como da concretização de apoio ao processo de funcionamento do Centro Social, o qual, recorde-se, tem estado condicionado por opções políticas ao nível do Estado bem como por sucessivos entraves, para além do contexto da pandemia.

A ver vamos, sendo certo que me parecem ambos dois bons candidatos. Esperava-se, é certo, novos elementos, com outra juventude e dinâmica, tanto mais que ambos já deram o seu contributo no passado, mas isso também revela as dificuldades no contexto actual em conseguir cativar elementos mais jovens para estas coisas da cidadania e poder local. O cenário de uniões de freguesias veio afastar todos aqueles que no passado o faziam por amor à terra. Assim, como diria o outro, é o que se pode arranjar!

13 de julho de 2021

Fora de jogo

Um dos nossos direitos inalienáveis é o da liberdade de expressão, sendo que, obviamente, no respeito pelos outros. Desse direito, entre outras coisas, emana o da livre opinião. 

Mas nem sempre o exercício da opinião, sobretudo em contexto público, como neste espaço, por exemplo, é fácil. E isto porque de algum modo nos vincula e até compromete. É certo que uma boa e legítima opinião pode mudar a jusante, nomeadamente quando certos pressupostos que a fundamentaram mudaram ou se alteraram. De resto a nossa percepção das coisas ou dos factos pode mudar. Quantas vezes temos uma apreciação negativa de uma pessoa, mas posteriormente, porque com ela se proporcionou um outro contacto e uma outra vivência ou convivência, ficamos com uma opinião contrária? 

Deste contexto, o do comprometimento, resulta que se perceba que muitos dos nossos "pensadores" e "cagadores de postas de pescada" sejam de faladura e julgamento fáceis na mesa do café ou em conversa de amigos, mas fogem como o diabo da cruz quanto ao carácter perene das suas palavras, escritas ou faladas. Afinal, é sempre mais fácil atirar a pedra e esconder a mão.

Por tudo isto, reconheço que nem sempre é fácil para alguém que fez parte de uma qualquer entidade, vir posteriormente comentar ou opinar de forma menos positiva contra essa mesma entidade, mesmo que dela já não faça parte nem tenha qualquer ligação. E isto porque por vezes se confunde o conceito de lealdade. A lealdade pode e deve ser institucional mas não de todo motivo para castração do direito à opinião e ao pensar contrário. Ademais, a lealdade não deve ser clubista nem fundamentalista a ponto de se perpetuar em nome da nada. 

Passada esta introdução, mesmo que em abstracto, devemo-nos sentir todos na plena liberdade e legitimidade para falar e escrever eventualmente coisas menos positivas sobre instituições, mesmo que delas já tenhamos feito parte, sobretudo quando temos a consciência que enquanto por lá andamos demos o nosso melhor, porventura acima do que se exigia, mesmo que em nome da tal lealdade resultasse um esforço acrescido por se perceber que as coisas nem sempre eram dirigidas da melhor forma, de modo insuficiente ou inadequado face ao que exigia. 

Esta é a questão base e primordial. Se a experiência de uma nossa passagem por um qualquer cargo ou função não foi a esperada, mesmo que por responsabilidades ou incapacidades terceiras, devemos saber ter este sentido de auto-crítica da parte que nos toca, de modo a que a nossa liberdade de expressão não possa ficar condicionada. 

Em resumo, no jogo das palavras e no exercício da liberdade de expressão e opinião, será sempre bem mais fácil para quem está de fora, na bancada. Se em campo, será sempre bem menos difícil marcar golos fora de jogo. Como se diria nos jogos da bola no recreio da escola, não faltam jogadores que "...só sabem jogar à mama!".

PS - David Neves encabeça lista à União de Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande


Como não há duas sem três, David Neves concorrerá pela terceira vez ao cargo de presidente da Junta da União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo Guisande, encabeçando a lista do Partido Socialista. 

Nas últimas eleições, em 2017, só não venceu porque a par da falta de comparência do CDS, que serviria de fiel de balança, Manuel Oliveira Leite (agora cabeça-de-lista pelo PSD) teve de facto um excelente resultado em Gião. Não fora isso e o candidato socialista teria conseguido.

Não é muito normal que um candidato se submeta a um terceiro escrutínio depois de ter falhado duas eleições consecutivas, mas, pela parte que me toca, parece-me que o PS apostou bem, porque percebe-se que o David Neves é uma figura capaz de reunir consensos e produzir a cola que poderá unir as diferentes freguesias da União, coisa que de todo tem faltado até aqui devido a um modelo e filosofia desajustados, excessivamente presidencialista. Desde logo o respeito e compreensão pelas diferentes identidades sócio-culturais das quatro freguesias. Não basta reunir representantes das quatro unidades. É preciso mais que isso, como descentralizar e distribuir poderes e competências por quem realmente as conhece. Uma figura de um qualquer presidente que do alto do seu ego olhe apenas para o seu umbigo e para a sua freguesia, não deve ter lugar neste modelo de uniões.

A ver vamos se será desta, mas creio que o David tem a tarefa mais facilitada, dado que do actual executivo do PSD a herança é muito pobre porque pouco ou nada se fez.  No caso de Guisande, mesmo nada, e mesmo o básico da limpeza (mais do que necessária) que se venha a fazer será já em período de pré-campanha. Bastará, pois, apenas fazer balanços.

Não será fácil, desde logo porque a população está obviamente decepcionada e desmotivada, percebendo que tem sido surripiada da tal proximidade e respeito pelos seus valores, mas dos candidatos apresentados até agora, parece-me que o David Neves será aquele que melhor percebe a dinâmica que de algum modo poderá tornar a nossa União de Freguesias um pouco melhor que um projecto de todo falhado.

12 de julho de 2021

Autárquicas 2021 - PSD Feira apresenta listas


Decorreu na passada Sexta-feira, 10 de Julho, a apresentação das listas do PSD concorrentes ás Eleições Autárquicas de 2021 no concelho de Santa Maria da Feira.

A nível da Câmara Municipal, sem supressa, a recandidatura do Dr. Emídio de Sousa. Era esperada e de resto é o melhor candidato, não só pela experiência acumulada, qualidade do trabalho realizado e porque a concorrência, sem desmerecer, sempre a começar do zero, terá óbvias dificuldades.

Quanto às freguesias, no que toca à União das Freguesias de Lobão, Gião, Louredo e Guisande, será Manuel de Oliveira Leite, actual Tesoureiro, a substituir José Henriques dos Santos, que sai de cena. Também uma candidatura que era já esperada  e por demais previsível desde há quatro anos.

Quanto a Guisande, o representante será Joaquim Santos, que já foi presidente de Junta de Freguesia (2005/2009) e actual presidente da Direcção do Centro Social. 

Como seria mais que justo, e no contexto do qual já por aqui opinei,  houve suficiente bom senso e será candidato a Tesoureiro.

Do que conheço de Joaquim Santos, independentemente da popularidade que possa ou não ter, do estilo que se pode ou não apreciar, é competente para o cargo e função a que se candidata e pessoa dedicada e esforçada, de resto bem patente na sua função ligada ao Centro Social, num contexto muito difícil. Pessoalmente, mesmo sem conhecer os representantes pelas demais listas concorrentes, acredito que Guisande será bem representada com o Joaquim Santos. 

Quanto ao resto, a avaliar por algumas figuras ausentes ou presentes, é sinal de que cada vez mais é difícil congregar pessoas e competências para a intervenção e acção política, sobretudo autárquica. O Estado não tem feito nada por isso, antes pelo contrário, como a borrada da reforma administrativa que conduziu às uniões de freguesias, incaracterísticas, ineficazes e pouco ou nada representativas. Assim a mediocridade acaba por ter espaço para se implantar.

No início do terceiro mandato, por isso já com resultados tangíveis a uma análise, percebe-se que, pelo menos a nossa União de Freguesias tem sido um fracasso a toda a prova e não há absolutamente um único exemplo que possa ser apontado como algo positivo e demonstrativo dos objectivos propalados da reforma. 

Pegando no lema da recandidatura do Dr. Emídio de Sousa, no caso das uniões de freguesias, de modo particular da nossa, seguramente nestes oito anos, foram vários os passos dados, não para a frente mas para trás.

Um fracasso total, sobretudo no aspecto de proximidade e serviço às pessoas para além dos prejuízos identitários e afastamento de quem por amor à terra poderia dar mais e servir melhor. Assim, como está, parece uma missão para o Tom Cruise. Impossível.

Cidadania e coninhas

Eu bem sei que a Escola moderna é mesmo moderna. Já não faz da religião disciplina obrigatória, por mais que esta promova valores fundamentais à dignidade da pessoa e da vida, mas tudo o resto tem cabimento, mesmo a questão da homossexualidade e derivados. Não tarda está a ensinar e a promover as relações sexuais entre pessoas e animais e disso promover orgulhosas paradas. Já faltou mais.

Daria pano para mangas este tema, mas é coisa para a qual já não há pachorra e mesmo com algum excesso de fundamentalismo, porventura terá alguma ou muita razão a Hungria, não tanto, parece-me, quanto à essência, mas quanto ao papel da Europa no sentido da uniformização imposta, já não só do sistema financeiro, económico e administrativo como quanto aos aspectos sociais e culturais. Parece que a diversidade só convém a certas agendas.

Se a Europa burocrata acha normal e motivo de orgulho um posicionamento de apanhar sabonetes, não me parece que o deva impor às diferentes sociedades que a compõem.

Adiante.

Seja como for, tem muito que se diga esta coisa da imposição curricular nas nossas escolas da disciplina obrigatória de cidadania. Afinal quem é que educa? Os pais, a família? Não! O Estado e os burocratas. Esses é que determinam os valores e as orientações dos nossos filhos. Nós, os pais, as famílias, só cá estamos para os manter, levá-los à escola, pagar as propinas e dar-lhes alojamento até aos 25 ou 30 antes de irem para o desemprego ou emigrarem se forem espertos.

Parece-me que a tal luta dos pais dos alunos de Famalicão, que têm recusado a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, que lhes tem acarretado o chumbar de ano, é justa e tem todo o fundamento, mas também creio que acabará por ser uma luta inglória mesmo que o Tribunal lhes tenha dado razão parcial. 

As coisas vão neste sentido e já não se atalham de ânimo leve. Já será precisa uma revolução, mas não me parece, ainda, que isso possa acontecer pela simples razão de que já não os temos no sítio e estamos todos a ficar uns coninhas, ou lá o que isso queira dizer, porque à luz da nova Educação, o termo "coninhas" é inadequado, politicamente incorrecto e machista. Depois, tudo o que mexa nesse sentido de agitar as águas é segregado como de extrema direita. Por conseguinte, a ideologia já há muito que começou a ser imposta, e como aconteceu às extremistas, à esquerda ou à direita, sub-repticiamente, de mansinho, com sorrisos, enquanto o circo se monta. Andamos, pois, todos entretidos e guiados de olhos postos na cenoura.

Veremos no que isto vai dar! Por ora, vai na fase dos preliminares. Andamos todos distraídos a apanhar sabonetes no chão e o boião da vaselina já está a ser desenroscado.

30 de junho de 2021

"A vida está podre..."

Cá pela aldeia, temos todos, parece-me, uma estima e consideração especiais pelo Sr. Raimundo da Lama. Pessoalmente aprecio-lhe o seu lado de pensador e filósofo. Não que cursasse em grandes universidades mas licenciado com mestrado na universidade da vida.

Em todo o caso, logo pela manhãzinha ouvir dele o pensamento de que, "...esta vida é um martírio" e "esta vida está podre e contra-podre", não é animador. Bastaria o "está podre", mas aquele "contra-podre" tira todas as dúvidas.

O tema mereceria horas de discussão, mas, porque a caminho do trabalho, tive que apressar as despedidas e enquanto o tractor seguiu lentamente pela estrada fora, não pude deixar de meditar naquela sentença matinal.

A verdade é que as coisas andam mesmo meias podres. São as batatas na terra, os pêssegos nos pessegueiros, os tomates nos tomateiros e por aí adiante mas a podridão que falava o Sr. Raimundo não era da agrícola, coisa em que, de resto, até é especialista. A podridão anda mais pelas pessoas e pelos seus modos de vida. Notícias como a da detenção do "intocável" Berardo, o Joe português, que mesmo sendo caloteiro de centenas de milhões aos Bancos, diz com toda a lata perante deputados da nação de que "pessoalmente nada deve", fazem-nos estar alertas diariamente para este estado de coisas.

Estes artistas que vivem de burlas e esquemas que ludibriam os sistemas financeiros e económicos, e são tantos, como Sócrates, Ricardos Espíritos Santos, Luíses Filipes Vieiras, Rendeiros, e tantos outros, num desfile interminável, são de facto maçãs podres deste país, deste mundo, desta vida. 

Mas o mais grave é que apesar de parecer que a Justiça anda atenta e que se fará, no final de contas, passarão todos ou quase todos impunes pelos labirínticos meandros da própria Justiça . No fundo estamos perante uma peça de comédia com ares de drama, apenas para entreter. Já o Zé Mexilhão, esse convém que não se atrase a pagar a prestação do IMI ou do IUC, porque leva logo por tabela.